segunda-feira, 10 de setembro de 2012

O poder da segunda-feira

Acho que a segunda-feira é a antítese do domingo. Todo mundo quer que o domingo chegue logo, mas que a segunda-feira passe depressa. Em compensação, o domingo tem um quê de depressão, fim da folga, da alegria... A segunda vai engrenando, engrenando e ninguém pensa mais nela.

A segunda-feira tem um poder: o poder do recomeço. Algo semelhante, mas em menor escala, é claro, ao reveillon. Tudo vai mudar no novo dia, ou no novo ano. As academias de ginástica, por exemplo, tem o seu "prime time" na segunda. Lotadas! Todo mundo jurando que agora a malhação vai. Aliás, a segunda-feira é o dia mundial da dieta. Vamos todos emagrecer na segunda, embora o compromisso normalmente caia lá pela quarta, quinta-feira. Na verdade, a sexta é o dia mundial da falta à academia. E assim vamos levando de "dia mundial" em "dia mundial".

Como eu ia dizendo, há o poder da segunda-feira. Dia dos compromissos inadiáveis: na segunda, eu resolvo! É neste dia também que recobramos a consciência de que nem tudo é festa. É dia da retomada da normalidade. Chega de passar da hora de acordar! Chega de petiscar e bebericar o dia inteiro! É o dia da seriedade, das roupas formais. Dia de recordar com nostalgia a praia, o churrasco, a turma reunida...

Eu gosto da segunda-feira. É que gosto dessa ideia de recomeçar, tentar de novo, buscar o acerto mais uma vez. É o único dia da semana em que as coisas normalmente andam como eu quero. Nos outros, sou mera espectadora dos compromissos extraordinários. Não na segunda! Nesta, normalmente eu decido. E adoro ter o comando das coisas. Quem não gosta?

Mas será que tenho mesmo?

domingo, 9 de setembro de 2012

Frases da semana 2

Apesar de hoje já ser o início de outra semana, estas frases da semana passada não poderiam ficar de fora da seleção!

"Nos ajude a acabar com essa sacanagem."
Deputado Romário (PSB-RJ), pedindo ao Ministro Aldo Rebelo para investigar a CBF a respeito das negociações milionárias de jogadores convocados

"Dilma investe milhões em Cuba, e o mensalão nada na cachoeira, enquanto o povo brasileiro agoniza nas filas dos hospitais e os militares realizam trabalho escravo para receber esmolas."
Movimento de Mulheres de Militares em protesto na parada militar em Brasília-DF.

"Minhoca já está desgastado no meio."
Lúcio Surubim, comentarista do PFC, a respeito de Walter Minhoca, meiocampista do Abc, no jogo Abc 2x1 Barueri

Uma mão lava a outra...

E as duas lavam o rosto. É o dito popular. Foi a primeira coisa que me veio a cabeça após a rodada da Série B de sexta e sábado, especialmente quanto aos times do RN. O Abc lutando contra um remoto risco de rebaixamento. O América lutando por um fiapo de esperança de subir para a Série A. Objetivos diversos até aqui. Mas não é que a vitória de ambos foi mutuamente benéfica?

Ao bater o Guaratinguetá, o América impediu que este se aproximasse perigosamente do Abc se houvesse atingido os 22 pontos. Deixou o rival mais tranquilo ao manter o time paulista com seus atuais 19 pontos. Por sua vez, o Abc impediu que o São Caetano fugisse muito do alcance do rival alvirrubro. Com a derrota em casa, o time paulista ficou com os mesmos 40 pontos, 4 a mais que o América.

Rivalidade posta de lado, abecedistas e americanos devem ter comemorado, mesmo que discretamente, a vitória dos potiguares na Série B. Se não pelo RN, mas por seus próprios interesses. Ou alguém prefere que seu clube de coração tenha um caminho mais árduo do que já é?

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Morte nas Nuvens, de Agatha Christie



Falar dos livros de Agatha Christie é chover no molhado. São sempre ótimos! Cheios de suspense, assassinos inteligentíssimos, um detetive ou mesmo uma velhinha fuxiqueira que investigam usando a psicologia, finais surpreendentes. Até quando não usa seus principais personagens investigativos - Hercule Poirot e Miss Marple - a escritora inglesa deixa seus leitores intrigados com a estória e obcecados em chegar à solução do caso.

Não poderia ser diferente com Morte nas Nuvens. Imaginem que o crime aconteça num avião em pleno voo e à vista de todos. Ou não, já que a senhora foi assassinada com um espinho venenoso possivelmente atirado de uma zarabatana indígena sem que ninguém tenha percebido qualquer anormalidade entre os passageiros e comissários.

