quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Potiguar 2016: Globo x América às 19h

Local: Estádio Barrettão (transmissão ao vivo e em HD para todo o Brasil pelos canais EI MAXX2 e Esporte Interativo)

Globo (4-4-2): Rafael, Geovanne, Negretti, Jamerson, Renatinho Carioca; Leomir, Pablo Oliveira, Rivaldo, Renatinho Potiguar; Romarinho, Vavá. Técnico: Higor César.

América (4-3-3): Pantera, Alan Silva, Flávio Boaventura, Gustavo, Alex Cazumba; Bruno Renan, Felipe Macena, Cascata; Mateusinho, Thiago Potiguar, Luiz Eduardo. Técnico: Aluísio Moraes.

Árbitro: Pablo Ramon Gonçalves Pinheiro (CBF)
Assistentes: Jean Márcio dos Santos (CBF) e George Ítalo Antas Nogueira (FNF)

Destaques do Globo
Geovanne - bom no apoio ofensivo.
Vavá - artilheiro da competição.

Destaques do América
Mateusinho - só não tem feito chover... ainda.
Thiago Potiguar - artilheiro da competição.

Prognóstico: jogo mais duro da rodada. Globo (2.º) e América (1.º) se equivalem na preparação. O Globo conta com o mando de campo para superar o maior investimento do América. Empate.

Potiguar 2016: Alecrim x Potiguar às 19h

Local: Estádio Nazarenão

Alecrim (4-4-2): Messi, Felipe Potengi, Geilson, Cleiton Potiguar, David; Carlinhos, Arês, Piúba, Diego Mipibu; Tiago Santos, Erisson. Técnico: Fernando Tonet.

Potiguar (4-4-2): Santos, Deyvison, Ramon, Anselmo, Ciel; Rafael Potiguar, Jozicley, Vitor Leal, Radames; João Manoel, Carlos Alberto. Técnico: Bira Lopes.

Árbitro: Ítalo Medeiros de Azevedo (CBF)
Assistentes: Vinícius Melo de Lima (CBF) e Belchior Ferreira Neto (FNF)

Destaques do Alecrim
Arês - bom na marcação e no apoio ofensivo.
Tiago Santos - bom na movimentação.

Destaques do Potiguar
Jozicley - bom na marcação e no apoio ofensivo.
João Manoel - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o Alecrim (7.º) espera engrossar o jogo contra o equilibrado Potiguar (3.º), que briga por uma vaga na final do turno. Empate.

Potiguar 2016: Baraúnas x Palmeira às 19h

Local: Estádio Nogueirão

Baraúnas (4-4-2): Érico, Fernandes, Nildo, Cláudio Baiano, Marquinhos; Batata, Da Silva, Júnior Borracha, Murillo; Romário, Fabinho Cambalhota. Técnico: Givanildo Sales.

Palmeira (4-4-2): Luan, Juninho, Artur, Thiago Potiguar, Marcondes; Hélio, Russo, Moisés, Tiago Bispo; João Luka, Romário. Técnico: Marcos Ferrari.

Árbitro: Moisés Estevão de Moura Lima (FNF)
Assistentes: Francisco de Assis da Hora (CBF) e José Givanilson dos Santos (FNF)

Destaques do Baraúnas
Érico - experiente.
Fabinho Cambalhota - bom na movimentação e na finalização.

Destaques do Palmeira
Moisés - bom na movimentação.
Tiago Bispo - bom na movimentação e na finalização.

Prognóstico: o Baraúnas (4.º) não deve ter maiores dificuldades em casa para derrotar o Palmeira (8.º) e seguir sonhando com a vaga na final. Vitória do Baraúnas.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2016

Esse povo tem cada ideia...

Dizem que a criatividade do brasileiro é infinita. É só dar uma olhada no carnaval brasileiro para entender esse pensamento.

No Rio de Janeiro e em São Paulo há blocos esquisitíssimos para a época momesca. Blocos que não saem do canto e/ou dedicados a cantores e bandas que nem sonhavam em tocar no carnaval, especialmente o brasileiro, como The Beatles, David Bowie e Cazuza.

Que eu saiba os blocos são inspirados nos antigos assaltos, quando amigos saíam em grupo para invadir a casa de alguém com uma folia sem fim no carnaval. Bloco que na verdade não passa de um show com palco armado? Não sei não...

