Um dos motivos apontados por dirigentes para a demissão de Felipe Surian foi o fato dele só escalar "os dele". Como a montagem do elenco foi quase toda feita com o aval de Surian, essa afirmação só faz sentido se a reclamação contemplar a não escalação de jogadores remanescentes do ano passado e dos que chegaram depois neste ano, como Somália, Lúcio e Ives.
Aí basta ouvir com atenção a entrevista de Flávio Araújo ainda nos treinamentos. Ele falou em fazer o pessoal que ficou do ano passado voltar a jogar bem. E o time titular teve Everton, Maracás, Richardson, Danilo e Raul. Mas a maior ginástica foi feita para a entrada de Maracás. Richardson, que vinha muito bem na zaga, foi alçado para a posição de líbero, que não durou muito, e depois um verdadeiro volante. O que se viu o jogo inteiro foi uma marcação frouxa e uma saída de bola ridícula com ambos.
Sinceramente, o padrinho de Maracás é muito forte dentro do América. Um treinador foi mandado embora e um jogador foi lançado aos leões durante 90 minutos apenas para que Maracás voltasse à titularidade.
Aliás, o padrinho de Maracás não deve ser o mesmo de Lucas Bahia. Este é 1.000 vezes melhor, mais rápido e de mais iniciativa, mas é sempre preterido em detrimento daquele. Ontem só entrou porque Paulão não aguentou mais por lesão.
E Flávio Araújo, que poderia ter estreado como todo novo técnico faz, colocando a equipe da partida anterior, ou ainda melhor, a que vinha bem antes da pausa (Fred, Everton, Richardson, Paulão, Michel Cury; Filipe Alves, Marcos Júnior, Lúcio, Jean Patrick, Raul; Tony), talvez apenas com o fim da improvisação de Michel Cury, que finalmente estava bem na posição, preferiu mexer em dois setores, desorganizando o que era pelo menos minimamente organizado. Jogou fora até aquele gás que novos treinadores extraem de jogadores na estreia. Nem Sérgio China, nem Diá chegaram a tanto.
Enfim, América 0x2 Sergipe mostrou que a coisa agora está completamente fora do rumo. Aliás, desde o ano passado. E Maracás continua como titular.