O livro inicia com um mapa da posição dos passageiros. O engenhoso detetive belga Hercule Poirot, que, para azar do(a) assassino(a), também era um dos passageiros do voo fatal, pede uma lista do conteúdo de bolsos e malas dos passageiros e,a partir daí, envolve a todos em suas teorias mirabolantes, segundo o desdém da polícia encarregada do caso.

Mas eis que o curioso detetive acerta mais uma vez. E Agatha Christie consegue nos envolver até a última página. Se você ainda não leu um livro sequer de Agatha, não sabe o que está perdendo. Se já leu, sabe que a autora inglesa é absolutamente viciante. De um jeito ou de outro, Morte nas Nuvens não vai te decepcionar. Antes pelo contrário!

Frases da semana

"Há uma meia dúzia de vagabundos que precisamos tirar do Judiciário."
Ministro Francisco Falcão, novo corregedor-geral do Conselho Nacional de Justiça

"Até que enfim"
Capa da revista Veja, a respeito das condenações do caso Mensalão e da perspectiva inédita da prisão de corruptos no Brasil

"Os jogadores rezam juntos e ajoelhados antes de entrar em campo."
Rubens Guilherme, presidente do Abc, ao negar as notícias de racha no elenco alvinegro

domingo, 2 de setembro de 2012

Empate satisfatório. Entrevista nem tanto.

Empates em casa normalmente são amargos. Já não se pode dizer o mesmo em relação ao empate entre América e Vitória em 2 gols. Primeiro, porque o Vitória é dono simplesmente da melhor campanha da história da Série B até aqui. E fora de casa, então, o time da Bahia vê muito longe sua última derrota: 23 de junho, contra o Goiás no Serra Dourada. Uma virada histórica do time da casa. 4x3.

Como Roberto Fernandes adora enfatizar, o Vitória é uma equipe de maior investimento. Disso não há dúvida. Eu prefiro algo mais palpável. O Vitória joga. E muito. Parece até que tudo é meticulosamente calculado. Nada é a esmo. Eu temia o pior para o América.

Mas jogar em casa para o América sempre foi motivo de temor para os adversários. É a tradição do alvirrubro potiguar. O Dragão parece dizer "venha cantar de galo aqui que eu lhe transformo em frango assado na brasa!"

Pois é. o Vitória, dizem, dominava o jogo. Coitado. Gol de Lúcio numa tabela mágica com Netinho e Isac. Aí a coisa se inverte. O Mecão domina o jogo. E no calvário de Dida, que parece não ter fim, o América sofre o empate.

Chego em casa do trabalho e ligo a TV. Vitória 2x1 América. "Que coisa! Esse time baiano é mesmo um visitante chato!", eu penso. E já me ponho a imaginar a ladainha de Roberto Fernandes na entrevista pós-jogo: o Vitória é um time de maior investimento. Isso já virou um mantra...

Entretanto, parece que os jogadores resolveram que essa ladainha tem que parar um dia. E o América passa a dominar o jogo. No velho estilo Roberto Fernandes: marcação, saída rápida com bola de pé em pé. A bola começa a rondar perigosamente o gol do super poderoso time baiano. Uma, duas, três... Até que Clebão (o zagueiro Cléber) mete a cabeça na bola alçada por Netinho (sempre ele) em cobrança de escanteio. O jogo fica mais solto. Dida faz boas defesas, assim como Deola. 

Fim de jogo. 2x2. O super poderoso Vitória não conseguiu vencer o Mecão nesta Série B. Espero a entrevista de Roberto Fernandes. Espero uma exaltação ao bom jogo de ambas as equipes, ao poder de reação do América, à melhora de Lúcio, à boa entrada de Thiaguinho. Mas aí Bob me sai com essa: "Se eu fosse treinador do Vitória estaria muito insatisfeito com o resultado e faria uma cobrança forte agora no vestiário". Ou algo do gênero, já que eu não estava com gravador nem com paciência para ouvir ipsis litteris. E ainda disse: "de todos com maior investimento, apenas o Ceará ainda não nos passou"

De novo, Bob? O América jogou melhor e conquistou seu gol. Não foi como o primeiro empate do Vitória, presente de Dida, goleiro americano. Não aceitei a desculpa da politicagem para dizer que o árbitro inverteu faltas. Ser ruim também faz parte. E o empate ontem não foi mal resultado. Então, para que aumentar a valorização do resultado com seguidos rebaixamentos da equipe que você comanda? Não esqueça que futebol é passional e que, além do alcance nacional de suas entrevistas ao PFC, elas também chegam aos ouvidos de apaixonados torcedores. Tirar leite de pedra você já mostrou que sabe. Que tal mostrar que também sabe virar a página? Ninguém aguenta mais isso. Duvida? Então grave suas entrevistas e escute você mesmo!


sexta-feira, 31 de agosto de 2012

E a imagem da semana...

