Pelo divulgado, a apresentação oficial do elenco do América à torcida e à imprensa ocorrerá em 08/12, um sábado, na Arena América.
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
Quem pensou mesmo no Brasil?
Entre candidaturas, é sempre possível escolher. Sempre. Se não escolhemos a ideal, por sua virtudes, escolhemos a possível, por ser menos prejudicial. É o que penso sobre eleições.
Nesta campanha, a candidata vista por mim como ideal era Marina Silva. Calejada por lutas as mais diversas, inclusive a ambiental, Marina nunca prometeu um Brasil lindo. Pelo contrário, afirmava ser comandante de um governo de transição, que uniria a nação novamente em torno da discussão do futuro que pretendemos sem deixar opinião alguma de lado.
Marina foi acusada, dentro do que posso publicar e que não é reflexo direto de feiíssimo preconceito, de ser fraca por não se posicionar, de esconder sua verdadeira opinião para não desagradar eleitores.
Fortes seriam Bolsonaro e Ciro, que falam o que pensam sem pesar muito as consequências. Bem, um passou a campanha a esconder o que pensa, fugiu de debates e mandou que vice, guru econômico e filhos não dessem mais piu até o fim da eleição.
O outro viajou para o exterior em plena eleição para não ser pressionado a falar.
Na hora H, Marina desceu o malho em Bolsonaro e Haddah, mas declarou voto neste, mesmo ressaltando que estaria na oposição. É bom lembrar que Marina foi execrada pelo pessoal do PT em 2014 em atos lamentáveis quanto à ética de uma disputa.
Já Ciro... Bem, Ciro preferiu ficar em silêncio para não prejudicar seu projeto para 2022.
Quem foi mesmo fraco e sem opinião?
Diante de tudo o que a candidatura de Bolsonaro representava, o silêncio de Ciro Gomes o apequenou e destruiu a aparente força de quem era muito admirado por não temer expor seu pensamento. Entre o perigo atual e sua candidatura em 2022, ele não pensou duas vezes e preferiu não cerrar fileiras com gente da estirpe de Marina Silva, Joaquim Barbosa e quase toda a comunidade internacional ocidental.
A fraca falou. O forte calou.
Depende de nós
Como previsto desde que o primeiro turno da eleição presidencial começou a se desenhar, o Brasil sai ainda mais dividido pós-voto.
A exemplo de eleições anteriores, o presidente ungido pelas urnas não obteve o maior número de votos dentre os eleitores.
Numa população de mais de 209 milhões, o eleitorado já se resume a 147 milhões em números arredondados. Destes, 31 milhões, ou 21% do eleitorado, não se deram nem ao trabalho de comparecer às seções eleitorais. Outros 11 milhões, ou quase 10% do eleitorado, anularam o voto ou votaram em branco. Isso já reduz o número de brasileiros que efetivamente escolheu o destino do país: 104 milhões - menos da metade da população brasileira.
Desses que efetivamente votaram, o presidente foi escolhido por quase 58 milhões. Seu adversário obteve 47 milhões de votos. Ou seja, para onde quer que olhemos, o sistema eleitoral brasileiro não consegue mais dar legitimidade aos presidentes eleitos, posto que eles não conseguem mais apoio de parte expressiva da população, relegados que estão a 25% do apoio dos que têm este país tropical como lar. E olha que no Brasil o voto é obrigatório e o 2.° turno foi criado justamente para que um dos candidatos enfim consiga legitimidade.
A nação brasileira precisa ser chamada à sua responsabilidade. Se não temos o país que queremos, os governantes que queremos e os políticos que queremos, a culpa é majoritariamente nossa. Quantos de nós de fato acompanham o que se passa em Brasília ou mesmo na cidade em que moram? Quantos acompanham o importante trabalho legislativo para saber o que está em discussão e até para pressionar o representante escolhido em votações importantes?
Quantos de nós somos capazes de apontar o posicionamento de políticos e sua vida pregressa a uma candidatura para um cargo no executivo?
Quantos de nós "perdemos tempo" lendo jornais, revistas e prestando atenção em reportagens em rádios e TVs que digam respeito à atividade política, ou mesmo sobre a economia do Brasil, dos estados e das cidades?
Quantos leem obras que se propõem a explicar o passado e o presente do Brasil e do mundo e a projetar um futuro a partir das decisões hoje tomadas?
