domingo, 19 de julho de 2020

Sofrível

Acompanhei o que pude (concentração difícil) de Campinense 1x0 Atlético de Cajazeiras no Amigão pelo Campeonato Paraibano agora à tarde no YouTube. 

O jogo majoritariamente seguiu uma única batida: o Campinense não conseguia sair de seu próprio campo e o Atlético de Cajazeiras pressionava, mas não sabia finalizar. 

A vitória do Campinense se deu num belo chute já na beira da área após um escanteio, no único momento (início do 2.° tempo) em que o time de Campina Grande conseguiu sair de seu próprio campo e pressionar o adversário, o que não demorou muito.

No fim do jogo, era visível o desgaste físico dos jogadores do Campinense, que desabaram no gramado.

Os dois clubes paraibanos estreiam na Série D contra dois clubes norte-rio-grandenses: o Campinense enfrenta o América no RN e o Atlético de Cajazeiras enfrenta o Globo na PB.  Os quatro estão no mesmo grupo.

América maior do que o Flamengo

Dentre o prazer, de sempre, de acompanhar a coluna de Rubens Lemos Filho no caderno de esportes da Tribuna do Norte, hoje o destaque vai para um texto absolutamente espirituoso de Paulo Maia, torcedor 100% América, em que ele defende em 5 deliciosas razões que, nos últimos 105 anos de existência do Orgulho do RN, a pessoa que mora no RN e torce pelo América teve muito mais alegrias do que a pessoa que mora no RN e torce pelo Flamengo.

Eu não podia deixar passar uma lista tão primorosa, que tem gosto de futebol discutido entre pessoas queridas em mesa de bar num domingo daqueles. Vale a transcrição das impagáveis 5 razões, mas já deixo a recomendação para a leitura completa do texto na coluna de hoje de Rubinho.

"1. O América é o campeão do Nordeste, ganhou do Vitória de Petkovic em 1998. O Flamengo nunca foi, provavelmente nunca será;

"2. O América é o rei do acesso, um dos times do Brasil que mais subiu de divisão, inclusive tendo saído da Série C pra A. O torcedor do Flamengo nunca teve essa alegria;

"3. O América é um dos clubes com maior número de participações na série B do campeonato brasileiro, o Flamengo não sabe o que é isso, futebol raiz é da série B pra baixo;

"4. O Flamengo dos campeões Mundiais de futebol (Romario, Branco e Ricardo Rocha) perdeu pra o América no campeonato brasileiro da série A de 1998 e foi eliminado em pleno Machadão pelo América/RN.

"5. O América eliminou o Fluminense da Copa do Brasil com um humilhante 5x2 em pleno Maracanã. Não há registro do Flamengo ter alcançado tal feito."

Eu ouso acrescentar que quem discordar de Paulo Maia nem americano(a) é. 

Artilheiro do mundo

Hoje a Tribuna do Norte trouxe uma reportagem a respeito do atacante Júnior Negão, que aqui no RN já defendeu tanto ABC como América.

A reportagem, publicada na página 3 do caderno de esportes, aborda o fato de Júnior Negão ser o artilheiro do mundo após todas as pausas da pandemia de Covid-19, com 14 gols em 11 jogos, mais do que Roberto Lewandowski, que tem 12 gols em 10 jogos. 

Duas coisas me chamaram a atenção. A primeira delas é que Júnior Negão tem família dedicada à advocacia e ele mesmo chegou a cursar Direito, mas largou no primeiro ano por causa do futebol.

A segunda é a comparação que ele apresenta entre a reação da população coreana e a da brasileira à pandemia de Covid-19: "Se no Brasil precisou ter decreto para fechar o comércio, aqui foi ao contrário. As pessoas aceitaram ficar em casa e o comércio fechou por não ter demanda. No Brasil as pessoas desdenharam da pandemia, mas ela é séria. Os coreanos foram obedientes com o isolamento social."

"Eu não sei como isso é bom"

Ernesto Teixeira também falou sobre um dos temas do podcast de hoje e eu faço questão de reproduzir aqui.

Eu escutei o episódio do podcast de hoje do blog. Você tratou um pouco da questão dos direitos de transmissão, da MP 984, e eu queria dizer que eu concordo com você e compartilhar também um pouco do que eu venho pensando sobre isso. Eu não consigo enxergar nisso um fator que impulsione a união dos clubes como os clubes estão falando. Porque, se você olhar direitinho, hoje em dia, pela nova MP, as TVs não precisam, para transmitir um campeonato, negociar com todos os clubes. Se ela pegar um pool de clubes, por exemplo, os clubes grandes do Brasil, o antigo Clube dos 13, a formação inicial do Clube dos 13, contando que o Cruzeiro volte à 1.ª Divisão, ela vai ter mais de 200 jogos para a grade dela. E só jogos interessantes. Toda rodada vai ter um jogo bacana de um time de grande torcida para transmitir, seja para as praças de RJ e SP... Então, eu não vejo como um clube médio do Brasil, de divisões inferiores, pode se dar bem com isso. Eu não consigo entender. Porque ele vai negociar seus direitos, sei lá, por mais que o Sport vá receber o Flamengo eventualmente num jogo no campeonato todo, a tendência é a TV negociar por um preço menor do que o clube ganha hoje. E o clube vender esses direitos de transmissão contra os clubes de maior torcida pontualmente. Você deixa de ter uma receita fixa, uma receita certa no ano, para ter uma receita variável. Eu não sei como isso é bom.