Outra coisa: adoro rock, pop, R&B, jazz e por aí vai. Mas colocar tudo isso em ritmo de samba? Me poupe! Tenho pavor a pagodeiros e forrozeiros que fazem isso. Acho uma abominação o que faz o Sambô, por exemplo. Cada macaco no seu galho. Dai ao samba, às marchinhas, ao pagode e ao forró o que é deles, e dai aos outros estilos o descanso merecido neste período. Simples assim.

Cazuza com tamborim? David Bowie com cuíca? The Beatles com pandeiros e/ou zabumbas? Naaaammmm.

"É impossível acabar com o mosquito"

O alerta acima foi feito pelo infectologista Artur Timerman, presidente da Sociedade Brasileira de Dengue e Arboviroses, em entrevista à repórter Adriana Dias Lopes nas páginas amarelas de Veja desta semana (10/02), em que ele defende o desenvolvimento de uma vacina como medida mais eficaz. Vale a pena conferir a entrevista completa na edição que ainda está nas bancas. Alguns trechos:

"A emergência mundial declarada pela OMS não é exagerada?
É natural que o ineditismo da situação estimule o alarde. Nunca na história da medicina houve uma doença transmitida por um vetor associada à malformação fetal. E esse alvoroço não é em vão. Ele é útil, fundamentalmente, para acelerar o interesse das autoridades políticas e médicas em investir em pesquisas consistentes sobre o assunto.

(...)
Como deve ser o registro dos casos de microcefalia?
Defendo um protocolo único. Todo e qualquer caso de microcefalia deve ser notificado, eliminando-se, claro, as causas já conhecidas - mesmo que não se tenha certeza de que ele possa estar relacionado ao zika. Foi assim com a aids. Na década de 80, durante três anos, notificávamos todos os casos de pessoas acometidas por pneumonia, gânglios inchados e alteração imunológica, apenas suspeitando de uma associação com o vírus HIV. A medida era protocolar. Por termos pecado pelo excesso, pessoas que nem imaginávamos pertencer ao grupo de risco do HIV foram identificadas, como os heterossexuais.

(...)
Por que não há ainda um teste eficaz para ser usado em larga escala na detecção do zika?
Por incompetência do governo federal. Nossos virologistas são muito bons. Mas não recebem a verba necessária para pesquisa. Não há investimento porque ciência básica não dá voto. Há cientistas de universidades federais no Nordeste que têm de pedir reagentes emprestados para trabalhar. E sem um teste em larga escala não conseguimos decifrar o comportamento do vírus no organismo. É o que chamamos de fisiopatogenia, na linguagem médica. Precisamos de um teste que identifique os anticorpos no sangue, produzidos pela infecção. Os anticorpos permanecem para o resto da vida no sangue. (...) Hoje, um teste desse tipo não levaria mais de seis meses para ser desenvolvido.

Não é inconcebível que um mosquito cujo potencial de transmitir doenças se conhece há pelo menos 100 anos ainda desafie a ciência?
O papel da ciência não é acabar com o Aedes. É impossível acabar com o mosquito. O Aedes tem uma capacidade de adaptação biológica sofisticada, superior à de qualquer inseto. Há menos de dez anos, ele se reproduzia apenas em poças grandes, de meio litro, constituídas de água limpa. Hoje, basta uma quantidade equivalente a uma tampinha de água - limpa ou suja. o Aedes sempre teve um comportamento diurno, atraído pela luz do sol, e já o vemos durante a noite, em torno de luz artificial. Suas larvas sobreviviam por três meses. Agora, o tempo é quatro vezes maior. Seu voo atingia a distância de 10 metros. São 50 metros atualmente. Essa capacidade extraordinária de sobrevivência sempre driblará qualquer tecnologia.

É impossível, portanto, eliminar o Aedes Aegypti.
Não costumo ser pessimista, mas nesse casos terei de dizer: é praticamente impossível eliminá-lo. O problema está lá atrás, com a urbanização caótica das grandes cidades, sobretudo nos países da América Latina, erguidas sobre asfaltos impermeáveis, com pouquíssima vegetação e repletas de lixo e esgoto a céu aberto. O papel da ciência é importante, mas paliativo. Ela servirá para eliminar ou evitar as consequências trazidas pelo mosquito. As medidas podem ser válidas, mas apenas reduzirão os danos.

