terça-feira, 24 de janeiro de 2012

A dura realidade do futebol feminino

É certo que o futebol feminino encontra dificuldade ao redor do mundo, menos na Europa. Basta ver que as três candidatas a melhor do mundo da Fifa em 2011 estão desempregadas. Hope Solo, a goleira americana que tanto sucesso faz no mundo do marketing, também está sem emprego, já que o clube que defendia na liga americana faliu. Como esperar que no Rio Grande do Norte fosse diferente?

E nem poderíamos. A Federação Norte-rio-grandense de Futebol mal consegue arranjar as bolas para a disputa do campeonato masculino! Quiçá do feminino...

A atual edição é de fazer pena. O América montou um timaço. Dá gosto de ver as meninas em campo. O problema são as adversárias. Mal preparadas fisicamente, mal treinadas, mal administradas... e a lista poderia continuar indefinidamente. Primeiro jogo: América 10x0 Força e Luz. O time rubro contava com ninguém menos que Formiga, craque da seleção brasileira, que aliás já foi convocada novamente e viajou após esse jogo para se juntar ao selecionado nacional.O time da zona norte de Natal só tinha 11 jogadoras. Isso mesmo: 11 jogadores. Não havia uma única reserva. O resultado não poderia ser outro: duas atletas lesionadas e o Força e Luz com apenas 9 jogadoras em campo por ser amador ao ponto de não ter reservas.

No segundo jogo, América 18x0 Comercial. O time de Lajes Pintada já tinha o mínimo de organização, uma vez que conta com o apoio de um jovem vereador do município. Havia reservas suficientes para encher o banco e uma comissão técnica. No entanto, para jogar com o América às 14h, as meninas saíram em vários veículos de sua cidade às 10h. Chegaram no CT do América às 13h. Sem almoço fornecido pelo clube. Cada uma comeu o que tinha em casa ou fez um lanche de salgadinhos no caminho. Na volta, uma passadinha na Rainha do Pastel às margens da BR 101 daria o gás para o retorno.

O América, que não tem nada a ver com isso, vai goleando e dominando impiedosamente suas adversárias. Pior é ver que a FNF, além de não ajudar, ainda atrapalha. Marcou todos os jogos no gramado (?) do Juvenal Lamartine, interditado desde que lamparina dava choque (para retomar a expressão que meu avô gosta...). Ainda há quem aplauda o trabalho(?) de José Vanildo à frente do futebol potiguar.

2 comentários:

  1. Realmente fazer futebol feminino é muito difícil.Como vc falou se as melhores do mundo estão desempregadas, o que dizer das pobres coitadas que não tem estrutura nenhuma. Essas meninas, mulheres que se aventuram a jogar futebol são verdadeiras heroínas e ainda querem que sejam campeãs de tudo que participam.

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  2. Dá pena, mas ao mesmo tempo devemos bater palmas, e de pé para essas meninas que vem de tão longe para jogar o campeonato. Afinal que atleta suportaria jogar as 14hs, sem almoço, sem descanso e ainda levar de saldo negativo 18 gols? Palmas para elas!!!

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