quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

"É importante deixar o ambiente mais leve"

O técnico Roberto Fernandes deu entrevista ao assessor de imprensa do América Canindé Pereira sobre o jogo de hoje em Teresina.

Preparação
Para quem vem reclamando de que a gente está sem tempo pra treinar, perder um dia de treinamento é sempre um prejuízo, mas a gente está minimizando isso. Tivemos uma reunião importante com os jogadores e hoje eu posso dizer que o treinamento foi indoor. Na reunião que tivemos, naquilo que a gente mostrou tentando buscar algumas correções,  e soltar rapaziada aí no futmesa. Tem hora que também é importante deixar o ambiente mais leve. Então, se a gente não teve a aproximação da realidade do jogo no treinamento, por outro lado, a gente tira um pouco da tensão, um pouco do estresse dos atletas de ir para mais uma decisão. E o ambiente do grupo é muito bom. Está todo mundo muito confiante, sabendo que vai ser um jogo dificílimo.

Novo confronto em poucos dias
Aqui em Teresina só se fala que o Ríver se preparou para esse jogo, tanto que abriu mão de Copa do Nordeste, foi com o time reserva, completamente reserva no último jogo, diante do Imperatriz, um clássico regional. Também o próprio Campeonato Estadual. Então assim, a gente espera um jogo bem difícil, diferente do que foi o primeiro. Eu acho que agora o Ríver conhece também bem o América. Então não creio que seja diferente de qualquer jogo decisivo. Vai ser um jogo de detalhes [em que] vai pesar a concentração, [em que] vai pesar o mental de cada um dos atletas em fazer o seu melhor. 

Gramado e chuva
Para mim, sempre que a regra vale para os dois, está tudo bem. Então, se a iluminação não é legal, se o gramado é irregular, se vai estar chovendo, vai estar para os dois. Então isso aí não pode servir de desculpa, não. Eu prefiro até nem focar os atletas para essa direção. A dificuldade vai ser a própria equipe do Ríver, de ser um jogo decisivo fora de casa, [em que] a gente também não tem agora a vantagem de penalidades, perdão, a vantagem do empate. Persistindo o empate, vai ter penalidade. Então eu acho que esse é o foco do jogo: é o adversário.

Controle da ansiedade 
É simplesmente dizer para eles que para o adversário é a mesma coisa. Se para a gente é super importante, para o Ríver também. O Ríver está na Série C. A Série C não tem recursos, subsídio, verba de televisão. O elenco deles é um elenco muito parecido com o nosso  em termos de valores individuais. Então, essa grana é super importante para as duas equipes. Não é mais para o América nem menos para o Ríver. Todo mundo sabe que é importante essa grana, só que, se o foco for grana, a China quando chegasse em Copa do Mundo, os Estados Unidos quando chegassem em Copa do Mundo, ofereciam um bicho milionário, a Arábia oferecia um bicho milionário, e a Arábia, os Estados Unidos eram campeões. O foco não tem que ser esse. O foco tem que ser a gente tentar passar na Copa do Brasil, avançar na Copa do Brasil, porque isso é bom para todo mundo.

Manchetes do dia (26/2)

A manchete do bem: Greta Thunberg encontra Malala na Universidade de Oxford.

As outras: Brasil confirma primeiro caso do novo coronavírus, FHC, Lula, Ciro e OAB reagem contra ato anti-Congresso apoiado por Bolsonaro e Há 1 ano, governo já sabia da falta de verba para Bolsa Família.

Feliz Quarta-feira de Cinzas!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/26)

The headline for good: To save Louisiana's vanishing coast, build a mini Mississipi near Boston.

The others: C.D.C. officials warn of coronavirus outbreaks in the U.S., Harvey Weinstein is gone, but Hollywood is still a man's world, and Tesla autopilot system found probably at fault in 2018 crash.

Happy Ash Wednesday!

Source: NY Times

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

Samba dos bons

Enfim conheci o Polo Rocas ontem por ocasião do show de Ribeira Bohemia e João Cavalcanti. Uma tranquilidade só. As Rocas ainda têm o velho hábito das cadeiras nas calçadas para conversas à noite.

Como o show era cedo, o local foi enchendo depois. Palco baixinho para sambistas sentados foi um revés, além dos velhos problemas de engenharia de som já experimentados em Petrópolis e no Centro. 

Ainda assim não dá para reclamar. João Cavalcanti é dono de uma voz gostosa e de um carisma inegável. A sensação é de que a gente poderia ficar ali mil horas como quem está sentada num bar cantando com a turma de amigos.

Até arranjei uma amizade de última hora por ter gritado "Mecão" na hora da tradicional música de Neguinho da Beija-Flor, ainda que outros times tivessem mais adeptos por ali.

Palmas para o Carnaval de Natal.

Manchetes do dia (25/2)

A manchete do bem: Mulher teve o cérebro operado enquanto tocava violino.

As outras: Capital paulista tem maior número de homicídios em janeiro desde 2015, Beijo gay vence Grande Prêmio em ano de séries e inovações e Protesto de policiais causa tumultos e leva a suspensão do Carnaval no Haiti.

