5 jogos entre América e ABC neste campeonato, sendo 2 vitórias do América e 3 empates. Se olharmos para as finais exclusivamente, temos 3 empates (0x0, 1x1 e 2x2).
Desse jogo, um América muito abaixo e um ABC muito acima do esperado. Desfalques para todo lado, mas um eu ressalto: Allef. Não é a primeira vez que o América vai muito mal quando ele não joga. É que ele dá equilíbrio ao time, e não só defensivamente. Talvez tenha sido esse também o motivo não só do desarranjo da equipe, mas do claro receio em trocar passes no 1.° tempo, principalmente com um ABC disposto a não sofrer ataques/contra-ataques em velocidade e já abafando a saída de bola adversária antes mesmo da linha que divide o campo.
A linha defensiva do América sofreu um domingo digno d'Os Trapalhões, clássico pastelão da Globo com Didi, Dedé, Mussum e Zacarias. Basta olhar os lances que resultaram nos dois gols de um endiabrado Kelvin, que não tinha nada com isso e aproveitou-se muito bem da desgraça alheia.
Na base da insistência de um ou outro jogador, especialmente William Marcílio, caiu do céu uma falta para Araújo. A cobrança desviou na trave e sobrou para aquele que assumiu a responsabilidade de avançar com o time no apático 1.° tempo e estava praticamente em todo canto do campo: o próprio William.
É bom lembrar que havia mais um desfalque considerável, pelo menos ofensivamente: Thiaguinho. Mas nada foi tão sentido como o buraco que Allef deixou no lado direito, no meio e na defesa. Até as boas inversões com Araújo no meio e William na ponta sumiram. Foi duro de ver.
A única coisa que prestou pelos lados do América foi a jogada do 2.° gol. Uma boa abertura na direita com Rodrigo, que foi derrubado na área. Nem o gosto de ver um gol com lance corrido houve. O pênalti convertido por Wallace terminou deixando tudo igual.
À essa altura, as duas equipes já estavam em frangalhos em campo. Neste quesito, vou puxar a orelha do técnico Leandro Sena. Wallace vinha de contusão e William já dava sinais claros de esgotamento por volta dos 25 minutos do 2.° tempo. A troca dos dois só ocorreu aos 40 minutos. Um vacilo dos dois numa saída de bola/contra-ataque e o prejuízo poderia ter se refletido ainda mais no resultado, fora o risco de lesão.
Nas arquibancandas avermelhadas por mais de 21,5 mil pessoas, a torcida americana bateu mais 2 recordes: maior público da temporada e maior público num clássico de final na Arena das Dunas. De parabéns estão a torcida, com seu mosaico desde o início e suas luzes no fim do jogo, e a direção do América, que captou a mensagem do momento atual e compreendeu que às vezes uma pessoa sozinha a R$ 30 nem vai a campo, mas três da mesma família a R$ 10 vão e deixam a festa muito mais bonita.
No mais, eu disse no podcast de hoje que estava achando que teríamos 2 novos empates nas finais e que sofreríamos todas nós, pessoas que torcem para América ou ABC, com uma decisão por pênaltis. Espero que eu esteja redondamente enganada porque uma decisão assim é de uma crueldade sem tamanho. Só presta para quem não torce para nenhuma das equipes. Na quarta-feira saberemos.
De todo jeito, nada mudou para o América. Só há finais daqui até o fim da temporada. Escapou hoje de dois vacilos típicos de futebol amador, que não podem mais se repetir em hipótese alguma, especialmente na competição que começa no próximo fim de semana e que tem uma fase eliminatória massacrante. Que fique a lição.
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