terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Enfadonho


2h23 é o tempo de duração de Aquaman. Isso parecia até um bom prenúncio, já que eu adoro filmes cujos diretores não se apressam a contar a estória.

Só que não é bem esse o caso de Aquaman. Não que a estória não seja bem contada, apesar de eu achar que ela poderia ter sido bem melhor contada. O filme ficou entupido de cenas longas e cansativas de batalhas com tomadas confusas.

Há uma profusão de cenas desnecessárias, não apenas de luta, que estão apenas ali para justificarem uma versão 3D. Aliás, esse foi o primeiro filme que vi em que a carapuça "If you can't make it good, make it 3D" (algo como "Se não vai prestar, coloque em 3D"), tão em voga em Hollywood, serviu como uma luva. E serviu mesmo, já que ele acabou de alcançar $1 bilhão em arrecadação mundial.

Não quero nem falar na possibilidade desperdiçada de ambientação do filme que tinha como tema o mundo submarino. O resultado para mim foi frustrante. 

Sei que a versão original de Aquaman na Liga da Justiça da minha infância era bem mais suave, mas fizeram um mundo aquático tosco, tecnológico, um vilão terrestre patético, uma premissa de antagonismo mais patética ainda e um super herói ogro, que matou tudo o que eu tinha de imagem dele. 

Enfim, só posso recomendar Aquaman para quem é fã de filmes 3D. Para algo mais, é melhor aguardar os próximos lançamentos.

Descaso com o gramado

Anualmente, FNF e CBF exigem mil e quinhentos laudos para um estádio receber uma partida de futebol, mas é engraçado como as duas entidades não estão nem aí para a qualidade do espetáculo e a segurança dos jogadores, posto que nenhum dos laudos é sobre as condições do gramado.

Dizem que a arbitragem deve fazer uma inspeção antes do jogo e que pode não haver jogo se as condições não forem minimamente satisfatórias. Alguém já viu um árbitro negar jogo se não for por uma inundação olímpica ou por que houve invasão de torcedores? Eu nunca vi.

Digo isto porque em 2017 o América jogou em Murici-AL num gramado que era assim chamado só por hábito mesmo. Mal se via alguma coisa verde por ali. E o jogo foi o último da fase de grupos. Ou seja, 6 árbitros da CBF autorizaram jogo naquele pasto.

Na rodada inaugural deste estadual, jornalistas inundaram a internet com fotos do terrível estado do gramado do Frasqueirão ANTES de ABC x Globo. Eles viram, eu vi, os torcedores do ABC viram, a diretoria viu, os jogadores viram, os treinadores também. Aparentemente, só os árbitros e a FNF não viram e assim o jogou rolou e um atleta se contundiu pela irresponsabilidade dos outros.

Sabem o que o árbitro da FNF e da CBF Pablo Ramon relatou na súmula do jogo em relação ao estado do gramado? "NADA HOUVE DE ANORMAL" (3.ª imagem abaixo). Durmam com um barulho desse!




Eu só me pergunto como e quando a CBF e a FNF descobriram a impossibilidade de usar o gramado do Frasqueirão depois de um documento oficial atestar que não houve qualquer anormalidade no campo de jogo.

Depois ninguém entende o desinteresse do torcedor pelo futebol brasileiro, especialmente pelo estadual do RN. Não dá nem para classificar o tamanho da irresponsabilidade vista até aqui. 

É rezar que essa mudança radical de postura das madrastas, que passaram por cima de uma súmula ante a realidade gritante de falta de condições do campo do ABC, não seja efêmera e que nunca mais tenhamos um jogo de um clube do RN e do Brasil em campos insalubres.

Manchetes do dia (15/1)

A manchete do bem: Chove em todas as regiões do RN.

As outras: Técnicos do Tesouro Nacional farão análise das contas do estado, Bolsa bate novo recorde com mais de 94 mil pontos e Decreto que flexibiliza posse de armas será assinado hoje.

Bom dia, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte 

Today's headlines (1/15)

The headline for good: Attorney General nominee promises to allow Mueller to finish his work.

The others: L.A. teachers strike for first time in 30 years, the nation's largest school walkout, U.S. steel companies face downturn despite Trump claims of revival, and Malaysia blames Goldman Sachs for stolen billions.

