quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Hoje tem Brasil de Marta e Formiga na Arena das Dunas

Essa é para quem gosta de futebol bonito, para quem apenas torce pelo Brasil e até para quem gosta de aparecer na TV. Hoje começa a Copa Caixa Internacional de Futebol Feminino com transmissão da Band e do Bandsports em HD para todo o Brasil.

Às 18h15 tem jogo de Copa do Mundo, já que ambas as seleções estiveram na Copa 2015, disputada no Canadá: México x Canadá. 

Às 20h45, Marta, Formiga & Cia entram em campo: Brasil x Trinidad e Tobago. Formiga volta a Natal após ter defendido as cores do América em 2012, quando foi campeã invicta do estadual. E Marta está a dois gols de se igualar a Pelé, maior artilheiro de todos os tempos da Seleção Brasileira. Ou seja, a Arena das Dunas pode acolher mais um feito histórico.

Ingressos à venda no site Arena das Dunas (estavam com 10% de desconto quando eu comprei; por isso comprei logo às quatro rodadas) e lá na bilheteria. O setor mais barato, mas nem por isso menos empolgante, é o setor leste, com ingressos a R$ 40 e R$ 20 (meia).

Não fique de fora e nem deixe para a última hora!

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

De Temer para Dilma, com amor

Eis a íntegra da carta que o vice presidente Michel Temer enviou para a presidente Dilma Roussef:

São Paulo, 07 de Dezembro de 2.015.
Senhora Presidente,
"Verba volant, scripta manent" (As palavras voam, os escritos permanecem)
Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio.
Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo.
Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos.
Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.
Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo.
Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, por que era eu o candidato à reeleição à Vice.
Tenho mantido a unidade do PMDB apoiando seu governo usando o prestígio político que tenho advindo da credibilidade e do respeito que granjeei no partido. Isso tudo não gerou confiança em mim, Gera desconfiança e menosprezo do governo.
Vamos aos fatos. Exemplifico alguns deles.
1. Passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas.
2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.
3. A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.
4. No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas "desfeitas", culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta "conspiração".
5. Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos assumidos no Parlamento não foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo do tempo solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar aquela coordenação.
6. De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado.
7. Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento. Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças aos 8 (oito) votos do DEM, 6 (seis) do PSB e 3 do PV, recordando que foi aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.
8. Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice Presidente Joe Biden - com quem construí boa amizade - sem convidar-me o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da "espionagem" americana, quando as conversar começaram a ser retomadas, a senhora mandava o Ministro da Justiça, para conversar com o Vice Presidente dos Estados Unidos. Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança;
9. Mais recentemente, conversa nossa (das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica sem nenhuma conexão com o teor da conversa.
10. Até o programa "Uma Ponte para o Futuro", aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança foi tido como manobra desleal.
11. PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silencio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.
Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais.
Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB, hoje, e não terá amanhã. Lamento, mas esta é a minha convicção.
Respeitosamente,
\ L TEMER
A Sua Excelência a Senhora
Doutora DILMA ROUSSEFF
DO. Presidente da República do Brasil
Palácio do Planalto

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Um novo Boa

Que me perdoem os dirigentes do América, mas ao ver as contratações do clube para a temporada 2016, a impressão que fica para mim é que o América é o novo Boa Esporte Clube.

Para quem não sabe, o Boa é um clube novo de Minas Gerais, quase sem torcida, e cujos plantéis têm uma marca registrada: são formados em sua maioria por atletas que queimam os últimos cartuchos na tentativa de deixar o franco declínio para trás. Aliás, até a comissão técnica só dá certo (quando dá) lá.

É bom ressaltar que a estratégia nem sempre foi fracassada, mas não lembro de uma grande conquista do Boa. Nem torcida ele consegue!

Aplicar essa estratégia de UTI dos desesperados num clube centenário, acostumado a conquistas e com uma torcida extremamente exigente revela que os dirigentes americanos são arrojados e não temem o risco de tal empreitada. Desde o treinador, que não deu certo em canto algum, até a chegada de Neto Potiguar e Ramon, afora outros encostados, inclusive ex-ABC, a exposição ao risco cresce exponencialmente e preocupa sobremaneira os torcedores americanos.

É claro que pode dar certo! Já vimos muitas bizarrices terminarem em conquistas. Mas os fracassos superam e muito o sucesso dessas misturas arriscadas, o que acende o alerta da torcida.

