sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ala não; meia.

Não, não e não. Renatinho não é mais ala - pelo menos, não do tipo que o América precisa e está acostumado a ter. Renatinho agora é meia, como era no início de sua carreira e exatamente no América teve sua posição modificada. Pois a vida dá voltas e eis que Renatinho vai trocar de novo de posição e, mais uma vez, no América.

Atire a primeira pedra quem ainda não percebeu o quanto ele naturalmente procura o meio de campo quando está na intermediária. Seus cruzamentos já não são fatais. Velocidade, idem. Enfim, não serve para a ala. 

Não me agradou um única vez na ala esquerda. Confesso que não assisti ao clássico, quando sua atuação foi muito elogiada. Mas, no meio de campo, Renatinho parece ter encontrado o seu lugar. Boa velocidade, boa visão e bom posicionamento. Neste caso, adorei todas as suas atuações. Parece que o América atirou no que viu e acertou no que não viu. Contratou um ala e fechou com um bom meio campista, especialmente diferente de Netinho e Cascata, o que é importante para Roberto Fernandes numa Série B duríssima como a deste ano.

Aliás, alguns jogadores começam a dar pinta de melhora da performance. Norberto finalmente voltou a dar mostras de como ele é um excelente ala. E o tal do Tiago Adam tem estrela. Gol importante é com ele. Lembrou-me um certo Paulo Isidoro que me fazia muita raiva em 2006, mas na hora H, lá estava com seus gols decisivos.

De todo jeito, o quebra-cabeças de Roberto Fernandes e Alex Padang é encontrar um jogador para a ala esquerda para a Série B, posto que Renatinho não é mais ala, é meia. E tenho dito!


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Também não aguento mais!




Vi no Facebook a foto acima. Achei bastante apropriada para este momento em que nós brasileiros estamos acertando as contas com a Receita Federal. Como dói (com acento porque não é paroxítona) a mordida do leão! Dói no bolso sim, mas dói principalmente na alma.

É como a dor de trabalhar, trabalhar, trabalhar e, no fim, um bandido levar tudo. Vamos conseguir tudo novamente porque, afinal, não perdemos a capacidade de superar coisas ruins. Mas dói demais saber que pagamos tudo pelo menos duas vezes neste país.

Pagamos educação duas vezes: uma nos tributos, outra quando pagamos a mensalidade da escola particular. Saúde também: uma para o governo, outra para os planos de saúde, cada vez mais semelhantes na ineficiência. Transporte duas vezes: subsidiamos gratuidades, mas só nos deslocamos com alguma eficiência em veículo próprio.

É triste a nossa realidade, mas os tributos brasileiros se prestam a financiar os inúmeros casos de corrupção que acompanhamos pela ainda livre imprensa. O resto, ou pagamos, ou ficamos a ver navios. E só podemos fazer piada sobre a nossa realidade, como a volta da inflação e os picos de preço do tomate.

Aí sou obrigada a ver que agora um deputado brincalhão (não é Tiririca, viu?) quer destruir o princípio da separação dos poderes há séculos forjada pelo grande Monstequieu em seu grandioso O Espírito das Leis. O cara quer que decisões do Supremo Tribunal Federal, o único que ainda orgulha os brasileiros, sejam submetidas ao Congresso Nacional. Esse mesmo Congresso que não consegue nem punir os membros que quebram o decoro parlamentar. O Congresso de Sarney, Calheiros, Genuíno, Alves, Maias e tantos outros sobrenomes que já se envolveram em denúncias de todo tipo.

O deputado em questão nunca deve ter lido a constituição federal. Nem o começo, onde se encontram os princípios e fundamentos, nem o artigo 60, as chamadas cláusulas pétreas, que impedem que gente como ele  promova reformas que atentem contra a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; A SEPARAÇÃO DOS PODERES; direitos e garantias individuais.

Deputado e seus seguidores (se existirem), vão estudar! Saiam dos gabinetes e vão conhecer a realidade do povo brasileiro! Ninguém aguenta mais pagar duas vezes por serviços que deveriam ser providos pelo Estado. Imagine enfrentar processos judiciais (que já são caros) para depois ver tudo submetido à vontade de pessoas que só querem saber da próxima eleição. Que tal começar a pensar em soluções para a saúde, a educação, o trânsito, o aumento da inflação, o aumento da criminalidade, a falência do sistema prisional...?

