O América parece fadado a traçar um caminho de muitas provações neste ano. Não bastasse tudo o que já ocorreu desde o fim de 2015, com o anúncio de Aluísio Guerreiro como treinador, até a manutenção de Sérgio China depois de todas as provas que já deu de que está mais perdido no América do que cego em tiroteio, o presidente Beto Santos ainda deu uma entrevista hoje à Rádio Globo Natal falando, entre outras coisas, o seguinte, segundo publicação do blog de Marcos Lopes:
"Cascata deve ao América, quanto Cascata deve ao América? Respondo com esta pergunta, e isso só mostra o bem que ele fez saindo do nosso elenco.
(...)
Alguns torcedores me procuraram e pediram para abrir o treino, são pessoas de bem e que eu conheço. Quando eu fui consultar o técnico perguntei se havia algo especial que necessitasse de portões fechados e então informei a ele que seria treino aberto como sempre foi. Parece que mandei abrir os portões para a torcida organizada cobrar dos jogadores o que não é verdade, foi aberto o treino para a torcida como sempre e alguns torcedores falaram com os jogadores em tom amistoso”.
A gestão de Beto Santos parece ter entrada numa espiral muito negativa. Primeiro, sustar cheque de pagamento é vergonhoso para a instituição. Cascata pode não ter jogado nada do que se esperava, mas isso não é justificativa para ausência de pagamento. Como dizer que o jogador deve ao clube? E ainda comemorar sua saída? As consequências disso podem ser desastrosas não só para o patrimônio do clube, mas para sua reputação na hora de contratar jogadores.
Segundo, dizer que não determinou a abertura do treino quando ele mesmo diz que assim o fez é zombar da inteligência alheia. Pior, abrir treino e permitir que torcedores o interrompam para cobrar o que quer que seja dos jogadores, seja o tom pacífico ou não, é retirar do grupo qualquer motivação. Passa a ideia de que não há liderança no clube porque o próprio presidente permitiu tal cobrança. Esse tipo de coisa é bem comum em times rebaixados. Mas dizem que o América luta pelo acesso.
Nem tenho mais como me surpreender. Só me pergunto se ainda há espaço para piorar.