terça-feira, 24 de outubro de 2017

Desaprovados

Na pesquisa Certus/98FM divulgada ontem no RN, é de se destacar a desaprovação dos entrevistados em relação aos governos de Michel Temer e Robinson Faria.

O governador tem 75,36% de desaprovação no Rio Grande do Norte; o presidente, 92,32%.

Mas o que surpreende mesmo é que ainda há 16,27% que aprovam Robinson Faria e 3,55% que aprovam Michel Temer.

Ô povo de família grande!

"Nós não sabíamos"

A única voz oficial do ABC a falar sobre a crise que culminou na greve dos jogadores foi o vice-presidente Leonardo Arruda. 

No programa Arena, da TV Ponta Negra, Leonardo falou o seguinte, segundo transcrição do blog Marcos Lopes:

"A gente lamenta muito chegar nesta situação. Muitas coisas são reflexo da falta de resultados, futebol é resultado e quando estava tendo bons resultados, com a recuperação da hegemonia do futebol potiguar e do acesso, isso não aparecia, mas as dificuldades sempre foram grandes. Foi feito o CAEX (Ato Trabalhista) que no princípio todos os débitos seriam canalizados neste Ato, mas muitos casos sequer foram apreciados. Alguns acordos feitos de forma amigável tiveram que ser cumpridos com vários jogadores daquele elenco de 2015 e outros de 2016 que nós rescindimos os contratos, e tudo começou a dificultar a entrada de recursos dentro do ABC. De uma hora para a outra começou a haver uma sucessão de bloqueios de contas do ABC. Pela flexibilidade da Justiça do Trabalho alguns atletas apresentaram reclamações onde moram, Mateus Cancian esteve aqui em 2013 e para surpresa nossa teve bloqueio das contas do ABC por uma ação trabalhista dele em Santa Rosa no Rio Grande do Sul. Houve bloqueios de contas pela Justiça do Trabalho do Ceará, Brasília, Salvador. Foi quando o time começou ter queda vertiginosa no Brasileiro e tudo piorou ainda mais. (...)  Teve planejamento sim. Se faz planejamento para ser cumprido, mas nós não sabíamos que existiam tantas reclamações trabalhistas, que tiveram que ser feitos acordos judiciais para liberar as contas do ABC e isso tirou o nosso fluxo. Para você ter uma ideia das dificuldades, nos dois ultimos jogos no Frasqueirão, a casa do ABC, tivemos um prejuízo acumulado de 8 mil reais. Pagamos para abrir os portões e jogar na nossa casa."

Ao portal Agora RN, Leonardo Arruda falou especificamente sobre a greve:

"Ficamos surpresos com a decisão tomada ontem pelos jogadores através do Sindicato. Digo isso porque nada nos foi passado em relação a essa possibilidade. Tudo que ficamos sabendo - e estamos sabendo até agora - nós descobrimos através da imprensa. O que posso falar neste momento é que nós estamos aguardando os desdobramentos do caso e continuamos fazendo reuniões diárias para tentar controlar a situação. Estamos buscando recursos para quitar pelo menos um mês de salários, muito embora saibamos que isso não iria sanar de vez todos os nossos problemas."

Incrível

Se não é sabotagem, parece. A CBF inventou uma tal Copa de Seleções Estaduais Sub-20, com participação do RN nas mesmíssimas datas (29/11 e 03/12) da Copa do Nordeste Sub-20.

Se América e Globo forem avançando na Copa do Nordeste, que começa em 22/11, imagino que a FNF vá formar a Seleção do RN com jogadores de ABC e Santa Cruz de Natal.

Por enquanto, não se sabe nem quem comandará o time.

Série B 17: Paraná x Vila Nova às 20h30

Local: Estádio Durival Britto (transmissão ao vivo para todo o Brasil, exceto Paraná, pela Sportv)

Paraná (4-4-2): Richard, Cristovam, Iago Maidana, Eduardo Brock, Igor; Vinícius Kiss, Gabriel Dias, Renatinho, Vitor Feijão; Felipe Alves, Alemão. Técnico: Matheus Costa.

Vila Nova (4-4-2): Luís Carlos, Maguinho, Wesley Matos, Bruno Prado, Gastón Filgueira; Geovane, PH, Alípio, Alan Mineiro; Lourency, Moisés. Técnico: Hemerson Maria.

