Todo jogador que chega a um novo clube faz aquelas esperadas juras de amor ao seu novo empregador. A maioria não passa de balela.
Porém, no caso do carinho declarado por Adriano Pardal em relação ao América, dá até para acreditar. Afinal, salvo terrível engano, foi com a camisa americana que o jogador sentiu o gosto de ser campeão jogando como profissional. Aliás, bicampeão - em 2014 e 2015, no estadual do RN.
A própria sucessão de temporadas mostra uma adaptação ao clube. Depois de estrear no RN em 2012 pelo ABC, Pardal atuou pelo América em 2013, 2014 e 2015, sempre saindo para clube estrangeiro.
Agora em 2017, voltando ao RN mais uma vez pelo ABC, de novo o atleta de lá sai rumo ao clube da Rodrigues Alves.
Quanto ao talento, aos 30 anos, apesar de uma temporada de lesões mais insistentes, Adriano Pardal tem bastante cacife para ser comandante do ataque de Leandro Campos, que tem sofrido com a falta de um pivô convincente. Quem sabe ele não abre a cabeça do treinador para a importância de um centroavante de bastante mobilidade, que sabe dominar, passar e cabeceia tão bem quanto seus concorrentes atuais no elenco?
Quando estiver em condições, assim como seu xará da zaga, Pardal inevitavelmente será titular. Então veremos um time com tudo para empreender ataques (não só contra-ataques) velozes e envolventes. Assim espero.
O que todo mundo esperava enfim aconteceu. O atacante Adriano Pardal foi anunciado hoje como o grande reforço do América para a temporada 2018.
Pardal, que defendeu o América em 2013, 2014 e 2015, volta ao clube rubro com o aval do técnico Leandro Campos, que já o comandou em 2012 no ABC. Aliás, desde antes da pré-temporada, o treinador mal escondia nas entrevistas a ansiedade em contar com o atacante, mas aparentemente só agora o negócio deu certo.
O dono da camisa 9 (rezando para ser essa sua função) falou com Canindé Pereira, assessor de imprensa do América, sobre mais essa volta para o Mecão:
Como é que chega o Adriano Pardal de volta ao América? Feliz, primeiramente, em estar voltando ao América. Fui bem recebido por todos. Tenho um carinho muito grande pelo América e a gente espera poder nesse ano contribuir de forma grandiosa para que o América consiga ser campeão no estadual, conseguir o acesso na Série D, que o América é grande, não pode estar na Série D. Está pronto para jogar? Mais uns dias pegados, treino forte, e se Deus quiser, daqui a 2 semanas estou pronto. Você já mostrou que tem um carinho pelo clube, mas foi isso mesmo que fez você voltar ao América? Com certeza. A gente sabe que na Série D a dificuldade de dinheiro é grande, então, não foi isso, né? Foi mesmo pelo carinho que eu tenho pelo clube, pela torcida, pelo respeito que eu tenho pela entidade. E espero poder estar ajudando. A torcida gosta muito de você, Pardal. A gente anunciou aqui, a galera já está comemorando o seu retorno. O que você tem a dizer ao torcedor americano? Que estou voltando focado para ajudar o América a conquistar os objetivos, e fico feliz pelo carinho. Espero retribuir dentro de campo.
A semana começa pra valer hoje, em plena terça-feira, mas o ano vai mesmo embora no domingo. São apenas 4 dias úteis para resolver todas as pendências. Sem jeito. Muita coisa ficará para 2018.
Agora é hora de ser muito racional e ver o que ainda pode ser resolvido em 2017. Fora obrigações legais e /ou jurídicas, aquelas de cunho moral bem que poderiam ser iniciadas já, como deixar o sedentarismo de lado, largar mais as redes sociais, curtir mais livros e atividades ao ar livre, rever amigos.