Apostar em jogador barato que jogava num clube qualquer, OK. Deu certo por aqui inúmeras vezes. Mas muito macaco velho reunido pode levar a safra inteirinha para o lixo.

É preciso cuidado com a tradição. O Boa não está para o futebol de Minas nem perto do que o América representa para o futebol do RN. O que funciona (?) lá pode ser um verdadeiro tiro no pé aqui.

Tite no RN

Abordei a questão da continuidade de jogadores e treinadores algumas vezes por aqui. Destaco duas vezes em que falei do América ainda com os campeonatos rolando: Um mínimo de estabilidade, por favor e Estabilidade é a chave, em março e outubro, respectivamente.

Agora todo mundo aplaude a fórmula mágica de Tite no Corinthians. Que tal voltarmos no tempo para vermos uma declaração dele em maio, após a eliminação na Libertadores e no Paulista: "Sobre reformulação temos que ter cuidado. Futebol não é assim, tem outro componente, a construção de uma equipe demanda tempo." (ESPN)

No Estadão de domingo, Tite falou sobre como montou o esquema vencedor:

"Não sou mágico, muito menos criei a roda. Eu só fiz adaptações, reciclagem e mudanças na equipe. (...) Dizem que o 4-2-3-1 é muito parecido, mas não é. O posicionamento do meio de campo no 4-1-4-1 é mais avançado e mexe na estrutura da equipe. O Renato Augusto, por exemplo, alterna movimentos ofensivos e defensivos com o Elias, que também ajuda na criação e na infiltração. (...) Quem joga pelos lados do campo tem características distintas. Um é agressivo e vertical. O outro é construtor e criativo. A Alemanha tem Müller e Ozil. Nós temos Malcom e Jadson. (...) No começo do ano, não imaginei que esse homem de criação seria o Jadson. Pensei que pudesse ser o Renato Augusto porque na Europa ele já tinha exercido essa função. Na sequência, o Jadson começou a fazer esse papel de maneira extraordinária. (...) A defesa com uma linha de quatro fixa, compacta, proporciona a 'Cavadinha' a todo instante. No City, o David Silva faz muito bem isso. Aqui, Danilo, Jadson e Renato buscam o mesmo. (...) O Barcelona faz pressão alta quando joga contra times que jogam atrás. O treinador demarca o campo na faixa intermediária e, durante 12 minutos, pede que os titulares não deixem os reservas darem mais do que cinco toques na bola. Se você ver Neymar, Messi e Iniesta fazendo essa marcação é impressionante. Os caras vão para dentro."

Perder Paulistão sem reformular equipe e comissão técnica? 4-1-4-1 com um jogador não tão vertical e o famoso poste isolado lá na frente? Craque da equipe marcando no lugar do volante? Craques fazendo treinos de 12 minutos de marcação pressão feita por eles? Tite não aguentaria um mês no futebol do RN. Seria tachado de enganador, retranqueiro ou professor Pardal. Ou os três juntos.

Voltando à continuidade, por aqui, fazia tempo que não via um treinador começar e terminar a temporada (Roberto Fernandes, América, 2015). Mas foi só uma andorinha. Em 2016, tudo indica que a normalidade voltará para América e ABC. A média é de 3 partidas de paciência. E neste ano a terceira rodada do estadual traz o clássico entre os maiores rivais centenários. Já estou com pena de Aluísio Guerreiro e Sérgio China.

domingo, 6 de dezembro de 2015

É preciso estar preparado

Ao longo dos anos, a vida me ensinou que quase tudo nela requer preparação. É preciso estar preparado até para receber um prêmio de loteria, sob pena de enlouquecer, cair em depressão ou terminar na miséria.

A leitura de um livro também requer preparação. Essa eu aprendi na faculdade. Dê um Caio Mário a quem dá seus primeiros passos no Direito Civil e a aversão será quase que instantânea. Algum tempo depois a leitura do mesmo autor torna-se extremamente agradável, quase como saborear um vinho para especialistas. Ou seja, se você achar algum livro difícil, volte a ele alguns anos depois.

A verdade também requer preparação. Quem bem retratou isso foi o excelente filme Matrix. Nele, um dos personagens não consegue conviver com a realidade de um mundo cheio de agruras e prefere voltar a ser mais uma pilha adormecida iludida pelo grande computador. O mundo dos sonhos, sabidamente irreal, era o seu lugar.

