terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Campeonato Potiguar 2012: nada é tão ruim que não possa piorar

Média de 1.046 torcedores por jogo. É o que leio no Vermelho de Paixão. Esta é a realidade do Campeonato Potiguar 2012, tão alardeado pela imprensa local como empolgante e o melhor dos últimos anos. O clássico (ainda é?) entre Alecrim e Abc no Maria Lamas teve 1.154 testemunhas. América e Baraúnas no Nazarenão, 1.184. Se este é o público do campeonato mais empolgante dos últimos tempos...

Isto é muito reflexo de que alguns fatores. Por exemplo, há muito tempo que a torcida do América não quer mais saber de estadual. O que importa mesmo é o desempenho do clube no Brasileirão. O mesmo fenômeno parece também ocorrer com a torcida do Abc, após o clube ter melhorado suas participações em nacionais. Os outros times não despertam o menor interesse de suas torcidas, uma vez que só não pedem esmola porque não têm um saco. E para piorar, a própria FNF não sabe muito bem o que fazer com a competição. O que importa mesmo é mudar a cada dois anos. Pontos corridos? Não, vamos para um mata-mata. Pensando bem é melhor misturar pontos corridos e mata-mata a depender da diferença de pontos... Não, o melhor mesmo é copiar a fórmula do campeonato carioca. E nesse lenga-lenga quase ninguém sabe o regulamento deste samba do crioulo doido.

Prefiro não falar da estupidez de um campeonato cuja fase semifinal será definida em partida única. Também não vou nem falar em inversões de mando de campo, alterações de horário, data e local do jogo na mesma semana da partida, preço do ingresso, transmissão por um canal de tv que não é acessível à maioria. Some-se a isso a chateação que é ver profissionais de imprensa sem o mínimo de consciência de que o campeonato não se resume a Abc e América, nem que ele presta se o Abc não for campeão ou líder.

Só para exemplificar: alguém aí suporta assistir às mesas-redondas da Rede TV, aquela que é alucinada pelo Corinthians? Ou os comentários do fanático rubro negro Renato Maurício Prado? Torcer é salutar, desde que isso não lhe cegue para a realidade. Profissional de imprensa que não consegue separar as coisas fica estigmatizado, perde a credibilidade. Tudo que fala cai no ridículo. E esse parece ser o destino do futebol potiguar: cair no ridículo.

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