Quantos leem uma obra literária - qualquer uma - para expandir seu conhecimento de mundo?
Quantos de nós acreditam piamente nas correntes, outrora de e-mail, agora de WhatsApp?
Num ambiente assim, votar seguirá por muito tempo um fardo para parte expressiva da população e seguiremos com presidentes marcados pela falta de legitimidade adequada e governos como equilibristas numa eterna corda bamba.
Tendo agora o Brasil escolhido um projeto claramente autoritário e sem que se tenha discutido amiúde as propostas que ele traz, é hora do povo brasileiro começar a se interessar pelo que ocorre em Brasília e que se reflete em todo lugar. É hora de gostar de ler, de acompanhar noticiários, de se inteirar do que o Congresso anda votando e tentar finalmente conhecer o que pretende o próximo presidente.
Mais: é hora de conhecer e se apaixonar por nossa Constituição.
É assim que fortalecemos uma combalida democracia e impedimos que maus políticos nos iludam a cada eleição para nos desiludir ainda no primeiro ano pós-voto, transformando a governabilidade em inferno e nossas vidas em verdadeiro martírio.
Depende de nós evoluirmos como nação. Quantos de nós estamos dispostos a assumir essa responsabilidade?
Manchetes do dia (29/10)
A manchete do bem: Dinheiro está voltando ao Brasil, afirma executivo da Bolsa de NY.
As outras: Ascensão da direita nacionalista ocorre em todo o mundo, Em guerra econômica, milhões são jogados à fome no Yêmen e Mercosul é 'ideológico' e não é prioridade, afirma Paulo Guedes.
Bom dia a todos!
Fonte: Folha de S.Paulo
As outras: Ascensão da direita nacionalista ocorre em todo o mundo, Em guerra econômica, milhões são jogados à fome no Yêmen e Mercosul é 'ideológico' e não é prioridade, afirma Paulo Guedes.
Bom dia a todos!
Fonte: Folha de S.Paulo
Today's headlines (10/29)
The headline for good: 'Long overdue': Woman maligned after she was raped receives apology from police commissioner.
The others: Jair Bolsonaro, far-right populist, elected president of Brazil, Two Powerball winners share $688 million; one ticket came from a bodega in Harlem and Quiet day at a Pittsburgh synagogue became a battle to survive.
Good morning, everyone!
Source: The New York Times
The others: Jair Bolsonaro, far-right populist, elected president of Brazil, Two Powerball winners share $688 million; one ticket came from a bodega in Harlem and Quiet day at a Pittsburgh synagogue became a battle to survive.
Good morning, everyone!
Source: The New York Times
domingo, 28 de outubro de 2018
Acaso atuando
Um esbarrão e o destino de duas pessoas foi totalmente modificado. Duas, não, muitas. Esse é o mote do filme biográfico Legalize Já - A Amizade Nunca Morre que conta como os artistas Skunk e Marcelo D2 se conheceram e dali partiram para o Planet Hemp.
Em filme biográfico não há como dar spoilers. É a própria vida que impõe a descoberta antecipada do que vai acontecer. Skunk morreu e o Planet Hemp decolou sem ele. Mas os detalhes das lutas diárias e dramas que envolveram os dois desconhecidos que viram amigos de fé, com algumas pitadas de comédia, traz para o patamar da humanidade a banda e os artistas de sucesso, já que esse mesmo sucesso promove uma certa glamourização da realidade.
Engraçado que eu esbarrei neste filme também por acaso. Estava com entradas com vencimento para aquele dia no Moviecom e não poderia assistir à sessão de outro filme desejado em virtude do horário. Sim, o Moviecom tem a péssima política de só passar filmes dublados, deixando os poucos legendados para as sessões que ameaçam invadir a madrugada. Daí eu deixar para ver apenas filmes nacionais por lá. Calhou desse estar em cartaz no dia e no horário desejados. Gostei muito do resultado e até minha percepção sobre Marcelo D2 saiu dali muito modificada. O acaso atuo até neste aspecto.
Apesar de algumas pequenas confusões com aspectos da história nacional - fazer um filme que se passa há mais de 20 anos exige um certo rigor na pesquisa que nem sempre aparece para todo mundo -, vale a pena conferir os 90 minutos dessa biografia na telona. Ainda que o Moviecom insista que sua sala 2, com braços descascados em algumas poltronas, é uma sala "semi-vip".