Na semana passada, a fim de eliminar eventuais focos de reprodução do Aedes, foi autorizada a entrada forçada de agentes de saúde em imóveis públicos e particulares em caso de abandono ou na ausência de pessoa que possa permiti-la. Não é uma postura autoritária?
O governo tem mostrado total despreparo para lidar com o Aedes. Imagine um mundo ideal, em que todas as residências estejam livres do mosquito. Agora, imagine as pessoas saindo de sua casa. Por quantos focos de infecção vão passar? Cerca de 70% dos focos das larvas do Aedes estão ao redor das casas. Era possível atacar esses focos espalhados, sem controle, em cidades menores. Foi assim há quase um século, no combate à febre amarela, também transmitida pelo Aedes. Não há comparação possível, agora. Nosso ministro da Saúde, Marcelo Castro, é uma autoridade política, mas está longe de ser uma autoridade científica. Outra medida absurda há pouco tomada pelas autoridades é o espetáculo proporcionado pelo tal "fumacê". Ou seja, agentes vestidos com máscara e equipamento de segurança dedetizando as cidades. Isso não funciona com o Aedes, inseto capaz de se adaptar com rapidez. Esses produtos agem entrando em um túbulo embaixo da asa do mosquito e matando-o por paralisia. O Aedes sente o cheiro do DEET, o principal composto dessas substâncias, e deixa de voar. Sem abrir as asas, ele não morre.

Os cuidados devem ser redobrados no Carnaval?
Não há dúvida. É um período de calor, em que as pessoas estão supostamente menos vestidas e suam mais. Os repelentes devem ser repostos a cada hora, portanto. Esse é um tipo de recomendação que não está na bula dos produtos. (...)"

Grateful/agradecida

I hardly ever check the statistics of this blog. I get so excited about the making of texts and podcasts that I end up forgetting to check the audience. I am always amazed by the results. Só Futebol? Não! gets some audience even in India, Romania, Malaysia, Russia, Ukraine, China - mentioning the most distant ones. The audience in the USA and in Brazil are nip and tuck. This week, for instance, the page views in America beat the page views in Brazil (30% more).

At this very moment, it's the United Kingdom that is leading the audience. This only shows how wonderful the internet is. Something humbly written in Natal, RN reaches the other side of the world in seconds.

I am deeply grateful to see the reach of my always-frank ideas. I would like to express my gratitude in every language, but I can only speak two of them fluently (Portuguese and English), though I can babble basic things in some classic languages (studying Law makes you do this), such as Italian, Spanish, German and French.

Blogger doesn't get me a complete list of the audience, but I'm going to try to thank each one that appears in my list in their own language. 

So...
Obrigada, Brasil.
Thank you, America.
Danke, Deutschland (Germany).
Спасибо, Россия (Russia).
Terima kasih, Malaysia.
Obrigada, Portugal.
Merci, France.
Cпасибі, Україна (Ukraine).
谢谢, 中国 (China).
Thank you/भारत, India.
Dziękuję, Polska (Poland).
Mulțumesc, România (Romania).
Gracias, México.
Thank you, Ireland.
Gracias, Uruguay.
Thank you/merci, Canada.
Dank u/merci/danke, België/Belqigue/Belgien (Belgium).
Grazie, Italia.
Thank you, United Kingdom.

Raramente eu confiro as estatísticas deste blog. Fico tão empolgada com a elaboração de textos e podcasts que termino esquecendo de conferir como anda a audiência. Sempre me surpreendo com os resultados. O Só Futebol? Não! tem audiência até na Índia, na Romênia, na Malásia, na Rússia, na Ucrânia. na China - para ficar nos mais distantes. A audiência nos Estados Unidos e no Brasil é pau a pau. Nesta semana, por exemplo, as visualizações de página ocorridas na América superaram as no Brasil em 30%.

No momento em que escrevo este texto, é o Reino Unido que lidera a audiência. Isso mostra a maravilha que é a internet. Uma coisa escrita despretensiosamente em Natal - RN chega ao outro lado do mundo em segundos. 

Fico imensamente agradecida por ver tal alcance de minhas ideias sempre tão francas. Gostaria de expressar meu agradecimento em todas as línguas, mas só domino de verdade duas (português e inglês), embora consiga arranhar algo bem rudimentar em algumas outras clássicas (o Direito faz isso com a gente), como italiano, espanhol, alemão e francês. 

