Enfim, acabou. Acabou o calvário de ir ao Barretão, que imediatamente após o primeiro jogo apelidei de Buracão. Pelo menos para mim, a despedida deu-se no jogo América 2x3 Avaí. Porém o América só deixa Ceará-mirim definitivamente na terça-feira, após o jogo contra a Chapecoense.
Sobre o jogo, não vi o 1.° gol do América. Estava percorrendo o enorme caminho entre a areia onde ficou o carro e a entrada para as arquibancadas. Fiquei de uma lado diferente desta vez, para não perder mais tempo. Horrível. O lado onde fiquei era o típico portão 5 do Machadão - pessimista e reclamão. Deus me livre!
Vi um América dominador, marcando pressão durante quase todo o primeiro tempo. Vi gols perdidos, especialmente um por Laércio cara a cara com o goleiro adversário, o velho Fabinho, um impressionante Ricardo Baiano, o segundo gol do Mecão.
Vi um segundo tempo em banho-maria (quem aguenta aquele ritmo todo de marcação pressão num gramado marrom - "marromeno"?). Logo no início, fiquei me perguntando como Argel conseguiria fazer uma substituição por cansaço e manter o time no compasso do primeiro tempo? Impossível, já que não havia mais velocidade entre os substitutos. Eu, particularmente, teria enchido o time de volantes e zagueiros no fim. Mas é fácil falar agora.
O ritmo do América foi caindo. Laércio perdeu outro gol quase com o goleiro batido. No rebote, Júnior Negão (reserva) também perdeu outro. E o Avaí colocando velocidade e explorando os lances de falta e escanteio com o bom pé de Marquinhos.
Surge o 1.° gol do Avaí. Água mole em pedra dura... Mas tudo ainda estava sob controle. O problema é que Marquinhos continuava afiando o pé nas faltas e nos escanteios.
Para mim, o lance que determinou o rumo da partida foi o terrível desencontro entre Zé Antonio e Andrey. O goleiro muito mais preocupado em pedir impedimento do que em sair para abafar o lance. Foi encoberto e o coração dos americanos se encheu de tristeza.
Não demorou e o Avaí fez o terceiro gol. Dizem que foi contra de Júnior Negão. Parece ser a nova sina do América: fazer gol contra. Segundo jogo seguido em que isso acontece. Seria a sorte de rebaixado?
No fictício portão 5, o povo já sabia, mesmo quando o América vencia por 2 gols, que a entrada de Júnior Negão seria o fim. Sabia ou torcia? Cravo a segunda sem medo. Foi por essas coisas que deixei de frequentar o portão 5 original em 2005. Graças a Deus não passarei mais por isso no Barretão.
Então, despedi-me da ruma de energia negativa lá no Barretão (torcedores frustados, burro enterrado, tristeza, e tudo mais). Garanto que não vou sentir um pingo de saudade.
Aguardo agora ansiosamente a minha re-estreia no Nazarenão. Lá já tenho lugar cativo no sol, perto da Máfia, onde pessimismo não combina. Agora sim só energia positiva. Xô, frustração! #NazarenãoEuTeAmo
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