segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Se

Se os rumores da saída do goleiro Gledson para o Avaí de Geninho se confirmarem, o América perde um grande goleiro.

Mas é chegada a hora de Ewerton assumir a camisa 1. O jovem talento tem potencial e precisa adquirir experiência para que possa desenvolver toda a sua capacidade.

Se a camisa pesar (não pesou na C em 2016, nem neste estadual contra o Potiguar), a direção procura um nome com mais experiência, mas essa é a hora de Ewerton.

"Nós vamos absorver isso"

Imagem: Canindé Pereira, América 

O capitão Alison falou sobre a derrota no clássico na representação hoje no CT do América.

O dia seguinte
Emburrado, triste, cabisbaixo, mas é vida que segue. Agora o pensamento já é o Palmeira na quinta-feira na Arena, onde a gente precisa dessa reabilitação para a gente estar próximo ali do 1.º,  2.º lugar. E agora o pensamento nosso já é no Palmeira.

América x Palmeira
É um jogo importante, jogo em que a gente precisa, como eu falei, de uma vitória porque a gente precisa estar próximo ali do 1.º lugar, do 2.º lugar para a gente ir para a decisão do 1.º turno. Uma equipe forte que vai entrar em busca do resultado positivo. A gente sabe que o torcedor está triste,  está magoado, mas cabe a nós, jogadores, dar a volta por cima. 

Corrigir os erros
O campeonato começou apenas. Estamos na 3.ª rodada. Já aconteceu um clássico e isso nos traz amanhã uma energia um pouco ruim porque [tivemos] uma derrota, mas isso é coisa do futebol. Nós, profissionais, temos que entender que, infelizmente, isso acontece, e ser inteligentes para lidar com essa situação. Nós vamos absorver isso da melhor maneira possível para corrigir [os erros] e já no jogo da quinta-feira diante do Palmeira a gente possa fazer uma boa partida e voltar a vencer.

Desagravo

Torcedor se revoltar com mais uma derrota do seu time num clássico é bastante esperado. Mas atirar para todos os lados já é demais.

O perfil Povo Mecão publicou o texto que escrevi a respeito do clássico no Instagram. Um dos comentários, enviado por Michelson, mirou sua revolta em Canindé Pereira, assessor de imprensa do América.

Segundo o comentário, Canindé seria o primeiro que o torcedor votaria para retirar do América. 

Como não uso Instagram,  respondo por aqui.

Menos, Michelson, menos. Canindé tem desenvolvido um trabalho fabuloso no América, algo muito acima da divisão em que o clube se encontra afundado. Muito do conteúdo que rádios, TVs, jornais, sites e blogs mostram do América é produzido pelo próprio Canindé.

Eu já ouvi até rádio colocar no ar áudio de entrevista coletiva que Canindé Pereira enviou logo após sua coleta.

A TV Mecão, por exemplo, é o mais belo fruto da dedicação de Canindé, que filma, narra, edita e produz tudo num verdadeiro "Se vira nos 30".

Quando o futebol profissional estava de férias, Canindé nunca deixou o América esfriar como assunto, seja na imprensa, seja entre os torcedores, produzindo conteúdo de outras modalidades em que o Mecão participa de disputas. Até transmissão do campeonato estadual de basquete rolou.

Dizer que um profissional desse gabarito deve ser o primeiro a sair do América é fazer muito esforço para não enxergar o trabalho que vem sendo desenvolvido. É, em última análise, querer o apequenamento do clube, talvez substituindo talento por apadrinhamento, uma vez que não há o que questionar no nível do que Canindé entrega na assessoria do América diariamente.

E como não gosto de injustiça e faço questão  de aplaudir o talento, deixo aqui o meu desagravo a Canindé Pereira. 

"Esse grupo precisava dar uma resposta como essa"

O técnico Ranielle Ribeiro analisou assim a vitória do ABC no clássico, segundo o Globoesporte.com:

Sabíamos que a vitória no clássico ia e vai dar toda a confiança [de] que precisamos para continuarmos tanto [em] nível de primeiro turno, como de Copa do Nordeste. Sabíamos que esse grupo precisava dar uma resposta como essa. Não em relação ao placar, mas ao desenvolvimento do jogo. Pra mostrar tudo aquilo que eles me mostraram na pré-temporada. (...) Agora é o mais difícil: manter essas apresentações. Aí é que entra o problema, [em] nível de concentração, comprometimento e dedicação. A gente não pode cair na zona de conforto de que ganhamos o clássico e está tudo terminado. Tivemos a prova [no] ano passado e não vamos cair nessa armadilha. 