O Blogger não me fornece a lista completa de acessos, mas vou tentar agradecer a todos que aparecem em suas línguas (claro, com ajuda do Google!).

Então...
Obrigada, Brasil.
Thank you, America (Estados Unidos).
Danke, Deutschland (Alemanha).
Спасибо, Россия (Rússia).
Terima kasih, Malaysia.
Obrigada, Portugal.
Merci, France.
Cпасибі, Україна (Ucrânia).
谢谢, 中国 (China).
Thank you/भारत, India.
Dziękuję, Polska (Polônia).
Mulțumesc, România (Romênia).
Gracias, México.
Thank you, Ireland (Irlanda).
Gracias, Uruguay.
Thank you/merci, Canada.
Dank u/merci/danke, België/Belqigue/Belgien (Bélgica).
Grazie, Italia.
Thank you, United Kingdom (Reino Unido).

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Desrespeito ao sócio

Até pela extensão do último podcast, um dos assuntos da última rodada, especialmente quanto a América 3x1 Potiguar, ficou de fora. Por isso, escrevo agora a respeito.

Na verdade, não sei nem como, nem quando começou, mas cheguei à Arena das Dunas já bem perto do horário do jogo - coisa que não faço normalmente - e vi uma enorme fila de sócios do América. Certamente eram sócios da promoção de janeiro esperando para ter acesso à Arena. A fila não andava! Uma moça com a camisa do América e com uma prancheta entre os braços cruzados parecia aguardar uma solução que parecia distante. Um verdadeiro desrespeito para com aquele tido como principal patrocinador do clube nesta temporada. Enquanto isso, sócios antigos e compradores de ingresso entravam sem maiores problemas.

Com todo o respeito aos que fazem o América, uma situação dessa é inadmissível. Se entregar brindes em dia era um problema do antigo administrador do sócio e por isso houve a troca, expor novos sócios a filas sem fim num acesso a jogo é mil vezes pior, especialmente se considerarmos que no modelo antigo o sócio já saía com a carteira de acesso na mão.

Sem desculpas, é esperar que no próximo jogo isso não se repita.

Com a palavra, o presidente do Sindafern

Saiu na edição de domingo da Tribuna do Norte, que todo mundo sabe fica quase 100% pronta ainda na sexta-feira (a edição de sábado fica pronta depois, por incrível que pareça!). O presidente do Sindicato de Árbitros de Futebol do Rio Grande do Norte deu entrevista ao repórter Felipe Gurgel, na página 8 do caderno de esportes. Como há um declarado embate entre Sindafern e América, tanto que o presidente Beto Santos deu uma entrevista pós-jogo no sábado chamando o Sindafern para o debate, usando até termos duros como chantagem, acho que vale compartilhar a manifestação de Luiz Carlos Câmara exatamente como publicada na versão impressa da TN (inclusive pequenos erros de grafia, concordância e pontuação).

"Como o sindicato está analisando essas críticas que os árbitros do Rio Grande do Norte estão recebendo ultimamente?
As críticas contra os árbitros sempre existiram, isso não é novidade e já estamos acostumados a sofrer pressão, dentro de campo, principalmente. A novidade é a nossa saída do silêncio sepulcral, de um século, onde ninguém nunca falou nada em defesa da nossa classe, que é trabalhadora como qualquer outra. Estamos buscando o respeito ao nosso espaço.

Essas críticas são pesadas?
Não digo que são pesadas e sim, infundadas. Existe um estudo que mostra, principalmente nos clássicos, uma estatística dos jogos apitados por árbitros locais e de fora. E, nesse levantamento, não existia diferença nenhuma. O árbitro só garante presença na próxima escala, se for bem na que está atuando. Ninguém vai para campo querendo fazer um trabalho ruim, para ficar de fora da próxima escala. Só garanto o amanhã, fazendo meu trabalho bem hoje.

Existe alguma comunicação entre o sindicato e os clubes?
É cada um na sua. Principalmente porque o sindicato é formado por abnegados, até por satisfação pessoal, sem nenhum interesse financeiro.