Não é preciso ir longe para encontrarmos gente assim todos os dias. Ser portador de uma verdade pode lhe transformar em inimigo dessa gente, afinal nem todo mundo deixa com tranquilidade a ilha da fantasia. Quem é assim defenderá com unhas e dentes a ilusão em que vive.

É uma angústia sem fim ter apego à verdade. No entanto, o pior é ter que aguentar aquele que gosta de mentir achando que você tem QI de dois dígitos. Ele está lá, cheio de si, achando que a inteligência de seus alvos é tão profunda quanto um pires e por isso jamais será descoberto. Nem percebe o camarote que se forma de gente que sabe que a preparação para a verdade ainda não chegou, mas chegará.

Quantas pessoas que conhecemos se encaixam num dos dois lados dessa descrição? Desde a sua casa até os maiores altares do poder, encontramos gente assim aos montes. Felizmente, não são maioria absoluta ou o mundo seria insuportável.

A mentira também requer preparação. É que o repertório não é tão vasto, especialmente quando se trata de tentar enganar quem vive de comparar palavras com ações. Afinal, como diz um ditado em inglês actions speak louder than words (as ações falam mais alto do que as palavras). 

Assim, é preciso estar preparado para lidar com mentiras, mentirosos e enganados. Às vezes, a união entre eles é tamanha que é melhor esperar que a vida encaminhe a melhor solução. Não valem o esforço. Pode ter certeza.

Mais dois filmes

Nessa semana, conferi dois filmes em cinemas diferentes: 007 contra SPECTRE no Cinépolis e Vai que Cola no Cinemark. Em ambos pelos menos uma decepção diferente.

007 contra SPECTRE tem o desenvolvimento esperado para um filme de James Bond. Bond girls (embora dessa vez a cena mais quente tenha ficado com uma Bond woman ao estilo "os melhores vinhos são os mais antigos"), explosões, supercarros, tetos desabando, cinismo exalando do agente e por aí vai.  Só que o enredo, no afã de retomar os filmes anteriores com Daniel Craig, termina por enfraquecer e muito a motivação do vilão. Senti-me enganada. Não fosse isso o filme teria acertado em cheio, uma vez que o diretor Sam Mendes não deixou a obra arrastada em nenhum dos longos 150 minutos.

Dessa vez, adicionei manteiga à pipoca do Cinépolis para ver se consigo entender como ela foi eleita a melhor do Brasil. Ainda não cheguei lá.

Sobre Vai que Cola, o filme não fez jus à série, que é pelo menos gravada perante público no teatro. Ambos entraram numa onda de metalinguagem (personagem falando da obra - criticando a cena, o texto, etc.) que eu considero pobreza de roteiro. Uma característica dos filmes de Paulo Gustavo é que tudo é centrado nele, não em seus personagens. Isso contribui para a adoção da metalinguagem. Não gosto.

Aliás, acho outra pobreza de recurso ator ficar esquecendo texto e demonstrando isso à plateia como forma de arrancar risos. Seu ofício é interpretar personagens de forma convincente, não mostrar ao público como errar é engraçado. O mesmo pode ser dito de ator que ri em cena para puxar a risada da plateia. Acho uma tremenda falta de profissionalismo. 

Sobre a pipoca do Cinemark, mais uma vez eu me questionei como a do Cinépolis foi eleita a melhor do Brasil. Deve ser porque quem escolheu gosta daquelas com firula - com molho de limão, por exemplo. Para mim, pipoca é a tradicional. E nesse quesito eu devo ter sido sorteada com dois lotes abaixo do padrão melhor do Brasil lá no Cinépolis.

Nesta semana, talvez eu confira O Presente no Moviecom. Gostei da sinopse e do trailer. Se assistir mesmo, eu conto se atendeu à minha expectativa.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Péssima impressão

Segundo dia de Carnatal, transmissões ao vivo cada vez mais truncadas com propagandas intermináveis e entrevistas em que os entrevistadores querem falar mais do que os entrevistados, eis que a TV mostra a Band Natal e os entrevistadores falando com o cantor baiano Bell Marques. Com os entrevistadores também estava a cantora baiana Mari Antunes.

