segunda-feira, 20 de maio de 2013

A repetição de 2007

6 anos depois a história se repete. Ou, como diria Karl Marx, a primeira vez como tragédia, a segunda como farsa. Mais uma vez o América, com a melhor campanha, chega como grande favorito a um título estadual. Vamos relembrar?

Em 2007,  o América tinha mais de 10 pontos de vantagem sobre o 2.º colocado ao fim da fase de classificação. Naquele ano, a melhor campanha trazia de vantagem ao seu dono o mando de campo no 2.º jogo decisivo e o fato de jogar por dois empates. Também naquele ano, o América estava sem o Machadão por causa de reformas. Passou o ano jogando entre Mossoró e Parnamirim, no terrível campo do Potiguar. Aí o Abc ofereceu o Frasqueirão para os jogos finais com a promessa de dividir a renda, apesar de só disponibilizar em torno de 4.000 ingressos para a torcida do América. Ou seja, o América abriu mão de jogar com o mando de campo a seu favor por duas rendas divididas ao meio. O castigo veio a cavalo: 5x2 para o adversário, com a ajuda de Estevam Soares, que resolveu escalar o lado direito da defesa com jogadores que vinham há 60 dias parados (Eduardo Arroz e Fernando Lombardi). Tragédia.

Deveria ter ficado a lição. Deveria, mas não ficou. E como diria Marx, a primeira é tragédia, a segunda é farsa. 

Em 2013, o América também chega com não sei quantos pontos de vantagem sobre o 2.º colocado ao fim da segunda fase. E isto apenas lhe dá o direito de fazer o 2.º jogo decisivo em sua casa. De novo, o América não joga no Machadão por reformas. No entanto, já tinha um canto para chamar de seu: o Nazarenão em Goianinha. Mas eis que surge Marconi Barreto, empresário matreiro que aplicou um belo canto de sereia na torcida do América. A "Arena" Barretão seria moderna, teria grandes públicos em virtude do pessoal da região estar ávido por futebol, e o acesso seria facilitado com trem a 50 centavos e ônibus para o estádio a 1 real. Hordas e hordas de americanos, alguns até notórios, defendendo a ida do América para essa Arena que caiu do céu. Ou seja, mais uma vez o América abriu mão de sua vantagem. E de novo o castigo veio a cavalo: perdeu mais um título "ganho".

E a super Arena Barretão? Moderna? Sim. Tão moderna que nem a sua construção acabou. Estacionamento caro (R$ 5) e num charco. Lama dentro e fora do estádio. Não havia banheiros físicos para a torcida, só químicos, típicos de festa de rua. O novíssimo alambrado não aguentou nem o 1.º tempo da final. Um torcedor gastou 40 minutos para comprar um ingresso porque a impressora não tinha tinta. Várias quedas de energia no estádio atrapalharam o trabalho da imprensa.

E o acesso? Dá para ir a Goianinha e voltar de lá só no tempo que se gasta para chegar no super bem localizado estádio (ou seria Arena?) de Marconi Barreto. A volta é um caos. Agora muitos se perguntam: onde está o trem de 50 centavos e o ônibus de 1 real para chegar à Arena (ou campo mesmo?)? Ninguém fala mais no assunto. Por que eu, que sempre fui contra, iria falar, né?

Para resumir, os públicos dos jogos contra Atlético-PR e Potiguar não justificam a modificação para Ceará-Mirim. Jogos decisivos que eram e que não superaram a capacidade de 5.400 lugares do Nazarenão. Sei que o custo das arquibancadas móveis é o grande empecilho de Goianinha. Mas não havia necessidade de tirar do América a única vantagem que ele tinha na final do estadual. As arquibancadas não seriam necessárias, tanto porque não havia exigência da Cbf nem da Fnf (Copa do Brasil e estadual), como porque os públicos de ambas as partidas não atingiram a capacidade máxima do Nazarenão.

Mais uma vez, o América abriu mão da vantagem do mando de campo iludido por um canto de sereia. Até quando?