Árbitro: Marcelo Aparecido de Souza (SP)
Assistentes: Anderson José de Moraes Coelho (SP) e Bruno Salgado Rizo (SP)

Destaques do Paraná
Renatinho - bom na movimentação e na finalização.
Alemão - atacante que não perdoa.

Destaques do Vila Nova
Alípio - bom na movimentação e na finalização.
Alan Mineiro - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o Paraná (4.°) conta com sua torcida para superar os desfalques e a marcação do Vila Nova (5.°). Vitória do Paraná.

Série B 17: Juventude x Náutico às 18h15

Local: Estádio Alfredo Jaconi (transmissão ao vivo para todo o Brasil, exceto Rio Grande do Sul, pela Sportv)

Juventude (4-4-2): Matheus Cavichioli, Tinga, Domingues, Micael, Bruno Collaço; Lucas, Fahel, Leilson, Wesley Natã; Caprini, Tiago Marques. Técnico: Márcio Angonese.

Náutico (4-5-1): Jeferson, David, Breno, Aislan, Henrique Ávila; Amaral, Diego Miranda, Bruno Mota, Giovanni, Rafinha; William. Técnico: Roberto Fernandes.

Árbitro: Emerson de Almeida Ferreira (MG)
Assistentes: Celso Luiz da Silva (MG) e Marcus Vinícius Gomes (MG)

Destaques do Juventude
Matheus Cavichioli - seguro.
Tiago Marques - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Náutico
Giovanni - bom na movimentação e na finalização.
William - experiente.

Prognóstico: o Juventude (8.°) conta com a motivação de um novo treinador e a campanha ruim do Náutico (19.°) fora de casa para voltar a vencer na competição. Vitória do Juventude.

Manchetes do dia (24/10)

Manchete do bem: Caern quer construir oito novas adutoras no Oeste e no Seridó.

Outras: Dos mais de 2 mil homicídios no RN, só 15% têm autoria conhecida, Tornozeleiras eletrônicas estão em falta em vários estados do país e Fátima lidera para o governo em pesquisa da Certus/98FM [ela com 25,82%, Carlos Eduardo com 14,73% e Robinson com 7,18%].

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Faz sentido

Pensando bem, faz sentido o futebol do ABC ter desaparecido desde meados do estadual. Até hoje o clube não pagou aos jogadores nem a premiação por passagem de fase da Copa do Brasil, nem mesmo a da conquista do título do RN.

Natal mais perto do hub da Latam

Apesar do assunto ter sido suspenso por causa da crise que atingiu o Brasil, e, por óbvio, também o setor aéreo, tudo indica que o hub da Latam, que era disputado por Fortaleza, Natal e Recife esteja bem mais perto da capital norte-rio-grandense.

Foi o que informou no último sábado Jocélio Leal em blog d' O Povo Online, portal do Ceará:

"Uma fonte do setor aéreo, com larga experiência de mercado, não vê a menor possibilidade de a Latam vir a instalar um hub - centro de conexão de voos no Ceará. 'Recife casou com a Azul e Fortaleza casou com a Air France-KLM e Gol'.

Seguindo, portanto, esta lógica matrimonial-aérea, caso a Latam um dia bata o martelo (vai que um dia bate...), haveria Natal (RN) como opção.

E saindo o hub da Latam seria uma configuração bastante interessante para Natal. A ideia da companhia chilena é trazer voos de países da América do Sul para um estado do Nordeste e dele embarcar para a Europa. O hub cearense será alimentado por voos domésticos."

Aguardemos.

Dirigentes reunidos

Depois do anúncio da greve dos jogadores abecedistas, os dirigentes do clube estão reunidos agora à noite em busca de uma solução urgente para evitar a absurda vergonha de uma derrota por WO na próxima sexta-feira diante do Londrina.

Segundo amplamente noticiado pela imprensa de Natal hoje, os  jogadores estão sem receber salário desde julho (há quem não receba desde junho). A dívida atinge também direito de imagem - normalmente em valor bem maior do que o salário -, previdência social, auxílio-moradia, dentre outros.

Além da greve, os jogadores deram ao clube 48h para pagar o que deve a eles ou propor um acordo. Em 72h, ou haverá acordo, ou os jogadores não entrarão em campo e o Safern promoverá uma ação coletiva para rescisão dos contratos de trabalho dos atletas alvinegros.