Prometa-se e comprometa-se a simplesmente viver mais os momentos em 2018, mas comece agora. Mais amor, mais tranquilidade, mais paz interior. Menos foco no dinheiro, que é muito importante, ninguém nega, mas não pode tomar todo o seu foco. Menos, muito menos ostentação. Há tanta coisa grátis e boa a ser vivida!
Desacelerar sempre que nos dermos conta da falta de sentido em correr demais. E curtir cada momento. Mas não esperemos 2018 para isso. O restinho deste sofrido ano de 2017 ainda pode nos deixar esse lindo ensinamento para o resto de nossas vidas.
A manchete do bem: Na velhice, o futebol some e a caminhada se estabelece, mostra Datafolha.
As outras: Em cada dez brasileiros, sete são contra a privatização, Uso de tecnologia no campo eleva produtividade e racionaliza custos e Caso Daniela Perez: o dia em que o noticiário superou a novela [há 25 anos].
The headline for good: Power prices go negative in Germany, a positive for energy users.
The others: Scientists are designing artisanal proteins for your body, One man's stand against junk food as diabetes climbs across India and Business schools now teaching #MeToo, N.F.L. protests and Trump.
Good morning, everyone!
Poucas pessoas nutrem um amor tão grande por sua terra natal como eu nutro pela minha linda Natal. Nascer e viver aqui me faz me sentir abraçada diariamente por essa cidade que amo de paixão.
Estou desanimada? Abro a janela de casa ou o vidro do carro e respiro o ar mais puro das Américas. Ou vejo uma árvore. Ou um passarinho que pia insistentemente. Ou vejo um céu de um azul sempre convidativo. Ou um mar de águas mornas sempre pronto a revigorar as energias de quem nele se banha.
Dirigir ou andar por suas ruas é reviver cada pedacinho de minha própria história. Cada rua, cada esquina, cada árvore, cada canteiro de Natal faz parte da minha vida.
Até os engarrafamentos aqui são mais prazerosos.
Se governantes não a tratam bem, a memória da população registrará eternamente os malfeitores.
Forasteiros são sempre bem-vindos. E vão virar novos natalenses de coração. Nem adianta resistir.
Numa viagem a Campos de Jordão, um grupo de mineiros fez questão de me dizer que, no Brasil, somente em Natal foram recebidos como o mineiro gosta: pela porta da cozinha. Afinal, o natalense cria intimidade em 5 minutos.
Lembro de uma mossoroense que encontrei num cruzeiro que terminava aqui, vindo de Fernando de Noronha. Meu coração de natalense avisou logo que estava pertinho desse paraíso e aí corri para o convés para acompanhar a chegada nas primeiras horas da manhã. Ao chegar lá, a mossoroense estava com seu esposo admirando Natal ainda do meio do mar. Ao me ver toda animada, ela disse: "Olha, até o ar de Natal é diferente. Sempre digo ao meu esposo isso quando chegamos aqui de carro. Na estrada, nós sentimos a diferença do ar e já sabemos que estamos chegando em Natal". Até uma natalense de coração sabe disso.
Eu, por exemplo, sofro muito quando tenho que viajar. Dá um aperto no peito ter que deixar esse paraíso, mesmo que por pouco tempo. Adoro as viagens e me divirto muito. Mas vocês não têm ideia do nível de excitação que me acomete por saber que no dia seguinte vou viajar de volta. A mesma coisa quando chego por aqui de avião e vejo toda essa beleza lá de cima. É encanto que se renova. Mas só de chegar aqui já é motivo de felicidade plena.
E nem venham comparar Natal com outras cidades. Nenhuma cidade neste mundo a supera. Agora imaginem se os serviços públicos funcionassem a contento por aqui... Teríamos uma superpopulação!
Natal é um estado de espírito. Tudo flui num ritmo próprio. Em que outro lugar do mundo o 3.° ano do Ensino Médio é chamado Pré? E o garoto é boy e a garota, boyzinha? Ou o pessoal acha que é proibido responder a "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite"?
