Finalmente Beto Santos assumiu ser contra o sócio do América ter direito de escolher o presidente do clube. Foi numa entrevista à Rádio Globo Natal, segundo coluna da TN, que o presidente americano saiu do armário. É que até então Beto Santos dizia ser a favor, mas que o assunto tinha que ser discutido pela Comissão responsável pela eterna reforma do estatuto do clube (salvo engano, a reforma, não finalizada, vem desde 2007) - algo como sou a favor, mas não vou lutar pela mudança.
A justificativa é uma graça: Beto Santos afirma, segundo está lá na coluna da página 13 da Tribuna do Norte desta terça, "que o clube não pode correr o risco de ver um empresário 'bancar' alguns sócios que estão inadimplentes e ser eleito para comandar um clube centenário".
Não sei como a OAB consegue eleger presidente pelo voto direto se os candidatos podem bancar a anuidade em atraso de alguns advogados para conquistar sua eleição. Alguém precisa aprender a magia que a Ordem dos Advogados do Brasil é capaz de fazer em suas eleições para implantar no América.
É para rir ou para chorar? Há tantas formas de estabelecer critérios para permitir a um sócio exercer o direito de voto. Um certo tempo de associação, dívidas pagas (para os inadimplentes) até tal tempo antes da eleição,.. Além disso, não há sócio torcedor inadimplente por um motivo simples: o América só associa aqueles que pagam a anuidade através de cartão de crédito. Ou seja, inadimplência zero.
Será que conselheiros não ficam inadimplentes? Será que não há também esse risco de um candidato pagar a dívida de inadimplentes para cooptar-lhes o voto?
É mesmo tão difícil ver que o direito de voto, especialmente se houver um critério de tempo de associação (2 anos, por exemplo), pode acabar com o sócio modinha e garantir um planejamento financeiro ao clube?
Por que o América tem tanto medo de eleição? Por que a democracia é vista como um mal a ser combatido pelos ditos cardeais? Por que há sempre uma composição para que apenas uma chapa seja aclamada?
Se alguém souber, me responda, por favor.