A crise do ABC é sem precedentes na história do RN. As próximas horas serão pesadas para os alvinegros. Vejamos o sai dessa reunião hoje à noite.

Proposta de combate à corrupção

O texto a seguir é de autoria de Caio Magri, diretor-presidente do Instituto Ethos e membro do Conselho de Transparência Pública e Combate à Corrupção da Controladoria-Geral da União, e Jorge Hage, ex-ministro da Controladoria-Geral da União e sócio-fundador da Hage, Navarro, Fonseca, Suzart & Prudêncio Consultoria e Compliance. 

Como andamos assustados com o volume de investigações motivadas por corrupção, na verdade, um bom sinal se soubermos fixar novos parâmetros daí em diante, vale compartilhar o que originalmente foi publicado na Veja (04/10/17, páginas 54-55) como reflexão, ou mesmo, combustível para discussões a respeito.

Aqui, uma proposta
Como a roubalheira a que assistimos não é uma questão cultural, chegou a hora, no Brasil, de discutir um plano organizado e amplo para enfrentar a corrupção

Como o Brasil deve enfrentar a corrupção? Essa é a pergunta que todo cidadão faz ao abrir o jornal ou ligar a TV. A resposta simplista é que se trata de uma questão cultural, diante da qual nada pode ser feito, pois, nós, brasileiros, estamos fadados a essa condição. Isso não é verdade. A corrução é um problema que acompanha a humanidade desde seus primórdios. Apesar de condenada por todas as filosofias, ela não era combatida pelos governos até a segunda metade do século XX, e, nos países industrializados da Europa, o pagamento de propina, por suas empresas, nas nações menos desenvolvidas, era até estimulado, permitindo-se sua dedução no imposto de renda. É na década de 70 que os Estados Unidos aprovam uma lei para punir tais condutas e passam a pressionar os demais países a fazer o mesmo, de modo a não deixar suas empresas em desvantagem. Acabam tendo êxito, já no fim do século, com a celebração da Convenção da OCDE contra o Suborno. Posto o tema, pela primeira vez, como global, seguem-se novos tratados, culminando, em 2003, com a Convenção da ONU com recomendações anticorrupção para todos os países.

Isso indica clara mudança de perspectiva sobre o fenômeno, que deixa de ser visto como questão apenas cultural para ser entendido como problema de muitas faces, entre elas uma institucional - dependendo seu controle da existência de instituições que as nações podem criar. Por isso mesmo, a corrupção se alastra nos países que disso não cuidam e é mantida em patamares bem mais baixos nos que tratam de fazê-lo.

Entre nós, esse enfrentamento é recente. Foi a partir da Constituição de 1988 e com a Lei da Improbidade Administrativa que começamos a construir esse marco legal - embora limitado ao plano repressivo. No campo da prevenção, só na virada do século vieram as primeiras medidas de relevo, como a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei de Lavagem de Dinheiro e a instituição do Coaf, órgão encarregado de fiscalizar movimentações financeiras. Seguiram-se a criação da Controladoria-Geral da União (CGU), com seus sistemas de fiscalização, correição e ouvidorias, o fortalecimento da Polícia Federal, com as operações contra a corrupção, a autonomia do Ministério Público e a especialização de varas do Judiciário. Depois, vieram o Portal da Transparência e as leis de Acesso à Informação, de Conflito de Interesses e da Ficha Limpa. Da parceria entre a CGU e o Instituto Ethos nasce o Programa Pró-Ética, que, a cada ano, vê duplicar o número de empresas com bons programas de integridade corporativa.

Mais recentemente, a Lei Anticorrupção e a Lei das Organizações Criminosas Trouxeram novos avanços. A primeira, pelo estímulo aos programas de compliance das empresas, que passam a ser as maiores interessadas na prevenção, porque responderão, com seu patrimônio, por qualquer infração praticada em seu interesse. A segunda, pela ampliação da capacidade investigativa do Estado, com os modernos meios de obtenção de provas. (Os equívocos iniciais devem ser superados com a experiência.)

Daí resultou o êxito sem precedentes da Operação Lava-Jato, que revela, a cada dia, novos fatos a revoltar a nação. 