Feliz Carnaval!

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/25)

The headline for good: Harvey Weinstein is found guilty of sex crimes in #MeToo watershed.

The others: U.S. stocks plunge as coronavirus crisis spreads, Katherine Johnson dies at 101; mathematician broke barriers at NASA, and Kobe and Gianna Bryant mourned by Los Angeles in star-filled tribute.

Happy Fat Tuesday!

Source: NY Times

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Tem carnaval

Foi-se o tempo em que Natal não tinha opção de entretenimento no Carnaval. O resgate feito pelas administrações de Carlos Eduardo e Álvaro Dias - a César o que é de César - deixou hoje a cidade com vários polos e atrações variadas tanto daqui como de fora, isso tudo sem perder a cara de tranquilidade desse paraíso.

O meu desgosto continua na quinta pelo tamanho que o negócio adquiriu. Quase morri tentando ver Iza no Largo do Atheneu. Tive a brilhante ideia de querer atravessar de um lado para outro em busca de entender o que estava sendo cantado - sim, falta engenharia de som adequada para a multidão que comparece nesse dia - e fiquei muito próxima de ser esmagada pela multidão. No meio do caminho, nem conseguia avançar, nem havia mais como retroceder. Rezei para conseguir sair dali.

Não tenho a menor ideia do que estava sendo cantado nesse momento. Sorte que uns policiais chegaram com a truculência de sempre e abriram caminho por ali. Colei neles para chegar até a Campos Sales. O pânico anterior me tirou qualquer vontade de permanecer. Dei a volta por fora para chegar ao carro e voltei para casa com a transmissão da Prefeitura pelo Facebook.

Na sexta, o oposto. Tranquilidade absoluta para estacionar no Polo Petrópolis - o meu favorito - e para acompanhar o show do pernambucano Almério. Não conhecia suas músicas, apenas tinha visto uma participação dele no Rock in Rio. Gostei demais de sua presença de palco (vídeos de 2 momentos do show abaixo).

No sábado, queria conhecer a Orquestra Greiosa daqui, mas o jogo do América só me deixou conferir outra pernambucana, Duda Beat. Polo lotado. Impressionante como ela tem fãs aqui em Natal. Procurar um canto com vento e que desse para compreender as músicas foi a pedida (engenharia de som...).  Também gostei demais.

No domingo, fui acometida desde o momento em que acordei por minha famosa cefaleia tensional. Eu a ataquei como pude. Fiquei numa rede, de óculos de sol (fotofobia fica exarcebada nessas crises) com vento, gelo e até cerveja como analgésico. Resolveu em parte. A dor diminuiu, mas persistiu e eu abri mão de ver Glória Groove nas Kengas para poder acompanhar o já tradicional show do domingo de Roberta Sá, ótimo como sempre. Até a dor foi indo embora com as primeiras músicas. 

Ainda num estado latente de dor, estou em resguardo hoje para tentar acompanhar a Ribeira Bohemia com João Cavalcanti cedinho, às 18h30, no Polo Rocas. Se conseguir, será minha primeira vez nesse polo, que investiu bastante no samba como carro chefe. Conto amanhã como foi.

Mas a programação é variada e extensa por todos os polos em Natal. Só não aproveita quem não quer.


Manchetes do dia (24/2)

A manchete do bem: Gastos com viagem de ministros à Grécia serão investigados pelo TCU.

As outras: Casos de coronavírus na Itália preocupam setor de turismo, Americano morre em foguete caseiro em que tentava provar que 'a Terra é plana' e Nova lei das franquias exige que redes sejam mais transparentes.

Bom dia.

Fonte: Folha de S.Paulo

Today's headlines (2/24)

The headline for good: F.I.T. model refuses to wear 'clearly racist' accessories.

The others: Europe confronts coronavirus as Italy battles an eruption of cases, The fires are out, but Australia's climate disasters aren't over, and Venezuela's socialists embrace business, making partner of a 'Parasite.'

Good morning.

Source: NY Times

domingo, 23 de fevereiro de 2020

Certo e errado

América 1x1 Sport pela Copa do Nordeste foi um bom jogo, mas com resultado frustrante.

O América adotou uma estratégia correta frente a um adversário de grande poderio, que acabou  de  conquistar o acesso para a Série A e recheado de jogadores do nível de Rithely e Hernane, o brocador: fechou os espaços pelo meio e apostou na sua velocidade e no seu poder de finalização para definir o jogo.

No primeiro tempo, isso só não funcionou melhor porque o time revelou extrema ansiedade no terço final do campo e os cruzamentos foram quase 100% desperdiçados por muita força, especialmente por Cesinha e André Krobel. Mas Dione ainda teve uma linda finalização no ângulo que passou tirando tinta, tanto que raspou a rede por cima.