Os apresentadores falam ao cara sobre a música que a moça acaba de lançar. Ele simplesmente dá de ombros e fala da música dele. Depois de muito lengalenga, o apresentador, percebendo o desprezo do cantor em relação à cantora, resolve dizer quem era a moça, talvez na esperança de demonstrar que aquela era uma conterrânea e companheira de profissão, vocalista de uma banda de certa expressão (Babado Novo) e recebe de resposta "Mari Antunes?" e um absoluto tom de desprezo.

Um horror! Já não sou fã do estilo (Ivete escapa, mas não ilesa) e tendo visto tamanha falta de humildade e solidariedade em relação a alguém que está começando sua luta, a impressão que me ficou foi a pior possível. Nem um pinguinho de educação. A opinião que tinha sobre ele (cantor que costumava cantar as duas primeiras palavras da estrofe e deixar o resto a cargo do público) piorou e muito depois do ocorrido.

No mínimo, deselegante. Perdeu completamente meu respeito como ser humano. 

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

Escravos do tempo

Pode parecer clichê, especialmente por faltarem pouco mais de 20 dias para o fim do ano, mas tenho impressão de que nos tornamos escravos do tempo. Vivemos para ele e em função dele, sem nos tocarmos de que sua passagem fatalmente nos encurta a existência.

Torcemos para que ele voe. Que chegue logo a sexta; que venha o feriado; que cheguem as férias urgentemente; que o ano acabe depressa. Para quê? Corremos muito, mas sem destino. Ansiamos pelo amanhã e esquecemos que o hoje foi o amanhã de ontem. 

A vida vai passando não como uma sucessão de eventos significativos e, na medida do possível, diários, mas como uma corrida até o que vem depois. Estamos sempre apressados e sem tempo. 

De vez em quando tenho saudade de quando o tempo não se arrastava; ele nem parecia existir. Nada era mais interessante do que ver o curioso funcionamento do esguicho do jardim, levando água num verdadeiro balé até os cantinhos mais distantes da grama. Ou acompanhar as filas de formiguinhas até seu formigueiro. Comparar o reflexo das imagens em cada uma das bolas da árvore de natal.

Tudo isso seria perda de tempo hoje. O precioso tempo deve ser gasto com coisas mais importantes. Fiquei procurando o que seria mais importante do que viver e fazer valer cada segundo que passa...

Fechamos os olhos e o tempo de escola parece que foi ontem, mas já nos deixou há algumas décadas. Assim mesmo a faculdade, os nossos avós, os encontros diários com os amigos.

Que feitiço será esse que nos prende ao amanhã, nos faz desprezar o presente e depois traz arrependimento ante a observação do que passou de passagem por nós? Seremos um dia capazes de entender o tempo a ponto de dominá-lo? Vamos extinguir essa angústia coletiva que nos faz correr não sei para onde o tempo todo? Acharemos enfim a liberdade?

Falta seriedade

O Globoesporte.com divulgou levantamento sobre a média de trocas de treinador nas séries A e B do futebol brasileiro. Em 2015, foram 32 trocas em cada uma das duas séries, muito acima da média na A e abaixo na B. Apenas um treinador foi mantido do início ao fim da Série A: Tite (Corinthians). Na B, quatro passaram incólumes: Givanildo Oliveira (América-MG), Júnior Rocha (Luverdense), Dado Cavalcanti (Paysandu) e Léo Condé (Sampaio Corrêa).

Não se tem notícia de que isso aconteça em outros esportes ou mesmo em campeonatos sérios de futebol mundo afora. Só aqui no Brasil.

Eu tenho uma tese muito particular sobre qual seria o motivo. Para mim, dirigentes já contratam pensando em quem eles vão fritar quando as cobranças começarem. Já perceberam quanto tempo passa até alguém constatar que o problema é de qualidade do elenco? Enquanto isso não ocorre, é a burrice do treinador que não deixa o talento coletivo fluir. Essa lorota leva muito torcedor no bico.

Assim vamos vivendo de oscilação em oscilação, uma vez que, um trabalho que deveria durar no mínimo uma temporada para ser realisticamente avaliado, é utilizado como carta de garantia de dirigentes para suas duvidosas contratações e sobrevive no máximo de três a cinco jogos.

Nem a humildade de reconhecer que só há um campeão ocorre. Por aqui, o segundo colocado é só o primeiro dos últimos.

