quinta-feira, 23 de julho de 2020

Today's headlines (7/23)

The headline for good: House votes to remove Confederate statues from U.S. Capitol.

The others: Pfizer gets $1.95 billion to produce coronavirus vaccine by year's end, U.S. orders China to close Houston consulate, citing efforts to steal trade secrets, and Can you get Covid-19 again? It's very unlikely, experts say.

Good morning.

Source: NY Times

quarta-feira, 22 de julho de 2020

Mais Roberto Fernandes

O técnico americano também conversou com a assessoria do clube a respeito de Fortaleza 3x1 América, primeira partida oficial do alvirrubro nessa volta do futebol do Nordeste.

O jogo
Fizemos um primeiro tempo, na minha avaliação, muito bom. A equipe bem postada. Assimilou bem a proposta do jogo, aplicando os conceitos que a gente vem treinando e fizemos um primeiro tempo muito eficaz, sem dar espaço ao Fortaleza e também chegando à frente, tanto que o goleiro do Fortaleza no primeiro tempo fez mais defesas do que o próprio Vitor. No segundo tempo, pesaram duas coisas. O ritmo de jogo, já que o Fortaleza teve 20 dias a mais de treinamento do que a gente  e o Fortaleza já estava fazendo seu quinto jogo, ao passo que era o primeiro nosso. Agora, uma coisa que nós não podemos deixar de salientar é a qualidade que o Fortaleza tinha no banco. Veja os jogadores que entraram. Vitor, Cariús, Ederson, Vasquez, Osvaldo, qualquer um jogador desse não seria titular no América, não; seria titular em qualquer equipe de Série B. Então a gente também precisa ter essa compreensão. 

Esquema tático
Mais importantes do que qualquer esquema tático são os conceitos de jogos aplicados. Se o time joga no 4-4-2, 4-3-3, 4-2-3-1, 4-1-4-1 e não aplica conceitos de transições e recomposições, intensidade de jogo, compactação, nada do esquema vai valer a pena. Então o mais importante nesse momento do que avaliar esquema tático, é avaliar os conceitos que começam a ser compreendidos pelo elenco e, consequentemente, postos em prática no jogo.

Temporada
Esse jogo fez parte da nossa preparação. Nós conseguimos ter duas semanas e meia de preparação, entre o período que nós ficamos em Recife e o nosso retorno a Natal, para enfrentar uma equipe que começou a treinar vinte dias antes do que o América, uma equipe de Série A, uma equipe que seu treinador está indo para o terceiro ano e a base do seu elenco já existe há dois anos. Então, quer dizer, são momentos e estágios completamente diferentes e nós tivemos a oportunidade de competir com essa equipe e observar em algo rendimento aquilo de que a gente precisa ainda em termos de jogo. E essa parada agora para o reinício do estadual nós precisamos usar da melhor forma possível. É importante que a gente consiga aí um ou dois amistosos porque uma das coisas de que a equipe agora também precisa é a questão do ritmo de jogo e, como diz a própria expressão, é ritmo de jogo, não é ritmo de treino. Então vamos ver junto com o Fabiano, com a diretoria, se há possibilidade de a gente conseguir pelo menos um ou dois amistosos antes do retorno do estadual. Mas pelo que a equipe mostrou ontem, evidente, o resultado não é bom, mas eu fiquei satisfeito com muitas coisas que eu vi. Agora é dar sequência nos treinamentos e nos ajustes.

"Esse grupo completinho pode atingir os objetivos"

O técnico do América Roberto Fernandes deu entrevista logo após Fortaleza 3x1 América à 98 FM, que esteve no Barradão.

Expectativa antes do jogo
Na verdade, a gente espera um resultado positivo, mas nós precisamos ter a consciência. Temos que analisar futebol com razão. O time fez um primeiro tempo numa condição muito boa e no segundo tempo era natural o desgaste. Foi a primeira vez que o grupo deu 90 minutos. E vamos deixar a hipocrisia de lado: na hora em que começam as mexidas, as opções do Ceni no banco fazem uma diferença muito grande. Então, na hora em que a gente precisou mexer, e ia ser natural pelo desgaste, o Fortaleza fez prevalecer. Ainda assim, eu acho que por ser o primeiro jogo e pelo que a equipe apresentou ali durante talvez 60 minutos de jogo dos 90, eu acho que esse grupo completinho pode atingir os objetivos que a gente quer na temporada. 

