Os acontecimentos da semana já demonstravam a temperatura do clássico. Dirigentes de América e Abc trocaram picuinhas, jogadores do Abc deixaram o futebol de lado e partiram para o MMA, Flávio Anselmo xingou duas autoridades públicas do município de Goianinha (o secretário de esportes e o prefeito da cidade).
Na estrada e na entrada do jogo, tudo tranquilo.Dentro do estádio, pelo menos em relação aos torcedores, também. Mas quanto aos times... nervosismo à flor da pele. Ânimos pra lá de exaltados. Entradas duras, muita encenação, reclamação por qualquer coisa.
Raul tentou dar um coice em Junior Xuxa. Lúcio ao sofrer 3 tentativas de falta tentou dar um soco em seu marcador e ainda saiu distribuindo empurrões em quem vinha tirar satisfações.
Deprimente mesmo foi o técnico Leandro Campos. Distribuiu palavrões com o árbitro central e tentou chutar um squeeze na direção da torcida do América. Coitado do 4.º árbitro ao tentar repreendê-lo levou duas sessões de xingamento: uma antes de ele ser expulso e a outra depois. Até o batalhão de choque teve que ser chamado para o treinador enfim deixasse o gramado, já que ele insistia em ficar na boca do túnel.
O lance foi tão bizarro que os jogadores do Abc largaram o jogo para assistir ao circo de horrores de seu treinador. O árbitro apitou duas vezes para reiniciar a partida para que o zagueiro abecedista acordasse do transe que o lance proporcionou e cobrasse a falta.
O jogo em si foi bastante truncado, nervoso, mas com o América claramente querendo vencer, mas sem abrir espaço para contra-ataques. Foi o que se chama de um jogo de ataque contra defesa. Fez pena a falta de articulação do meio campo alvinegro. O tempo todo as bolas saíam da defesa para o ataque em ligação direta pelo alto. Os lances mais incisivos surgiam em cobranças de falta. Mas o único lance que poderia ter definido o jogo em favor do Abc surgiu num erro de saída do América que culminou com uma terrível furada de Raul dentro área, de frente para Fabiano.
Do lado do América, mais lances poderiam ter resultado em gol. Ainda no 1.º tempo, Wanderley recebeu sozinho na grande área e bateu mascado para fora. Camilo fez algumas defesas em cabeceios e chutes. Fabiano só voltou a ter algum incômodo no 2.º tempo. Voltou a ser o Paredão.
Mas quando a frustação já batia em ver o placar zerado, eis que a bola passa por todo mundo na área abecedista e sobra para Pingo, que entrara no 2.º tempo, marcar o único gol do jogo e o primeiro com a camisa do América desde que aqui chegou ainda para a Série C do ano passado. América 1x0 Abc, tabu quebrado, adversários empatados na tabela e separados apenas por saldo de gols.
Na volta para casa é que surgiram alguns estresses entre torcedores. Inicialmente, a PRF presta um desserviço em paralisar a BR 101 pensando mostrar serviço ao parar todos os carros. Carros de abecedistas e americanos emparelhados aumentavam desnecessariamente a tensão entre ânimos exaltados e/ou frustados. Há relato até de que um segurança do Abc teria ameaçado vários carros - inclusive um ônibus de uma torcida alvirrubra - ao redor do ônibus da delegação alvinegra batendo com sua arma (ele tem porte para isso?) nos vidros dos transeuntes.
No mais, a vida continua, o campeonato segue e a diretoria do América quer transformar o círculo em quadrado (ou vice-versa) ao tentar nos convencer de que havia apenas 2.400 torcedores no Nazarenão. Sei, sei. E eu estou aguardando o coelhinho da páscoa para saber o que ele trará para mim!
Excelente post. Relatou exatamente o que foi o clássico. Graças a Deus o melhor venceu desta vez. Agora, a diretoria realmente tem que explicar o que acontece com os públicos divulgados ao final das partidas no Nazarenão. Onde colocar mais 3.000 pessoas?
ResponderExcluirPerfeita análise!
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