quinta-feira, 23 de julho de 2015

América 2x1 Vasco + 2 Busatto

Foi um péssimo 1.° tempo do América e um ótimo 1.° tempo do Vasco. Aliás, foi o único momento das duas partidas em que ficou claro que havia uma equipe da Série A enfrentando uma da Série C. O América parecia nervoso, com medo mesmo do time carioca. O Vasco, que não tinha nada com isso, fez 1x0. 

No 2.° tempo, o América virou senhor absoluto das ações. Encurralou o Vasco e tratou logo de empatar o jogo. 2x2. A faísca das missões impossíveis acendeu com força na Arena das Dunas e deixou o time carioca atordoado com a memória do Maracanaço imposta pelo time americano ao Fluminense. Mas aqui se encerra o jogo jogado pelas duas equipes e começa o papelão do goleiro Busatto.

Já vi Fernando Henrique falhar duas vezes contra o Bragantino pela Série B 2014. Vi Andrey tomar um gol safado contra o Paraná na última rodada do mesmo campeonato. Vi Dida dar uma voadora em atacante do Ceará lá no Nazarenão e cometer pênalti. Mas nenhum dos três proporcionou uma visão tão ridícula como a dos dois últimos gols tomados por Busatto contra o Vasco.

No primeiro lance (2.° gol), numa certa indecisão entre Cléber e Busatto (já observaram como esses lances de indecisão entre os zagueiros e Busatto se repetem?), o goleiro americano abdicou de usar as mãos para dar quase que uma voadora em Cléber. Isso mesmo: Busatto enfiou as travas da chuteira na cabeça de Clebão. Até agora não sei como o zagueiro não desmaiou na hora. A trapalhada permitiu que Riascos entrasse com bola e tudo. Busatto nem para ir verificar o estado de Clebão na hora. A reação da equipe foi de uma frieza em relação a ele e a Clebão que até deu pena.

Mas nada é tão ruim que não possa piorar. Numa bola lançada alta e sem perigo algum para o domínio de Busatto, o goleiro simplesmente deixou a bola quicar, perdeu o tempo da bola e sofreu o 3.° gol, matando a reação americana. 

Perceberam? Nenhuma das falhas citadas de Andrey, Dida e Fernando Henrique chega aos pés dos lances de Busatto, que praticamente se enrolou sozinho em lances absolutamente sem perigo para a meta americana. Na verdade, sem perigo se o goleiro fosse outro que não Busatto. Os lances foram tão bisonhos que mais parecem saídos de um goleiro que vinha parado há mais de 6 meses e por isso estava sem tempo de bola. Porque é isso que falta a Busatto: tempo de bola. E por isso ele teme qualquer bola que exija sua saída do gol ou domínio para frente. E é exatamente por isso que 99% (vou permitir 1% de exceção) da torcida não sente a menor segurança nele. 

Na verdade, Busatto pode até não ser um mau goleiro (eu o considero maluquinho), e sim ser um bom goleiro numa fase ruim. Mas fase ruim se cura no banco. E sua manutenção no gol depois de tantas falhas e essas duas últimas típicas de quem não é goleiro podem arruinar a árdua caminhada do América rumo à Série B.

Já pensaram num jogo decisivo de acesso Busatto tomando um frango como o do jogo do Icasa ou repetindo as barbaridades dessa partida contra o Vasco? Atire a primeira pedra em mim quem não tenha o mesmo temor.

Não há mais clima. A diretoria e Bob têm que ter bom senso e partir para um reforço no gol, sob pena de pôr em risco a empatia que começa a rolar entre time e torcida (tanto que o público já não é mais inferior a 4.000 pessoas na Arena), aumentar a dificuldade financeira dessa Série C e ainda perder a chance de voltar à Série B no centenário.

Esse aviso já vem sendo dado desde a pausa para a Copa América. Melhor não continuar dado sopa para o azar.

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