Padrão de jogo
A questão do padrão... Antes de lhe atender aqui, eu estava sendo cumprimentado pelo presidente do Santa Cruz, pelo diretor do Náutico e pelo próprio Papellin, do Fortaleza. E o elogio foi exatamente este: um time organizado e bem postado. Agora é trabalhar para corrigir pequenos erros e correr contra o tempo para deixar esse grupo ainda mais afiado para o retorno do campeonato estadual.

Manchetes do dia (22/7)

A manchete do bem: Atriz Natalie Portman comanda uma nova equipe de futebol feminino em Los Angeles.

As outras: Após recuo do governo, Câmara aprova Fundeb com mais recursos da União, Ministério da Saúde gastou menos de 1/3 da verba para combate à Covid, diz TCU e Justiça condena 19 militares por fraudes em licitação que envolveram festa em motel.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (7/22)

The headline for good: New women's soccer team, founded by women, will press equal pay cause.

The others: Trump, in a shift, endorses masks and says virus will get worse, End of $600 unemployment bonus could push millions past the brink, and Pandemic luxury: 'Concierge-style' coaches and $350 movie tickets.

Good morning.

Source: NY Times

terça-feira, 21 de julho de 2020

Bom e ruim

Fortaleza 3x1 América marcou o encerramento da participação do Orgulho do RN na Copa do Nordeste 2020. 

O resultado foi até bom. Pelo que vi no coletivo do América e em dois jogos do Fortaleza, eu temi algo muito pior. O golaço de Romarinho, do América, por exemplo, deu esperança de um destino melhor.

Mas foi só o gol de Romarinho mesmo. O América de Roberto Fernandes optou por se posicionar praticamente de sua intermediária para trás, esperando um erro do Fortaleza e tentando impedir sua velocidade. 

A estratégia em parte surtiu efeito. Talvez por ter um jogo decisivo no sábado, os jogadores do Fortaleza pareciam não muito dispostos a imprimir velocidade no 1.° tempo, acomodando-se com a posse de bola e com o posicionamento recuado do América. Isso facilitou a vida do Mecão.

Só que aquele velho problema da saída de bola no time americano, exarcebado contra um adversário que nem queria suar tanto, deu as caras. É irritante ver, por exemplo, Edmar substituir Geninho nas ligações diretas exageradas e muitas vezes ineficientes. A bola ia e voltava, ia e voltava, ia e voltava...

De vez em quando, era Edson quem se lançava ao meio de campo para tentar resolver a parada.

Ninguém emendava aqueles toques de quando um time sofre pressão e sabe sair dela, deixando a marcação no estilo bobinho.

Na frente, dois jogadores que preferem velocidade jogando de costas também não colaboravam muito.

Mas de tudo que achei ruim foi a atuação de André Krobel a mais preocupante. Ele era bom ofensivamente no início da temporada. No jogo de hoje dificilmente passou da linha do meio de campo. Sua melhor função ficou a cargo de Wallace Rato. 

Preso lá atrás, Krobel embrenhou-se em faltas muitas, tanto as que foram marcadas, como as que não foram vistas pela árbitra do jogo, estas últimas quase todas para cartão amarelo. Parecia empenhado em ser expulso e escapou disso inúmeras vezes. No 2.° tempo, talvez por cansaço, manter um posicionamento correto e até proteger a bola pareciam tarefas dificílimas.

O lado esquerdo pelo menos teve alguns bons lampejos com Michael, Romarinho e César Sampaio, algo visto no 2.° tempo do coletivo transmitido, só que com Renan Luís. Numa jogada com os três em que Michael foi abafado, Romarinho marcou o golaço já citado, verdadeira pintura! 

Sobre César Sampaio, é imoral falar de um jogador como ele. Parado muito tempo por lesão, foi mais uma vez o nome do jogo. Marcou, correu, driblou, iluminou. Nem parece um volante. Até o chute para o gol lembra o de um atacante que já marcou época por aqui.