Enfim, que tal parar para ler a faixa da foto acima e tentar aplainar a indignação diária dos cidadãos que ainda cumprem seus deveres neste país?

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A intolerância cega

Mais um clássico de futebol pelo Brasil que termina em violência. Mais um Abc x América que traz transtornos a todos os cidadãos. Até quando? Aliás, desde quando? Difícil responder. Não sei que ódio é esse que brota das entranhas em virtude de o outro ser diferente. 

Por que eu que torço pelo América mereço ter tranquilidade e o outro que torce pelo Abc não? E vice-versa? Que mal é esse que os abecedistas causam aos americanos e e que estes causam a aqueles? 

Não entendo a intolerância. Não entendo como a vida de outra pessoa pode ter tanta influência sobre a minha sem que nada da vida daquela pessoa diga respeito a mim. Torcer pelo Abc? Problema seu! E você deve pensar o mesmo sobre mim: ambos temos péssimo gosto a respeito do futebol na opinião do outro, né?

Também não entendo quem vive a querer discutir qual é o melhor time. Não há razão na paixão. Gosta-se e pronto! Os argumentos são todos arranjados depois. Excluem-se o que nos desagradam e incluem-se, com destaque, os que nos favorecem. Não há vencedor nesta história, somente uma eterna e desagradável desunião.

A intolerância cega. Além do futebol, vejo especialmente no Twitter diariamente ódio destilado entre petistas e psdbistas (um partido define o caráter?),  crentes e ateus (religião e respeito não combinam?), fãs de  determinados estilos de música (são mesmo antagônicos?).

Às vezes penso que sou anormal. Não consigo definir se alguém presta ou não por causa de partido, religião, gosto musical, futebol, sexo, orientação sexual, cor da pele, idade. Para mim, são as atitudes que contam. Convivo com crentes, ateus, abecedistas, americanos, apreciadores de rock, Grafith, forró, heteros, gays e bissexuais, negros, loiros, morenos, homens, mulheres, idosos, crianças... Gosto de todos que são seres humanos e não são cegos de intolerância. Afinal, adoro ser respeitada em minhas peculiaridades e gostos e não poderia agir diferentemente para com os meus semelhantes. 

Exemplo disso é que meu melhor amigo na faculdade era testemunha de Jeová. Logo eu que critico várias passagens bíblicas e religiões! Nunca brigamos por religião nos 5 anos de convivência diária num curso propício a debates (Direito). Cada um respeitando o outro dentro das suas peculiaridades, sem chacotas, piadinhas ou tentativas de persuasão.

Ah, se as pessoas aprendessem o que é respeito e exercitassem aquele ditado que diz que o seu direito acaba quando o do outro começa... Seríamos todos mais felizes. Diferentes e ainda assim felizes. 


sexta-feira, 19 de abril de 2013

A verdade absoluta

A verdade absoluta... Quem a possui? Deus? A Bíblia? As religiões/seitas? Os ateus? A ciência? Impossível responder com certeza. A não ser que você creia. E crer não tem nada com saber. Acreditar é diferente de saber, todos sabemos disso.

Dizem os que creem que Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Assim mesmo, com defeitos e tudo. Interessante filosoficamente. Deus, onipotente (tudo pode), onisciente (tudo sabe) e onipresente (em tudo está presente), criou seres defeituosos à sua imagem e semelhança. Teria Deus defeitos? Vixe, já posso visualizar a saraivada de pedras em minha direção.

Adoro questionamentos. É de minha natureza, que teria sido meticulosamente planejada por Deus. Assim, nem a Bíblia escapa. Gosto do Novo Testamento. É mais humano e menos fantasioso. O Velho? Esse tem umas estórias malucas sobre Adão e Eva serem os únicos humanos criados por Deus, mas eis que Este os expulsou para as terras de não sei quem. E já existiam outros humanos?

Tudo isso deve estar soando como heresia aos crentes (aqui englobo todos os que creem em Deus), mas não pretendo converter ninguém a qualquer coisa. Nem desconverter. Apenas gostaria de mostrar como o pensamento em geral pode ser um pouco mais crítico em nome do respeito. Sim, porque se tudo é baseado em crença e não em ciência (no sentido de tomar ciência, presenciar algo), não há espaço para discussão, mas respeito.