Sem sentir
136 minutos que passam agradavelmente. Essa sensação é o que nos invade com o filme Nasce uma Estrela (A Star is Born), de dirigido por Bradley Cooper.
E que direção! Já gosto de Bradley Cooper como ator. Sempre se arrisca. Eu o conheci ainda quando atuava na TV americana. Depois que mudou o local de trabalho para Hollywood não me decepcionou. Pelo contrário, tenho em alta conta seu trabalho em O Lado Bom da Vida.
Neste filme, como ator e diretor, ele arrasou. Um personagem difícil de acertar o tom, mas ele não escorregou em momento algum. Nem nas angústias, nem no entusiasmo da paixão, nem na depressão de quem afunda a própria vida e dos que estão próximos.
De Lady Gaga, eu já esperava talento. Sim, ou alguém imagina que interpretar esse personagem que ela criou para cantar músicas pop é algo simples como comprar pão na padaria? Mas ela esteve muito bem. Convenceu na fase pré-fama do filme. Convenceu na fase deslumbrada da fama. Convenceu na batida humana mesmo na fama. E como ver o verdadeiro rosto de Lady Gaga (ou seria Stefani Germanotta?) teve um impacto super positivo. Adorei!
O filme transcorre com leveza quando tem de ser leve e até na crueza da realidade.
Não preciso dizer que chorei. Chorei muito. E fui acompanhada por todos que estavam na sessão. Desde Em Busca da Terra do Nunca eu não ouvia tantos soluços de quem chorava copiosamente.
Também não tenho do que reclamar. Trilha sonora na medida, atuações na medida e filmagem também na medida.
É sabido que o filme é um remake. A estória original é de 1937, com outros remakes em 1954 com Judy Garland e 1976 com Barbra Streisand. Não vi nenhuma delas, mas o The New York Times descascou a de 1976.
Mas a versão de 2018 não tem defeitos. Desde a escolha de Lady Gaga e sua incrível metamorfose mais humana para atuar, até a decisão de close-up em várias cenas, como a dos shows, especialmente os iniciais.
Outra curiosidade é que o público de todos os shows eram reais, pois foram emprestados de festivais como o Coachella. Talvez venha daí o total convencimento passado por Nasce uma Estrela.
Recomendo e já aviso que é melhor não deixar para o próximo fim de semana porque o filme já está há um tempinho em cartaz e tudo que é bom tem fim.
Podcast: Falta pouco
As definições da 2.ª divisão do estadual, os técnicos contratados para a 1.ª divisão, os rumos de ABC e América agora.
Na hora da urna
Mais um dia de festa da democracia. Que dia maravilhoso!
É bem verdade que não chegamos todos assim tão alegres para votar. Há quem não goste e encare o voto como obrigação. Eu não. Entendo que votar é escolher dentre as propostas de futuro se não a melhor, pelo menos aquela que menos prejuízo trará.
Nosso país ainda tem muita estrada a percorrer nos caminhos da democracia rumo a uma vida melhor para cada um e cada uma de seus cidadãos e suas cidadãs. Mas é só a democracia que pode nos levar de fato até lá. E quanto mais nos envolvemos, quanto mais cobramos, quanto mais fiscalizamos, mais aceleramos o passo rumo ao nosso destino.
Precisamos evoluir como nação, como sociedade. Respeitarmos filas, por exemplo, seria um bom ponto de partida.
Também precisamos de amadurecimento político para deixarmos de cair no conto do vigário de que existe um salvador da pátria a cada quatro anos. Não há. Nós todos somos salvadores da pátria. Nas filas, no trânsito, nas redes sociais. Sempre que implantamos a partir de nós o respeito pelas pessoas e pelas leis que gostaríamos de ver nos outros. Sempre que nos aproximamos da tolerância e nos afastamos dos preconceitos que insistem em nos invadir. Sempre que devolvemos o troco a mais ou apontamos o erro para menos da conta recebida.
A cada dia, a cada luta, a cada hora, nos tornamos mais humanos e vamos também transformando a sociedade e a nação.
O voto canaliza essas mudanças.