(Foto: Beto Barata/AE)

Frases da semana

Por que os jornais estão dizendo que houve um acordo ontem no Congresso sobre o Código Florestal e eu não sei de nada?
Dilma Roussef, presidente do Brasil, em bilhete enviado às ministras Isabella Teixeira (meio ambiente) e Idellu Salvatti (relações institucionais)

Download é o cacete!
Ancelmo Gois, jornalista de O Globo, em título dado a matéria sobre a luta de Arnaldo Niskier (membro da Academia Brasileira de Letras) contra estrangeirismos como "download" e "deletar"

O América corre por fora por todas as razões que eu nem vou mais comentar.
Roberto Fernandes, técnico do América-RN, comentando sobre Goiás 1x0 América.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Roberto Fernandes e as entrevistas

O pernambucano é arretado. Aliás, todo mundo que conheço daquele estado é gente boa. Até quem não conheço! Tomei uma chuva desgraçada no show de Jennifer Lopez e Ivete Sangalo em julho em Recife e só o que não faltou foi gente para compartilhar um pedacinho de guarda-chuva, ou mesmo para arranjar uma sacolinha plástica, sem qualquer pedido neste sentido.

Logo, nem preciso dizer em que cotação eu tenho Roberto Fernandes. E se for para analisar a verdadeira mágica que ele fez com o elenco do América no estadual, apesar de perder jogadores para lesões e outros times e não ter direito a uma só contratação, aí perde a graça. Sou fã de Bob! E já até me sinto íntima (imagine!) para chamá-lo de Bob...

O problema de Bob tem sido as entrevistas pós-jogo. Não todas. Algumas, especialmente quando o time perde. Mas nem todas que perdeu, apenas aquelas em que há algum questionamento por substituição ou mesmo escalação. Ah, o ser humano encurralado... Parte para o ataque num instinto de autodefesa. Quem não age assim, né?

Bem, não podemos esquecer que se trata de um técnico de futebol, assunto eivado de muita paixão e pouca razão. Melhor então ter cuidado com o que se diz. Afinal, se a palavra é de prata, o silêncio é de ouro!

Nem vou discutir escalações, substituições... isso tudo é muito subjetivo. Certamente, as decisões tomadas pelo treinador são sempre com intuito de melhorar sua equipe. Só um louco ou mau caráter mexeria numa equipe apenas pelo prazer de ver seus comandados derrotados. No entanto, nem tudo na vida sai como planejamos. Aliás, quase tudo está fora de nosso controle.

E o pecado de Bob? Sim, as entrevistas. América perde de 4x2 para o Crb em Alagoas numa partida bizonha. E olhe que só vi o finalzinho. Isso foi num sábado. Na segunda-feira, lá está o treinador no Esporte Fino da 96FM para dizer que, apesar de não ter havido falha de Dida, o time jogara mal por se ressentir da ausência de um jogador como Galatto. Acrescenta que este chegou para ser titular, mas que ante a fase de Dida, teve que aguardar sua melhor condição, que já chegara. O RN inteiro noticia que Galatto vai ser o titular contra o Ceará. Eu mesma dei como certa sua escalação. Vendo a besteira que fez, o técnico se apressa em manter uma certa dúvida na quarta-feira, porque, em sua palavras, "não gostaria de ver Dida ser responsabilizado pela derrota em Maceió pela torcida." Não deu outra. Dida titular contra o Ceará. Achincalhes ao jovem goleiro a cada lance mais duvidoso e... pênalti à la MMA contra o América. Desnecessária a pressão sobre Dida indevidamente aumentada por Bob. Era melhor ter ficado calado e feito a substituição quando bem entendesse.

América 0x2 Atlético-PR. O Mecão não jogou absolutamente nada. O Atlético simplesmente não deixou. Encurralou o time rubro e dominou quase o jogo todo. Bob coloca Michel e desloca Norberto para o meio. O América melhora assustadoramente. Aí Bob saca Norberto. Atlético liquida o jogo com o 2.º gol. Questionado quanto ao erro, justifica que o Atlético-PR já era para estar "nas cabeças" pelo investimento e que a Série B é isso mesmo. Não gostei da resposta. Fazer o quê? Azar o meu.

