sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

Como seguir?


Acho que me senti assim com o fim de The Good Place, série da Netflix sobre o pós-morte. Desta vez, acabou Dickinson, série genial, revolucionária da Apple TV+ sobre a mais genial e revolucionária poeta americana, Emily Dickinson.

Foram 3 temporadas em que fomos todos e todas sugados e sugadas para o mundo da criatividade envolvente dos poemas de Emily Dickinson, interpretada pela surpreendente - para mim, que não a conhecia - Hailee Steinfeld. 

A série de comédia surreal tem talento de sobra, como a já anteriormente famosa Jane Krakowski, que interpreta a mãe de Emily, e traz ao mundo contemporâneo a alma desassossegada, que não se encaixa no seu tempo, da poeta ainda tão incompreendida, cujos versos eram poderosíssimos.

Não fossem as poucas pessoas que tiveram a sorte de acompanhar o talento de Emily enquanto viva, como sua irmã Lavinia e sua cunhada e amante declarada em seus poemas Susan, ou Sue, além do coronel Higginson, por exemplo, jamais o mundo conheceria tal obra, uma vez que Emily não queria fama e não fazia a menor questão de publicá-la, limitando-se a escrever cartas para dar conhecimento dela a pessoas escolhidas, como as inúmeras encaminhadas à sua querida Sue.

Foram décadas para que enfim Emily Dickinson fosse conhecida sem as amarras da censura e coube a Alena Smith criar a série que a trouxe ao século 21, mesmo nascida no século 19. 

A série é engraçada, moderna, inquietante, profunda e com direito a alguns episódios absolutamente inesquecíveis, inclusive alguns dedicados à cômica Lavinia. 

Fica um enorme vazio que me faz planejar uma visita sem data ao Emily Dickinson museum e caçar os livros com seus poemas para conseguir lidar com essa ausência tão sentida. Certamente vou maratonar tudo novamente assim que puder para capturar mais detalhes da obra espalhada pelos episódios. Só assim para acalmar a inquietação na alma que a poeta me deixou.

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