Em que lugar do mundo podemos sair de uma ponta a outra da cidade tendo o mar como cenário, como a Via Costeira e a Ponte Newton Navarro (ou Ponte Nova, como a conhecemos) nos permitem (da Zona Sul à Zona Norte)?
Em que outro lugar do mundo um vento gostoso nos faz de besta ao meio-dia ao tomarmos sol sem sentir a queimadura solar que vai se instalando?
Isso tudo é Natal! É paraíso, é um ar diferente, é vento constante, é mar quente, é sol gostoso, é timidez às vezes confundida com falta de educação, é um povo hospitaleiro, é um uso próprio de termos com outros significados, tudo isso naturalmente presente no dia-a-dia de todos que têm a sorte de aqui viver ou estar.
Em 25 de dezembro, nosso "Feliz Natal" vira "Parabéns, Natal". Ou "Obrigada, Natal". Ou, como diria o baiano Moraes Moreira, "Natal, como eu te amo! Como eu te amo, Natal!".
Nos 418 anos desse paraíso nosso de cada dia, deixo o lindo poema de Pedrinho Mendes feito lá na década de 80 e que ainda ecoa para os natalenses como hino de amor por esta cidade.
Por falar nisso, hoje tem show de Pedrinho Mendes, de graça, na maior Árvore de Natal do Brasil, que fica no meu lindo bairro, Mirassol, às 19h. Já pensaram que lindo será a declaração de amor dos natalenses ao cantar Linda Baby no dia do aniversário de Natal?
Essa é uma terra de um deus mar
De um deus mar que vive para o sol
E esse sol está muito perto daqui
Venha e veja tanto quanto pode se curtir
Linda terra para a mãe gentil
Belo cai o sol sobre esse rio
E esse rio também está perto daqui
Venha e veja tanto quanto é o nosso Potengi
Sempre que estiveste por aqui
Não observaste o nosso ser
Nem aproveitaste o lindo olhar ao céu
Venha pois não dá pra dizer tudo no papel
Curte-se aqui ao natural
A natureza espalha o nosso chão
Estou cantando a terra que é o meu viver
E acontece que eu estou cansado de dizer
Que aqui não tem Avenida São João
Nem o mesmo padrão que se tem por aí
Coisas que não tem em todo o canto não se deve exigir
Isso é Natal, ninguém se dá muito mal
Como dizem pessoas quase sem se sentir
Linda baby, baby linda, volte sempre aqui
P.S.: Como a música é bem antiga e não tem vídeo disponível, peguei um vídeo de 2006-7 em que a Unimed anuncia uma conferência em Natal, o que já dá uma boa ideia. Lembrando que ainda existia o Machadão e o Machadinho onde hoje fica a Arena das Dunas.
A manchete do bem: Dom Odilo Scherer: História de Jesus foi semelhante à de tantos filhos de migrantes.
As outras: Construção de imóveis deve subir em 2018, Maluf e Marin passam Natal na cadeia e Projeto em escolas de SP forma estudantes para combater bullying.
Feliz Natal, minha gente!
The headline for good: Pope Francis puts focus on refugees on Christmas Eve Mass.
The others: A woman now leads the Vatican museums. And she's shaking things up, Spielberg's 'The Post' provides fitting end to turbulent year for the media and Taylor Swift's rivals this holiday: Bing Crosby and Nat King Cole.
Merry Christmas, everyone!
Já falei no Podcast de hoje, que contou com entrevista pós-amistoso de Leandro Campos, a respeito do problema visto na forma de atacar do América no 1.º tempo, que lembrou o ineficiente time que enfrentou a Juazeirense aqui na Arena das Dunas, e que, aparentemente, foi corrigido no 2.º tempo do amistoso. Mas há outros detalhes.
