segunda-feira, 18 de abril de 2016

O ser humano não pode ser meio, mas fim.

Há muito eu digo que o ser humano parece ter perdido o valor como tal. Não enxergamos mais o outro como outro, e sim como escada ou obstáculo no caminho.

Esse processo de impeachment de Dilma é exemplo mais do que perfeito dessa realidade. Sem apoio popular e, consequentemente, sem apoio majoritário no Congresso Nacional, Dilma viu a Câmara dos Deputados autorizar o processo contra si nesse domingo.

Mas falemos do lado humano. Será que alguém neste país consegue defender a postura de Jair Bolsonaro que, ao votar, fez questão de prestar homenagem ao homem responsável pela tortura de vários presos políticos da época? Bolsonaro chegou mesmo a dizer que Ustra causava pesadelos a Dilma, como se isso fosse algo engrandecedor na biografia de alguém, especialmente se considerarmos como ele conseguiu causar tais pesadelos.

Dizem que Dilma vem abalada desde o início do processo. Isso é normal em seres humanos. Rivotril e Olanzapina estariam sendo administrados para controle de sua saúde mental. Imaginem com um golpe rasteiro desse de autoria de Bolsonaro...

Mais: no pronunciamento de hoje, a presidente mostrou sinais claríssimos de que está prestes a desabar psicologicamente, se é que já não desabou. Quase 24 horas depois da votação, o que já demonstra que ela não reunia condições para fazer um pronunciamento na hora do baque, Dilma embargou a voz várias vezes, fez pausas prolongadas nas respostas, encheu os olhos de lágrimas. Mas seu partido não se comoveu com o sofrimento a que este ser humano está submetido: insiste em usá-la como bucha de canhão para que ele, PT, se refaça do golpe e organize suas massas para cerrar fileiras novamente na oposição. 

Dilma não aguenta mais. Seu destino como presidente já está selado - não há uma só criatura que não saiba disso. No entanto, a compaixão humana cede ao instinto de sobrevivência do PT. E assim a Dilma ser humano é só um detalhe. E seu sofrimento, visível até para os mais insensíveis, não pode ser resolvido como qualquer um resolveria ao se perceber indesejado num local onde já foi muito querido.

Que tristeza ver um ser humano utilizado como meio, quando deveria ser o fim! 

Plano B

Com a surpreendente eliminação que o Campinense impôs ao forte Sport, o América será obrigado a partir para um plano B para contratar um técnico para dirigir o time já na partida contra o Gama na estreia pela  Copa do Brasil no dia 27/04. É que Diá terá pela frente as finais da Copa do Nordeste, cuja última partida está marcada para 01/05, mesmo dia em  que América e ABC se enfrentam pela primeira partida da final do Campeonato Potiguar 2016, na Arena das Dunas.

Beto Santos deu entrevista à Tribuna do Norte e garantiu que um novo treinador seria contratado nesta segunda-feira, justamente para preparar a equipe para a financeiramente importantíssima disputa da Copa do Brasil.

O problema agora é qual será o plano B da diretoria. Sérgio China, ídolo do ABC como jogador e treinador do alvinegro no fim da Série B do ano passado tem seu nome ventilado. Mas se a torcida fosse chamada a escolher, Flávio Araújo ou Roberto Fernandes seriam apontados. Sérgio China afirmou a Marcos Lira da Rádio Globo Natal que não foi contatado pelo América. Flávio Araújo afirmou ao Futebol Interior que recebeu proposta do América, mas achou melhor esperar mais para fechar com algum clube. Não há notícia de qualquer contato com Bob, embora este tenha publicado em sua página no Facebook uma análise sobre a falsa vantagem de jogar a 2.a partida em casa e tenha abordado diretamente o Campeonato Potiguar como exemplo.

Outros nomes ventilados, mas não confirmados pela diretoria: Higor César, Fernando Tonet, Wassil Mendes, Oliveira Canindé, Vica, Paulinho Kobayashi, Roberval Davino, Sidney Moraes e PC Gusmão. Desses, Paulinho Kobayashi afirmou a Marcos Lira da Rádio Globo Natal que, apesar de não ter havido qualquer contato da diretoria do América a respeito, nutria o sonho de um dia ser treinador do clube.

Não se pode descartar a possibilidade dessa marmota de três treinadores interinos, sem distinção de hierarquia entre eles, ser mantida na espera por Diá, o que configuraria um grave erro na minha modesta avaliação. O momento do América é delicado para experiências. E esse negócio de apostar já completou sua cota neste ano.

Não pode parar

O Brasil tem mais uma chance ímpar em sua história de reescrever sua realidade. Admitido o processo de impeachment contra Dilma por burlas ao ordenamento pátrio, o recado dado à toda a nação tem que ser efetivo: aqui as leis têm que ser cumpridas.

