Estava lendo na Folha de S.Paulo sobre uma mostra num museu que aborda o lixo tecnológico e dei de cara com a seguinte frase sobre celular: "tenho certeza que o seu não é o mesmo de cinco anos atrás".
Já fui muito consumista. Talvez ainda seja em relação a outras coisas, mas com celular, faz muito tempo que a frase da reportagem da Folha não se aplica a mim.
O meu atual foi comprado depois de uma séria ameaça. O anterior separou a tela da engrenagem, mas seguiu firme no funcionamento. Eu ligava e era possível ver o interior do aparelho. A única coisa que deixou de funcionar mesmo foi o botão de ligar/desligar, algo que resolvi baixando um aplicativo que ligava e desligava a tela apenas virando o aparelho.
Depois de muita gente me encher a paciência pelo estado do meu celular, a séria ameaça partiu de Janaina. Vendo que nada me convencia e certa de que eu corria risco de choque, ela disse que ou eu escolhia um novo celular, ou ela ia comprar o mais caro que tivesse. Meu coraçãozinho taurino não aguentou uma ameaça de gasto dessa. Corri para adquirir o que hoje uso.
Isso há seis anos. Eu me lembro como se fosse hoje. O Extra da Engenheiro Roberto Freire ainda existia. Fui lá para escolher um sem pagar estacionamento e sem enfrentar muita gente num meio de tarde.
Hoje a ameaça que ele me faz é de memória cheia. Comprei online um cartão SD para expandir, mas ele basicamente só funciona para transportar arquivos. Fica corrompido se tento usar como armazenamento interno (e olhe que funcionou bem quando pegou). Acho que vou tentar outras vezes depois de transferir alguns arquivos para um HD externo que tenho.
Não tenho a menor intenção de trocar. Ele aguenta queda com e sem capa e nunca, absolutamente nunca recebeu uma película. Vou gastar dinheiro para que se nem tenho muito gosto por redes sociais?
Isso falando sobre celular, que normalmente modelos mais novos representam, de fato, avanço (ganhos) em relação aos anteriores. Sobre carros, melhor nem falar. Os carros atuais perderam trezentas coisas em relação aos carros de 8-12 anos atrás. A começar de CDs, DVDs, espelhamento total da tela do celular com transmissão de aplicativos de vídeo, motores (realmente ágeis, econômicos e resistentes) 1.6, 4 cilindros, aspirados sem esses frufrus antipáticos de transmissão automática, turbo ou motores barulhentos de 3 cilindros.
Mantenho computadores de quase 10 anos, um deles já tendo que ligar numa TV porque a tela deixou de funcionar após uma das gatas o ter derrubado por duas vezes. Tenho aparelhos de DVD, Mega Drive, Playstation 2, jogos de tabuleiro...
Então, a frase da autora da mostra não se aplica a mim. Não mesmo.
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