quinta-feira, 14 de outubro de 2021

Manchetes do dia (14/10)

A manchete do bem: 
  • No caso Evaldo, Justiça condena 8 militares pelos homicídios de músico e catador no Rio
As outras: 
  • Após pregar trégua, esquerda bate boca, expõe rusgas e dificulta união contra Bolsonaro
  • Investimento em energia limpa precisa triplicar para neutralizar emissões, diz agência
  • Venda de ingressos para festa de Réveillon supera patamar pré-pandemia, diz empresa
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/14)

The headline for good: 
  • The U.S. will reopen its borders for fully vaccinated travelers.
The others: 
  • Biden administration plans wind farms along nearly the entire U.S. coastline
  • A female conductor joins the ranks of top U.S. orchestras
  • Exuberant art and a cable car can lift a poor, violent place only so high
Good morning.

Source: The New York Times

quarta-feira, 13 de outubro de 2021

Um grande nada


O mais novo filme da Netflix pode ser bem definido com o título desta postagem. Parte-se de algum lugar, a estória é muito fragmentada e no fim fica um grande vazio, um nada.

Ele chegou até mim como cinema de arte, o que sempre abre a porta para coisas muito diferentes. Teve até indicação em um festival. E ainda é adaptação de um livro, o que significa que ele tem a faca e o queijo para ser muito bom.

A verdade é que tem boas interpretações (palmas para as atrizes e os atores, inclusive crianças), mas não sabe se é drama, se é suspense, se é terror, se é tudo isso de forma psicológica. Ele decepciona em qualquer categoria. No fim, você fica com o nada que ele significa.

Há até alguma pitada de alerta ambiental nele, mas nem isso dá uma sensação de contentamento com tudo. 

O título em português, O Fio Invisível, é justificado pelo que a personagem principal tanto fala da conexão com sua filha, até onde ele pode ser esticado sem que a criança seja exposta a algum perigo. É a mesma linha do título original, Distancia de Rescate.

Já o título em inglês, Fever Dream, é o que mais serve de alerta para o desenrolar infrutífero do enredo.

Enfim, vale pelas atuações, mas sinceramente não perca seu tempo.

Nada é garantido

Sempre fico intrigada como os seres humanos achamos que tudo na vida é permanente, que nada nos vai ser retirado de forma inesperada. Aí vem a vida e nos prega aquela peça e diz: "Não é bem assim que a banda toca".

Não vou bater na tecla surrada da pandemia, embora ela seja o maior exemplo de vendaval de mudanças para muita gente ao mesmo tempo de que se tem notícia nos últimos 100 anos.

Falo mesmo naquele nível individual, de cada pessoa. A saúde é garantida até um exame ou outro sinal mostrar que precisamos cuidar dela sempre para que ela resista. O relacionamento é garantido até que uma briga vira uma mágoa acumulada de outras mágoas mal ou nunca resolvidas. As pessoas em nossa vida são garantidas até o dia em que nem mesmo um telefonema as alcança mais. 

Se essa lista de imaterialidades é comprovadamente efêmera ou frágil, o que dizer das coisas materiais, como dinheiro, casa, veículo, roupas, calçados, perfumes, livros, objetos de decoração? 

Lembro de uma noite em que a cama me despertou do sono ao quebrar. Ou do dia em que fui chamada às pressas para casa porque a sala de trabalho/leitura estava debaixo d'água com uma cascata formada atravessando a lâmpada e que destruiu todas as estantes. Ou da manhã em que um pedaço da laje desabou no quintal e quase matou mamãe de susto.

Há também os arranhões que surgem no carro sem que a gente tenha qualquer controle da origem. Ou o cupim que come uma caixa de porta inesperadamente. Ou o mofo que insiste em se instalar em algum móvel plástico. Ou a ferrugem que atinge utensílios de ferro e até de inox (sim, fique sabendo que inox também enferruja). Ou as formigas que resolvem se hospedar em algum equipamento eletrônico e assim o danificam.

