Eu a conheci em 1986, ano em que ingressei na Escola Doméstica de Natal. Na época, aos 6 anos de idade, eu realizara o sonho de minha mãe.
Ainda na 1.ª série do 1.º grau menor (era assim que chamávamos o ensino fundamental), tive o primeiro contato com D. Noilde. Conheci a mais famosa diretora de Natal. Aprendi toda a solenidade da sua presença: uma vez anunciada, ficaríamos de pé, em silêncio, até segunda ordem. Acolheu-nos com muita polidez.
Naquele mesmo ano, eu levaria o primeiro "carão" de D. Noilde. Eu e minhas amigas havíamos terminado as provas mais cedo e nada tínhamos a fazer de interessante até a chegada de nossos pais. O que poderia ser mais interessante para meninas de 6-7 anos do que o parquinho (na verdade era bem grande) da entrada da escola?
Pois bem. O parquinho era exclusivo do jardim de infância. A triste ideia me rendeu um joelho arranhado e uma terrível dor na alma. Jamais gostei de ser chamada a atenção. Mas a gritaria nossa era tamanha que só restou a D. Noilde nos proibir terminantemente de frequentar o parquinho e ir esperar nossos pais no recreio coberto.
Ao longo dos meus anos de Escola Doméstica (1986-1994), tive outros muitos contatos com D. Noilde, a maioria deles muita prazerosa. Infelizmente, nosso último encontro foi muito doído. A Catedral Metropolitana testemunhou um misto de admiração e dor pela partida de tão brilhante educadora.
O Brasil se ressente de uma cidadã tão dedicada a uma causa. A educação do RN e do Brasil chora a perda de sua maior abnegada. As famílias sofrem com a perda de tamanho exemplo. O América perdeu a sua mais elegante torcedora.
2010 termina em saudade.