quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

O dia em que assei

Não foi nada fácil acompanhar América x SAFERN às 9h deste feriado de Santos Reis lá no CT americano. A fila de carros para entrar era grande e já tomava as duas faixas da rua do acesso principal. Mas até que andou rápido.

Havia bastante lugar no ponto que escolhi. É que por motivos óbvios o povo preferiu assistir ao jogo em pé e espremido na sombra, coisa rara no horário. Feliz de quem levou uma sombrinha.

Eu assei na arquibancada. O sol castigou com força. E o cimento completou o serviço. A felicidade era ver o surgimento de uma nuvenzinha bloqueando o sol, embora por pouco tempo. Meus braços e pernas exibem dois tons de pele com as marcas da camisa e do short. 

A torcida compareceu e lotou o CT. Todos espremidos do lado em que eu não estava ou numa mangueira por trás de um dos gols.

Adorei descobrir que o treinador do time do SAFERN era ninguém mais, ninguém menos que o grande capitão do último acesso à Série A, o zagueiro Robson. No apito amigo, Baíca tirou um gol legítimo do SAFERN, mas nada que ameaçasse a maior eficiência do time que entrou com Pantera, Gabriel, Flávio Boaventura, Zé Antonio, Alex Cazumba; Bruno Renan, Felipe Macena, Cascata; Reis, Thiago Potiguar, Luiz Eduardo. 

Primeiro treino pegado não dá para tirar impressões definitivas, mas temos uma ideia. O América parece ter abraçado de vez o 4-3-3, com laterais-laterais. O apoio destes é esporádico. Cazumba, como esperado, cruzou para um dos gols de Luiz Eduardo.  As pontas ficam mesmo com Cascata, Thiago Potiguar e Reis. Este último ainda com pensamento muito lento. A impressão que me dá é que será um bom reserva. Luiz Eduardo muito participativo, inclusive deixando uma bola de peito para um gol de Cascata. Zé Antonio absoluto na saída de bola, especialmente nos lançamentos certeiros. Apenas Reis, Bruno Renan e Felipe Macena precisam mostrar mais serviço. Mas há mais 2 amistosos para isso. E Pantera não precisou fazer grandes defesas.

No geral, o desempenho foi satisfatório e o placar refletiu bem isso: 6x0 (3 de Luiz Eduardo, 2 de Cascata e 1 de Igor, jogador em teste; por sinal, uma bonita jogada).

É aguardar a evolução até os testes mais efetivos contra Treze e Campinense. Por enquanto, só o calor desagradou mesmo.

E para que não reste dúvida de como eu fui assada pelo sol, segue foto do meu braço na altura do fim da manga da blusa.


Dia de conferir o esboço do time

Hoje o América de Aluísio Guerreiro começa a mostrar a sua cara. É o primeiro jogo (treino) da temporada 2016 e assim o treinador expõe um esboço do que pretende para o time neste ano.

Pelo que anda circulando, a provável escalação terá Pantera, Gabriel, Flávio Boaventura, Zé Antonio, Alex Cazumba; Thiago Dutra, Felipe Macena, Reis, Cascata; Thiago Potiguar, Luiz Eduardo. Mas certamente todos os que fazem parte do elenco terão pelo menos cinco minutos de atividade a partir das 9h no CT americano contra o time do SAFERN.

Muita coisa será diferente tanto nos dois amistosos pra valer contra Treze e Campinense como no clássico que abre o estadual contra o Alecrim. No entanto, jogo treino mostra pelo menos se os jogadores escalados inicialmente já têm alguma organização tática.

domingo, 3 de janeiro de 2016

Desamparo

Não gosto de falar sobre violência. Não gosto nem de ver as notícias a respeito na TV. É que sou de Humanas, então sinto aquela dor das famílias como se fosse minha. Mas hoje vi um caso muito próximo e assim não poderia deixar de falar a respeito.