Vitor Paiva também fez defesas inspiradas, o que só corrobora que o resultado ficou de bom tamanho, apesar de um pênalti absolutamente inexistente que só a árbitra e o narrador da Live FC viram de Edmar em Osvaldo. 

Ainda entraram no jogo Felipe Cordeiro, Leandro Melo, Wallace Pernambucano, Beto e Rogerinho, que esteve muito abaixo do que mostrou no coletivo. 

Enfim, resultado bom por tudo que se esperava do desnível das equipes, mas um desempenho coletivamente ruim do América, com poucos brilhos individuais.

É esperar que haja uma efetiva evolução, especialmente quanto à saída de bola, na próxima partida oficial do América, seja ela qual for neste calendário incerto, porque daqui para a frente nenhuma delas será apenas para cumprir tabela como a de hoje. Pelo contrário, são todas no estilo faca nos dentes.

Um ex

Se não há o menor risco de o América ter que enfrentar seu ex-artilheiro Tiago Orobó hoje contra o Fortaleza porque o regulamento da Copa do Nordeste não permite, o alívio de não se submeter à lei do ex ainda não chegou completamente para o Orgulho do RN.

De acordo com o Vermelho de Paixão, quem deve estar em campo como titular do Fortaleza hoje é o meia/atacante Romarinho, aquele mesmo formado pelo ABC, acolhido pelo Globo e emprestado ao América para os últimos jogos da desgraçada Série C 2016. 

Romarinho inclusive foi alvo de uma cobrança nada elegante do técnico Rogério Ceni capturada na transmissão do último jogo do Fortaleza, a semifinal contra o Guarany de Sobral, que terminou com o gol solitário de Tiago Orobó.

Nesta temporada, Romarinho só marcou um gol pelo Fortaleza, justamente na volta do Campeonato Cearense, na partida contra o mesmo Guarany de Sobral que encerrava a fase classificação. 5x0 foi o placar.

É esperar que ele siga com seu gol solitário pelo menos até o fim dessa fase da Copa do Nordeste...


Nada é tão ruim...

... que não possa piorar. A ansiedade da torcida é enorme, o adversário é fortíssimo e o América ganhou um desfalque inimaginável de última hora.

Segundo publicação de Marcos Lopes no Twitter agora à tarde, a renovação de contrato até 2023 com o goleiro Ewerton (anunciada em 15/7) simplesmente não foi publicada no BID da CBF, o que impede o jogador de entrar em campo. 

Vitor Paiva ganha então sua segunda chance de atuar como titular pelo América. Coincidentemente é a segunda chance seguida em partidas oficiais, ambas pela Copa do Nordeste. Ele atuou em 14/3 na derrota em casa por 2x0 para o Bahia, último jogo oficial do Mecão antes da parada forçada pela pandemia de Covid-19.

Dor de cabeça para uns, sorte para outros. Resta torcer para uma grande atuação de Vitor Paiva. 

Peso devido

Sabem por que é tão difícil denunciar casos de estupro e/ou violência, especialmente no âmbito doméstico? Porque são crimes que normalmente não deixam testemunhas e a investigação começa num duelo de quem tem mais credibilidade - a vítima ou o agressor.

Temos no Brasil tipo penal específico para casos em que alguém denuncia haver crime que sabe inexistente. É a denunciação caluniosa, afora o alcance do bolso com as indenizações por danos morais. 

Isso deveria ser suficiente para que a palavra da vítima fosse um pouco mais valorizada na hora de denúncias do tipo, mas não, o que pesa mesmo ainda é a desigualdade de gênero. Ora, normalmente a disputa é mulher x homem. Aí já sabemos de antemão de quem é a culpa, ainda que de fato existam os crimes por ela denunciados. Afinal, foi ela que não se deu o valor, foi ela que se envolveu com quem não devia, foi ela que usou uma roupa mais insinuante, e seguem as desculpas ultrajantes que mais uma vez agridem e humilham a vítima, fazendo o agressor duas vezes vencedor.

Vejo na Tribuna do Norte de hoje (página 16) matéria sobre uma denúncia de violência doméstica contra um jogador de clube aqui do RN.