Good morning, everyone!

Source: The New York Times 

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Primavera 1x1 Visão Celeste

Nada acontece por acaso

As coisas do futebol do RN fervem nos bastidores, muito antes de virem a público.

Cada cantinho dessa cidade já sabia que o jogo ABC x Sergipe seria transferido para a Arena das Dunas, ainda que não possa receber um só torcedor.

Também já se sabia que o jogo do América seria transferido, ainda que houvesse quem jurasse de pés juntos que o jogo do ABC seria à tarde.

Aí magicamente a CBF decidiu hoje que o jogo de quarta do ABC será à noite na Arena e restou à FNF transferir o jogo América x Palmeira para o dia 24 e outras duas partidas envolvendo Força e Luz e Santa Cruz.

Dizem que ainda falta definir o local do clássico de domingo. Quem acredita?

RN e Nordeste

O Visão Celeste está com tudo e não quer prosa. Além de ser o único representante do RN a ter avançado da fase de grupos na Copa São Paulo Júnior, a equipe de Parnamirim é agora o único representante do Nordeste nas oitavas de final da competição.

A vítima da vez foi o Primavera, que foi eliminado nos pênaltis, após 1x1 no tempo normal, gols de Zé Eduardo, artilheiro da competição, e Victor.

O adversário das oitavas de final é o Corinthians. O jogo, cujo horário ainda não foi definido, será na quarta-feira.

Despedida para refletir

A compreensão da vida, do que é viver e de como se deve viver muda completamente quando surge a perspectiva forte de que ela é finita e de que o fim está perto. Não deveria ser assim, mas eis uma realidade que nos afronta.

No finzinho de 2018, Larissa Andressa Medeiros, de 40 anos, morreu. Vítima de um câncer de mama, a médica catarinense teve oportunidade de deixar uma carta com reflexões para sua família. O relato ocorreu poucos dias antes do falecimento de Larissa. A carta foi então compartilhada nas redes sociais. Segue abaixo exatamente como escrita.

Querida família!

Ando mais reflexiva e ausente.. tem sido dias difíceis. Pensei na morte, mas vi um documentário da minha incoerência, já que é a coisa mais certa... pedi a Deus uma 2.ª chance ou força p entender se ele tiver outro propósito.

Vou fazer um pedido aqui:

- Hoje minhas chances de cura são menores do que as de sucesso! Luto por 10% de cura! Sem drama, é um fato!

- Quero e vou vencer, com a ajuda de Deus e Nossa Senhora, sem as estatísticas dos homens!

Mas queria com muito carinho que se lembrem das coisas que estou aprendendo...

- Hoje ter 1, 2, 5 ou 20 milhões num banco, ter um bilhete de viagem maravilhosa, um vestido lindo ou poder ir em restaurantes incríveis... um bom vinho, um doce delicioso... NADA disso eu poderia usufruir agora. Não mudaria minhas chances ou acessos aos remédios, não teria pique e disposição para viajar (não posso me ausentar por mais de 15 dias pela quimio, que tem dado muitas reações extras), não posso beber, comer muitos doces... e não tenho ânimo físico para suar um lindo vestido com alegria...

A vaidade de crescer cientificamente, ganhar algo na profissão, prestígio? Nada fica... perdi tanto tempo com isso... fui tão tola em vários aspectos... só o carinho dos amigos colegas e pacientes que o trabalho trouxe... Mas claro que não serei hipócrita: Trabalhar, responsabilidades, ter economias... são coisas importantes, mas NÃO são mais do que viver o hoje... ter conforto, usufruir das boas coisas da vida valem a pena... Já viver sempre esperando um futuro que pode não chegar, isto é ir morrendo aos poucos.

Então, o que ficou e o que mais me alegra? As boas lembranças dos momentos e experiências que vivi... as risadas, os carinhos, a alegria das viagens que tanto gostava, da comida gostosa fosse caseira ou de um bom restaurante... os sentimentos verdadeiros e o amor puro da família e tantos amigos queridos que redescobri.

Sei que nada será tão palpável como é para mim que precisei passar por isso para ter tanta clareza de pensamentos... ouvia isso dos padres mas não coloquei em prática...