De minha parte, sócia que sou e apaixonada pelo América que faz de tudo para não perder um jogo apesar dos terríveis horários da Cbf, já havia decidido diante dos transtornos no jogo da Copa do Brasil que este ano só acompanharia o América pelo rádio e pela tv. Ontem, com o acúmulo e aumento dos problemas, muitos outros decidiram o mesmo. Afinal, a volta de um jogo em Ceará-Mirim é muito perigosa ante a realidade de violência entre as torcidas. Velocidade de funeral, só uma faixa com quase nenhum acostamento, engarrafamento e todos por um único caminho. Some-se a isso os que bebem e dirigem (só eu escapei de 2 batidas na volta do jogo da Copa do Brasil). Se eu reclamava de 3 horas gastas por jogo em Goianinha, 6 horas em Ceará-Mirim são muita coisa numa época de corrida contra o relógio. Daí a realidade de esperar ansiosamente a volta do América a Natal para poder acompanhar um jogo no estádio. Acostumar-se é que será fogo! 

De fato, a história se repete como tragédia e, na segunda vez, como farsa.

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Pare de ser radical!

Na verdade, o título deveria ser "Pare de ser besta!". Poderia se referir a muitas coisas, mas falo mesmo é dos partidos políticos brasileiros. 

Durante muito tempo, o PT era o exemplo de partido ao lado do povo. Quando chegasse ao poder, faria tudo certo, afinal, só faltava vontade política. O DEM e o PSDB representavam tudo que havia de mais retrógrado na política. Velho duelo do bem x mal, como se isso existesse assim, tão noite e dia. Nada como um dia atrás do outro e uma noite no meio, como diria uma tia minha.

Nem vou mais falar de corrupção porque não tenho mais paciência de ficar apontando defeitos tipo mensalão para lá e para cá. Afora tudo isso, PT , DEM e PSDB deram uma aula nesta semana de como são feitos uns para os outros. Pior: todos calçam 40.

O PT, que sempre endemonizou o termo, agora defende a privatização de aeroportos (o nosso, de São Gonçalo do Amarante, foi o primeiro), portos (a tão falada medida provisória dos portos) e áreas de exploração de petróleo (em leilão, a Petrobrás concorreu com empresas de todo o mundo). E o DEM e o PSDB, que sempre defenderam um Estado mínimo em termos de economia, passaram a semana inteiro utilizando-se dos mesmos expedientes do PT de outrora para barrar votações no Congresso em defesa daquelas medidas. Durma com um barulho desses!

Enquanto isso, dezenas de radicais fazem papel de besta todos os dias Brasil afora tentando mostrar seus partidos (PT, PSDB, DEM e outros que nem valem a pena citar) como verdadeiros vestais das boas intenções. Só se for daquelas com as quais o inferno está cheio.

Aliás, de saco cheio estou eu, que não tenho mais um pingo de paciência com esse lengalenga de que tal partido foi o grande pilar do avanço brasileiro. Vamos produzir, minha gente! Os caras que vocês defendem dão risadas juntos da sua inocência. Arranque o tapa-olho da radicalidade e veja a vida como ela é. Garanto que seu fígado (e a minha paciência!) vai melhorar.

quarta-feira, 15 de maio de 2013

O fim do mundo foi ontem

Sim. Todos os países puderam acompanhar os derradeiros dias do mundo. Pessoas perdendo membros aos montes, carros sendo tragados por enormes crateras, casas sendo destruídas por raios... Esse foi o retrato do fim do mundo tão aguardado ante a decisão do Conselho Nacional de Justiça de que os cartórios brasileiros não podem se recusar a celebrar casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Pois é. Era tanto incômodo por parte de xiitas religiosos e homofóbicos que eu imaginei que o mundo acabaria ontem mesmo e desse jeitinho que eu descrevi. Agradeci a Deus o milagre de termos amanhecido sem as catástrofes anunciadas. Nada mudou na minha vida, nem das pessoas daqui de casa. Todo mundo inteiro e casa no lugar. Parece que na rua tudo está tranquilo, já que recebi o jornal hoje de manhã, assisti à TV e conversei com pessoas por telefone sem qualquer menção aos castigos anunciados.

Agora gays podem se casar à vontade e garantir os mesmos direitos dos heteros sem que precisem contratar advogado para tanto. Isso diminui meu trabalho, mas é reconfortante saber que pelo menos alguma coisa anda na direção correta neste país tão assolado pela corrupção.

Viva a diferença! Viva o respeito!

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Ala não; meia.

