terça-feira, 13 de dezembro de 2016

Dinheiro não é tudo

Às vezes, apenas com a maturidade passamos a enxergar que dinheiro não é tudo. Noutras, é um evento mais trágico, ou a sua possibilidade, que nos abre os olhos. Há também quem nunca enxergue isso, conforme acompanhamos na atitude do comandante do terrível voo da Chapecoense.

Digo isso porque Lúcio Flávio, como eu esperava, não vem mais para o ABC. A família do jogador não queria o acerto, especialmente sua esposa. Ele então abriu mão de jogar a Série B para permanecer na C, agora com o Joinville, bem mais perto de Curitiba, onde sua família reside, do que Natal.

Também como esperado, apareceu gente para dizer que o jogador não fará falta. Camisa 10 construtor de jogadas é item cada vez mais raro no futebol. 

Ressalte-se que pelo menos Márcio Passos declarou que Lúcio Flávio fará falta. "É raro uma pessoa com seu perfil", declarou ao Globoesporte.com.

Trabalho duro para a diretoria alvinegra é achar um substituto à altura para uma Série B duríssima como promete ser a de 2017.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2016

Os recursos do programa de sócios



Numa atitude sempre louvável, o América publicou no Twitter e no Facebook uma prestação de contas a respeito dos recursos do programa de sócios do clube de janeiro a outubro de 2016. Mas há espaço para melhorar.

Não há informação, por exemplo, sobre o número de sócios e a categoria deles, mês a mês. Também não há informação precisa sobre se as despesas são do CT, da sede, dos dois, do futebol profissional ou das bases. 

Outras despesas são incrivelmente variáveis, como a Sky, outras incrivelmente fixas, como o gás do CT, e outras mistas, como a internet da Cabo.

Também chama atenção o fato dos valores arrecadados aumentar nos meses finais, justamente quando o América iniciou o embarque rumo à Série D. É de se ver que o torcedor americano foge do padrão "modinha", pelo menos quanto a se tornar sócio do clube.

Muito bom como primeiro passo, mas, como disse há muito espaço para melhorar.

Today's headlines (12/12)

The headline for the good: Designing a safer battery for smartphones (that won't catch fire).

The others: Trump links C.I.A. reports on Russia to Democrats' shame over election, Fed is expected to raise rate and An artistic discovery makes a curator's heart pound (A Leonardo da Vinci work was discovered).

Good morning, everyone!

Source: The New York Times.

Em dez anos, do apogeu ao rebaixamento

Aliás, por falar em RS e RN, há algumas coincidências entre os dois grandes times vermelhos dos estados que foram batizados como irmãos. O Rio Grande do Norte recebeu o nome pelo Rio Potengi. Quando digo que o Rio Grande do Norte é o verdadeiro, é porque o Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro foram batizados por erros geográficos. No RS, olharam para a Lagoa de Patos e acharam que era um rio. No RJ, foi a Baía de Guanabara que batizou o estado.

Mas voltando ao RS e ao RN, tanto Inter como América viveram seu apogeu há 10 anos e agora vivem o pior momento de suas histórias, guardadas as devidas proporções. Em 2006, ao empatar em 2x2 (perdia por 2x0) com o Atlético-MG no Mineirão, o América conquistava sua volta à Série A, aliás a nova Série A, por pontos corridos - nada de duas fases. Todos contra contra todos em 38 rodadas. Neste mesmo ano, o Inter conquistou o Mundial de Clubes pela primeira vez ao vencer por 1x0 o Barcelona de Iniesta e Ronaldinho Gaúcho.

Dez anos depois, o outro lado da moeda. O Inter amarga seu primeiro rebaixamento para a Série B ao empatar em 1x1 com o Fluminense em Mesquita-RJ  e o América amarga seu primeiro rebaixamento para a Série D ao empatar com o Remo em 0x0 em Belém.

Que sina dos alvirrubros riograndenses! Que ambos transformem a queda em combustível para novas glórias no futebol.

Não bate

Não consigo me acostumar com essa mania que o torcedor brasileiro tem de comemorar mais a derrota do rival do que a vitória de seu próprio time. 

Veja-se o exemplo de Inter e Grêmio. O Grêmio acabou de ser campeão da Copa do Brasil. Salvo engano, há 15 anos não conquistava título algum. Ontem, o Inter já entrou em campo pela Série A praticamente rebaixado para a Série B. Pois havia torcedores do Grêmio lá no estádio em Mesquita-RJ com uma faixa "Inter rebaixado. Nada pode ser melhor". Como assim? 

