terça-feira, 25 de setembro de 2012

Causa e efeito?

A vida é mesmo um mistério. Não sabemos de onde viemos e nem para onde vamos. Se de fato existe vida pós-morte. Qual o objetivo de nascermos, criarmos laços afetivos, buscarmos incessantemente a felicidade e morrermos? Quem não se afligir com estas dúvidas é porque ainda não parou de verdade para pensar nelas.

Gosto de pensar que vivemos sob este ditado em inglês: what goes around comes around. O que vai volta. Ou o que aqui se faz, aqui se paga. Se você fizer o bem, receberá o bem. Se fizer o mal, é isto o que receberá. Mesmo não tendo certeza da veracidade de tal máxima, pelo menos, ela serve para que as pessoas se coloquem mais no lugar das outras e só façam a estas o que gostariam de receber de volta. Verdadeira lei da causa e do efeito. O mundo gira...

No entanto, não é preciso observar muito para perceber a quantidade de pessoas ao nosso redor que só importam com seus próprios benefícios, mesmo que passageiros, e esquecem as consequências que seus atos têm em relação aos outros. No trânsito, nas filas, no trabalho, na escola... em todo lugar. Até no futebol.

Eu vejo o caso de Max e sinto uma pena enorme. Jogador com jeitão de sangue bom, de origem humilde, tão ligado ao América, xodó de muitos torcedores (eu me incluo aqui). Fenômeno em 2006, quando saía do banco para ser decisivo em muitas partidas, ele foi autor dos gols finais que colocaram o Mecão de volta à elite do futebol brasileiro em 2007. 

Tudo pronto para a temporada de 2007. A expectativa era de quanto dinheiro o América e o próprio jogador fariam com o seu potencial na primeira divisão. Mas eis que Max se envolve numa polêmica de 2 contratos, alega que não assinou com o América e apunhala o clube que o projetou. Preferiu os empresários do Corinthians-AL. De lá foi para o Palmeiras e nunca mais foi o mesmo Max.

Em 2008 retornou ao América. Mágoas para trás. Apesar de não demonstrar mais o mesmo potencial, Max, o homem de pedra, ainda conseguia ser decisivo, especialmente no clube que agora afirmava gostar. Fez 4 gols numa partida memorável contra o super Vila Nova de então na Série B. Xodó é xodó.

De 2006 para cá, salvo engano, Max só não esteve aqui em 2007 e 2010, dois tristes anos de rebaixamento do América. Andou pelo Rio de Janeiro, antro da perdição no futebol para almas inocentes, Minas Gerais, Pernambuco e sei lá onde mais.

Voltou em 2011, sempre predestinado a ter seu nome marcado na história do América em conquistas. Colocou o Mecão na Série B. Mais uma partida, mais um retorno, dessa vez em 2012, já no campeonato da Série B. De novo, sai do banco para marcar seus gols decisivos.

Mas eis que o homem de pedra caiu quando menos se esperava. Foi pego no anti-doping. Cocaína. Contraprova ratificou o resultado. Max pode ser suspenso por até dois anos. Alegou que não era sua a assinatura do exame da contraprova. Jura que é inocente. "What goes around comes around", penso. O América até pode lhe dispensar por justa causa. Mas o clube que lhe estendeu a mão em 2006, sofreu o golpe de 2007, agora lhe estende mais uma vez a mão em busca de sua recuperação, independente de ele ter mesmo consumido cocaína ou não. A vida dá ou não dá voltas?

Um comentário:

  1. Triste da pessoa que pensa que tudo faz fica por isso mesmo. O mundo gira. Hoje você está por cima, amanhã...

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