Não se discute time de futebol. Gosta-se ou não, sem qualquer razoabilidade atrelada. Não se discute religião: crê-se ou não, sem qualquer menção a aquela ser mais verdadeira que a outra. Deveria se discutir política, mas até aqui as pessoas demonstram paixão, não razão.

Abordo o tema para mostrar que se ninguém é detentor da verdade absoluta, que segundo os crentes estaria com Deus, como podem existir líderes de seitas que pretendem apontar tal verdade ou mesmo se arvorar em intérpretes da vontade de Deus?

Se Deus pregou o amor a todos como nós mesmos, como podem certos líderes e beatos saírem por aí a pregar o ódio ou discriminação a certas pessoas que também são filhas de Deus?

Vejo com imensa tristeza as declarações do tal Marcos Feliciano a respeito de africanos e homossexuais. Aqueles empreenderam luta que já dura séculos contra a opressão. Estes somente hodiernamente entenderam que merecem ser tratados igualitariamente. Aí vêm líderes religiosos pregar que estes permaneçam sendo discriminados como cidadãos de classe inferior. O que a presença de um negro traz de mal a um branco? O que a presença de um homossexual traz de mal a um heterossexual? 

Atualmente, a polêmica maior diz respeito ao casamento gay. Queria saber o que vai mudar na vida dos heterossexuais se os homossexuais puderem oficializar suas uniões afetivas. Vão ter menos direitos? Vão ser impedidos de casar? Vão perder dinheiro? Seriam os homossexuais ameaça aos direitos dos heterossexuais? 

Há anos negros não podiam frequentar os mesmos lugares do brancos. Muito sangue foi derramado para que esta imbecilidade fosse afastada. Agora querem impedir os homossexuais de amar e terem os mesmos direitos que os heterossexuais, mesmo tendo os tribunais apontado os princípios constitucionais como garantidores de que os homossexuais não são cidadãos de segunda classe.  

Aí eu me pergunto: o que diria Deus se tivéssemos a capacidade de ouvi-lo diretamente a respeito disso? Seria a derrubada do 2.º mandamento (Ame o teu próximo como a ti mesmo)? Ou haveria uma interpretação que somente os tais InFelicianos da vida conseguiriam dar a este mandamento, excluindo homossexuais e negros, e que atenderia em cheio ao mandamento divino?

Quem tiver a verdade absoluta que aponte a resposta.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Copa do Brasil é a expectativa

Depois da conquista do 1.º turno do estadual 2013, agora é a Copa do Brasil que causa expectativa tanto para torcedores e jogadores do América. O motivo é bem simples: a última campanha considerável ocorreu em 1999 (salvo engano), quando o Mecão eliminou Sport, Remo e só parou no São Paulo. De lá para cá, a campanha tem sido de envergonhar, com exceção de 2007, quando foi eliminado pelo Fluminense, embora vencendo o time tricolor em pleno Maracanã.

Muitos engasgos com Linhares, São José  e outros times sem expressão da vida, parece que neste ano o discurso mudou. Jogadores falam abertamente sobre a expectativa de jogar a Copa do Brasil e em tentarem de verdade eliminar o jogo da volta contra o Ji-Paraná, lanterna em Rondônia.

Chego mesmo a afirmar que esse empate com o Baraúnas foi fruto dessa ansiedade.. E é aqui que mora o perigo. Tendo que enfrentar uma longa viagem até Rondônia, Roberto Fernandes terá que tirar coelho da cartola para não deixar que esta ansiedade estrague os planos do América em se classificar para a próxima fase da Copa do Brasil. Já nem importa se o Mecão fará um jogo apenas ou dois contra o Ji-Paraná. Sem dedicação e tranquilidade, o time rondoniense, que vem mal das penas em seu estadual e também deve estar louco para mostrar serviço em outra competição, deve se apresentar como um osso duro de roer e, portanto, requer o máximo de atenção do elenco como um todo.

Na quarta à noite, poderemos ter uma ideia da capacidade de concentração do elenco atual. Afinal, na Copa do Brasil, um tropeço pode ser fatal.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Lado Bom da Vida

Domingo diferente para os meus padrões. Sem jogo do América em Goianinha, decidi gastar umas cortesias que tinha para o Cinemark. Analisada a programação, que felicidade ao ver que O Lado Bom da Vida ainda estava em cartaz e com uma sessão às 13h40. Tudo perfeito para mim!