Não só aqui no Estado que a arbitragem sofre com críticas. No Brasil inteiro os árbitros são criticados. Como você enxerga esse momento?
Poderia responder isso com a seguinte frase: o futebol é jogado por seres humanos e apitado por seres humanos. Os atletas erram e os árbitros também erram. Mas, está existindo um avanço nisso. Na minha época, o árbitro se formava e já era jogada em jogos profissionais, em clássicos. Hoje em dia não. Existe uma escola de arbitragem, assessores, observadores, que conversam. Instrutores Fifas estão vindo para cá passar experiências. Na pré temporada desse ano, vieram Antônio Pereira e Ana Paula, ambos que já foram Fifa. Tivemos teste teóricos e físicos, com muitos sendo reprovados. Não é qualquer um que chega e vai trabalhar no Estadual. Hoje existe toda uma escola de formação para o árbitro.

Vocês se acham diminuídos quando um clube daqui solicita um árbitro de fora para apitar?
Quando nós somos escalados para trabalhar em um determinado jogo do Estadual, a mensagem que passa é que não temos condições. Ano passado, trabalhamos na final da Copa do Nordeste, com mais de 65 mil pessoas no estádio e fomos elogiados por todos, como é que não temos condições de trabalhar em um jogo para 10 mil pessoas aqui no nosso campeonato? É uma incoerência. E já estamos escalados para a primeira rodada da Copa do Nordeste desse ano.

Um ex-dirigente, através das redes sociais, pediu que os árbitros do RN não fosse escalados para competições nacionais. Como vocês lidam com isso?
Respondemos dentro de campo. Estamos buscando nosso espaço, da valorização profissional. E não estou falando na parte financeira. Se um assistente nosso trabalhar com um árbitro de fora em clássico aqui, ele vai receber R$ 2 mil. Se for com um profissional daqui, recebe apenas R$ 550, quase quatro vezes menos. O que estamos questionando é a valorização do ser humano, do profissional da casa, que precisa ranquear. Quando chegamos no Brasileiro, conta muito quantos e quais os jogos ele trabalhou aqui. Não pensamos nem na parte financeira, porque, se fosse assim, era mais vantagem trabalhar com um árbitro de fora.

Como é feita ou escalonada a remuneração dos árbitros?
O torcedor não tem noção como isso é feito e pensa que é o clube que paga a arbitragem. Quem paga é a Federação Norte-riograndense de Futebol. Se for um clássico entre ABC e América, o valor é R$ 1.100. Se for um jogo envolvendo um desses dois clubes, esse valor cai para R$ 700 e os demais jogos, o árbitro recebe R$ 600. No caso de uma arbitragem de fora, a FNF repassa os R$ 1.100 e o clube arca com R$ 2.900, para chegar aos R$ 4 mil. Além disso, o clube também é responsável pelas passagens e hospedagem do árbitro. Um valor que pode chegar perto dos R$ 10 mil, quando não era para pagar nada.

A remuneração deveria ser melhor?
Acho que sim. Se formos comparar com o que ganham os jogadores e os técnicos de primeira linha, se trabalharmos a vida toda, não iremos ganhar o que eles ganham mensalmente. Um árbitro Fifa ganha, por jogo, R$ 4 mil. Para ter um bom salário, tem que trabalhar toda a semana, mas tem os descontos e os investimentos em psicólogo, nutricionista, preparador físico. Se investir em estudos para um concurso em outra área, é bem mais rentável.

Por isso a decisão de não trabalhar caso um clube solicite uma arbitragem de fora do Estado?
Essa decisão foi tomada em uma assembleia, que é soberana. A FNF foi comunicada e foi um grito que rompeu um silêncio. A Federação fez uma proposta de diálogo e, como toda classe trabalhadora, estamos dispostos a dialogar. Convocamos uma outra assembleia, ainda sem data, para discutirmos essa proposta da Federação. Vamos avaliar e tentar chegar a um denominador comum. Estamos abertos ao diálogo. Essas decisões são tomadas em assembleias e são revogadas, ou não, dependendo das negociações.

É comum nos Estaduais, quando um clube se sente prejudicado pela arbitragem, vetar o árbitro para futuros jogos seus. Eles tem esse poder?
Na realidade, não existe isso, um veto ao árbitro. O que existe é a preservação do profissional na próxima partida. Se um árbitro não foi bem em um jogo de uma determinada equipe, é bom se preservar. Não tem porque colocar ele, novamente, em um jogo daquela equipe que ele foi mal. Não é bem uma questão de veto. Mas, existe o interesse e a inteligência da Comissão de Arbitragem de preservar um árbitro.

