quarta-feira, 5 de julho de 2017

Reagiu

Se dentro de campo, nada parece tirar o ABC da letargia, pelo menos na arquibancada a torcida reagiu aos preços dos ingressos (R$ 20 e R$ 10). 

Depois de contar com apenas 2.551 pessoas num jogo às 19h do sábado, o alvinegro viu 4.124 pessoas acompanharem no estádio o jogo que começou às 21h30 de uma terça-feira.

O problema é que o desconto de 50% no preço do ingresso não correspondeu ao dobro de pessoas na arquibancada. Logo, ficou um prejuízo na renda de todo jeito.

Que fase!

Levanta mortinho

Todo time que está na zona do rebaixamento sabe que encontra no ABC o trampolim para sair dessa situação. Pelo menos assim foi com os 3 que o alvinegro enfrentou e que estavam nessa situação: CRB, Boa e agora Náutico. Dos três, CRB e Náutico venceram o ABC no Maria Lamas Farache.

A partida de ontem ainda assumiu outros detalhes nessa história de levantar mortinho: o Náutico não tinha uma única vitória na competição, nem mesmo um único ponto conquistado fora de casa. Não vencia há 85 dias. Até o atacante Gilmar, ex-América e ABC, não sabia mais o que era marcar um gol com a camisa do alvirrubro recifense.

Se entrou na competição com um sério problema técnico, o ABC de Geninho têm agora um terrível problema de motivação. Não tem forças para chutar um time esfacelado, não mete medo em casa, nem lhe sobrou uma única estatística para melhorar sua autoestima. Já vimos esse filme.

O time é basicamente de Série C. Apenas Anderson Pedra, Márcio Passos, Bocão e Eltinho têm boa experiência na competição. Em entrevista pós-jogo, Geninho chegou até a assumir erro de avaliação do grupo. Uma situação assim requer ou troca de treinador ou chegada de uns 10 jogadores. Ou ambas. Só falta um detalhe para tanto: dinheiro.

De todo jeito, quando a confiança vai embora, resgatá-la é um parto a fórceps. Hoje o ABC vive uma duplo "levanta mortinho": em relação a adversários em situação ruim e à sua própria autoestima. Já vimos esse filme. O desafio agora é mudar o final.

Manchetes do dia (05/07)

Começando com a manchete do bem: Venda de novos veículos cresceu 13,49% em junho deste ano.

Agora vamos às outras: Lei prevê multas para descarte de lixo em ruas, Congresso libera recursos para passaportes e Índice GS1 de atividade industrial cresceu 10,7% em junho.

Bom dia a todos!

Fonte: Tribuna do Norte

terça-feira, 4 de julho de 2017

Péssimo sinal

Perder dentro de casa para um adversário que é o saco de pancadas da competição é um péssimo indicativo para o ABC.

Na verdade, com um time basicamente de Série C, o primeiro sinal de que a coisa não se encaminharia bem foi o técnico Geninho dizer logo na primeira rodada que não era obrigação vencer em casa. Se não vence em casa, vence onde, cara pálida?

Com dois pontos em 11 jogos, o Náutico mais que dobrou sua pontuação contra o ABC em pleno Maria Lamas Farache. E o gol foi de Gilmar. É a lei do ex... 

Sem o menor sinal de bom futebol, a derrota do ABC para o fraquíssimo Náutico é daquelas de fechar a bodega. O time entrou na espiral de rebaixamento. Vejamos qual será a mágica para sair desta realidade a partir de agora.

Série B 17: ABC x Náutico às 21h30

Local: Estádio Maria Lamas Farache (transmissão ao vivo para todo o Brasil, exceto Rio Grande do Norte, pelo Sportv)

ABC (4-5-1): Edson, Bocão, Filipe, Oswaldo, Eltinho; Anderson Pedra, Felipe Guedes, Erivelton, Echeverría, Zotti; Caio Mancha. Técnico: Geninho.

Náutico (4-3-3): Tiago Cardoso, Sueliton, Aislan, Breno, Manoel; Amaral, Darlan, Giovanni; Erick, Gilmar, Iago. Técnico: Beto Campos.

Árbitro: Rodrigo D'Alonso Ferreira (SC)
Assistentes: Thiaggo Americanos Labbes (SC) e Éder Alexandre (SC)

Destaques do ABC
Bocão - boa opção ofensiva.
Echeverría - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Náutico
Tiago Cardoso - experiente.
Erick - esperança de gols.

Prognóstico: o ABC (18.°), mesmo com mudanças, não deve ter dificuldades para superar o Náutico (20.°). Vitória do ABC.