Temos, então, um paradoxo? A construção desses instrumentos fez aumentar a corrupção?

Pelo contrário: o espetáculo repugnante que ora se descortina aos olhos de todos é a revelação de práticas que sempre vigoraram na relação público-privada em nosso país. Só que tudo permanecia nas sombras. Suspeitava-se que elas ocorressem, mas não havia evidências concretas. Agora, graças aos instrumentos e instituições que o Brasil vem construindo - com o apoio de uma sociedade civil ativa e uma imprensa vigilante -, foi possível trazer à tona aquilo que se mantinha oculto, "embaixo do tapete".

O momento pode parecer desalentador, mas constitui etapa pela qual o país teria de passar, até para generalizar-se a consciência da gravidade do problema, que agora sobe ao topo das preocupações nacionais. É hora, portanto, de redobrar esforços na luta contra a corrupção, até porque ainda há muito que fazer, a começar pela esfera política. Contando-se com a exacerbação da consciência nacional sobre a questão ética, é razoável esperar uma melhor escolha dos eleitos.

Para tanto, muito contribuiria uma reforma política profunda, que, não podendo ocorrer neste momento, exigirá a mobilização da sociedade, tal como aconteceu com a Lei da Ficha Limpa. E mais: impõe-se construir uma estratégia que reúna todos os segmentos da sociedade em torno de um conjunto de propostas. A isso vem o Instituto Ethos dedicando esforço que pretende compartilhar com todas essas forças.

Para formulá-lo, como ponto de partida para o debate, optou-se pela metodologia da Transparência Internacional, que possibilita analisar as condições dos países de forma sistêmica, de modo a avaliar sua capacidade de prevenir, investigar e combater a corrupção. Assim, analisou-se a evolução do esforço do Brasil e constatou-se o quadro de importantes conquistas acima descrito. Dessa maneira, foi possível identificar as lacunas ainda existentes, a ser preenchidas, no Sistema de Integridade Nacional. 

As medidas para isso voltadas comporão o Plano Nacional de Integridade, Transparência e Combate à Corrupção. Elas são de três espécies: medidas de reforma institucional, de repressão ao ilícito e de prevenção da corrupção. 

No primeiro bloco, incluem-se propostas de reforma política, alterações das normas de foro privilegiado, escolha de membros de tribunais de contas, requisitos de probidade para a nomeação de ministros de Estado e redução dos cargos de livre escolha. Entre as dos segundo grupo estão alterações no processo penal e tipificação dos crimes de caixa dois e de enriquecimento ilícito. E, no terceiro, a ampliação da transparência em todos os poderes, a revisão das normas de licitação, a regulamentação do lobby, a ampliação dos estímulos à integridade empresarial e a melhoria da regulação e do ambiente de negócios. Merece destaques, ainda, a ênfase na implementação da Lei das Estatais, que regula área até então não alcançada pelas medidas já em uso nos demais setores da administração e na qual se verificaram os principais problemas de corrupção. Completam o plano de iniciativas de mobilização e educação da cidadania e ampliação do controle social.

O mecanismo de construção de um plano dessa importância requer o envolvimento de distintos segmentos da sociedade em discussões públicas sobre tais temas. Uma dessas oportunidades ocorreu no último dia 27 de setembro, quando da realização da Conferência Ethos 360º, em São Paulo. Ali foram apresentadas propostas, abertas à contribuição de todos, que resultarão em projetos de lei, emendas, posicionamentos públicos ou campanhas de mobilização.

Muitas outras oportunidades como essa devem seguir-se. O período eleitoral que se avizinha, longe de ser empecilho, constitui oportunidade para a mobilização em busca de compromissos por parte dos candidatos. Parece certo que a luta contra a corrupção haverá de ser um dos principais temas nas eleições de 2018. E esta é a hora de preparar-se a sociedade para esse embate. O desafio é construir uma iniciativa única, abrangente, que mobilize a todos na luta pela integridade e contra a corrupção.

Os avanços já obtidos no campo da punição dos ilícitos, por mais importantes que sejam, não nos devem iludir como garantia contra novas ocorrências. Os fatos têm demonstrado que não é assim que funciona. É preciso investir também em medidas preventivas. E essa é a aposta do Plano Nacional de Integridade aqui esboçado para o debate público.