Ranielle se referiu à armadilha do ano passado porque o América venceu o primeiro clássico por 3x0, achou que estava com o turno ganho, tropeçou no Santa Cruz e ficou sem nada.

Ranielle x Luizinho

Se tem alguém que deve estar pra lá de engasgado com o resultado do clássico, esse alguém é o treinador do América Luizinho Lopes.

Em 5 confrontos com o treinador do ABC Ranielle Ribeiro, os dois ficaram no empate uma única vez (Confiança 2x2 ABC, Série C 2018). Nas outras quatro vezes, já incluindo ABC 3x0 América de ontem, Ranielle levou a melhor. 

As vitórias de Ranielle foram ABC 2x0 Globo (Copa do Nordeste 2018), ABC 2x0 Globo (Estadual 2018), ABC 4x0 Confiança (Série C 2018) e ABC 3x0 América (Estadual 2019).

Como comandante do time americano, Luizinho esperava quebrar o tabu que se ergueu no confronto com Ranielle ainda do tempo em que estava no Confiança. 

Não foi dessa vez.

Carma

Não sei de quem é o vídeo, mas ele chegou até mim por meio de Hugo e eu não me furtaria de publicá-lo por aqui.


A imagem evidencia duas coisas:

1 - Adriano Pardal não estava impedido nem na regra antiga, nem de acordo com a nova regra da Fifa, que entrou em vigor na Copa da Rússia no ano passado e que está bem explicada nas duas imagens abaixo, da CBF e da ESPN. E olha que o vídeo é parado já na iminência do atleta soltar a bola, como se a regra antiga ainda valesse;



2 - A arbitragem da FNF não segue nem a velhíssima recomendação da Fifa de mandar o jogo seguir em lances duvidosos. Mas parece que nunca há dúvidas em clássicos, nem mesmo naquele lance horroroso de um clássico na Arena no 1.º turno do estadual em 2016 quando um árbitro Fifa deu um pênalti favorecendo ao ABC num lance claramente fora da área e o auxiliar viu e fez que não viu para não contestar o árbitro Fifa, e ainda anulou um gol legal (imagens de Globoesporte.com e Vermelho de Paixão).






Parece um carma existente entre o América  e os auxiliares da FNF nos clássicos, não é mesmo?

Manchetes do dia (21/1)

A manchete do bem: Aos 37 anos, Roger Federer anuncia volta a Roland Garros.

As outras: Em 3 anos, Flávio Bolsonaro comprou R$ 4,2 milhões em imóveis, Dobram pedidos de refúgio de cubanos no Brasil após saída do Mais Médicos e BNDES libera R$ 3,3 milhões para a reconstrução do Museu Nacional.

Bom dia, minha gente! 

Fonte: Folha de S.Paulo 

Today's headlines (1/21)

The headline for good: Coming soon to a police station near you: the DNA 'magic box'.

The others: Moscow skyscraper talks continued through 'the day I won', Trump is said to acknowledge, Fate of confederate monuments is stalled by competing legal battles, and BuzzFeed news in limbo land.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times 

domingo, 20 de janeiro de 2019

Lacônico

Evidentemente chateado com ABC 3x0 América, o técnico do América Luizinho Lopes economizou palavras na entrevista coletiva pós jogo.

O que deu errado
Na verdade, tem dia que é noite no futebol. Hoje foi noite para a gente. Deu tudo errado. 

Mérito do ABC
Hoje foi mais mérito do adversário. O adversário fez por merecer e venceu a partida.

Trabalhar com as consequências
Isso é um jogo. E o jogo pode ser virado, pode ser mudado, como foi no ano passado. No ano passado, aconteceu o América ganhando de 3x0, depois o ABC virou o jogo. Vamos ver se a gente consegue virar o jogo.

Falta paciência mesmo

E como falta! Falar de um clássico no RN envolve tanta coisa que vira um suplício.

É preciso falar desse jeito louco que dirigentes daqui arranjam para motivar o torcedor, com acusações de bastidores que desacreditam qualquer desempenho em campo.

Também é preciso falar da falta de vontade ou competência para devolver o clássico para as torcidas verdadeiras - as famílias - que tão somente querem ver seu time em campo e não estão nada interessadas em hino da torcida tal, aliança com a torcida qual, tocaias, bombas e assemelhados.

É preciso falar das cenas bestiais de bombas jogadas dentro e fora do estádio, como se um clássico fosse um evento bélico, uma guerra. Mas aqui, além da falta de paciência, sobra a vergonha alheia pela repetição ultrajante dessas cenas de horror.