Na reportagem, há até o relato de que outras mulheres corroboram a veracidade do comportamento agressivo dele, inclusive quando defendeu outro clube daqui em passado recente.

Nas redes, eu me assustei com opiniões que colocavam em dúvida as acusações feitas pela vítima. "Por que demorou tanto?" é a mais lembrada e talvez a que mais exemplifique o que citei acima sobre a vítima sofrer duas vezes. Alguém duvida que toda vítima desse tipo de crime viva um dilema antes de denunciar o que dificilmente é testemunhado, ciente do achincalhamento que vai sofrer e da desacreditação de sua palavra? 

Pior foi ler lá na TN um dirigente do clube dizer exatamente isto: "Atleta segue relacionado, vai para o jogo, é um atleta titular do clube. Não existe nada provado contra o atleta, existe uma acusação que o [clube] está iniciando um processo de investigação. A mulher que acusa tem que provar que o atleta cometeu esse ato, e ele se entender com ela na justiça. Quando envolve o [clube], a instituição precisa se posicionar. Temos que aguardar para não tomar atitudes precipitadas e até prejudicar o jogador." (grifos meus)

Eu não consigo nem descrever o que sinto ao ter que ler uma coisa dessa. A mulher tem que provar? Depois não entendem a chaga incontrolável que é a violência contra mulheres, especialmente no âmbito doméstico. A polícia é quem vai investigar e averiguar com sua expertise se houve ou não o crime e em quais circunstâncias. 

E não tomar atitude precipitada num caso desse é não menosprezar as denúncias. Não prejudicar o atleta denunciado e o clube é afastá-lo até que tudo se esclareça para que o clube não veja sua imagem atrelada a um crime da pior forma possível: endossando o suposto agressor.

Se lá na frente ficar provado que a vítima nunca foi vítima, aí sim tanto o atleta acusado como o clube podem "se entender com ela na justiça", seja na seara cível, seja na seara penal, como já citado. 

Você pode ter estranhado o fato de eu não ter citado uma única vez o nome do clube, do agressor, da vítima. Foi proposital. Esse caso não é o primeiro e infelizmente não será o último. Mas a repetição do padrão é realidade que serve para o clube do RN, o clube de SP, o clube de qualquer rincão deste país, o vizinho da rua de trás, do apartamento de cima, do casebre na favela. Nominar seria apequenar algo gigantescamente observado neste país continental. 

Meu intento é que esse padrão deixe de ser padrão da sociedade, não apenas do clube X. Crimes existem porque o criminoso decidiu agir contra a lei. Se essa intenção não existisse, não haveria escolha errada de relacionamento, de roupa ou de qualquer coisa vergonhosamente atribuída como culpa da vítima que resultasse no ilícito. 

E um passo enorme para romper esse padrão é reconhecer o machismo direcionado às vítimas desse tipo de crime e passarmos a dar às coisas o peso que elas deveriam ter. A vítima de estupro/violência, especialmente no âmbito doméstico, é vítima até que se prove o contrário, quando então passará a enfrentar a lei. Até lá, suas afirmações têm que ser levadas a sério para que o comportamento de quem agride (e aqui falo de todos os outros que praticam esse crime Brasil afora, não apenas do acusado específico) seja desestimulado, recriminado e reconhecido como algo que faz mal à sociedade como um todo. O contrário é o que vemos hoje: verdadeiro estímulo/aplauso ao agressor.

Ninguém merece isso. Nem a vítima, nem o clube endossante que arranha sua própria imagem, nem o suposto agressor, que enfim pode sim ser inocente, mas restará aplaudido pelo crime que não cometeu. 


Padrão de jogo

O presidente Leonardo Bezerra deu bem o tom do que espera de Fortaleza x América, numa entrevista ao Tocando a Bola da 98FM.

Este talvez seja o maior sentido dessa partida: um teste. Um teste realmente muito bom, muito difícil. A gente tem que não tirar como parâmetro esse jogo, visto que é um adversário de Série A, mas que nós temos que apresentar já dentro dessa partida alguma melhora, algum padrão de jogo significativo para sabermos se o nosso caminho está certo mesmo, se o que nós estamos fazendo está certo.