O técnico da Argentina Alejandro Sabella afirmou em entrevista ao site Fifa.com que, depois da Copa das Confederações, ele considera o Brasil como um dos favoritos para conquistar a Copa 2014, juntamente com Espanha e Alemanha. Confira trechos da entrevista:
"FIFA.com: Você já viveu uma Copa do Mundo como auxiliar de Daniel Passarella, na França 1998. É possível comparar aquele momento pré-torneio com o atual?
Alejandro Sabella: É totalmente diferente. Pressões existem sempre, mas o treinador sofre mais do que o auxiliar. Antes eu tentava ajudar o técnico, fazer o que ele necessitava, mas hoje sou eu que tenho de tomar as decisões e conviver com elas. É o mesmo torneio, mas a função faz com que o resto seja completamente diferente.
Você evitaria algo que viveu naquela oportunidade?
Regularia energias em certos momentos do torneio. Tivemos um problema naquela Copa: um dia depois que a Holanda ganhou da Iugoslávia no tempo normal, nós superamos a Inglaterra apenas nos pênaltis. Houve muita adrenalina: era um clássico, houve prorrogação, pênaltis... E festejamos muito, pois é muito difícil não comemorar uma vitória assim. Três dias depois, enfrentamos a Holanda num calor de mais de 30 ºC. Então, se ocorresse algo parecido, eu pensaria em conter os jogadores o máximo possível para recuperarmos rapidamente as energias.
Você nos disse em uma entrevista anterior, dois anos atrás, que Espanha e Alemanha eram as melhores seleções do momento, mas, antes de completar a resposta, citou também o Brasil. Hoje você voltaria a responder do mesmo modo?
Hoje colocaria o Brasil no mesmo nível de Espanha e Alemanha. Não fiquei surpreso com o seu rendimento na Copa das Confederações. Aliás, os brasileiros nunca me surpreendem, não é à toa que são pentacampeões. A história mostra que eles sempre foram os melhores. Possuem uma mescla de capacidade física, atlética e técnica enorme. São favoritos, ainda mais sendo os anfitriões.
A pressão de jogar não pareceu afetá-los...
Essa era a minha dúvida, ver a personalidade dos jogadores em relação a jogar em casa, que é uma faca de dois gumes. Embora sempre seja melhor jogar em casa, às vezes isso se volta contra a equipe. No entanto, na Copa das Confederações eles tiveram essa pressão e a superaram muito bem. Scolari tem muito a ver com isso, e acho que eles podem repetir esse rendimento na Copa do Mundo.
Você sente no ambiente essa expectativa por uma possível final contra o Brasil no Maracanã?
Sei que existe, sempre aparece esta pergunta, a possibilidade da final existe se você olhar para a tabela... Mas preciso abstrair, pois tenho coisas mais imediatas para pensar... Tomara que ocorra, é claro.
Entre as favoritas ao título há várias seleções europeias. Você acha que elas sentirão o fator clima?
Depende... É diferente jogar na América do Norte e na América do Sul. Uma coisa é jogar no México, onde a altitude pode influenciar, além do calor, e outra é atuar no Chile ou na Argentina, onde a Copa se joga no inverno... O Brasil está num meio termo, é quase um subcontinente. Há sedes onde a temperatura será de 24 ºC ou 25 ºC, não é o mesmo que jogar com 33 ºC ou 34 ºC e com umidade. Talvez não sofram o desgaste em um jogo, mas no seguinte, sim. Então, depende de como eles vão responder em longo prazo."
Fonte: FIFA.com