Uma mãe tem um carro roubado, mas percebe que a filha e o namorado permaneceram no banco de trás. Ao tentar se aproximar para abrir a porta do veículo, é alvejada pelos três bandidos e morre ali mesmo, na frente da filha. Dentre mil opções que os bandidos tinham, como arrancar com o carro, dar um tiro para cima, dentre outras, os assassinos escolheram a mais fatal de todas.

Certamente iremos ouvir falar de outras mil teorias sobre como tal fato poderia ser evitado, como se a culpa fosse da vítima. Revoltante.

A verdade é que o cidadão brasileiro vive uma situação de desamparo. A lei só serve para os honestos. Os bandidos, desde os menores até os graúdos de colarinho branco, estão à vontade para expor suas maldades a quem atravesse seu caminho.

Enquanto isso, morrem os desamparados, em filas de hospital, na porta de suas casas, a caminho do trabalho, da escola, da padaria. São culpados por viver. São culpados por serem vítimas.

Quanto tempo mais vamos viver a lei do mais forte? Quando a lei valerá para todos? Quando teremos o mínimo de ordem nesta selva chamada Brasil? 

Até quando seremos esses filhos do desamparo?

sábado, 2 de janeiro de 2016

O que mudará?

2016 chegou. Com ele, esperanças renovadas numa vida melhor. Mas o que de fato mudará? Mais: o que mudará para melhor?

No trabalho, aposto que trabalharemos mais. Talvez ganhando relativamente menos. Não sei. Daí a importância de achar gosto no trabalho, qualquer que seja ele.

Na saúde, aposto em mais estresse. A não ser que adotemos urgentemente uma atividade física. Mas essa sempre fica para a segunda-feira. Igualzinho àquelas placas de mercearias e botecos Brasil afora: "fiado só amanhã". Até parece que esse amanhã nunca chega.

No amor, seremos mais ou menos egoístas? Vamos dividir alegrias  e dores, ou vamos apenas vender uma felicidade de propaganda e vivermos uma ilusão?

E o dinheiro? Continuará a mola mestra do mundo? Será melhor ter ou mostrar que temos? Ou não ter?

Seremos felizes com nossas vidas de sempre ou vamos sonhar com o que não podemos racionalmente alcançar?

Já podemos adotar oficialmente como felicitômetro o número de likes no Facebook? Trocaremos de vez o viver por fotografar?

Penso ser interessente tirarmos alguns momentos para tais reflexões nesses primeiros dias do novo ano. Se mudanças forem necessárias - às vezes já está tudo em seu devido lugar - que elas sejam feitas na direção correta. Afinal, o tempo não para. Nem volta.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

O mais belo truque da humanidade

O que seria de nós sem o calendário? Sem as horas, os turnos, os dias, as semanas, os anos? Ah, os anos...

Essa troca de folhinha no calendário é o mais inteligente e belo truque da humanidade. Truque, porque dizem que mágica não existe, mas podemos chamar de mágica ou magia. Essa mera troca de números tem a enorme capacidade de nos encher de esperança num futuro melhor.

Não deu certo perder peso? Agora vai. Aquela economia para trocar de carro ou fazer uma viagem? No novo ano tudo se acerta. Prometemos dar mais valor à vida. Também prometemos não deixar o ano voar assim, sem prestarmos atenção. Ficaremos mais saudáveis, sendo as ceias de fim de ano as últimas tentações admitidas. Todos nos empenharemos bem mais, seja no trabalho, seja nos estudos. Enfim, o ano novo representa tudo de bom em nossas vidas.

O ano que termina também já viveu seus dias. Hoje não tenho mais aquela pressa de que o ano acabe logo. Tento apreciar cada segundo que resta, apesar de adorar esta época do ano justamente por esse espírito coletivo de bons fluidos. No balanço de tudo, termino 2015 com sentimento de gratidão até pelos percalços.

Em poucas horas chegará 2016. Que seja um ano de paz. Que olhemos um pouco mais para o outro como ser humano, não como instrumento para atingirmos fins egoístas. Que as religiões unam; não separem. Que possamos abraçar bem apertadinho. Que possamos viver; não apenas sobreviver.

