Por favor, não tomem como mau agouro. Isso nem combina comigo. Costumo ser insanamente otimista em se tratando de futebol, especialmente quando a coisa envolve o meu time de coração.
Sei que futebol é resultado. Que um treinador benquisto não aguenta 5 resultados ruins e que um treineiro pode seguir se a maré estiver boa.
No América, o que escrevi acima é um tanto mais verdade. E é exatamente por isso que resolvi me antecipar aos fatos.
Há um grande risco de o América terminar a temporada 2018 já no próximo domingo (bate 3 vezes na madeira), embora eu confie muito no poder que a torcida americana tem de agigantar times até mais medíocres do que o atual (desculpem a sinceridade, mas a mediocridade se refere muito mais ao estilo de jogo do que aos próprios jogadores, apesar de que estes também não são um primor).
Aí eu me antecipo aos fatos pelo absoluto temor do que possa vir pela frente. Então, antes que a desgraça se apresente, eu já peço uma certa reflexão da direção americana, especialmente do presidente Eduardo Rocha.
Eduardo, que era o presidente em 1998, comandou duas conquistas inesquecíveis do Mecão: o vice-campeonato da Série B 1996 e a Copa do Nordeste de 1998, que exatamente hoje completa 20 anos. Sabem o que ambas têm em comum? Atletas formados no RN. Carlos Mota, Gito, Biro-Biro, Montanha, Carioca, Mingo, Rogerinho, Célio, André, Lima deram identidade a times puxados por grandes nomes como Moura, Paulinho Kobayashi, Jorge Pinheiro, Leonardo.
E é a tal identidade o que mais tem feito falta ao América nos últimos anos. Ninguém da base, ninguém do RN que circule no time titular. Quantos realmente conhecem a força da camisa americana dentre os jogadores que compõem o América neste ano?
Aliás, a identidade entrou em crise de uns tempos para cá com a quantidade exarcebada de profissionais (técnicos e jogadores) que também vestiram a camisa do principal rival. No futebol, isso ainda é muito grave, pelo menos para os torcedores.
Independente do que possa acontecer na Arena das Dunas no domingo, é preciso planejar um 2019 bem diferente das últimas temporadas. Um técnico só o ano inteiro. Contratações muito bem pensadas e que encaixem com a boa garotada da base que o América tem à disposição, mas não utiliza. Menos nomes e mais disposição. Mas, principalmente, muito mais identificação com a torcida. E isso precisa começar do treinador.
Atualmente vejo dois bons nomes disponíveis para tanto: Paulinho Kobayashi e Leandro Sena. Ambos com conquistas vestindo a camisa do América. E que conquistas! Paulinho foi artilheiro da Copa do Nordeste em 1998 e disputou uma Série A pelo Mecão. E tem bons trabalhos como técnico. Leandro Sena também. E esteve nos acessos de 2005 e 2006, inclusive com o próprio Kobayashi como companheiro.
Espero sinceramente que Ney da Matta leve o América pelo menos à Série C. Sair desse inferno da D é para ontem. Mas já deixo aqui essa pequena reflexão para 2019. É bom lembrar que sempre que o América apostou em sua própria identidade foi muito feliz. Voltemos a ser felizes, então.
Perfeita a sua postagem.
ResponderExcluirAliado a tudo isso que você falou, seria bom também um pouco mais de organização, de planejamento para 5, 6, 10 anos. Não aguentamos mais imediatismo, futebol amador, onde a torcida é razão e o dirigente emoção.
Obrigada, Danniel.
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