Não, não e não. Renatinho não é mais ala - pelo menos, não do tipo que o América precisa e está acostumado a ter. Renatinho agora é meia, como era no início de sua carreira e exatamente no América teve sua posição modificada. Pois a vida dá voltas e eis que Renatinho vai trocar de novo de posição e, mais uma vez, no América.

Atire a primeira pedra quem ainda não percebeu o quanto ele naturalmente procura o meio de campo quando está na intermediária. Seus cruzamentos já não são fatais. Velocidade, idem. Enfim, não serve para a ala. 

Não me agradou um única vez na ala esquerda. Confesso que não assisti ao clássico, quando sua atuação foi muito elogiada. Mas, no meio de campo, Renatinho parece ter encontrado o seu lugar. Boa velocidade, boa visão e bom posicionamento. Neste caso, adorei todas as suas atuações. Parece que o América atirou no que viu e acertou no que não viu. Contratou um ala e fechou com um bom meio campista, especialmente diferente de Netinho e Cascata, o que é importante para Roberto Fernandes numa Série B duríssima como a deste ano.

Aliás, alguns jogadores começam a dar pinta de melhora da performance. Norberto finalmente voltou a dar mostras de como ele é um excelente ala. E o tal do Tiago Adam tem estrela. Gol importante é com ele. Lembrou-me um certo Paulo Isidoro que me fazia muita raiva em 2006, mas na hora H, lá estava com seus gols decisivos.

De todo jeito, o quebra-cabeças de Roberto Fernandes e Alex Padang é encontrar um jogador para a ala esquerda para a Série B, posto que Renatinho não é mais ala, é meia. E tenho dito!


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Também não aguento mais!




Vi no Facebook a foto acima. Achei bastante apropriada para este momento em que nós brasileiros estamos acertando as contas com a Receita Federal. Como dói (com acento porque não é paroxítona) a mordida do leão! Dói no bolso sim, mas dói principalmente na alma.

É como a dor de trabalhar, trabalhar, trabalhar e, no fim, um bandido levar tudo. Vamos conseguir tudo novamente porque, afinal, não perdemos a capacidade de superar coisas ruins. Mas dói demais saber que pagamos tudo pelo menos duas vezes neste país.

Pagamos educação duas vezes: uma nos tributos, outra quando pagamos a mensalidade da escola particular. Saúde também: uma para o governo, outra para os planos de saúde, cada vez mais semelhantes na ineficiência. Transporte duas vezes: subsidiamos gratuidades, mas só nos deslocamos com alguma eficiência em veículo próprio.

É triste a nossa realidade, mas os tributos brasileiros se prestam a financiar os inúmeros casos de corrupção que acompanhamos pela ainda livre imprensa. O resto, ou pagamos, ou ficamos a ver navios. E só podemos fazer piada sobre a nossa realidade, como a volta da inflação e os picos de preço do tomate.

Aí sou obrigada a ver que agora um deputado brincalhão (não é Tiririca, viu?) quer destruir o princípio da separação dos poderes há séculos forjada pelo grande Monstequieu em seu grandioso O Espírito das Leis. O cara quer que decisões do Supremo Tribunal Federal, o único que ainda orgulha os brasileiros, sejam submetidas ao Congresso Nacional. Esse mesmo Congresso que não consegue nem punir os membros que quebram o decoro parlamentar. O Congresso de Sarney, Calheiros, Genuíno, Alves, Maias e tantos outros sobrenomes que já se envolveram em denúncias de todo tipo.

O deputado em questão nunca deve ter lido a constituição federal. Nem o começo, onde se encontram os princípios e fundamentos, nem o artigo 60, as chamadas cláusulas pétreas, que impedem que gente como ele  promova reformas que atentem contra a forma federativa de Estado; o voto direto, secreto, universal e periódico; A SEPARAÇÃO DOS PODERES; direitos e garantias individuais.

Deputado e seus seguidores (se existirem), vão estudar! Saiam dos gabinetes e vão conhecer a realidade do povo brasileiro! Ninguém aguenta mais pagar duas vezes por serviços que deveriam ser providos pelo Estado. Imagine enfrentar processos judiciais (que já são caros) para depois ver tudo submetido à vontade de pessoas que só querem saber da próxima eleição. Que tal começar a pensar em soluções para a saúde, a educação, o trânsito, o aumento da inflação, o aumento da criminalidade, a falência do sistema prisional...?

