quarta-feira, 24 de abril de 2013

A intolerância cega

Mais um clássico de futebol pelo Brasil que termina em violência. Mais um Abc x América que traz transtornos a todos os cidadãos. Até quando? Aliás, desde quando? Difícil responder. Não sei que ódio é esse que brota das entranhas em virtude de o outro ser diferente. 

Por que eu que torço pelo América mereço ter tranquilidade e o outro que torce pelo Abc não? E vice-versa? Que mal é esse que os abecedistas causam aos americanos e e que estes causam a aqueles? 

Não entendo a intolerância. Não entendo como a vida de outra pessoa pode ter tanta influência sobre a minha sem que nada da vida daquela pessoa diga respeito a mim. Torcer pelo Abc? Problema seu! E você deve pensar o mesmo sobre mim: ambos temos péssimo gosto a respeito do futebol na opinião do outro, né?

Também não entendo quem vive a querer discutir qual é o melhor time. Não há razão na paixão. Gosta-se e pronto! Os argumentos são todos arranjados depois. Excluem-se o que nos desagradam e incluem-se, com destaque, os que nos favorecem. Não há vencedor nesta história, somente uma eterna e desagradável desunião.

A intolerância cega. Além do futebol, vejo especialmente no Twitter diariamente ódio destilado entre petistas e psdbistas (um partido define o caráter?),  crentes e ateus (religião e respeito não combinam?), fãs de  determinados estilos de música (são mesmo antagônicos?).

Às vezes penso que sou anormal. Não consigo definir se alguém presta ou não por causa de partido, religião, gosto musical, futebol, sexo, orientação sexual, cor da pele, idade. Para mim, são as atitudes que contam. Convivo com crentes, ateus, abecedistas, americanos, apreciadores de rock, Grafith, forró, heteros, gays e bissexuais, negros, loiros, morenos, homens, mulheres, idosos, crianças... Gosto de todos que são seres humanos e não são cegos de intolerância. Afinal, adoro ser respeitada em minhas peculiaridades e gostos e não poderia agir diferentemente para com os meus semelhantes. 

Exemplo disso é que meu melhor amigo na faculdade era testemunha de Jeová. Logo eu que critico várias passagens bíblicas e religiões! Nunca brigamos por religião nos 5 anos de convivência diária num curso propício a debates (Direito). Cada um respeitando o outro dentro das suas peculiaridades, sem chacotas, piadinhas ou tentativas de persuasão.

Ah, se as pessoas aprendessem o que é respeito e exercitassem aquele ditado que diz que o seu direito acaba quando o do outro começa... Seríamos todos mais felizes. Diferentes e ainda assim felizes. 


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