Gostaria q experimentassem sem ter que passar por algo ruim para mudar:

- Brigas, reclamações, vaidades, conflitos... acontecem mas deixam o ar muito pesado, sugam nossa energia e não levam a nada. Transformam a reunião alegre em algo desagradável. Amor, perdão, paz, alegria renovam tudo.

- Nós sendo filhos, noras e genros, pais, irmãos, casais, todos iremos errar... escolher o caminho tem esse desfecho: de acertar ou errar. E errar tem o aprendizado, só o erro traz essa graça de aprender e mudar! Não aprendemos com os erros alheios infelizmente. Os acertos infelizmente também não trazem esse conhecimento todo, por ironia... ninguém sabe o que é certo... o certo para mim não é para os demais.

Vamos conviver em paz, respeitar a individualidade das pessoas, dos casais, mesmo não sendo nossa opinião. Vamos celebrar a vida, ter prazer nos encontros, evitar brigas ou assuntos pesados. Queria que todos que puderem começassem a passear, viajar, praticar a leveza no dia a dia. Quem quiser ir, voltar, sair, ficar, silenciar... siga seu coração... decida por si... não esperem permissão para serem felizes. Só quem pode nos autorizar somos nós mesmos.

- [Nome do marido], meu amor, tem me ensinado muito também... foi um ano terrível para nós... muitas concessões, ajustes... mas nosso amor tem aprendido a ser laço de fita, não e nunca NÓ... nos respeitamos, apoiamos, nos incentivamos mutuamente... se você está estressado, volta da corrida, leve, com o sorriso mais lindo no rosto e só traz boas energias para mim. Não fala nada pesado, não fala de ninguém, sempre positivo, o melhor companheiro que eu poderia ter... meu amor ❤! Muitas vezes discordamos, queremos coisas diferentes, mas aprendemos a respeitar a decisão do outro sem perder tempo tentando convencer a nossa maneira... acho que ganhamos mais amor e respeito! Amor não é posse ou prisão, é liberdade e respeito.

Sei q ainda temos muito a aprender... mas acho q estamos no caminho, entre acertos e erros.

- Tenho vontade de gritar, para todos que quero bem: "Tomem as rédeas de suas vidas... viajem, namorem, comprem com responsabilidade o que lhes dá prazer... a vida é HOJE!! Só hoje!!! Viagens, comer num lugar gostoso, comprem a roupa bonita que querem.

Não sabemos se viveremos até o futuro... se gozaremos da aposentadoria... se teremos saúde e ânimo p aproveitá-la! Vivam, vivam, cada um é dono da sua trajetória... e a vida dará em troca, amor verdadeiro, grandes amigos farão parte da família... e muito boas memórias".

Não esperava


Lembro de ter assistido a um pedaço de Supergirl na Warner e ter detestado o conceito. "Mais uma tentativa de ganhar dinheiro esticando a corda de uma estória bem-sucedida de super herói", pensei na época.

O tempo passou e esbarrei com um episódio dublado da série numa madrugada dessas de fim de ano da Globo. Mesmo dublado, o episódio me chamou a atenção e quebrou a péssima impressão que eu tinha a respeito.

Analisando melhor, acredito que o problema foi não ter visto o primeiro episódio do início. Como peguei a estória andando, minha compreensão ficou prejudicada, e terminei achando tudo muito forçado. É aquela velha coisa de que normalmente não gostamos do que não compreendemos, basta ver as matérias escolares favoritas e as odiadas...

No caso do esbarrão com o episódio na Globo, foi justamente o contrário: vi o início, mas não vi o fim. E aí fiquei extremamente curiosa para saber como tudo terminava.

Corri para a Netflix e descobri que há 3 temporadas com som original por lá. Resolvi mergulhar de cabeça e não me arrependi, apesar de achar que as comparações, citações e referências a Superman ficaram um pouco exageradas em certos episódios. 

Para quem era fã d'As Novas Aventuras de Lois & Clark, Supergirl não só preenche o vazio deixado como supera a original. Todos os temas atuais estão lá de uma forma ou de outra. Os princípios éticos da heroína são constantemente questionados, ela nem sempre está certa em seus julgamentos e a série não tem o menor pudor de destacar as mulheres nos papéis decisivos. 