Enfim, que tal parar para ler a faixa da foto acima e tentar aplainar a indignação diária dos cidadãos que ainda cumprem seus deveres neste país?

quarta-feira, 24 de abril de 2013

A intolerância cega

Mais um clássico de futebol pelo Brasil que termina em violência. Mais um Abc x América que traz transtornos a todos os cidadãos. Até quando? Aliás, desde quando? Difícil responder. Não sei que ódio é esse que brota das entranhas em virtude de o outro ser diferente. 

Por que eu que torço pelo América mereço ter tranquilidade e o outro que torce pelo Abc não? E vice-versa? Que mal é esse que os abecedistas causam aos americanos e e que estes causam a aqueles? 

Não entendo a intolerância. Não entendo como a vida de outra pessoa pode ter tanta influência sobre a minha sem que nada da vida daquela pessoa diga respeito a mim. Torcer pelo Abc? Problema seu! E você deve pensar o mesmo sobre mim: ambos temos péssimo gosto a respeito do futebol na opinião do outro, né?

Também não entendo quem vive a querer discutir qual é o melhor time. Não há razão na paixão. Gosta-se e pronto! Os argumentos são todos arranjados depois. Excluem-se o que nos desagradam e incluem-se, com destaque, os que nos favorecem. Não há vencedor nesta história, somente uma eterna e desagradável desunião.

A intolerância cega. Além do futebol, vejo especialmente no Twitter diariamente ódio destilado entre petistas e psdbistas (um partido define o caráter?),  crentes e ateus (religião e respeito não combinam?), fãs de  determinados estilos de música (são mesmo antagônicos?).

Às vezes penso que sou anormal. Não consigo definir se alguém presta ou não por causa de partido, religião, gosto musical, futebol, sexo, orientação sexual, cor da pele, idade. Para mim, são as atitudes que contam. Convivo com crentes, ateus, abecedistas, americanos, apreciadores de rock, Grafith, forró, heteros, gays e bissexuais, negros, loiros, morenos, homens, mulheres, idosos, crianças... Gosto de todos que são seres humanos e não são cegos de intolerância. Afinal, adoro ser respeitada em minhas peculiaridades e gostos e não poderia agir diferentemente para com os meus semelhantes. 

Exemplo disso é que meu melhor amigo na faculdade era testemunha de Jeová. Logo eu que critico várias passagens bíblicas e religiões! Nunca brigamos por religião nos 5 anos de convivência diária num curso propício a debates (Direito). Cada um respeitando o outro dentro das suas peculiaridades, sem chacotas, piadinhas ou tentativas de persuasão.

Ah, se as pessoas aprendessem o que é respeito e exercitassem aquele ditado que diz que o seu direito acaba quando o do outro começa... Seríamos todos mais felizes. Diferentes e ainda assim felizes. 


sexta-feira, 19 de abril de 2013

A verdade absoluta

A verdade absoluta... Quem a possui? Deus? A Bíblia? As religiões/seitas? Os ateus? A ciência? Impossível responder com certeza. A não ser que você creia. E crer não tem nada com saber. Acreditar é diferente de saber, todos sabemos disso.

Dizem os que creem que Deus nos criou à sua imagem e semelhança. Assim mesmo, com defeitos e tudo. Interessante filosoficamente. Deus, onipotente (tudo pode), onisciente (tudo sabe) e onipresente (em tudo está presente), criou seres defeituosos à sua imagem e semelhança. Teria Deus defeitos? Vixe, já posso visualizar a saraivada de pedras em minha direção.

Adoro questionamentos. É de minha natureza, que teria sido meticulosamente planejada por Deus. Assim, nem a Bíblia escapa. Gosto do Novo Testamento. É mais humano e menos fantasioso. O Velho? Esse tem umas estórias malucas sobre Adão e Eva serem os únicos humanos criados por Deus, mas eis que Este os expulsou para as terras de não sei quem. E já existiam outros humanos?

Tudo isso deve estar soando como heresia aos crentes (aqui englobo todos os que creem em Deus), mas não pretendo converter ninguém a qualquer coisa. Nem desconverter. Apenas gostaria de mostrar como o pensamento em geral pode ser um pouco mais crítico em nome do respeito. Sim, porque se tudo é baseado em crença e não em ciência (no sentido de tomar ciência, presenciar algo), não há espaço para discussão, mas respeito.