O Lado Bom da Vida é classificado como uma comédia romântica, o que normalmente não tiraria de casa para o cinema. Comédias românticas são perfeitas para assistir em casa. Mas basta um olhar mais detalhado para as informações do filme para se perceber que não é bem por aí. 

O filme tem 2 horas de duração - muito longe, portanto, de comédias românticas comuns. Além disso, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, bom indicativo de que não é uma comédia romântica. E de fato não é. O Lado Bom da Vida é daqueles dramas com pitadas de humor que lhe deixam com um sorriso na boca o filme inteiro. Nada de gargalhadas estridentes. E o romance é sutil, somente no fim você se lembrar que o filme é uma comédia romântica. 

Muitíssimo interessante. A estória começa com Pat num hospital psiquiátrico após o choque de um flagra em sua esposa com outro homem em sua casa. A partir daí, somos envolvidos na história familiar de Pat, cujo pai tem transtorno obsessivo-compulsivo e é daqueles torcedores extremamente supersticiosos (sim, há um limite tênue entre superstições esportivos e o TOC). Para mim, foi impossível não me reconhecer em algum aspecto da estória. 

A realidade paralela em que parece viver Pat, sua luta contra a doença, a agonia de sua mãe, o sucesso de seu irmão, tudo é angustiante e ao menos tempo familiar. Bagunçado e estruturado, como é a vida. O contato de Pat com o mundo real é bem angustiante, mas de uma leveza incrível. Tão bom era o filme, que, já com uma hora de duração, a sensação que eu tinha era de que apenas 15 minutos haviam passado.

Se você quer algo simultaneamente leve e profundo para passar o tempo, O Lado Bom da Vida é definitivamente minha recomendação.  E prepare-se para ver um drama leve com um final de comédia romântica. Porque se você espera uma comédia romântica apenas, poderá se decepcionar. E o trailer passa uma ideia tanto quanto errada do filme, mas confira:

quinta-feira, 21 de março de 2013

Chegou a hora de Gláucio

"Desperate times call for desperate measures", como diz o ditado em inglês, situações de desespero requerem medidas desesperadas.  O ataque do América é pífio. Tiago Adam tem bom chute, incomoda os zagueiros, mas não passa disso. Não sabe cabecear, e assim já perdeu duas chances claras de gol nos dois últimos jogos. Dimas, Alemão e Taiberson devem ser bons em outros esportes, mas no futebol...

Claro que Isaac queimou a língua de todo mundo na temporada passada. Seus melhores chutes no estadual ficavam mais próximos da bandeira de escanteio do que do gol. Mas tudo mudou no finzinho do estadual. Seria essa a situação de Tiago Adam, e, principalmente, Dimas, Alemão e Taiberson?

Não sei, mas desconfio que o buraco é mais embaixo. Alemão lembra muito uma enceradeira - roda, roda e não sai do lugar. Dimas parece não saber qual o momento de correr atrás da bola, dominar, chutar. E Taiberson parece não entender que o jogo é coletivo.

Aí eu lembrei que Gláucio, cria do Mecão, só jogou duas partidas pelo time profissional. Logo na Copa do Nordeste.Coincidentemente, as duas partidas contra o Salgueiro (2x0 e 1x2). Numa, ele foi muito bem - até bola na trave meteu. Ótima movimentação para uma estreia. Na outra, jogou super mal, MAS... deu o passe (e que passe!) para o único gol do Mecão na partida (Rico).

De lá para cá, esqueceram Gláucio, mandaram Rico e Renan Marques embora e ficamos com Tiago Adam, Dimas, Alemão e Taiberson. Não falo de Cléo e Itamar porque ambos estão e ficarão de fora ainda por um tempinho. Tristeza.

Será mesmo que não dá para Roberto Fernandes escalar o garoto de bom porte, boa velocidade e bom chute mais uma vez? Ele não serviu na Copa do Nordeste? Será que o Estadual é assim tão mais difícil que a Copa do Nordeste?

Eu, daqui, já inicio a campanha: Bota o Gláucio, Bob! Até porque, pelo que vi até agora, pelo menos Dimas, Alemão e Taiberson, juntando os 3, não se obtém 1/2 Gláucio.

domingo, 10 de março de 2013

De onde vem a serenidade?