Agora é ver se a mesma onda leva mais gente, como o presidente da Câmara, cujo processo no Conselho de Ética caminha a passos de tartaruga, envergonhando e enojando o Brasil.

E que a Lava Jato seja bandeira de todos os brasileiros, para que tenha força para prosseguir varrendo esse jeito de fazer política apenas pelo enriquecimento ilícito, através da dilapidação do patrimônio público.

Que o orçamento de todos os governos de todos os níveis priorize o interesse público. Que dinheiro para coisas supérfluas, como propagandas descaradamente eleitorais, ceda às reais necessidades de um povo que não aguenta mais tanto descaso com a saúde, com a educação e com a segurança dos brasileiros, só para ficar nas prioridades. 

Como aceitar que haja uma musiquinha de qualquer governo na TV se pessoas ainda se amontoam sem leito nos hospitais, esperando que um atendimento chegue antes da morte? Como aceitar que tenhamos folders e revistas de alta qualidade com loas ao governo se escolas não têm nem mesmo salas adequadas a receber alunos? Como aceitar que nem as ruas tenham a sinalização adequada para evitar acidentes?

Os brasileiros não podemos parar. Político só teme povo na rua. E é preciso fazer esse país funcionar na medida exata do que arrecada de seus cidadãos. Chega de sermos obrigados a pagar tudo duas vezes, através de tributos e da aquisição privada de plano de saúde, ensino, transporte! 

Chega de acharmos normal a política ser feita na base da caneta! De nos acharmos o máximo porque o "nosso Vereador" vai ser eleito e nos arranjar algum tipo de boquinha. Chega de facilidades individuais! O Brasil tem que funcionar a contento para todos. 

De nada adianta bradar agora contra o Congresso e os governantes que nos representam e votar nos mesmos já nas próximas eleições em outubro.

Que não percamos nunca a capacidade de nos indignar.

Impeachment de Dilma é admitido

367 votos (25 a mais que os 342 necessários regimentalmente) aprovaram o parecer da Comissão Especial do Impeachment, favorável à admissibilidade do processo de impeachment de Dilma Roussef pelas famosas pedaladas fiscais - operações de empréstimo e abertura de créditos orçamentários sem autorização do Poder Legislativo, em afronta à Constituição Federal, constituindo crime de responsabilidade nos termos da própria Constituição.

Independentemente do (inegável) embasamento jurídico, o processo de impeachment, por sua própria natureza, não perdoa presidentes que perderam a legitimidade, por terem contra si a maior parte da população, o que influencia enormente a decisão dos parlamentares, que morrem de medo do povo nas ruas.

A queda de Dilma começou a se desenhar já na eleição de 2014, quando a presidente candidata pintou um Brasil inexistente, com orçamento público equilibrado, inflação controlada, e, poucos dias após a eleição, já teve que lidar com a dura realidade de um país quebrado. A adoção de medidas que eram cantadas como próprias do candidato oposicionista quebrou o encanto. E Dilma hoje enfrenta a rejeição de 7 em cada 10 brasileiros, mesma proporção da votação que a transformou em ré no impeachment.

Imaginar que um país possa sobreviver a um crise com seu mandatário maior, mesmo tendo o poder da caneta, não conseguindo amealhar nem 140 votos dentre os 513 deputados é querer encaixar um quadrado num círculo. Foge à qualquer lógica e só encontra justifica no apego pelo poder, típico de políticos, não de estadistas.

A queda de Dilma era só uma questão de tempo. Agora é questão de dias.

domingo, 17 de abril de 2016

Presidentes que não terminaram ou nem assumiram os mandatos

Segundo a Tribuna do Norte, desde que se iniciou a República (1889, há 127 anos), o Brasil foi governado por 42 presidentes. No entanto, 10 foram afastados do cargo por morte, doença, golpe, renúncia ou impeachment.

Morte
  1. Afonso Pena - 1909, um ano antes do fim do mandato.
  2. Rodrigues Alves - 1918, antes de assumir o mandato após reeleição.
  3. Getúlio Vargas - 1954, que se suicidou no último ano.
  4. Tancredo Neves - 1985, antes de assumir o mandato.
Doença
  1. Marechal Costa e Silva - 1968, derrame cerebral, no meio do mandato.
Golpe
  1. Washington Luís, 1930, derrubado no último ano do mandato por Getúlio Vargas.
  2. Júlio Prestes, 1930, impedido de assumir por Getúlio Vargas.
  3. João Goulart, 1964, impedido de continuar quando substituiu o presidente que renunciara Jânio Quadros pelos militares.
Renúncia
  1. Jânio Quadros, 1961, com apenas 6 meses de mandato.
Impeachment
  1. Fernando Collor, 1992, afastado legalmente no 3.° ano de mandato.

No visual

Aproveitei para expor visualmente o que abordei oralmente no Podcast de hoje. A postagem no Facebook utiliza foto publicada pelo América na mesma rede social.