Sabendo que jogadores de futebol são um povo cheio de melindres, esse tipo de comportamento dos dirigentes brasileiros dá todo tipo de pano para as mangas de atitudes nada éticas em conluio com empresários. Num trabalho sério, o treinador é fulano sem choro nem vela, nem fita amarela. Quem espernear ou sai, ou fica encostado. Simples assim. Por algum motivo, o futebol brasileiro não se adapta à seriedade. No entanto, é inegável que tal ambiente de falta de seriedade só favorece a corrupção.

Não causa a menor surpresa o fato de que os clubes brasileiros estejam afundados em dívidas. Pena que só agora surjam as primeiras notícias de dirigentes envolvidos em corrupção. Mas antes tarde do que nunca.

É preciso enxergar que esse caminho de futebol caro, ruim, sem seriedade e envolvido em todo tipo de corrupção afasta quem paga pelo espetáculo. E depois que uma imagem ruim se forma, sua desconstrução para a formação de uma nova imagem limpa leva muitos anos. Infelizmente, acho que o futebol brasileiro ainda está longe de formar uma imagem limpa. 

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Os melhores de 2015

Adoro essa polêmica de melhores do ano. Toda escolha reflete gostos pessoais. Basta ver as listas que rolam nessa época. Comigo não poderia ser diferente. Mas 2015 deixou algumas escolhas bem difíceis por falta de grandes opções, como as laterais.  Ou fáceis, como a de dirigente. Ou a de atacantes, que teve como parâmetro o número de gols marcados, ante a péssima fase na hora da onça beber água. Levando em consideração o que vi no Estadual, na Copa do Nordeste, na Copa do Brasil e nas Séries B e C, eis os destaques de 2015:

Goleiro - Pantera (América), apesar do frango contra o Cuiabá.
Lateral direito - Reginaldo (ABC), embora Maguinho (América) tenha feito um excelente finzinho de temporada.
Zagueiro central - Flávio Boaventura (América).
Quarto zagueiro - Zé Antonio Potiguar (América).
Lateral esquerdo - Arthur Henrique (América).
1.° volante - Judson (América).
2.° volante - Zé Antonio Paulista (América), apesar da patacoada contra o Confiança, que custou a classificação à fase seguinte.
Meia direita - Daniel Costa (América, atualmente no Santa Cruz).
Meia esquerda - Cascata (América).
Atacante - Kayke (ABC, atualmente no Flamengo).
Centroavante - Max (América).
Técnico - Roberto Fernandes (América).
Revelação - Mateusinho (América).
Jogo - ABC 0x1 América, no Maria Lamas Farache, no dia 02/05 (Final Centenária do Estadual).
Gol - Mateusinho (América 2x1 Vila Nova, na Arena das Dunas, no dia 30/08, Série C)
Dirigente - Marcelo Abdon (ABC), que teve coragem de sair da arquibancada direto para o departamento de futebol de um ABC combalido. Nunca se furtou a dar entrevista por causa de uma derrota.
Torcida - América, apesar de muito arredia, ainda proporcionou os maiores (ainda muito pequenos) públicos de 2015.
Canal - EI MAXX. A Série C finalmente tem cobertura em HD.
Programa de TV - Arena da TV Ponta Negra. De novo, nota 10 para o formato e para toda a equipe.
Rádio - Rádio Globo Natal. A justificativa é a mesma do ano passado: é a única rádio de Natal que ainda manda pelo menos alguns de seus profissionais averiguarem todos os jogos in loco.
Programa de rádio - Rádio Vermelho de Paixão (internet). Feita por torcedores e num formato interessante.
Jornal - Tribuna do Norte.
Site - Blog Marcos Lopes.
Apresentador (TV) - Camila Dantas (Arena - TV Ponta Negra).
Apresentador (rádio) - Sérgio Fraiman (Rádio Vermelho de Paixão).
Narrador (TV) - Jorge Igor (EI MAXX).
Narrador (rádio) - Marcos Lopes (Rádio Globo Natal).
Repórter  - Danilo Ribeiro (InterTV Cabugi).

Arthur Henrique, Judson, Daniel Costa, a torcida do América, EI MAXX (Esporte Interativo), Tribuna do Norte, Arena (TV Ponta Negra), Camila Dantas (TV Ponta Negra), Sérgio Fraiman (Rádio Vermelho de Paixão), Marcos Lopes (Rádio Globo Natal), Danilo Ribeiro (InterTV Cabugi) estão duplamente de parabéns: há 2 anos fazem parte da lista dos melhores.