Não sei se por que não é de hoje que vejo as coisas do América envolverem uma certa desorganização em eventos, mas não nutria muita esperança de algo diferente na inauguração da Arena América.
Cheguei cedo e parti para o portão de entrada do CT para estacionar o carro. Estacionamento seguro e organizado, muito melhor do que o do Barretão, por exemplo, Só que não era lá o local onde eu deveria estacionar o carro. Voltei por uma outra rua para acessar a Arena pelo portão destinado a quem ficou na estrutura provisória de camarotes e imprensa.
Nesse caminho, vi que um novo portão foi implantado para acesso da torcida até as entradas da etapa construída. Muitos ambulantes do lado de fora já demonstravam que a entrada era ali.
Ao entrar com o carro pelo portão correto, um impacto. Como a Arena é bonita de perto! De tudo que vi e ouvi, sejam coisas positivas, sejam coisas negativas, nada me preparou para aquela visão. Parei para tirar uma foto, mas ela não fazia jus ao que meus olhos viam. Segui orgulhosa até o ponto onde deixaria o carro.
A estrutura provisória me surpreendeu também. Para onde olhávamos havia fiscais para controle de acesso, muitos já acostumados com o trabalho na Arena das Dunas, pelo que soube depois. Todos com quem conversei eram muito atenciosos.
Cheguei cedo, mas toda a estrutura para a transmissão da TV Mecão já estava pronta. Apesar de ficarmos no lado do sol, ele só viria a incomodar no 2.° tempo da partida, mas ninguém sentiu calor porque o vento forte e constante não deixava.
Ante a incerteza sobre comida, preferi cruzar o campo para comer algo na área de alimentação disponível na estrutura pronta. O churrasquinho era uma delícia. Havia Loucos por Coxinha e Massa Fina também, embora esta ainda estivesse se instalando quando eu estava por lá. O ponto negativo é que nenhum dos pontos de bar tinha uma única lata de refrigerante zero, algo abominável para quem precisa ter algum controle do açúcar e quer algo diferente de água para acompanhar um churrasquinho. Terminei comprando uma lata de cerveja - imaginem - para combinar sem mexer com o açúcar. No caso da cerveja, havia escolha: Itaipava ou Devassa.
Quem eu encontrei nesse caminho expressava a alegria em ver a inauguração da Arena. Depois de um bom papo, quando quis voltar, meu acesso havia sido fechado. Vixe, eu não estava com a pulseira que dava acesso ao outro lado. Depois de rodar por algumas portas e escadas, encontrei uma em que o fiscal confiou em mim para me deixar passar para o outro lado. Ufa!
Ao chegar do outro lado, soube que as pulseiras e lanches ficaram disponíveis assim que saí. Ainda assim não me arrependi do meu passeio. Terminado o lanche, descobri o primeiro ponto a ser melhorado: não havia lixeira do lado da imprensa e isso me incomodou sobremaneira. Não poderia deixar o lixo em qualquer lugar com um ventão daquele e nem tinha bolso suficiente para uma lata! Na hora de tomar água, os copos também não tinham um local que os impedisse de voar com aquele vento todo. E, obviamente, à medida que a embalagem foi sendo esvaziada, a perda de peso a deixou sem resistência ao vento. Praticamente quem não agarrou seu copo até o final - coisa que eu fiz - dançou.
No momento oficial, a alegria de acompanhar a inauguração de um estádio, coisa que nunca havia feito. Os discursos, o descerramento da placa, os hinos. E um jogão: Amigos de Moura x Amigos de Souza. Bases das conquistas da Copa do Nordeste de 1998 e do acesso à Série A em 2006, porém com muita gente de outras épocas também desfilando talento.
E o pessoal levou à sério a partida com 2 tempos de 30 minutos. Fabiano Paredão, por exemplo, entregou 5 defesas de levantar a galera, a maioria impedindo Max de marcar. Nem parecia que não jogava mais há um bom tempo.
Estava ali também a maior dupla de zaga que o RN já viu: Carlos Mota e Gito. O maior camisa 8 que já vi jogar por aqui, um tal de Carioca. Outros tantos que vi: Walber, Júlio Terceiro, Robson, Robson Mattis, Célio, Rogerinho, Helinho, Leandro Sena, Naldo, Sérvulo, Goeber.
Não houve gol dos anfitriões Moura e Souza, ambos jogando no sacrifício por contusão. E o primeiro gol da Arena coube a Bebeto, que confundimos com Oliveira na hora da transmissão, já que as escalações chegaram truncadas, sem os apelidos e sem a numeração, o que não tira o mérito de seu feito, marcado na história.
O jogo seguiu com talento para dar e vender. Ainda tivemos um golaço de Walber, outro de Naldo e um de cabeça do Cabo Gito, como Hélio Câmara gostava de dizer, e um gol de Goeber. O placar de 3x2 favoreceu o time de 2006, mas o espetáculo não será esquecido.
Antes e depois dos eventos principais, muita música com o DJ PL e a banda Gota Elétrica.
O pôr do sol na volta a Natal fechou de cadeado um dia histórico para o América e o RN.
Por tudo que vi, agora a pressão sobe para ampliação e até mesmo o devido encerramento dessa primeira etapa, como a instalação de iluminação para permitir jogos num horário mais adequado para transmissão. Afinal, a Arena América chegou chegando como mais um acréscimo patrimonial do Orgulho do RN. E quando um sonho fica mais palpável, não há quem resista ao seu chamado.
Abaixo, alguns registros pessoais.