Nada é garantido. Nem coisas, nem dinheiro, nem status quo, nem pessoas, nem saúde, nem relacionamentos, nem sossego. Nem futuro. Só a morte e o agora são garantidos. Apreciar o agora é uma dádiva que deveria estar ao nosso alcance sem que fosse preciso uma desgraça ou uma ausência para nos esfregar nas fuças que nada temos além do agora. O passado é apenas uma lembrança. O futuro está sempre por vir até que não vem mais. É o agora que importa. Quanto sofrimento evitaríamos se tivéssemos essa lição marcada em nosso dia a dia sem que o choque de uma mudança repentina fosse necessário para nos conscientizar?

Da próxima vez que alguma atribulação cotidiana ameaçar o humor, é bom lembrar que nada é garantido. Viver é aproveitar o agora e abraçar a mudança quando ela chegar.

Manchetes do dia (13/10)

A manchete do bem: 
  • 'Round 6' ultrapassa 'Bridgerton' e se torna a maior estreia da Netflix
As outras:
  • Total de favelas no Brasil dobra em 10 anos e 20 milhões estão passando fome
  • Migalhas não resolvem e África avança mais que Brasil, diz representante da ONU
  • Número de pesquisas sobre crise do clima cresce, mas é desigual entre continentes
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/13)

The headline for good: 
  • Nets bar Kyrie Irving from all games until he's vaccinated
The others: 
  • American and Southwestern Airlines reject the Texas order banning vaccine mandates.
  • World's growth cools and the rich-poor divide widens
  • Aspirin use to prevent 1st heart attack or stroke should be curtailed, U.S. panel says
Good morning.

Source: The New York Times

terça-feira, 12 de outubro de 2021

Fora de controle


Pense num filme que vai mostrar coisas duras da vida, como o processo de superação de um luto, mas ainda assim vai fazer a audiência esboçar um leve sorriso quase que do início ao fim de sua exibição. Assim é o bom drama com leves pitadas de comédia, ou como gostam de chamar erroneamente de comédia dramática, Um Ninho Para Dois, recém lançado pela Netflix.

Melissa McCarthy, mais conhecida por sua veia comediante, dominou o papel de uma mãe que perde uma filha ainda criança e vê deu marido se afundar em depressão e se internado numa instituição psiquiátrica. 

Sem conseguir ela mesma viver seu luto, a personagem principal luta para seguir com sua vida normal e ainda tem que lidar com um passarinho que resolver fazer um ninho bem próximo de onde ela mantém um jardim.

Mesmo no ritmo do drama, a estória consegue ter boas surpresas e progride sem nenhum enfado para um fim leve e crível.

Uma das boas supresas para mim foi ver novamente Kevin Kline em um papel muito agradável de acompanhar. Não adianto exatamente qual é para não jogar por terra uma das pequenas surpresas do filme. 

Com 1h44, Um Ninho Para Dois traz uma lição óbvia, mas teimamos em esquecer: nem tudo na vida está sob nosso controle e quanto mais cedo aceitamos isso, menos dor sofreremos.

Ali do lado

Depois de quase 2 anos sem frequentar um restaurante, criamos coragem de ir ao Camarão do Olavo em Nísia Floresta. Antes disso, enfrentamos a fila do drive-thru do Via Direta para que mamãe recebesse sua 3.ª dose, o que, mais uma vez, me encheu de gratidão e satisfação por todo o esforço que fizemos e ela chegar a aquele momento sem qualquer contaminação nesta pandemia.

Voltar ao Camarão do Olavo, que é bem aberto e ventilado, com mesas afastadas e funcionários tudo gente boa, foi uma espécie de prêmio pela conquista, mas também um desafio para a defesa mental que nos impediu de fazer isso esse tempo todo. Não à toa, a minha cefaleia tensional deu às caras, ainda que de forma leve.

Sentamos à mesa preferida para recebermos ainda mais vento (sempre um desafio com os cabelos na hora da alimentação). Todas de máscara até o momento de começarmos a comer.

Do nosso lado uma mesa pequena com 4 pessoas e à frente dela uma outra enorme com muitas pessoas. Com um pouco mais de tempo para observação (nada de celular nesses momentos), foi possível verificar que era tudo um grupo só, sendo a mesa menor dedicada a mulheres que cuidavam dos filhos das famílias que ocuparam a mesa grande.