É estranho como não sabemos nossa reação aos mais variados fatos em nossas vidas. Por exemplo, lembro quando muito criança ainda que eu dizia que jamais deixaria um ladrão levar algo meu. Iria dar um tapa nele e sair correndo. Nem preciso dizer que meu primeiro encontro com um ladrão não foi bem assim. Saía da escola e me dirigia à parada de ônibus, por volta das 15h30, quando um sujeito de pele negra muito bem vestido e com bastante educação perguntou-me as horas. Mal olhei para o relógio e ele avançou para o meu braço, dizendo que eu ficasse quieta porque era um assalto. Olhei bem em seus olhos durante todo o ocorrido. Não pude evitar esse comportamento tão repreendido pelas autoridades policiais. Isso ocorreu há mais de 20 anos, mas acho que ainda seria capaz de reconhecê-lo. Muita gente não acredita quando digo, mas ainda dei tchau ao meliante quando ele foi embora.

É ou não é estranho? Tenho essa tendência de me manter quase uma barata morta quando algo enerva todos ao redor. Não sei como, já que sou extremamente ansiosa. Normalmente, sou aquela que consegue raciocinar melhor quando algo foge ao controle. Da última vez que vi um assalto, o cara tinha uma arma em punho e assaltou uns jovens a 100 m de onde eu estava. Todo o pessoal ao meu redor não sabia o que fazer. Eu que tive que enxotar todo mundo para dentro de casa, uma vez que pareciam em transe diante do ocorrido. 

Saindo da seara de crimes, as notícias sobre saúde costumam causar grande ansiedade em mim. Mas somente a espera me deixa ansiosa. Imagino 300 mil coisas ruins. Ciente do diagnóstico, o que me resta a não ser me adaptar à realidade e seguir o curso de minha vida? A última notícia médica revelou uma condição gástrica um tanto quanto preocupante. O que fazer? Mudar o ritmo de vida vem sendo uma constante agora. Por incrível que pareça, naturalmente consegui reduzir minha ansiedade. Sou a famosa perua (morro de véspera) como já revelado acima. No entanto, a realidade de um novo quadro em minhas condições que precisa ser controlado para não atingir um mal maior me fez encontrar uma serenidade jamais conhecida por mim. 

Estou aprendendo que as coisas existem independentemente de mim. Também podem ser resolvidas sem mim. Não haverá um cataclisma mundial se eu estabelecer menos tarefas em nome da saúde. Além disso, abandonar certos alimentos e bebidas não transformará minha existência num inferno de Dante. Tudo assim, com muita serenidade, sem drama.

Nunca me vi com tal característica, mas eis que algo nos assola e revela coisas inimagináveis. A notícia ruim me trouxe coisas boas. Apesar de todo o sofrimento que a fase inicial impeliu - enjoar até água revela bem a tortura - perdi alguns quilos e redescobri outros valores na vida. 

Não sei de onde vem a serenidade, nem se ela veio mesmo para ficar. Porém nunca me senti tão em paz comigo mesma, tão no controle do meu destino.

Que bom seria se todo mundo pudesse ver o que eu agora vejo! Valorizamos tanto coisas sem futuro e deixamos de atentar que o bom da vida está nas coisas mais simples, que não precisam de dinheiro, tecnologia e/ou da audiência de quem quer que seja para existirem. É nesse momento que tudo se encaixa perfeitamente e deixamos de ser escravos dos outros e de coisas sem valor. 

Sei que esse entendimento normalmente vem quando se enfrenta uma situação de vida ou morte. Não é o meu caso. Fui chamada a corrigir minha rota bem antes. Por isso, gostaria que todos tivessem a mesma chance que eu de encontrar a serenidade assim, sem saber de onde ela vem. Resolveria muitos dos problemas do mundo.

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Sonho x realidade

Quando sonhamos tudo podemos. Comprar sem orçamento, deslocarmo-nos em poucos segundos por distâncias assustadoras, morrer e ressuscitar, curarmo-nos sem necessidade de remédios ou hospitais, voar... Quando sonhamos coisas boas, naquele momento, a realidade é suplantada. Que pena quando acordamos e damos de cara com a dura vida.

Assim também é quando sonhamos acordados. Projetamos conquistas futuras. Inicialmente tudo são flores. À medida em que caminhamos em busca do sonho, de sua conquista, deparamos com percalços pequenos no início, bem mais sofríveis depois.