Série B 17: Paysandu x Londrina às 19h15

Local: Estádio Curuzu (transmissão ao vivo para todo o Brasil, exceto Pará, pelo Sportv2)

Paysandu (4-4-2): Emerson, Ayrton, Fernando Lombardi, Perema, Peri; Renato Augusto, Rodrigo Andrade, Jhonnatan, Diogo Oliveira; Bergson, Marcão. Técnico: Marquinhos Santos.

Londrina (4-3-3): César, Reginaldo, Silvio, Gustavo Silva, Igor Miranda; Jumar, Jardel, Celsinho; Marcinho, Wellison, Jonatas Belusso. Técnico: Claudio Tencati.

Árbitro: José Cláudio Rocha Filho (SP)
Assistentes: Bruno Salgado Rizo (SP) e Fábio Rogério Baesteiro (SP)

Destaques do Paysandu
Rodrigo Andrade- bom na marcação.
Marcão - atacante que não perdoa.

Prognóstico: o Paysandu (16.°) ainda busca a formação ideal. O Londrina (15.°) aposta em muita marcação. Empate.

Manchetes do dia (04/07)

A manchete do bem: Mercado financeiro vê inflação menor em 2017.

As outras: Hospital Walfredo Gurgel tem metade dos enfermeiros necessários, Petrobras aumenta preço de gasolina e diesel e reduz o gás industrial e Ex-ministro Geddel Vieira é preso pela Polícia Federal na Bahia.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte

segunda-feira, 3 de julho de 2017

Não pede, manda

No futebol brasileiro, pelo menos, a TV não pede, manda. E assim o Esporte Interativo, ou apenas EI (ex-EI MAXX), avisou à CBF que queria Aparecidense x América mais cedo e a CBF avisou ao América que o jogo do próximo sábado não mais será às 18h, e sim às 16h.

Uma visão sobre segurança pública

A Tribuna do Norte desse domingo (02/07) trouxe entrevista (página 3 do caderno Natal) com o ex-Secretário Nacional de Segurança Pública e especialista em segurança Ricardo Balestreri.  Lógico que o assunto foi a segurança pública nos dias atuais. Seguem as ideias tais como publicadas, inclusive pontuação:

"O Brasil atingiu 59 mil homicídios em 2015, segundo o Atlas da Violência. Que leitura é possível neste contexto de segurança pública e desenvolvimento nacional?
O desenvolvimento brasileiro se encontra profundamente ameaçado porque anualmente reduz gerações inteiras de brasileiros, na faixa de 14 a 25 anos, particularmente pobres e negros. Há uma espécie de genocídio seletivo que ocorre todos os anos no Brasil, especialmente onde residem as pessoas mais desassistidas do ponto de vista material. É um quadro muito grave e que infelizmente foi banalizado. O país não escandaliza mais com os casos que ocorrem com esta população mais vulnerável. Isso compromete gravemente o futuro do país. Essas gerações deveriam ser substitutivas das que existem hoje no mercado de trabalho. E vai criando não apenas a dor e o drama do fenômeno da morte, mas toda uma cultura de exclusão de um segmento inteiro da juventude do país, dessa faixa etária e dessa classe social. Isso tem relação com o fato de morarmos em um país rico, mas profundamento injusto. Somos, com toda a crise, a décima economia do planeta, no entanto, 95% da população brasileira vive na pobreza ou na miséria. Essa cultura da injustiça brasileira faz com que haja um rescindente de mão de obra no Brasil e o que alguns teóricos chamam de prescindência. O capitalismo brasileiro é tão atrasado que ele prescinde das classes produtoras. Há hoje mais de 14 milhões de desempregados, mas esta fatia não importa aos formadores de opinião, aos mecanismos de poder.

Como reverter isso?
Investindo em educação para valores, que é diferente de mera escolarização. Mais do que crise econômica, financeira, política e social, há uma crise de valores morais. E, ao mesmo tempo, investir mais no tripé saúde, segurança e educação. O baixo investimento em segurança pública é um grave problema. Diferente de saúde e educação, não tem destinação de percentual obrigatório de orçamento. O nível de investimento em segurança pública no Brasil depende, hoje, da consciência e do humor do gestor público.

Tornar a destinação orçamentária obrigatória para segurança é a via para sair dessa crise?
Sim. O Brasil precisa começar a discutir a obrigatoriedade de investimentos para segurança pública para ter políticas públicas permanentes de Estado. Hoje se investe quase nada e mal. Nos últimos dois meses, o corte na verba federal foi de 40% em todo o país. O que já era mínimo ficou ínfimo. Infelizmente, a maior parte da gestão pública do país não se dar conta que não há desenvolvimento sem segurança pública, pelo caráter de interdição.

O que vem a ser o caráter de interdição?
Sem um mínimo de segurança pública se interdita o funcionamento das demais áreas. Sem segurança pública não há turismo, os empresários não investem, os professores têm medo de trabalhar de forma livre, não tem abertura de postos de saúde. Interdita a urbanização, saneamento, porque as obras não podem ser feitas.

