sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

Today's headlines (2/28)

The headline for good: U.K. court blocks Heathrow Airport expansion on environmental grounds. 

The others: U.S. health workers responding to coronavirus lacked training and protective gear, whistle-blower says, Cloud computing is not the energy hog that had been feared, and Plácido Domingo walks back apology on harassment claims.

Good morning.

Source: NY Times

quinta-feira, 27 de fevereiro de 2020

O papel e a caneta

Talvez cause estranheza às novas gerações, mas sou de uma época em que a gente torcia para chegar à 5.ª Série, quando finalmente as tias, que viravam professoras, nos deixariam escrever em cadernos grandes, de várias matérias, e com caneta. Sim, era quase um sonho para quem vinha de cadernos pequenos e tudo escrito a lápis. Era como enfim virar gente, vejam só.

Ainda lembro do meu primeiro caderno grande, da sensação de escrever, ou copiar a matéria, de caneta. Sempre tive o hábito de escrever com muita força e isso normalmente resultava em folhas marcadas e letras borradas, especialmente se a caneta soltasse muita tinta. Passei depois para as canetas de ponta fina para evitar esses acidentes. Nada de pontas porosas porque aí o desastre aumentava.

Tínhamos aquelas borrachas de duas cores que alguém inventou que o lado azul apagava escritos em caneta azul e o lado vermelho para apagar escritos em vermelho. Balela. A tentativa acabava em folhas despedaçadas. 

Aí surgiu o Liquid Paper, ou corretivo, ou corretor. Era um líquido branco que invariavelmente endurecia e deixava uma camada esquisita no caderno. Depois de adulta é que aprendi a utilizar o fundo do recipiente para dar um melhor acabamento ao remendo.

Hoje digitamos para lá e para cá, seja em computadores, seja em smartphones, mas, para mim, nada tira a sensação de concretizar um pensamento com papel e caneta. Já confessei em alguma postagem nas redes sociais que só preparo os podcasts assim. Nada de pauta digital: é na folhinha e na tinta indelével mesmo.

Escrever no mundo atual é quase uma resistência. Quantas vezes não me pergunto se aquela palavra é mesmo daquele jeito? O manuscrito causa estranheza. Há momentos em que até paro no meio da palavra pensando se já escrevi a letra que tem que vir depois. Falta de hábito ou idade pesando? A essa altura acredito que não dá mais para saber com certeza.

O prazer persiste. Escrever, ler o que escrevi, corrigir, escrever de novo. O gosto é tamanho que carrego um caderninho na bolsa para eventuais anotações. Até textos para esse blog já passaram por ali. Não é o caso deste, diga-se de passagem, que flui diretamente das teclas do computador, embora tenha sido imposto a mim pela preparação antecipada do podcast de amanhã, produzido com caneta e papel pautado, de caderno, "emprestado" de uma amiga (nunca devolvemos a doação disfarçada de empréstimo).

Dada a atual realidade, imagino que conhecer a letra de alguém fora das obrigações de escrita é um baita sinal de intimidade. Será que teremos novas gerações que não conhecerão nem sua própria letra e que jamais sofrerão da ansiedade de ter caderno de 10/20 matérias e começar a escrever nas aulas com caneta?

P.S.: Na especialização, descobri a praticidade dos velhos cadernos pequenos. Cabem em todo lugar, pesam quase nada e são uma ode ao não desperdício das folhas e de espaço nas próprias folhas. Abandonei os grandes, embora ainda tenha alguns de uma coleção. Também uso muito rascunho. Quem sabe eu não retorne a eles - os cadernos grandes - um dia?

Manchetes do dia (27/2)

A manchete do bem: Instituto do Câncer promove corrida de rua em São Paulo.

As outras: Coronavírus fecha estádios, isola times e tumultua futebol europeu, Venda de música nos EUA bate recorde de 13 anos com surto de streaming e Equipe econômica teme que tensão com o Congresso afete as reformas.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/27)

The headline for good: Zion Williamson's time is now.

The others: Maria Sharapova wants to be clear: she is retiring from tennis, not quitting, Trump has a problem as the coronavirus threatens the U.S.: his credibility, and Syrian children freeze to death. Bombs rain down. And 'nobody cares.'

Good morning.

Source: NY Times

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

E-W-E-R-T-O-N

De longe, Ríver 1x1 América foi a pior apresentação que o Orgulho do RN fez nesta temporada. Recuado, ainda assim o time conseguia chegar atrasado na marcação. Contra-ataques, então... melhor nem comentar.

No início do jogo, uma falta em Tiago Orobó, uma cobrança magistral de André Krobel com direito a fazer a bola beijar a trave e voltar para o rebote insistente e providencial de Dione. Pronto. Mecão na frente logo no início do jogo.

Mais uns dois bons lances e o time morreu. Lelê não se encontrou no jogo, com raros momentos de lucidez no 2.° tempo. Tiago Orobó também não. Rato, idem. Time recuado e marcando errado e sem ameaçar nem um contra-ataque sequer.

O Ríver começou a gostar do jogo e assim foi dominando até marcar seu gol numa jogada de bola parada no 2.° tempo. Parecia até que chegaria ao gol da vitória. Mas também foi morrendo fisicamente e o Mecão não soube se aproveitar disso do tanto que insistiu no chutão para cima.

Eu já estava pronta para escrever este texto dizendo que o América havia chutado para cima a classificação. Esqueci que o melhor em campo nos 90 minutos também defenderia o gol americano nos pênaltis. E assim Ewerton agarrou duas cobranças, a classificação para a sua equipe e me obrigou a mudar o título deste texto para escrever em letras garrafais o nome de quem está pronto para levar o América para novas conquistas com apenas 21 anos e vindo diretamente da base do Mecão.

