(Imagem: Canindé Pereira, América)
O técnico Paulinho Kobayashi participou de entrevista coletiva logo após a classificação do América para as oitavas de final da Série D 2020.
Adversário fechado
Nós já sabíamos que eles iam vir fechados. Isso daí acaba atrapalhando um pouco todo o processo, mas nós treinamos bastante nesta semana justamente pensando nessa hipótese. E eu falei para eles darem um ritmo um pouco mais acelerado no primeiro tempo porque no segundo eles não aguentariam. E foi mais ou menos o que aconteceu. Aí nós mudamos até mesmo a estratégia, a maneira de jogar com a entrada do próprio Romarinho e a equipe melhorou bastante. Cobrei bastante a descida do Everton, que nós exploramos bastante. Eu queria Wallace um pouquinho mais dentro da área para que a bola chegasse nele. A movimentação de Rodrigo Andrade com Rondinelly tinha que dar essa bola para eles para que eles pudessem fazer os gols, que é o caso do Wallace Pernambucano, que tinha que tinha que aparecer mais, o Xuxa, que tinha que se movimentar, Elias. Então no segundo tempo, graças a Deus, nós conseguimos fazer os gols e o ritmo acelerado fez com que eles não conseguissem acompanhar.
Lateral esquerda
Nós temos que ver essa situação na semana. Eu já tinha treinado com o Paraíba ali na lateral esquerda. São situações que a gente tem jogadores que possam nos ajudar. Tem também a recuperação do Carlos, ver essa lesão, porque até então ele estava bem. O médico passou também lá de manhã, tinha avaliado. É que o atleta fala que não sente dor porque quer jogar. A vontade de jogar fala até mais alto que a dor. Mas nós vamos avaliar melhor, examinar. Os nossos médicos são competentes para que possam fazer com que o atleta esteja para jogar. Eu tenho certeza que se der certo o Carlos Renato nesta semana, ou então a gente vai tentar improvisar um desses jogadores [Romarinho ou Anderson Paraíba].
Estratégia da classificação
Eu tenho cobrado dos jogadores, principalmente nos treinos, que nós temos que pressionar o adversário numa linha um pouco mais alta, não deixar o adversário jogar para que ele não consiga construir, e sim dar um chutão para que a gente possa voltar e tentar fazer essa construção. Um perde-pressiona um pouco mais dinâmico, mais rápido no 2.° tempo, quando nós conseguimos chegar com velocidade e com rapidez no gol adversário. Depois que sair o 2.°, o 3.° gol, nós temos que aproveitar a fragilidade do adversário, tentar fazer os gols para que a gente não corra risco nenhum, que, de repente, num contra-ataque, como nós tínhamos um volante só e dois zagueiros para marcar, colocamos um time até um tanto ofensivo, que não é o natural, não é o normal, mas pela questão da necessidade da vitória, nós íamos correr esse risco. Então nós tínhamos que tentar roubar a bola lá em cima para não correr esse risco, e sim que eles dessem um chutão e não criassem qualquer situação de perigo.
Rodrigo Andrade, Gustavo Xuxa e Wallace Pernambucano
Xuxa no outro jogo entrou muito bem. Agora começando o jogo, eu acho que ele ficou um pouco ansioso. Acho que é normal, é natural. Primeiro jogo dele como titular. A gente sabe da qualidade dele, da capacidade dele. Nós não podemos deixar de tirar proveito disso. Eu tenho certeza que ele tem muito a crescer e muito a nos ajudar. Rodrigo Andrade no primeiro tempo também ficou um pouco apagado, tentando esperar um pouco dos companheiros para como ele ia jogar, e no segundo tempo ele tomou mais atitude, coisa que eu cobrei dele e do Rondinelly, para que eles tivessem mais atitude porque se eu coloquei dois meias, tinha que fazer com que a nossa equipe jogasse, para criar mais, para buscar o jogo. E no primeiro tempo eu tive que tirar muito Wallace de dentro da área. Então isso daí acaba dificultando um pouco. Quando a bola chega, ele pode estar cansado. Tanto é que ele estava cansado no final de tanto correr, de tanto sair. Mas Wallace tem qualidade porque ele era meia na realidade. Ele nem sempre foi 9. Ele era meia e de repente ele foi para a frente e começou a se posicionar como um 9 e se deu bem fazendo os gols porque ele tem muita qualidade de finalização no potencial dele, mas ele tem capacidade e qualidade para sair da área, fazer um falso 9, ou até mesmo um 9 dentro da área.
Cobrança de pênalti
Nós treinamos pênaltis todos os dias, e em véspera de jogo eu tenho um critério que aquele que consegue acertar todos os pênaltis, ele está na frente. Então é confiança. Pênalti tem que ter a confiança de bater e, quando erra, vai ficando em segundo, vai ficando em terceiro. ou então nem entra na lista. Por isso que a gente tem essa variedade. E como um dos critérios da competição também é se empatar em todos os critérios, é pênalti, então, todos eles estão preparados para bater o pênalti. Então tem uma sequência, um critério que eu uso - o primeiro, o segundo, o terceiro. E aí depende muito deles ali. Quem não estiver bem, quem estiver cansado, com a perna pesada... Wallace, que seria o primeiro, estava com a perna pesada. Entre ele e Rodrigo Andrade, que são os 3 que estavam na lista. E aí pelo fato de ele [Elias] estar muito bem no jogo também, foi uma escolha até mesmo entre os jogadores. A gente sempre fala para eles: "Olha, eu não quero egoísmo." Acho que não é obrigação "Tem que ser eu porque eu fui o escolhido". Se não estiver bem, a gente tem que ter essa consciência porque nós estamos jogando para o América, e não para o individual do atleta. Então a escolha foi feita ali para que pudesse fazer o gol. E no caso foi Elias o escolhido.
Recado para a torcida do Mecão
Continue acreditando. Não deixe de acreditar. É normal, é natural, às vezes, fora de casa você tropeçar, mas o importante é levantar. Acho que a gente está se levantando. Qualquer tropeço, qualquer problema que nós tivermos nesse caminho, pode ter certeza que nós vamos nos levantar e nós vamos seguir em frente. Apóie, ajude e nosso principal objetivo é o acesso. Eu tenho certeza de que a gente vai em busca desse acesso com toda a vontade, com determinação e garra para conseguir colocar o América novamente na Série C.