Aqui no Estado, já são mais de 1,2 mil homicídios em seis meses. O que é preciso para conter essa violência?
Falta implementar o programa que o governador do RN, Robinson Faria, defendeu de policiamento de proximidade, mas isso custa caro. É preciso investimento. Com a crise econômica não há saída, a não ser o Estado tomar a decisão drástica de tirar recursos de outras áreas, que podem ser administradas a longo prazo, para investir em segurança. Fazer parcerias com a iniciativa privada. Uma crise de segurança pública não tem timing e arrasta para o fundo do poço qualquer Estado. É preciso encarar esse desafio. Priorizar a segurança pública é criar modelos de gestão mais científicos. Investir em Segurança pública custa caro, mas muito mais caro, humana e economicamente, são essas mortes. O choque deve ser de gestão com investimentos em segurança.

O senhor já afirmou que o modelo de polícia no Brasil é equivocado. Esse modelo deve passar pelo processo de desmilitarização?
Eu não defendo a desmilitarização, mas a modernização do militarismo. Em geral, as polícias militares fazem um bom trabalho, às vezes têm algum erro, mas muitas vezes são a última fronteira entre a civilização e a barbárie. Precisa investir mais em formação, em equipamentos, armas não letais também, em mais efetivo, capacitação continuada, em programas científicos, em programas analíticos de qualidade, e ter um modelo adequado, abandonar esse modelo de viatura circulando e aproximar o policial do povo.

A rebelião em Alcaçuz mostrou a deficiência do sistema prisional no Rio Grande do Norte...
O sistema prisional sofre em todo o Brasil. Porque está superlotado, em média tem 2,5 vezes a mais a população carcerária que poderia ter, e há uma realidade nova, diferente de dez anos atrás, o predomínio do crime organizado em toda rede. E este confronto entre as facções está no país inteiro, nos presídios e nas ruas, e significa um aumento extraordinário do crime e da violência. E traz um desafio para os gestores. É preciso também encontrar maneiras de programar penas alternativas para que os presos que não são perigosos, a grande maioria, se recuperem. E isso não acontece dentro do presídio, mas trabalhando, com penas alternativas, estudos, com monitoramento da prestação de serviços comunitários, com mutirões conjuntos do Poder Judiciário, Ministério Público, Poder Executivo, a Defensoria Pública, para julgar mais rápido os presos provisórios.

A atuação do Judiciário com as audiências de custódia cumpre o papel de reduzir essa superpopulação carcerária?
É uma tentativa, mas que deve ser melhor ajustada. Não adianta simplesmente só liberar, tem que ter mais cuidado. A polícia está o dia inteiro prendendo que comete atos deliquenciais. E se a polícia prende, prende, prende. E o Judiciário solta, solta, solta. Há um crise institucional insolúvel, porque a polícia acaba questionando o seu valor. Não é soltar o preso. É impor penas diferenciadas, que não sejam de reclusão. Quem tem a perder a liberdade é quem é perigoso. E é preciso ter presídios mais esvaziados para ter um controle mais rigoroso de quem representa perigo para a sociedade. E se esvazia impondo penas alternativas, se estruturando para acompanhar o cumprimento destas penas. Deixar num presídio dominado por organizações criminosas pessoas que não são perigosas não resolve, só contamina com a cultura do crime organizado.

E acabar com este domínio do crime organizado nos presídios depende de quê?
De uma atuação nacional interligada da polícia civil brasileira para investigação e desbaratamento das organizações criminais no país inteiro, feito ao lado da Polícia Federal e Polícia Rodoviário Federal. Estamos trabalhando no Pacto Integrador de Segurança Pública, do qual o Rio Grande do Norte faz parte, ao todo são 17 estados, e eu presido o Pacto, que propõe uma ação articulada das polícias brasileiras.

A descriminalização de alguns tipos de drogas pode resultar no enfraquecimento, pelo menos financeiro, dessas facções?
Não defendo a descriminalização, mas a mudança na legislação semelhante a de Portugal que trabalhe duas questões, a diferenciação da natureza da droga, o tratamento para cada tipo de droga que leva a pessoa à prisão. No Brasil se trata qualquer tipo de droga como se fosse a mesma coisa por um moralismo hipócrita."

Promoção alvinegra

Querendo o apoio da torcida para reencontrar a vitória contra o saco de pancadas da competição, o ABC também anunciou ingressos com valores promocionais. Quem quiser ver o jogo na arquibancada, paga R$ 20/inteira e R$ 10/meia. Cadeiras custam R$ 80/inteira e R$ 40/meia.

ABC x Náutico acontece nesta terça, 04/07, às 21h30, no estádio Maria Lamas Farache.