A premissa de The Wilds, série da Amazon Prime Video, é de agarrar qualquer um que gostou de Lost em algum momento de sua exibição: um grupo de garotas do ensino médio sofrem um acidente aéreo quando estavam a caminho de um retiro cultural e acabam numa ilha isolada no Pacífico. "Lost feelings", né? Melhor: não houve acidente, tudo é parte de um experimento social de um grupo liderado por uma ex-professora universitária.
A série ainda bebe - e muito bem - dos flashbacks e flashforwards também lançados por Lost.
As atuações em geral são bem convincentes. Até quando são superficiais a gente entende mais à frente o por quê disso.
A verdade é que um episódio puxa o outro e mesmo com quase 60 minutos de duração/cada é quase impossível não maratonar. Eu, por exemplo, comecei nesta semana e já terminei os 18 episódios (10 da 1.ª temporada e 8 da 2.ª temporada).
Contudo, preciso deixar meu protesto com o enfoque da 2.ª temporada e quem não gosta de spoilers deve interromper agora a leitura deste texto.
Há muito pano para as mangas dentre as relações estabelecidas pelas garotas na 1.ª temporada. Só que a roteirista e uma das criadoras, Sarah Streicher, resolveu cortar a narrativa pela metade para introduzir um outro grupo em experimento sem que a audiência desejasse isso. Conflitos importantes são quase deixados em suspenso para dar tempo de desenvolver a narrativa masculina, que é praticamente cópia mal feita da original. Totalmente desnecessário e que caberia talvez mais à frente na série, em pequenos flashes, quando houvesse a reunião dos grupos.
Não se sabe ainda se haverá uma 3.ª temporada nem quando ela chegará, já que houve um intervalo de 18 meses entre as duas iniciais. Resta a curiosidade de saber se haverá salvação para o dano cometido na premissa original com o enfoque dado na 2.ª temporada.