Podcast: Expectativa

Pocast sobre a expectativa do processo de admissibilidade do impeachment na Câmara dos Deputados e sobre os vários clássicos entre América e ABC que estão por vir.

https://www.spreaker.com:443/episode/8280897




*Se não conseguir ouvir pelo link, basta fazer o download ou do arquivo em si ou do aplicativo Spreaker Podcast Radio gratuitamente na Google Play Store ou na Apple Store. Ao abrir o aplicativo, basta digitar na busca "Raissa Rodrigues" e todos os episódios de Podcast (do mais recente ao mais antigo) aparecem. Aí é só apertar o play.

Festival de horrores

É costume falar do Congresso Nacional com uma indiferença enorme, como se os políticos que ali estão não houvessem sido eleitos para ali estar. Sim, os políticos não caem de paraquedas nos cargos em que estão. Cada um deles chegou aonde está com os votos dos cidadãos brasileiros.

O que se viu nessas sessões de discussão da admissibilidade do impeachment, especialmente a que começou na última sexta-feira, foi um verdadeiro festival de horrores: deputados com rojões de confetes e com celulares para selfies e vídeos ao vivo, cheios de adereços que os assemelhavam a torcedores de futebol, gritos, xingamentos, vias de fato, confusões, canções no lugar de discursos... A lista é enorme. 

Mas a certeza que cresce em mim é que esse Congresso nos representa. Sim, é o retrato mais fiel da sociedade brasileira. Há honestos e desonestos. Há conscientes e inconscientes. Há brincalhões e sérios. Há os que gostam do seu trabalho e os que só pensam no dinheiro que vão receber.

Aos que se ofendem com a realidade, sempre há a saída de construção de uma nova realidade. Uma em que esse país e suas leis sejam mais respeitados. Que o trabalho não seja considerado um estorvo. Que ser honesto seja condição sine qua non.

Podemos começar cada um em sua própria casa. Em seguida, poderíamos brincar de votar realmente analisando todas as opções, para enfim escolhermos a mais apropriada dentre as possíveis, ainda que sejam todas muito ruins.

Para isso, também poderíamos nos interessar mais pelos destinos do país, acompanhando o noticiário de política e economia, para que não caíssemos mais em estelionatos eleitorais, contos do vigário e que tais, em vez de deixarmos para saber dos candidatos de acordo com o que cantam as claques muito bem pagas e as pesquisas de intenção de voto.

Poderíamos. Podemos. Mas, por enquanto, esse festival de horrores é nosso mais fiel retrato.

Copa do Nordeste 2016: Campinense x Sport às 16h

Local: Estádio Amigão (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelo EI MAXX 2)

Campinense (4-4-2): Glédson, Leandro Sobral, Joécio, Tiago Sala, Danilo; Negretti, Magno, Filipe Ramon, Roger Gaúcho; Raul, Rodrigão. Técnico: Diá.

Sport (4-5-1): Danilo Fernandes, Samuel Xavier, Oswaldo Henríquez, Durval, Cristiano; Luiz Antônio, Serginho, Lenis, Mark González, Diego Souza; Vinícius Araújo. Técnico: Falcão.

Árbitro: Charles Hebert Cavalcante Ferreira (AL)
Assistentes: Rodrigo Guimarães Pereira (SE) e Eric Nunes Costa (SE)

Destaques do Campinense
Roger Gaúcho - bom na movimentação e na finalização.
Rodrigão - artilheiro.

Destaques do Sport
Danilo Fernandes - seguro.
Durval - experiente.

Prognóstico: o Campinense conta com sua torcida para superar o Sport. Sport classificado.

Copa do Nordeste 2016: Bahia x Santa Cruz às 16h

Local: Itaipava Arena Fonte Nova (transmissão ao vivo para todo o Brasil pelos canais EI MAXX e Esporte Interativo)

Bahia (4-3-3): Marcelo Lomba, Tinha, Lucas Fonseca, Éder, João Paulo; Feijão, Danilo Pires, Juninho; Edigar Junio, Thiago Ribeiro, Hernane. Técnico: Doriva.

Santa Cruz (4-3-3): Tiago Cardoso, Vitor, Neris, Alemão, Tiago Costa; Uillian Correia, João Paulo, Wallyson; Arthur, Keno, Grafite. Técnico: Milton Mendes.

Árbitro: José Ricardo Vasconcellos Laranjeira (AL)
Assistentes: Pedro Jorge Santos de Araújo (AL) e Rondinelli dos Santos Tavares (AL)

Destaques do Bahia
Marcelo Lomba - seguro.
Hernane - atacante que não perdoa.

Destaques do Santa
Tiago Cardoso - seguro.
Keno - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o Bahia é muito forte dentro de casa. O Santa Cruz aposta nos contra-ataques. Bahia classificado.