Não bastasse isso, o Grêmio já frequentou a Série B. Então, me parece uma grande hipocrisia gritar que o rival é de Série B.

É claro que posso puxar a sardinha para o outro Rio Grande, aliás o verdadeiro Rio Grande, o do Norte, onde fica o enorme Rio Potengi. Tudo bem que o ABC nunca foi de Série D, mas já fez pior: passou alguns anos sem série alguma. E sua torcida, a exemplo da do Grêmio, comemorou muito mais o rebaixamento do América do que o acesso de sua própria equipe.

Para mim não bate. Além da hipocrisia de falar de algo que já ocorreu com seu time, ainda prova que a torcida contra o rival é a verdadeira, sendo a torcida a favor apenas um detalhe, posto que menor. 

Que me desculpem os anti-América, anti-ABC, anti-Inter, anti-Grêmio, e todos os outros anti-alguma coisa por aí, mas acho que nunca vou compreender isso.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Agora presta

Era tanta coisa para o Podcast de hoje que terminei sem conseguir falar sobre a volta de Echeverría para o ABC. Na verdade, eu falei a respeito, mas deixe de fora o aspecto mais interessante do fato.

Quando Echeverría, ou seu empresário, achou que poderia tirar na sorte grande na hora de renovar com o ABC, choveram críticas não só aos valores da negociação, mas ao futebol do paraguaio. Houve até quem arriscasse dizer que o Echeverría não faria a menor falta ao alvinegro.

Não entrei nesse time. Não gosto da deslealdade do paraguaio, que já entra de punhos fechados nos adversários, atingindo o que puder com as mãos, mas de talento suficiente para deixar essa deslealdade para outros. Echeverría provou sim seu valor na temporada que ora se encerra.

O ABC também viu valor no paraguaio, tanto que retomou negociações e acertou sua volta. Fico imaginando a cara de tacho de quem dizia que ele não faria a menor falta. Como comemorar o reforço se há poucos dias o cara era dado como estorvo do time pelo simples fato de ter pedido muito alto?

Estou aguardando o mesmo giro de 180° nas opiniões dos comentaristas se Lúcio Flávio não voltar. 

A imprensa natalense precisa aprender a deixar a paixão de lado para analisar certas coisas. Isso fica bem na mesa de bar, para puxar assunto com os amigos torcedores, mas não em comentários profissionais. Ou teremos todos a impressão de que é o ato de fechar contrato com o ABC que qualifica um jogador.

O spa e a pré-temporada




A imagem me foi enviada pelo Twitter por João Orlando, torcedor do Mecão. Nela aparecem duas programações diferentes de treinos do América: uma sob o comando de Diá e outra sobre o comando de Felipe Surian.

É bem verdade que a programação de Diá tinha um jogo oficial da Série C no fim, e a de Surian se refere a uma pré-temporada. Mas é inegável que o América, mesmo jogando apenas uma vez por semana, treinava pouco, principalmente se considerarmos a situação de que o time era modificado a cada rodada.

De todo jeito, a comparação feita pela torcida da programação de Diá com um spa mostra bem duas coisas: 1) a torcida aprova o trabalho de Felipe Surian, pelo menos até agora; 2) a insatisfação com Diá ultrapassava (e ultrapassa) muito o resultado em campo.

Ponto para Felipe Surian.

"Meu coração pediu para estar aqui"

O meia-atacante Dija Baiano, candidatíssimo a ídolo da torcida americana na temporada 2017, falou sobre vestir a camisa do América em vídeo da TV Mecão:

"Eu vim para o América porque o América é grande. Camisa de peso, não deve estar nesta situação em que ele está, que é a Série D. Mas a oportunidade foi dada. (...) Então eu vim satisfeito, feliz. Meu coração pediu para estar aqui também para ajudar a equipe do América a ter o acesso para a Série C."

Podcast: Quem sabe, sabe

A polêmica declaração de Renato Gaúcho, o fim da temporada 2016 no futebol brasileiro, o ritmo de preparação para o Potiguar 2017 e os atropelos no América.


Manchetes do dia (11/12)

Começando com a dificílima manchete do bem: Ter um bicho de estimação em casa ajuda a prevenir doenças cardíacas, incentiva a prática de uma atividade física e ainda ajuda a afastar o estresse do dia a dia.

Agora as outras: 1854 assassinatos: como chegamos a isso?, "Os poderes estão fora de lugar e quase parados" (Cristovam Buarque) e Sem confiança, a economia não tem como avançar.

Bom domingo, minha gente!

Fonte: Tribuna do Norte