Não se discute time de futebol. Gosta-se ou não, sem qualquer razoabilidade atrelada. Não se discute religião: crê-se ou não, sem qualquer menção a aquela ser mais verdadeira que a outra. Deveria se discutir política, mas até aqui as pessoas demonstram paixão, não razão.

Abordo o tema para mostrar que se ninguém é detentor da verdade absoluta, que segundo os crentes estaria com Deus, como podem existir líderes de seitas que pretendem apontar tal verdade ou mesmo se arvorar em intérpretes da vontade de Deus?

Se Deus pregou o amor a todos como nós mesmos, como podem certos líderes e beatos saírem por aí a pregar o ódio ou discriminação a certas pessoas que também são filhas de Deus?

Vejo com imensa tristeza as declarações do tal Marcos Feliciano a respeito de africanos e homossexuais. Aqueles empreenderam luta que já dura séculos contra a opressão. Estes somente hodiernamente entenderam que merecem ser tratados igualitariamente. Aí vêm líderes religiosos pregar que estes permaneçam sendo discriminados como cidadãos de classe inferior. O que a presença de um negro traz de mal a um branco? O que a presença de um homossexual traz de mal a um heterossexual? 

Atualmente, a polêmica maior diz respeito ao casamento gay. Queria saber o que vai mudar na vida dos heterossexuais se os homossexuais puderem oficializar suas uniões afetivas. Vão ter menos direitos? Vão ser impedidos de casar? Vão perder dinheiro? Seriam os homossexuais ameaça aos direitos dos heterossexuais? 

Há anos negros não podiam frequentar os mesmos lugares do brancos. Muito sangue foi derramado para que esta imbecilidade fosse afastada. Agora querem impedir os homossexuais de amar e terem os mesmos direitos que os heterossexuais, mesmo tendo os tribunais apontado os princípios constitucionais como garantidores de que os homossexuais não são cidadãos de segunda classe.  

Aí eu me pergunto: o que diria Deus se tivéssemos a capacidade de ouvi-lo diretamente a respeito disso? Seria a derrubada do 2.º mandamento (Ame o teu próximo como a ti mesmo)? Ou haveria uma interpretação que somente os tais InFelicianos da vida conseguiriam dar a este mandamento, excluindo homossexuais e negros, e que atenderia em cheio ao mandamento divino?

Quem tiver a verdade absoluta que aponte a resposta.

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Copa do Brasil é a expectativa

Depois da conquista do 1.º turno do estadual 2013, agora é a Copa do Brasil que causa expectativa tanto para torcedores e jogadores do América. O motivo é bem simples: a última campanha considerável ocorreu em 1999 (salvo engano), quando o Mecão eliminou Sport, Remo e só parou no São Paulo. De lá para cá, a campanha tem sido de envergonhar, com exceção de 2007, quando foi eliminado pelo Fluminense, embora vencendo o time tricolor em pleno Maracanã.

Muitos engasgos com Linhares, São José  e outros times sem expressão da vida, parece que neste ano o discurso mudou. Jogadores falam abertamente sobre a expectativa de jogar a Copa do Brasil e em tentarem de verdade eliminar o jogo da volta contra o Ji-Paraná, lanterna em Rondônia.

Chego mesmo a afirmar que esse empate com o Baraúnas foi fruto dessa ansiedade.. E é aqui que mora o perigo. Tendo que enfrentar uma longa viagem até Rondônia, Roberto Fernandes terá que tirar coelho da cartola para não deixar que esta ansiedade estrague os planos do América em se classificar para a próxima fase da Copa do Brasil. Já nem importa se o Mecão fará um jogo apenas ou dois contra o Ji-Paraná. Sem dedicação e tranquilidade, o time rondoniense, que vem mal das penas em seu estadual e também deve estar louco para mostrar serviço em outra competição, deve se apresentar como um osso duro de roer e, portanto, requer o máximo de atenção do elenco como um todo.

Na quarta à noite, poderemos ter uma ideia da capacidade de concentração do elenco atual. Afinal, na Copa do Brasil, um tropeço pode ser fatal.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O Lado Bom da Vida

Domingo diferente para os meus padrões. Sem jogo do América em Goianinha, decidi gastar umas cortesias que tinha para o Cinemark. Analisada a programação, que felicidade ao ver que O Lado Bom da Vida ainda estava em cartaz e com uma sessão às 13h40. Tudo perfeito para mim!