Enfim, Supergirl é uma série absolutamente antenada com os movimentos da sociedade americana e, por tabela, da sociedade mundial. Além de ter roteiristas de excepcionais criatividade e talento. Nada de monotonia nos episódios, ainda que tenhamos, como esperado, o esquema "vilões ameaçam a humanidade e até a heroína, mas a heroína se recupera e os derrota". O desenrolar dos fatos e a sequência das estórias sempre surpreendem positivamente. Não há pressa para desenvolver novos fatos.

Uma boa notícia para quem tem Warner é que a 4.ª temporada voltou ao começo agora em janeiro. O 1.º episódio foi ao ar no domingo, 7, por volta das 22h30 (sim, a Warner antecipa o começo porque emenda o início de uma série com o fim da outra, sem intervalo comercial) e foi reprisado ontem por volta das 5h50. E ontem à noite foi a vez do 2.º episódio. Ou seja, quem quiser, pode acompanhar a série bem cedinho ou no fim da noite do domingo. Ou ainda assistir no domingo seguinte de manhã ao episódio perdido no domingo anterior à noite.

Na Globo, a série marcou mais audiência na madrugada agora em janeiro do que a programação matutina da emissora, o que demonstra o acerto das estórias e como vale a pena conferir seu sucesso. Portanto, assista a um episódio e deixe Supergirl surpreender você também.

Sobre o esquema

Tenho visto muita gente questionar o 4-3-3 que Luizinho Lopes adotou no América pelos mais variados motivos, mas, neste caso, acho a crítica injusta. E olha que sou fã incondicional do 4-4-2, que tende a ser mesmo preterido com os laterais do futebol brasileiro, que ou não sabem marcar, ou não são nada eficientes nos cruzamentos.

É aquela coisa: o futebol evolui, evolui, para voltar ao que era antes, até os anos 80, quando existiam os pontas.

Além dos laterais muito limitados, o camisa 10 tradicional sumiu. E a culpa é da melhora dos volantes. Todo mundo hoje tem que marcar. Quando alguém tem um pouco mais de habilidade pelo meio, recua-se o jogador para que seja um volante qualificado. E os olhos dos empresários crescem logo que veem o tal volante "diferenciado". Já o volante brucutu chamado cabeça de área, como Dunga para os mais antigos e Ricardo Baiano para os mais novos, que só marca, esse praticamente morreu no futebol moderno.

Hoje são os atacantes de beirada - os antigos pontas - os responsáveis pela chegada ao ataque e até por cruzamentos. Nesse ponto, acho o América bastante equilibrado.

A grande discussão está na necessidade ou não de mais um volante, e isso independe de termos um 4-3-3 ou 4-4-2.  

Para ser sincera, já vi 4 partidas do América neste ano e acho que um segundo volante só fez falta mesmo nesse jogo contra o Potiguar, por tudo que já apontei em Frustrante. Se continuará fazendo falta nos próximos jogos, aí não tenho como dizer porque não vi ainda os adversários atuando.

Se antes o América andava na conta do chá em relação a volantes e zagueiros, agora apenas os últimos andam em falta. Isso pode ajudar na escolha das peças sem que necessariamente mais um volante seja escalado. O problema de marcação nem está tanto no esquema em si, mas muito mais nas peças que o compõem, como ontem a dupla Jadson e Maurício provou. A marcação eficiente do 2.º tempo foi possível com um jogador a menos e uma mudança de planejamento das ações.

Não se pode mudar tudo por um tropeço em início de temporada, ainda mais com a situação transitória de uma dupla insegura na zaga. Certamente ficaram lições do jogo contra o Potiguar, especialmente da dificuldade que o adversário impôs ao marcar a saída de bola feita sem Alison por ali. Um novo zagueiro chegou, outro deve chegar. Se o ritmo de contratações não é o ideal, paciência. É melhor mesmo menos afobação e mais precisão.

Luizinho viu o próximo adversário vencer o ABC e sabe o caminho das pedras. Vamos ver o que dá para consertar até lá e quem também conseguirá engatilhar uma 2.ª atuação convincente até aqui.