E-W-E-R-T-O-N: é assim que se escreve paredão candidatíssimo a ídolo.

Imagem: Canindé Pereira, América

Consumo em alerta


A série Desserviço ao Consumidor (Broken, no original) é um documentário em 4 episódios (de aproximadamente 60 minutos cada) que mexe com as convicções que possamos ter como consumidores.

Abordando cosméticos, vape (ou cigarro eletrônico), móveis para casa e reciclagem, a série traz informações estarrecedoras a respeito da postura de fabricantes e comerciantes - inclusive falsários - e da indústria em geral em menosprezar efeitos deletérios de seus produtos nos seres humanos.

Os episódios são bem completos com informações prestadas até pelos próprios fabricantes/comerciantes. 

Assista se tiver coragem de ver sua convicções abaladas.

"É importante deixar o ambiente mais leve"

O técnico Roberto Fernandes deu entrevista ao assessor de imprensa do América Canindé Pereira sobre o jogo de hoje em Teresina.

Preparação
Para quem vem reclamando de que a gente está sem tempo pra treinar, perder um dia de treinamento é sempre um prejuízo, mas a gente está minimizando isso. Tivemos uma reunião importante com os jogadores e hoje eu posso dizer que o treinamento foi indoor. Na reunião que tivemos, naquilo que a gente mostrou tentando buscar algumas correções,  e soltar rapaziada aí no futmesa. Tem hora que também é importante deixar o ambiente mais leve. Então, se a gente não teve a aproximação da realidade do jogo no treinamento, por outro lado, a gente tira um pouco da tensão, um pouco do estresse dos atletas de ir para mais uma decisão. E o ambiente do grupo é muito bom. Está todo mundo muito confiante, sabendo que vai ser um jogo dificílimo.

Novo confronto em poucos dias
Aqui em Teresina só se fala que o Ríver se preparou para esse jogo, tanto que abriu mão de Copa do Nordeste, foi com o time reserva, completamente reserva no último jogo, diante do Imperatriz, um clássico regional. Também o próprio Campeonato Estadual. Então assim, a gente espera um jogo bem difícil, diferente do que foi o primeiro. Eu acho que agora o Ríver conhece também bem o América. Então não creio que seja diferente de qualquer jogo decisivo. Vai ser um jogo de detalhes [em que] vai pesar a concentração, [em que] vai pesar o mental de cada um dos atletas em fazer o seu melhor. 

Gramado e chuva
Para mim, sempre que a regra vale para os dois, está tudo bem. Então, se a iluminação não é legal, se o gramado é irregular, se vai estar chovendo, vai estar para os dois. Então isso aí não pode servir de desculpa, não. Eu prefiro até nem focar os atletas para essa direção. A dificuldade vai ser a própria equipe do Ríver, de ser um jogo decisivo fora de casa, [em que] a gente também não tem agora a vantagem de penalidades, perdão, a vantagem do empate. Persistindo o empate, vai ter penalidade. Então eu acho que esse é o foco do jogo: é o adversário.

Controle da ansiedade 
É simplesmente dizer para eles que para o adversário é a mesma coisa. Se para a gente é super importante, para o Ríver também. O Ríver está na Série C. A Série C não tem recursos, subsídio, verba de televisão. O elenco deles é um elenco muito parecido com o nosso  em termos de valores individuais. Então, essa grana é super importante para as duas equipes. Não é mais para o América nem menos para o Ríver. Todo mundo sabe que é importante essa grana, só que, se o foco for grana, a China quando chegasse em Copa do Mundo, os Estados Unidos quando chegassem em Copa do Mundo, ofereciam um bicho milionário, a Arábia oferecia um bicho milionário, e a Arábia, os Estados Unidos eram campeões. O foco não tem que ser esse. O foco tem que ser a gente tentar passar na Copa do Brasil, avançar na Copa do Brasil, porque isso é bom para todo mundo.

Manchetes do dia (26/2)

A manchete do bem: Greta Thunberg encontra Malala na Universidade de Oxford.

As outras: Brasil confirma primeiro caso do novo coronavírus, FHC, Lula, Ciro e OAB reagem contra ato anti-Congresso apoiado por Bolsonaro e Há 1 ano, governo já sabia da falta de verba para Bolsa Família.

Feliz Quarta-feira de Cinzas!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/26)

The headline for good: To save Louisiana's vanishing coast, build a mini Mississipi near Boston.

The others: C.D.C. officials warn of coronavirus outbreaks in the U.S., Harvey Weinstein is gone, but Hollywood is still a man's world, and Tesla autopilot system found probably at fault in 2018 crash.

Happy Ash Wednesday!

Source: NY Times

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Samba dos bons

Enfim conheci o Polo Rocas ontem por ocasião do show de Ribeira Bohemia e João Cavalcanti. Uma tranquilidade só. As Rocas ainda têm o velho hábito das cadeiras nas calçadas para conversas à noite.

Como o show era cedo, o local foi enchendo depois. Palco baixinho para sambistas sentados foi um revés, além dos velhos problemas de engenharia de som já experimentados em Petrópolis e no Centro. 

Ainda assim não dá para reclamar. João Cavalcanti é dono de uma voz gostosa e de um carisma inegável. A sensação é de que a gente poderia ficar ali mil horas como quem está sentada num bar cantando com a turma de amigos.

Até arranjei uma amizade de última hora por ter gritado "Mecão" na hora da tradicional música de Neguinho da Beija-Flor, ainda que outros times tivessem mais adeptos por ali.

Palmas para o Carnaval de Natal.