O futebol cada vez mais se parece com a política. Aqui como ali há um eterno jogo de dissimulação. As brigas, desafetos, amigos do peito e inimigos mortais são muito bem calculados e escolhidos. Às vezes, um benefício maior não recebe a mesma gratidão de um menor. O mal maior também nem sempre é tido como ofensa.
É preciso escolher bem suas lutas. E nessa toada, a imagem que fica para nós, pobres mortais eleitores/torcedores, é de que nada é mesmo o que parece. São inúmeros os exemplos ao longo dos anos, seja no futebol, seja na política.
Na política, os Maias já se aliaram aos Alves, Lula já abraçou Maluf, Sarney, Renan Calheiros, Fátima Bezerra inaugurou praça com troca de elogios com Micarla, Fátima já pediu voto para Wilma e vice-versa... A lista é interminável de ex... ex-desafetos que viraram amigos do peito, ex-amigos do peito que viraram desafetos.
No futebol, o pragmatismo anda dando as caras. Veja o caso do presidente do Abc, Rubens Guilherme. Uma hora queria alugar o Frasqueirão para o América. Depois não queria mais. Depois queria de novo para arranjar um dinheiro do governo do estado. Depois não queria mais.
Agora Júnior Xuxa, talentoso camisa 10, acerta com o Abc. Não há o que se discutir quanto ao talento. O problema é que Júnior Xuxa, menos de 1 ano atrás, dançou por duas vezes o Enfica (música de baixo calão) com versos nada agradáveis aos torcedores alvinegros dentro do Frasqueirão. Isso parece não ter mexido com os brios do outrora temperamental Rubens Guilherme. Nem mesmo o fato de o jogador ter chamado o estádio Maria Lamas Farache de chiqueirão (confira vídeo abaixo). Doeu mesmo foi Clóvis Emídio ter dito que ir assistir a um jogo ali era um programa de índio. Vá entender!
Por isso que tenho tanta pena de quem se deixa levar pelo radicalismo e transforma questões de política e de futebol em questões pessoais, como se fossem questões de honra. Se dirigentes e políticos sabem escolher suas "lutas", talvez seus seguidores devessem fazer o mesmo.