Escrevo estas malfadadas linhas (certamente serão alvo de críticas de ambos os lados, mas não me furto de expor o que penso - é do meu feitio) impressionada com os últimos acontecimentos envolvendo o América. Desde que o Abc construiu em parceria com a Ecocil o seu estádio, surgiu em alguns americanos um desejo desenfreado de ter um estádio próprio. O clube que resolvera construir um CT quando da venda da Pousada do Atleta ao Hiper Bompreço (sim, jovenzinhos, o América treinava ali praticamente no cruzamento da Av. Engenheiro Roberto Freire com a Av. Ayrton Senna), por sinal, na administração de Eduardo Rocha, e que nunca ligara para estádio, já que tinha o Machadão para chamar de seu, passou a perseguir a construção de um estádio próprio. 

Mas nada no América caminha sem a bênção dos Rocha. Enquanto José Rocha foi contra, de nada adiantaram inúmeros projetos e apelos de iniciativa de jovens torcedores (participei como ouvinte de uma das reuniões) para que o tal sonho fosse concretizado. Com a queda do Machadão, Zé Rocha mudou de opinião e agora parece que a Arena América vai. Este é o sonho: um estádio moderno, nos moldes da Fifa, bem localizado, e com capacidade para 22 mil expectadores, e que será explorado comercialmente em dias normais. Perfeito!

Qual é a realidade? Qualquer construção custa caro e praticamente nada neste país segue o orçamento inicial. Quem já realizou reforma em casa bem sabe o que estou dizendo. A obra nem sai no prazo nem cabe no orçamento previsto. A Arena América, que já teve vários números divulgados como sendo a capacidade inicial (desde 2.500 aos atuais - previstos - 6.500 ), terá que ser construída em etapas e aqui está o pulo do gato. Não adianta apenas doação de cimento, areia, prego, tábua, instalações hidráulicas, elétricas, etc. É preciso dinheiro para pagar a mão-de-obra especializada. 

Em entrevistas, Zé Rocha afirmou que o investimento no primeiro módulo (será que terá mesmo capacidade para 6.500 lugares?) será todo proveniente da venda de camarotes e cadeiras. E depois? O que será negociado para a construção de tantos módulos quantos bastem para que seja atingida a capacidade total? Quem tem coragem de afirmar quando o América poderá sediar um jogo de Série B (10.000 no mínimo) em sua Arena? E um jogo de Série A (15.000 no mínimo)? E uma semifinal da Copa do Brasil (iluminação adequada e 15.000 sentados)?

Pois bem. Agora mesmo o América sofre com o deslocamento de aproximadamente 60km numa BR duplicada para jogar na acolhedora Goianinha. Público definhante mesmo tendo o América como candidatíssimo a um acesso à elite da Série A no ano passado. Nem o clássico de campeões do Nordeste com o Vitória empolgou mais torcedores a empreenderem uma viagem de 120 km + outros gastos. 

Que saudade do Machadão! Acessado por todas as linhas de ônibus da cidade (passagem a R$ 2,20), até a pé eu chego lá. Sem traumas com os horários dos jogo, porque até no segundo tempo eu chegava. Atualmente, se o jogo não começar pelo menos 45 minutos depois de meu horário de trabalho ou compromisso, adeus! Afinal, levo mais tempo no carro do que dentro do estádio.

Some-se a isso que todo bar transmite os jogos dos times de Natal. Frequentar estádio virou coisa de apaixonado (mais para louco mesmo) endinheirado. No caso de Goianinha, então, frequentar estádio é caríssimo, distante, cansativo. E o aumento dos combustíveis só piorou as coisas. Nem vou falar dos horários loucos da Cbf.

 Esclareço que opino pelo que é de conhecimento público, vez que não vi, nem li documentos, nem conversei diretamente com os envolvidos. Dito tudo isso, vamos à polêmica! A OAS teria oferecido patrocínio de 1 ano e meio ao América para que este realize pelo menos 50% de seus jogos como mandante por ano na Arena das Dunas durante 15 anos. O empresário que resolveu investir num estádio no meio do nada em termos de futebol (Ceará-Mirim) teria oferecido o Barretão para que o América lá jogue sem custo durante 5 anos. E a construção da Arena América estaria a todo vapor (?!). Onde está a polêmica? As cassandras dizem que se o América fechar com a OAS não constrói a Arena América. Será?