Nesta eleição, vimos um mundo mais feio. Fake news e robôs se passando por pessoas com o único intuito de destilar ódio. Se bem que isso talvez não seja de hoje, é verdade. Mas o pior foi que vimos pessoas assumindo a identidade de robôs com o único intuito de destilar ódio. Vimos pessoas aplaudirem discurso que lembra coisas tristes que o Brasil e o mundo viveram num passado nem tão distante assim.
Mas o povo brasileiro não é de ódio. Somos conhecidos e reconhecidos mundialmente como um povo feliz, amável, hospitaleiro. Gostamos de abraço, de beijo, de festa, de rir alto, de dançar, de comemorar, de brincar. Gostamos de multidões, de gritar gol, de reunir a galera.
Não, isso não combina com discurso que vê coitadismo nas ações que denunciam as agruras por que passam miseráveis, negros, mulheres, índios, gays e todas as outras pessoas apenas por não se encaixarem no perfil do homem branco heterossexual de classe média alta.
Isso também não combina com discurso que prega uma minoria tem que se adaptar à maioria, ou então desaparecer.
Isso passa longe de combinar com discurso que aponta todos que não estão com determinado candidato como marginais vermelhos que devem ir para a cadeia ou deixar o país.
Isso também afronta invasões policiais a universidades para arrancar faixas contra o fascismo, a salas de aula para conferir o conteúdo da aula de professores Brasil afora e até a casa de estudantes para conferir o material didático utilizado para estudos.
Isso jamais combinará com tantos episódios de violência registrados por divergência política.
Isso jamais estará em consonância com ameaças a juízes e tribunais, seja com palavras chulas e ameaças de morte individuais, seja com a promessa de que apenas um soldado e um cabo são suficientes para fechar a maior corte do país, a corte constitucional, o STF, guardião maior de nossa Constituição, a Cidadã, portanto, guardião maior de nossa democracia, refúgio último do cidadão contra um Estado que não respeita as leis e o oprime.
Não, o Brasil não é assim. O povo brasileiro não é assim.
Seguiremos hoje todos para as urnas, tão inexplicavelmente achincalhadas por um dos lados nesta eleição. É ali, na hora da urna, que a expressão de que todos somos iguais se faz mais presente. Ela não quer saber quanto de dinheiro você tem no bolso, se você é loiro, negro, gay, hetero, homem ou mulher, se é gordo ou magro, se comeu fartamente ou se está faminto, se é empresário, funcionário público, prostituta ou biscate, se é religioso ou ateu, se é doutor ou analfabeto. Ela só quer saber dos números que você vai apertar para definir que rumo devemos seguir pelos próximos quatro anos.
É nessa hora que somos todos absolutamente iguais. Valemos o que digitamos. E todos valem a mesma coisa: um voto. Que se soma a outro, e a outro, e a outro, e a outro... Todos assim, sem identificação, sem peso diferente. Todos iguais.
Daí o valor universal do sigilo do voto. E é neste momento quase confessional que muita gente reflete e vota no que lhe parece, ali, naquele momento, mais sensato.
Saímos todos com a boa sensação do dever cumprido e vamos apenas aguardar para saber quantos mais dos nossos irmãos de cidadania fizeram a mesma escolha que nós.
Neste domingo, na hora da urna, não deixe de refletir sobre a importância deste momento e quanto já não lutamos para que ele voltasse a ser garantido a todos os brasileiros num passado nem tão distante.
Há apenas 30 anos temos uma Constituição Cidadã. E esse pouquíssimo tempo já é o maior de nossa história em que a democracia de fato imperou no país.
Ali, na urna, só você e a máquina, lembre de seu papel fundamental na formação da sociedade, da nação, do país que queremos, e não deixe que ninguém lhe tire também esse papel. Nossa democracia foi forjada a sangue, suor e muitas lágrimas. Não a entreguemos de mão beijada a quem nunca acreditou nela.
Vote. Vote com alegria. Vote com amor. E vote para que esta festa da democracia não seja a última.
Manchetes do dia (28/10)
A manchete do bem: Comércio deve ter crescimento nas vendas e contratará 1,8 mil temporários.
As outras: Resultado das eleições será conhecido até as 20h, diz TRE, Fórmula 85/95 para aposentadoria só vale até fim do ano e A hérnia de disco atinge mais de dois milhões de pessoas por ano, no Brasil.
Bom domingo, minha gente!
Fonte: Tribuna do Norte
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