10..9...8...7...6...5...4...3...2...1... Feliz 2016!

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Simplesmente Fafá


Natal recebeu um senhor presente de aniversário de 416 anos no último domingo: um show gratuito na Arena das Dunas de Fafá de Belém.

Fafá é do tempo em que cantar música romântica (também conhecida como dor de cotovelo ou roedeira) era feito com voz de fazer inveja a qualquer desses atuais representantes dessa peste chamada "sofrência".

Mas Fafá de Belém vai muito além disso. Sua risada é um ícone nacional, uma verdadeira ode ao bom humor. Não há quem a escute e resista sem rir também.

O hino nacional cantado com lágrimas quando o Brasil chorou a morte de Tancredo Neves e a possibilidade de manutenção da terrível ditadura que nos assolava virou mito - nunca mais sairá da memória de quem viveu o momento.

A grande cantora fez um show com um lindo coro de espectadores a lhe acompanhar e deixou seus dois maiores sucessos para o final.

Abandonada por você poderia ter durado horas e horas e ainda assim o público cantaria a força daquele refrão a plenos pulmões.

Por fim, o sucesso que embalou desde o Benfica de Portugal ao Orgulho do RN em 1996 e ainda hoje é tido como hino da torcida do América: Vermelho. De linda letra, a música fez de Fafá estrela internacional. Ela conta a história de orgulho do Boi Garantido, que defende a cor vermelha no rico folclore amazonense. Com os fortes versos "Meu coração é vermelho/ hei, hei, hei/ de vermelho vive um coração...", Vermelho foi adotada pela torcida americana e há 19 anos empolga a arquibancada ao ser entoada. Foi de arrepiar até quem não era torcedor o coro que se formou encerrando o arraso que foi o show de Fafá de Belém em Natal!

Um show de verdade. Pena eu não ter o vídeo desse momento. Mas este dá uma ideia do furacão Fafá de Belém. Ou simplesmente Fafá.



*Atualização: Rita me salvou ao me enviar o vídeo por ela gravado do encerramento de Fafá aqui em Natal com Vermelho. Show!



sábado, 26 de dezembro de 2015

Subtítulo enganador


Sou chegada em discussões. Adoro discutir novos pontos de vista, coisas polêmicas e por aí vai.

Combato preconceitos, o que inclui obviamente os meus. Pre-conceito significa que você formou uma ideia sobre algo sem ter de fato conhecido aquilo mais de perto.

Livros de auto ajuda, em geral, fazem parte desse meu preconceito. Por isso, de vez em quando adquiro um título e mergulho na leitura para saber se meu preconceito acertou na mosca ou não.

Na linha do meu preconceito, livros de auto ajuda são meros caça níqueis, produzidos apenas no afã de arrecadar fundos com o desespero do momento. A auto ajuda estaria no próprio autor, que descobriu um filão para curar seu próprio bolso.

Claro que nem todos são assim. Li uma vez um chamado Ultrametabolismo que me chamou a atenção para várias diferenças de alimentação por que passou o ser humano. Interessante. Dava dicas até de exames de saúde e receitas saudáveis.

Já ouvi falar muito de Augusto Cury. Parece que o Brasil gosta de achar gurus de tempos em tempos. Não faz muito tempo Lair Ribeiro e Paulo Coelho soavam como pregadores de um novo mundo para iluminados.

Comprei há mais de ano o livro da foto. E li ontem de um fôlego só. Não que a leitura fosse daquelas instigantes, que só nos deixam sossegados com o virar da última página. Não. Meu desespero em terminar Ansiedade: como enfrentar o mal do século era descobrir onde o livro entregaria o que prometeu.

São mais ou menos 150 páginas de um vai e vem interminável sobre como somos todos ansiosos, como as crianças de hoje são ansiosas, como o mundo é uma ansiedade só. Há sugestões aqui e ali de outros títulos do autor. Mas até agora estou esperando uma dica prática de como enfrentar o mal do século.

