Às 19h cheguei ao Barretão. Saí de casa às 17h15. Acho que um acidente no acesso à ponte tornou o que era lento lentíssimo. Procurei o carrinho de cachorro quente do outro jogo. Nada. Comi dois espetinhos e entrei no Barretão.
Procurei logo o banheiro. Apesar de ainda sujo e alagado, dessa vez as descargas funcionaram e havia lixeiras de verdade (foto abaixo).
Friozinho básico e começa o jogo. O América parte com vontade para cima do Boa (segundo mamãe, Boa Esperança), que não teve a menor vergonha de manter os 11 jogadores no seu campo de defesa.
O Boa ameaçou alguns bons contra-ataques. Mas só ameaçou. O América foi o dono de um jogo de ataque x defesa.
No segundo tempo, o domínio americano foi avassalador. Contei 7 lances claros de gol, a ponto de saber que aquela era a noite do goleiro do Boa, principalmente. Rai e Rodrigo Pimpão só não fizeram chover!
O jogo acabou 0x0. Aplausos dos torcedores na arquibancada reconhecendo o bom futebol e o empenho demontrados pelo América.
Voltei a comer dois espetinhos para esperar os apressados seguirem na fila de carros até Natal. Quase mais ninguém nos arredores do Barretão. Entro no carro e ligo na Rádio Globo. O chato de esperar o trânsito diminuir nas barraquinhas é perder as entrevistas. Porém o pior ainda estava por vir!
Antes do jogo, ouvi Pedro Neto, com aquela voz entusiasmada que ele tem, dizer que o Boa Esporte seria um adversário bem mais difícil de bater por ser mais qualificado do que Atlético-GO e Asa. Pois não é que após o jogo ele mudou de opinião? O Boa não passava de um time qualquer que o América não venceu, segundo o mantra que ele repetiu umas 10 vezes, porque "não teve competência para marcar (gols)".
Aí Santos Neto, aquele que chama o América de Abérica, pergunta a Pedro Neto se Argel estava certo em comemorar o empenho da equipe e a saída do rebaixamento.
Nem preciso dizer que ambos fizeram mil conjecturas a respeito de que a saída era só provisória, porque ainda haveria o restante da rodada.
Sabem qual é a diferença da Rádio Globo Natal para o Pfc? Ontem, o América-MG estava conseguindo um resultado que o colocava no G4. O locutor disse que o time agora tinha que torcer para que Figueirense e outro que não lembro não vencessem no sábado para continuar no G4. Pedro Neto e Santos Neto (bem que parecem parentes) afirmaram, por sua vez, que se Paysandu e Guaratinguetá vencessem, o América estaria de volta à zona de rebaixamento. Sentiu a diferença de enfoque? É igual à estória do copo pela metade. O PFC vê meio cheio. A Rádio Globo Natal vê meio vazio.
Aí um torcedor pergunta a Pedro Neto se a torcida pode confiar no time de Argel (que fez mais pontos em 3 rodadas do que o time de Roberto Fernandes em 9). Pedro Neto começa a responder como se a torcida do América estivesse criticando o time e, é claro, envolve a situação de seu time do coração, o Abc, na resposta. Mas o cara queria saber do América e se aquela confiança que estava sentindo era válida!
E a cereja do bolo foi ouvir Ivan Nunes dizer que Rodrigo Pimpão merecia ser o mortinho do jogo! Jesus tenha piedade!
Ou todo mundo ali precisa de óculos (recomendo as Óticas Marizza), ou sofre de problema no fígado (mau humor) ou é recalque mesmo porque o América esboça uma reação que o time do coração deles não conseguiu até aqui.
A Rádio Globo Natal viu um jogo completamente diferente de quem estava no estádio ou viu pela TV. E como contra fatos não há argumentos, não há credibilidade que resista ao que ocorreu ontem. Recomendo aos profissionais dali que revejam seus conceitos, pois o mundo evolui em velocidade alucinante. Quem não se adapta fica para trás.
A vida já é cheia de problemas para perdermos tempo ouvindo gente que quer transformar nossa felicidade em tristeza, frustação, mau humor... Da próxima vez, torcedor americano, faça como eu, desligue o rádio e tenha suas próprias opiniões. É bem mais divertido.