A defesa não parece suficientemente sólida. Talvez por ser uma zaga totalmente nova, Diego Negretti e Tiago Sala ainda titubeiam. É preciso acrescentar o pouco tempo de atividade de Tiago Sala no ano, entre contusões e reserva no ABC e no próprio América. Tiago, ressalte-se, tem muito boa saída de bola. Entretanto, é a fragilidade de marcação nas laterais que é mais preocupante e pode até ser o que exalta mais a ausência de estabilidade da nova zaga. Guilherme e Vanvan, principalmente este, precisam, pela própria juventude/falta de experiência, de treinamentos específicos de marcação (posicionamento, hora de dar o bote, até onde acompanhar). A saída de Danilo, que sabe marcar, faz o problema saltar aos olhos porque atinge o time nos dois lados.
Na semana, já escrevi a respeito do desprezo que nutro pela marcação individual. Não me agradou ver quem estava marcando alguém na ponta acompanhar o jogador quando este fez o movimento em velocidade para o meio de campo. Vi acontecer com Cascata e Vanvan se a memória não me falha. Isso desgasta demais o marcador e abre muito espaço na defesa, vez que a cobertura vira dobra na marcação e alguém está livre no setor desguarnecido. E foi numa dobra dessas que saiu o gol do Botafogo, embora eu precise ressaltar que muita gente, até Janaina, reclamou de impedimento no lance. Eu não prestei atenção neste importante detalhe.
Voltando ao ataque, em muitos momentos, o América atacou em 4-3-3, deixando Cascata, Mateusinho e Betinho alinhados, marcando posição na frente. Sem usar Betinho como pivô, insistindo apenas com Cascata e sem ninguém tentando um lançamento em diagonal nas costas da defesa adversária, o América virou presa fácil da marcação do Botafogo e se limitou a tocar a bola de um lado para o outro, sem passar da intermediária. O Botafogo de Leston Júnior, que não é bobo, começou a marcar essa passagem da bola para o outro lado, encurralando o jogador na lateral (normalmente os próprios laterais), o que resultava ou em contra-ataque do time pessoense, ou em lateral a ser cobrado, interrompendo o ataque americano, que não passava da intermediária. Irritante à beça!
A melhora na volta do 2.º tempo foi da água para o vinho. O time descobriu que existe vida além de Cascata, passou a usar Betinho como pivô e as jogadas pelas laterais voltaram a fluir, de onde saiu um esperançoso gol de bola rolando (Jonathas, Mateusinho, Guilherme, Betinho e gol).
Pré-temporada e amistosos têm essa função mesmo: ajustar o time para a estreia. Pela postura no início do 2.º tempo, Leandro Campos entendeu a necessidade de mudar. Mas duas coisas preocupam: ele se encantar com o domínio do América, que, no 1.º tempo, foi absolutamente ilusório, posto que não ameaçou de fato o adversário, exceto em lances de escanteio e cobranças de falta, que já estão nos trinques, diga-se de passagem, e o tempo que ele leva para modificar a estrutura tática do time. É esperar que ele seja mais rápido para que não tenhamos o fantasma do péssimo jogo contra a Juazeirense a rondar a torcida sempre que pegar um time que se proponha a marcar mesmo, o que deve ser a tônica do estadual, ante a diferença de tradição do América para a maioria dos adversários. Veja-se, por exemplo, que, no estadual desse ano, o time de Felipe Surian sofreu desse mal contra o Globo lá no Barretão e as chances de chegar à final da competição foram por água abaixo contra um time que tinha um jogador a menos.
No mais, é esperar o normal: que sejam tiradas lições desse amistoso e já vejamos melhora no próximo compromisso, que será contra esse mesmo Botafogo, no dia 30, em João Pessoa, diante exclusivamente da torcida alvinegra. A torcida americana acompanhará pela TV Mecão.
A partir daí, tirando-se a pausa do fim de ano, restarão 12 dias para os últimos ajustes pensando exclusivamente na estreia contra o Força e Luz de Higor César, que gosta de marcação e contra-ataque em velocidade. Aí sim saberemos se tudo foi devidamente corrigido.