Algumas outras chances também foram desperdiçadas, mas o domínio foi do Sport, que só conseguia avançar com Raul Prata, que sempre procurava a triangulação com Ewandro ou Rithely. Na maior parte das vezes, só restou o cruzamento.  Houve também passes de Rithely pelo meio, mas Ewerton não deixou nada passar nesses momentos. Já estou me tornando repetitiva de tanto elogiar o potencial de crescimento e a fase desse goleiro de 21 anos.

Cesinha, que estreiou no time titular, foi bem participativo na marcação, como o time todo, diga-se de passagem, mas estava disperso na hora dos contra-ataques, o que irritou a torcida. 

No intervalo, Canindé me perguntou se eu mexeria no time e eu respondi que não, aguardaria aquela conversa esperta de Bob que sempre funciona. Mas Roberto Fernandes fez mais: tirou Cesinha e colocou Romarinho. E fez o certo porque o América tocou fogo no jogo, abriu o placar no comecinho do 2.° tempo, assumiu o domínio das ações dentro da mesma estratégia do 1.° tempo e desorientou o Sport. 

O gol de Tiago Orobó tirou o problema de ansiedade da equipe. E Romarinho encaixou como uma luva pelo lado esquerdo. O Sport acusou o golpe e o América teve mais duas chances claríssimas de gol. 

Voltando ao gol do América, eu preciso destacar que ele foi fruto do empenho de Felipe Cordeiro. Sabe aquela bola lançada mais forte pelo lado do campo e que o defensor toma a frente do atacante e protege até que ela saia pela linha de fundo ou este faça falta naquele? Pois bem, Felipe Cordeiro acreditou no lance, deu um giro no defensor do Sport para desorientá-lo e alcançar a bola antes da linha de fundo e encontrou Tiago Olha-o-gol livre pela diagonal, já na grande área.  Aí foi só correr para o abraço.

Aos 12 minutos, Dione disparou uma verdadeira bazuca numa cobrança de falta  e quase o goleiro Luan Polli deu uma manchete para dentro de seu próprio gol. A bola saiu por cima por um verdadeiro milagre.

Um minuto depois, mais uma chance de gol. Dione cruzou na medida para Wallace Pernambucano, que também voltou endiabrado do vestiário, e este pegou a bola num "sem pulo", lance lindíssimo que obrigou Luan Polli a uma defesaça. Eu até pedi a Canindé que colocasse o lance na TV Mecão por sua beleza.

O Sport não acertava mais nem pedra na lua. 

Só que aos 21 minutos Tiago Orobó pediu para sair e aqui aconteceu o primeiro erro do jogo: a entrada de Wilson. O meia ainda não se encontrou após a grave lesão que sofreu. Das vezes que esteve em campo, ontem foi a pior disparadamente. Não acertou o posicionamento, não tinha força para a disputa da bola com seu marcador e até a marcação que Tiago fazia ficou prejudicada. O lado direito praticamente morreu. Imaginei que Adílio entraria por ali, ou até Felipe Pará. Wilson foi uma surpresa para mim.

O América diminuiu um pouco o domínio, mas o Sport continuava perdido em campo. 

10 minutos depois, Felipe Cordeiro, que estava com um cartão amarelo e com algum desconforto muscular, saiu para a entrada de Leandro Melo, que não tem a mesma velocidade, já sabemos. Aqui eu não diria que houve um erro, mas também imaginei a entrada de Michael na função.

O problema é que o América já havia perdido a força pelo lado direito com Wilson e recuou demais, mas ainda assim o jogo parecia definido pela desorientação que atingiu o Sport.

Entretanto, naqueles lances típicos dos deuses do futebol, aos 45 minutos do 2.° tempo, o experiente atacante Hernane cavou um pênalti para cima do bom, mas inexperiente volante Juninho, que esteve impecável na marcação o jogo todo. A cavada foi tão explícita que o lance parecia em câmera lenta. Se fosse árbitra, eu não daria esse tipo de lance, mas compreendo plenamente que a maioria dos árbitros tenha um entendimento diferente. No América mesmo, já tivemos um jogador useiro e vezeiro dessa artimanha: o lateral/volante reserva em 2006 Adriano Peixe. O pênalti foi convertido por Hernane mesmo aos 46 minutos. O jogo seguiu com pressão do América, mas Inês já estava morta. 

Foi um resultado absolutamente injusto para tudo o que se viu em campo. É animador ver o América fazendo frente mais uma vez a uma equipe de Série B/A, desta vez inclusive dono exclusivo das chances reais de vitória da partida. Também vale destacar que Roberto Fernandes segue invicto, tendo implantado um jeito mais defensivo de jogar, que se revela fatal no avanço veloz e que vem funcionando dentro do esperado tanto na Copa do Nordeste, em que a maioria dos adversários é de Série B e Série A, como na Copa do Brasil, em que o América só tem jogado com a desvantagem do mando de campo. 

Sobre o erro, acho que Roberto Fernandes entendeu que Wilson ainda não é o substituto de Tiago Orobó em tudo que este cumpre na direita. É no estadual que Wilson vai ganhar ritmo adequado de jogo em sua recuperação. Na Copa do Nordeste e na Copa do Brasil, o buraco é bem mais em cima. Não dá para arriscar.