Goiás 1x0 América. O América repete a atuação do 2.º tempo contra o Abc. Atacar é mero detalhe. Todo mundo lá trás. Aliás, essa é a história do América há alguns 2.ºs tempos. Mas tática é tática. O Goiás tenta, mas nada muito efetivo. No intervalo, Bob tira Thiaghinho (cansado) e coloca Pingo. O time não reage bem à mudança. Solução? Nova mudança em poucos minutos. Sai Netinho (isso mesmo que você leu: sai o "cara da bola parada") e entra Gustavo. "Vai reforçar a marcação" é o que todo mundo pensa. Mas aí ele libera Wanderson para o meio (até na direita jogou) e deixa Gustavo, vindo do DM e tendo feito péssima partida contra o Abc, sozinho na esquerda. Na falha (esperada) de Gustavo, o castigo. E o jogo ficou nisso. 1.ª resposta da entrevista? "O América corre por fora. É isso mesmo." Mais tarde, declarou:  "Isso mostra que tenho que mexer algumas peças que não estão rendendo contra o Avaí."

A mesma justificativa do investimento e a mesma antecipação de mexida (com mais de um jogo de antecedência). Bob, Bob.  Nós já sabemos há muito tempo que o Mecão corre por fora. Mas toda vez que jogar mal será esse o motivo? E se o time não vai bem, tem que mexer mesmo. Mas anunciar dois jogos antes? Quem vai sentir a pressão dessa vez dos apupos da torcida?

Como diria meu amigo Fabrício, tem horas em que é "mior calar".

domingo, 26 de agosto de 2012

2 livros numa semana

Como eu andava atrasada na minha leitura de lazer! Apesar de que qualquer leitura para mim (até bula de remédio) é fonte de irremediável prazer, ler livros sem amarras de prazos ou trabalhos ultimamente estava relegado a segundo plano em minha atribulada rotina. Tanto que havia começado dois livros e interrompido. Resolvi no finzinho da semana passada resolver esse impasse. Iria ler nem que fosse duas páginas antes de dormir.

Duas páginas antes de dormir? Impossível! Depois que se retoma um vício, é difícil dosá-lo. Claro que não li os dois livros ao mesmo tempo. Primeiro um, depois o outro. Que delícia! E olha que nem li a minha favorita, paixão louca mesmo que me fez enveredar pelos caminhos jurídicos: a perfeita Agatha Christie. Ler Agatha (olha a intimidade! Eu a chamo pelo primeiro nome!) é como se alimentar de sobremesa na TPM: indispensável. É de um prazer absurdamente absurdo... Melhor interromper porque não foi uma obra da super britânica que li.

Terminei a leitura de dois livros totalmente distintos. Plim-Plim: a peleja de Brizola contra a fraude eleitoral, de Paulo Henrique Amorim e Maria Helena Passos foi um presente do amigo Wagner. Há tempos. Mas sou daquelas que comem sobremesa "poupando", sabe? Logo, nada de ler um livro assim que o recebo. Há toda uma experiência, quase um flerte, seguido de namoro, noivado e casamento, para que eu comece uma leitura. Culpa da minha memória. Uma vez lido, lembrarei de suas páginas por tempo indefinido e o prazer da surpresa acabará para sempre.

Pois é. Eu "poupo" livros. Mas, voltando ao livro citado, trata-se de narrativa que reproduz o clima da eleição para governador do Rio em 1982. Eu tinha 3 anos, porém já ouvi falar muito no episódio, que seria a origem da arenga Brizola x Rede Globo. Interessante ver as coisas sobre outra perspectiva, embora o livro  seja repleto de muitas suposições e muitos indícios, mas poucas provas na visão de quem ama o Direito. Nem por isso deixa de ser interessante e de ter sua leitura por mim recomendada. Afinal, a leitura não pode ser feita de um jeito inerte. É preciso manter uma visão crítica. Para resumir, adorei.

O outro foi Na Boca do Túnel, de Maeterlinck Rego Mendes. Para quem não sabe, o autor é há várias décadas chefe do departamento médico do América-RN. Ele reuniu centenas de casos pitorescos e revelou lado desconhecido dos bastidores do futebol, especialmente das concentrações. Livro que se lê com um sorriso da boca e que conseguiu me arrancar algumas gargalhadas. Minha edição foi até autografada pelo doutor americano. Adoro esses livros de "causos". São como doses de bom humor ante certas inocências do ser humano.

Quem se aventurou até aqui neste texto, mas ainda não incorporou o hábito da "leitura de cabeceira", não sabe o que está perdendo. Aguardar o sono na companhia de um bom livro é uma experiência que faz bem à alma, ao coração e até ao cérebro! E ainda alivia nossos olhos quanto aos horrores publicados no Twitter e no Facebook, por exemplo.  Viva a imaginação!