É preciso falar de uma federação que insiste no não-marketing e agora se empenhou em tirar os jogos das TVs dos clubes, matando de vez qualquer chance de exposição do futebol de um estado que os grandes centros nem têm certeza de onde fica.

Por tudo acima, hoje eu não vi o clássico, mas ouvi, quando possível, a narração de Marcos Lopes e vi comentários do pessoal no Twitter. 

E aí falta paciência mesmo para comentar mais uma derrota do América num clássico no estilo "além de queda, coice". Logo quando eu havia comemorado a mudança de postura do América ao perder um jogador na partida anterior e ter amarrado o Potiguar.

Pelo que ouvi, o América não conseguiu amarrar o jogo em momento algum, o que lhe seria vantajoso, ainda que todo mundo insista em apontar equilíbrio no 1.º tempo. Teria o América acreditado demais que a instabilidade do ABC por reformulação na equipe não o atingiria? 

Reclama-se de um gol anulado por impedimento. Falta paciência para comentar sobre isso em todos os sentidos.

Houve um golaço de Xavier para esfriar de vez o América. 

E quando o 3.º gol do ABC trazia uma ruma de lembranças maravilhosas para a torcida alvinegra e terríveis para a torcida alvirrubra, Jean Patrick sofreu um pênalti. Poderia ser uma tímida reação. Poderia. Mas Max e seu histórico de pênaltis contra o ABC trataram de enterrar qualquer ânimo.

O que se viu em campo a partir daí, pelo que ouvi, foi um time carregando 300kg nas costas, 100kg por cada gol sofrido. Não levou mais porque Gledson não deixou.

A torcida fez uma lista enorme de problemas do América: a zaga, seja quem for que esteja de titular, os laterais Vinícius e Diego, o volante Galiardo, lentidão/ausência de Adenilson, a inoperância de Fabinho Alves, o tempo esgotado de Max, a média de idade do time, os preparadores físicos do América, o 4-3-3 de Luizinho e, claro, o próprio Luizinho.

Falta paciência. Esperado. Basta olhar para os números do América nos últimos clássicos para entender a situação. O abecedista Marcelo apontou que, nas últimas 5 partidas no Frasqueirão, o América tomou 14 gols e só marcou 1.

Mas é preciso olhar para os últimos anos para não repetir o padrão que trouxe o América até aqui. Com mais 2 rodadas, Luizinho vai chegar ao limite em que Leandro Campos, Felipe Surian e Pachequinho chegaram e dançaram nos últimos estaduais. Ele e Felipe Surian, nesta ordem, foram os que mais tiveram equipes feitas a partir do zero. O América precisa ganhar um padrão no estadual e daí sair para contratações pontuais para buscar o difícil acesso na Série D. Pontuais aqui deve ser entendido como aquelas contratações com cacife para a titularidade, sejam 5 ou 11, cheguem elas ainda no estadual ou não.

Se o troca-troca de técnicos, principalmente,  e de jogadores não funcionou, é chegada a hora de apostar na estabilidade. E apostar na estabilidade só se verifica na hora da adversidade. Porque manter o rumo nas vitórias não é aposta, é osmose.

Certamente ficam lições de mais um clássico perdido por placar elástico, mas não é o impulso de mudar tudo num estalar de dedos que vai retirar o América do buraco em que ele se enfiou ainda mais profundamente a partir de 2016. E é bom não esquecer que a luta do América hoje é mais embaixo do que a do ABC. 

Enfim, se o América vive sob pressão, essa se tornou quase insuportável hoje. Luizinho e Eduardo Rocha agora carregam não só 300kg, mas o mundo nas costas. 

Desejo sabedoria e resiliência aos dois para aguentar o tranco e enxergar o que de fato é erro, seja tático, técnico ou de nível de jogador mesmo, seja de comprometimento ou de habilidade, o que é superioridade do adversário, e o que recai na instabilidade de início de temporada. 

Sobre o clássico, um público de 6.781 pessoas mostra bem o que se tem feito a respeito dele nos últimos tempos. Mas os dirigentes daqui parecem todos num desafio estilo Bird Box, sem poder retirar a venda que lhes cobre os olhos nem por um segundinho sequer.

Com ou sem paciência, o limite de erros permitidos ao América no 1.º turno se esgotou. E na quinta-feira só lhe resta vencer o Palmeira para seguir pensando na final do turno. É bom lembrar que foi contra esse mesmo Palmeira que o ABC também esgotou sua cota de derrotas. 

O fio da navalha chegou cedo, como sempre. Convém não escorregar.