A impressão dessa segregação foi a pior possível. Não demorou para que eu percebesse que a mesa maior tinha um famoso deputado federal. Naquele momento, pensei na conta nada barata que restaria para a Câmara Federal "ressarcir". Nunca entendi por que o esquema público é voltado para o sustento completo de seus indíviduos, inclusive alimentação em restaurantes, restando o salário/vencimentos apenas para mero acúmulo, enquanto o restante da população é obrigada a se virar com o que recebe para pagar tudo, inclusive alimentação básica (feijão, arroz, ovo...).

Mas não é sobre isso que quero falar. Na verdade, só havia duas mulheres que cuidavam da ruma de meninas e meninos das famílias. E eram essas mulheres, para as quais não acharam espaço na mesa enorme, que deveriam ocupar sozinhas a outra mesa.

O danado é que afeto e afinidade não são impostos; formam-se natural e inesperadamente. Pois duas meninas  escolheram sentar com aquelas mulheres, que provavelmente eram muito mais parte de suas vidas do que o restante das pessoas. O detalhe ainda mais fofo é que uma das crianças tinha síndrome de down.

Não percebi se as mulheres chegaram a ser consultadas para a escolha da comida que iriam comer. O que chamou mesmo a nossa atenção foi a alegria que reinou nessa mesa ali do lado, entre as crianças e as mulheres. A risada era uma constante. 

Já na mesa maior, as crianças estavam cada uma entregues a um celular que as fazia quase que negar a realidade à sua volta. As expressões eram mais de angústia, mas não posso afirmar que eram apenas de angústia porque dois meninos estavam com as costas voltadas para nós. 

Deu uma tristeza de ver a cena. A sorte era que a mesa ao lado nos mantinha com fé de que as pessoas valem mais do que a realidade virtual.

Depois conversamos com uma das funcionárias e perguntamos pelo senhor das cocadas, que há muito não víamos. Conversador, ele adorava puxar papo conosco quando íamos a Goianinha ver os jogos do Mecão, ele também americano, aliás, quase todo mundo ali. Ela nos disse que ele havia deixado de vender cocadas com a pandemia e se mudado para a praia para se dedicar à pesca, uma outra paixão dele. Eu disse que tinha receio de que ele houvesse morrido nesta pandemia porque ele já apresentava sinais de diabetes mais avançada, mas ela nos tranquilizou dizendo que ele estava bem. 

Comentamos com ela sobre o fato de que aquela era a nossa primeira saída para restaurante nestes quase 2 anos e ela falou que havia muita gente que não entendia os cuidados necessários, mas que só quem passa pela doença na família é que sabe. Ela mesma perdera 3 pessoas, uma delas sendo a tia que ela via como segunda mãe. Sentimos muito. Ainda bem que parece que, com a vacinação e as demais medidas, estamos vencendo esta batalha, uma vez que o RN não registra mortes há 6 dias.

Na hora de pagar a conta, outro funcionário também veio bater papo conosco enquanto passava o cartão de crédito, sempre um momento de dor para quem paga suas próprias contas. O rumo da conversa agora era a única caipirinha da conta e o limite de consumo alcoólico. Rimos demais.

Demos tchau aos funcionários e partimos antes do pessoal das mesas ao lado. Mais uma etapa cumprida neste vendaval em que a vida se meteu. Que possamos mesmo recuperar a normalidade e a humanidade. 

Manchetes do dia (12/10)

A manchete do bem: 
  • CPI produz provas e alimenta 8 investigações de órgãos de controle antes mesmo de conclusão
As outras: 
  • Bia Haddad bate Pliskova e faz história no torneio de tênis de Indian Wells
  • Prevent Senior repete práticas nazistas e serve de alerta para o país
  • Porto congestionado nos EUA mostra como crise logística é novo normal
Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (10/12)

The headline for good: 
  • After a long wait, the Boston Marathon returns as a fall classic
The others: 
  • Raiders coach resigns after homophobic and misogynistic emails
  • Police officer drags man by hair from car. 'I'm paraplegic,' he protests.
  • As e-scooters and e-bikes proliferate, safety challenges grow
Good morning.

Source: The New York Times