Ele ainda lembrou que isso é mais ou menos o que acontecia nos anos 90, quando a Globo comprava apenas o direito do clubes que faziam parte do Clube dos 13. Em 1997, quando o América disputou a Série A pela primeira vez, quem não era do Clube dos 13 fechou com a ESPN. Quando Corinthians ou Vasco, por exemplo, vinham jogar em Natal, a Globo pagava um valor por aquele jogo unicamente. Ernesto então acredita que isso vai se repetir agora. 

E ele fez até as contas exatas sobre as partidas que uma emissora teria com 13 clubes fechados com ela: 247. 

Eu já intimei Ernesto a escrever texto com mais detalhes para publicação aqui no blog. Ele topou. Se o assunto não é discutido onde deveria ser, pelo menos nós, torcedores, faremos a nossa parte.

Concorrência

Complementando o que trouxe no Podcast de hoje, que terminou ficando curto para tudo o que havia para ser abordado, trago um detalhe importante da discussão sobre a transmissão do futebol brasileiro que foi muito bem apontado por José Colagrossi, diretor-executivo do Ibope/Repucom em entrevista na página 2 do cadernos de esportes da Tribuna do Norte deste domingo:

O fato é que os clubes hoje dividem audiência com outros esportes que estão chegando forte no Brasil, como o futebol americano, e também tem os campeonatos europeus. Além disso, boa parte dos torcedores olha o futebol como uma forma de entretenimento e o coloca em disputa com outras formas de distração. Vamos ver como será a partir de 2024. Os valores dos direitos de transmissão devem cair. Antes, existia um monopólio de uma emissora, mas também dos clubes. Agora, vários canais e mídias vão competir.

Podcast: Volta e TV

A volta oficial do futebol para América e ABC e a transmissão dos jogos.




Listen to "Volta e TV - Só Futebol? Não! com Raissa" on Spreaker.

Manchetes do dia (19/7)

A manchete do bem: Disney adere a boicote de grandes marcas e suspende anúncios no Facebook.

As outras: Pesquisas econômicas avançam e apontam como racismo perpetua fosso social, Pandemia deve transformar de vez setor da alimentação e 'Índios sofrem projeto de genocídio étnico absurdo', diz Alice Braga.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (7/19)

The headline for good: 'They didn't just love him. They knew him.' Young Atlanta activists mourn John Lewis.

The others: Inside Trump's failure: The rush to abandon leadership role on the virus, Nicaragua's ruling sandinistas fall victim to Covid-19, highlighting the disease's spread, and Older children spread the coronavirus just as much as adults, large study finds.

Good morning.

Source: NY Times

sábado, 18 de julho de 2020

Preparação necessária

Enfim a Confederação Brasileira de Futebol anunciou que vai bancar os testes de Covid-19 realizados a 3 dias de cada rodada do Campeonato Brasileiro masculino e feminino, da Copa do Brasil, do Sub-20 e da Copa do Nordeste. 

A expectativa é de que o resultado saia sempre até a véspera da partida, o que deve provocar muitos desfalques de última hora nos times e vai exigir que técnicos se preparem para alternativas plausíveis de reposição. Ou seja, nada de morrer abraçado com um time titular "imexível" nos treinamentos, pelo menos não em 100% do tempo, porque o desfalque pode surgir de onde menos se espera e em quantidade surpreendente.

Pertinente

Já na Cena Urbana na TN de hoje, o jornalista Vicente Serejo, depois de listar as incongruências do PSDB local, que, em suas palavras, "aprovou e desaprovou a proposta do deputado Kelps Lima", teceu críticas pertinentes no fim do texto de abertura ao governo estadual:

Por sobre tudo isto, e mais insustentável ainda, é um governo petista optar por reduzir a faixa de isentos - antes de um a seis salários mínimos - em favor do limite de 16% de contribuição para os grandes salários pagos a ativos e inativos, e que muitas vezes vão bem além dos R$ 50 mil. Se a reforma cobrasse mais dos que ganham mais de trinta, quarenta e até cinquenta milhares de reais, teria evitado o vexame de precisar fugir do debate aberto, o que é lamentável.