Volto às minhas perguntas: quando a Arena América terá capacidade de receber um jogo pelo menos de Série B? Até lá, o América vai continuar definhando em Goianinha com arquibancadas inutilmente alugadas para fechar a capacidade do estádio? O bom senso diz que não. Voltemos ao Barretão. Se o América jogar lá, vai matar o sonho da Arena América? Qual a solução, então? Licenciar-se até que a Arena América esteja pronta?

Fico impressionada como coisas simples não são resolvidas com bom senso no América. Vou ser dura agora: a Arena América NUNCA terá os bons públicos que o Machadão teve. É o mesmo que ocorre com o Maria Lamas Farache - localização é tudo! E o Machadão, agora Arena das Dunas é imbatível neste quesito. Além disso, a própria capacidade máxima já indica: um público como o de América x Brasiliense em 2010 (jogo de rebaixamento) e América x Santo André  em 2006 (jogo de acesso), para ficar em jogos memoráveis mais recentes, com mais de 28 mil pessoas, não se repetirá jamais na Arena América. 

Quando tiver capacidade para 6.500 pessoas, a Arena América não poderá receber jogos da Série B. E aí?  A melhor solução em termos de público é jogar em Ceará-Mirim, cujo acesso é pior do que o de Goianinha, jogar em Goianinha com trambolhos inutilmente alugados, jogar no moderno e bem localizado Arena das Dunas ou se licenciar até que um dia o estádio próprio tenha capacidade para pelo menos 10 mil?

Senhores conselheiros, família Rocha, Senhor Presidente do América, por favor, tenham bom senso. Joga-se em Goianinha nos jogos com menos de 10 mil de capacidade (estadual e primeiras fases da Copa do Brasil) e joga-se a Série B no Barretão até a virada do ano. Construída a Arena América (fase inicial) e a Arena das Dunas (dezembro de 2013), joga-se na Arena América nos jogos com menos de 10 mil de capacidade (estadual e primeiras fases da Copa do Brasil) e na Arena das Dunas a Série B. Esqueçam essa besteira de Barretão em 2014 ou nos anos seguintes! 

Tomem como exemplo o que ocorreu com a torcida do Abc, que nunca mais lotou um estádio devido à distância. Não levem o América com suas próprias pernas para o mesmo caminho. Que esses anos sem Machadão tenham servido de lição. Que venha a Arena América! Mas atentem para a realidade de que uma construção de tal porte leva tempo e dinheiro e não sairá a toque de caixa. Vamos assumir a Arena das Dunas também como nossa casa. O América é grande e não merece públicos de 1.000-2.000 presentes. Permitam o seu engradecimento! Não matem o Orgulho do RN!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Agora vai!

Ainda no clima das marchinhas, posso dizer "menina, vai. Com jeito vai. Senão um dia a casa cai." O ano agora vai. A partir do meio-dia, nasce de fato o ano de 2013 no Brasil. Tudo que aguardava um destino para "depois do carnaval" começa a se acertar nos trilhos.

Aulas retomadas, trabalho revigorado, inflação chegando, tudo aguardou o fim do carnaval. Mas é bom lembrar que o carnaval continua em alguns pontos deste país. Há até gente que só vai retomar o curso normal da vida na próxima segunda-feira. O que são uma quinta-feira e um sexta-feira entre o carnaval e o fim-de-semana? Motivo para esticar o feriado. O povo brasileiro é assim e nem adianta chiar. 

Agora todo mundo acredita que os problemas serão resolvidos. O ano começou de verdade. Será que os juízes vão despachar e sentenciar os processos que estão conclusos para tanto há muito tempo? Será que os funcionários das varas estaduais, especialmente, vão pegar no batente pra valer? Será que os alunos vão mesmo estudar? Será que os políticos vão pensar um pouquinho mais em benefício da população em geral? 

O Papa deixou sua renúncia para o fim de fevereiro. É mais seguro aumentar a distância do carnaval. abe como é, né? O povo fica ressacado, esgotado de tanta folia... O melhor mesmo é aguardar o fim do fatídico mês que marca o início do ano. 

Só espero que ninguém ache que é melhor aguardar o fim da quaresma ou a passagem da Semana Santa. É muito espera para meu gosto.