Só não digo que perdi 4 horas da minha vida porque adoro ler. Esse livro de Augusto Cury parece aquele programa de Raul Gil de tirar o chapéu, quando ele coloca num chapéu a palavra desemprego. Quem diabo vai tirar o chapéu para o desemprego? E todo mundo lá na expectativa de saber para quem aquela criatura não tirou o chapéu.

Foi exatamente assim que passei 4 horas ontem: querendo saber quando Augusto Cury entregaria o que o seu subtítulo ofereceu. Talvez só em seus cursos e palestras. Ou até nas próximas edições. O importante é manter a auto ajuda, se é que vocês me entendem.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

No Coração do Mar



Um filme com alguns clichês, bruto, mas de grande valia. Assim é No Coração do Mar (In the Heart of the Sea), inspirado na verídica história do navio americano Essex, afundado por uma baleia no século 19, e que deu origem ao clássico Moby Dick de Herman Melville.

A caça às baleias já é cruel por sua própria natureza. Nos anos 1800 então... O filme de Ron Howard mostra a batalha daqueles homens do navio Essex para sobreviver e nos lembra como a vida pode ser brutal de vez em quando. 

Estômagos fracos devem passar longe de No Coração do Mar. Mas quem aguentar o tranco das suas nem de longe enfadonhas 2 horas de duração sairá do cinema com a sensação de que os problemas diários não existem. 

Nice guys finish last

A expressão em inglês do título significa que os bons ficam em último lugar. Sempre achei isso uma visão deturpada não só do esporte, mas da vida.

A vida é um vale tudo? Não importam as consequências de nossos atos, tão-somente o alcance de metas? Não posso concordar.

Logicamente, não poderia guardar uma visão diferente para o futebol. Não vale tudo, não. As regras existem para serem respeitadas. A coletividade tem que se sobrepor ao individualismo. Os de mau caráter têm que ser rejeitados, independente do talento.

Confesso que me incomoda bastante o menosprezo aos bons e a valorização dos sacanas. E quando essa lógica terrível é invertida eu aplaudo de pé.

Nessa selva que virou o futebol brasileiro, ver o América contratar Júlio Terceiro me traz esperança. Esperança de ver homens de verdade com a camisa do Orgulho do RN. Nem sei se Júlio vai dar certo aqui como antes. Mas sei que devotará cada gota de seu suor para que dê certo. Como deve ser com qualquer trabalhador. Como deveria ser nesse mundo cão do futebol. E isso motiva qualquer torcedor a comparecer ao estádio.

PARABÉNS, assim, com letras garrafais, ao América! 

Enfim WhatsApp

Resisti o quanto pude. Afinal, não sou consumista e meu celular não tem essa memória toda para carregar mais um aplicativo de mensagens, fotos e vídeos.

Entretanto, é preciso pensar um pouco nos outros também. E esses outros acham que é mais negócio esse aplicativo do que torpedos ilimitados. Fazer o quê? 

Bem, cheguei ao WhatsApp. Que é gratuito no 1.° ano. Depois é cobrado um valor de 99 centavos de dólar por 1 ano de serviço. Ontem, o aplicativo me ofereceu 5 anos por pouco mais de 9 reais. Não sei se vou permanecer. Não gosto da ideia de ter que associar um cartão de crédito à minha conta da Play Store para poder pagar pelo serviço. Uma compra com cartão, vá lá. Mas deixar um cartão associado a uma loja online? Já imagino os golpistas à espreita. Talvez seja só neura. Tenho um ano para pensar.

Quem sabe a moda muda e o WhatsApp termine perdendo esse fascínio todo, como já ocorreu e ocorre com todas as redes sociais desde o finado Orkut?

E se você quiser saber quanto tempo de gratuidade lhe resta no WhatsApp, basta acessar as 3 bolinhas, configurações, conta e dados de pagamento. 

Enfim, cheguei. Só não sei se vou ficar.