O Lado Bom da Vida é classificado como uma comédia romântica, o que normalmente não tiraria de casa para o cinema. Comédias românticas são perfeitas para assistir em casa. Mas basta um olhar mais detalhado para as informações do filme para se perceber que não é bem por aí. 

O filme tem 2 horas de duração - muito longe, portanto, de comédias românticas comuns. Além disso, foi indicado ao Oscar de Melhor Filme, bom indicativo de que não é uma comédia romântica. E de fato não é. O Lado Bom da Vida é daqueles dramas com pitadas de humor que lhe deixam com um sorriso na boca o filme inteiro. Nada de gargalhadas estridentes. E o romance é sutil, somente no fim você se lembrar que o filme é uma comédia romântica. 

Muitíssimo interessante. A estória começa com Pat num hospital psiquiátrico após o choque de um flagra em sua esposa com outro homem em sua casa. A partir daí, somos envolvidos na história familiar de Pat, cujo pai tem transtorno obsessivo-compulsivo e é daqueles torcedores extremamente supersticiosos (sim, há um limite tênue entre superstições esportivos e o TOC). Para mim, foi impossível não me reconhecer em algum aspecto da estória. 

A realidade paralela em que parece viver Pat, sua luta contra a doença, a agonia de sua mãe, o sucesso de seu irmão, tudo é angustiante e ao menos tempo familiar. Bagunçado e estruturado, como é a vida. O contato de Pat com o mundo real é bem angustiante, mas de uma leveza incrível. Tão bom era o filme, que, já com uma hora de duração, a sensação que eu tinha era de que apenas 15 minutos haviam passado.

Se você quer algo simultaneamente leve e profundo para passar o tempo, O Lado Bom da Vida é definitivamente minha recomendação.  E prepare-se para ver um drama leve com um final de comédia romântica. Porque se você espera uma comédia romântica apenas, poderá se decepcionar. E o trailer passa uma ideia tanto quanto errada do filme, mas confira:

quinta-feira, 21 de março de 2013

Chegou a hora de Gláucio

"Desperate times call for desperate measures", como diz o ditado em inglês, situações de desespero requerem medidas desesperadas.  O ataque do América é pífio. Tiago Adam tem bom chute, incomoda os zagueiros, mas não passa disso. Não sabe cabecear, e assim já perdeu duas chances claras de gol nos dois últimos jogos. Dimas, Alemão e Taiberson devem ser bons em outros esportes, mas no futebol...

Claro que Isaac queimou a língua de todo mundo na temporada passada. Seus melhores chutes no estadual ficavam mais próximos da bandeira de escanteio do que do gol. Mas tudo mudou no finzinho do estadual. Seria essa a situação de Tiago Adam, e, principalmente, Dimas, Alemão e Taiberson?

Não sei, mas desconfio que o buraco é mais embaixo. Alemão lembra muito uma enceradeira - roda, roda e não sai do lugar. Dimas parece não saber qual o momento de correr atrás da bola, dominar, chutar. E Taiberson parece não entender que o jogo é coletivo.

Aí eu lembrei que Gláucio, cria do Mecão, só jogou duas partidas pelo time profissional. Logo na Copa do Nordeste.Coincidentemente, as duas partidas contra o Salgueiro (2x0 e 1x2). Numa, ele foi muito bem - até bola na trave meteu. Ótima movimentação para uma estreia. Na outra, jogou super mal, MAS... deu o passe (e que passe!) para o único gol do Mecão na partida (Rico).

De lá para cá, esqueceram Gláucio, mandaram Rico e Renan Marques embora e ficamos com Tiago Adam, Dimas, Alemão e Taiberson. Não falo de Cléo e Itamar porque ambos estão e ficarão de fora ainda por um tempinho. Tristeza.

Será mesmo que não dá para Roberto Fernandes escalar o garoto de bom porte, boa velocidade e bom chute mais uma vez? Ele não serviu na Copa do Nordeste? Será que o Estadual é assim tão mais difícil que a Copa do Nordeste?

Eu, daqui, já inicio a campanha: Bota o Gláucio, Bob! Até porque, pelo que vi até agora, pelo menos Dimas, Alemão e Taiberson, juntando os 3, não se obtém 1/2 Gláucio.