A profissão de árbitro é desvalorizada de uma forma geral?
Deveria ser melhor reconhecida, mas estamos avançando, não só aqui, como no Brasil inteiro. Ano a ano estamos avançando. Agora, existe uma dificuldade. Para profissionalizar uma profissão, tem que existir recursos e para profissionalizar um árbitro de futebol, tem que existir bastante recurso. Imagine aqui no Estado. Enquanto isso não acontece, o árbitro tem que ter outro emprego, precisa trabalhar o dia todo. Para entrar no quadro nacional, ele precisa estar cursando uma universidade e acaba estudando a noite. Sendo que precisa treinar. De que horas? Ou de manhã cedo, ou na hora do almoço ou depois da faculdade. E tem que treinar, no mínimo, cindo dias por semana, já que o teste é difícil. A nossa situação não é diferente de nenhum outro trabalhador de qualquer categoria.

A profissionalização seria a melhor maneira de minimizar os erros de arbitragem?
Com certeza. O árbitro vai ser apenas árbitro e vai se dedicar apenas a sua profissão. Em rodado do meio de semana, o profissional viaja na terça, trabalha na quarta e volta na quinta. Só aí, já faltou três dias no seu trabalho. Se ele é profissional, não precisa disso. Como um árbitro vai se manter em um emprego que tem que faltar três dias na semana, sendo que são cindo dias de trabalho? Ai é que está a dificuldade. São esses problemas que sentimos no dia-a-dia que o torcedor, que também é trabalhador, não sabe.

A tecnologia no futebol pode facilitar o trabalho de vocês?
Temos, em grandes jogos, de 30 a 40 câmeras no estádio e o árbitro só tem dois olhos. Trabalhamos em equipe, mas não conseguimos cobrir todos os ângulos. Já existem esportes que você pode dar vistas ao vídeo por duas vezes, como o vôlei, o tênis e o próprio futebol americano. Na Copa do Mundo, foi utilizada a bola com chip, para acusar quando a bola entrar no gol. Isso é questão de justiça, para aquela equipe que está ali, trabalhando. Nada mais justo que a tecnologia ser incrementada no futebol.

Mas teve dirigente da CBF que disse que o bom do futebol são essas dúvidas. Você concorda com isso?
Não. O que não pode é poluir o jogo. Não deixar que os clubes tenham, quantas vezes quiserem, a oportunidade de pedir vistas ao vídeo de um lance. Aí a partida não vai acabar nunca. Duas oportunidades é o número ideal, na minha avaliação.

Tem como acabar com os erros da arbitragem?
Só se o árbitro deixar de ser humano ou no vídeo-game. Lá ele nunca erra. Só quando os jogadores deixarem de errar, os treinadores deixarem de mexer errado. Todo mundo erra, é uma combinação de fatores.

A pressão dos clubes pode atrapalhar dentro de campo?
Os árbitros já são preparadores para isso. Quando chega no profissional, já passou pelo juvenil, juniores e até me campeonatos de bairros, que é bem mais difícil, principalmente em relação a segurança. Ele já está acostumado com a pressão e está ali para fazer o melhor, para o jogo e para a sua carreira."

Com duas coisas eu concordo plenamente: é preciso profissionalizar a arbitragem e errar é humano. Não dá para imaginar alguém deixando seu emprego fixo pelo menos uma vez por semana para apitar um jogo de futebol. Árbitros deveriam ter uma remuneração fixa de acordo com o quadro a que pertencem e uma parte variável de acordo com a produtividade. Quase como o bicho pago a jogadores de futebol. 

Quanto aos erros, são mesmo esperados. O que eu acho é que o futebol é um esporte de máximo contato e os árbitros precisam se preparar melhor para perceber quem é que busca o contato para cavar falta. O futebol brasileiro é pródigo em simulações. E muitos contatos são próprios da aplicação das leis da física, sem qualquer intenção de se violar uma norma esportiva.

Já sobre o posicionamento do sindicato de sugerir ao América que trouxesse quartetos de fora até para jogos da categoria de bases soou como ressentimento e até mesmo ameaça. Não ficou bem. Como disse aqui em outra postagem, à mulher de César não basta ser honesta, é preciso parecer honesta. O sindicato jogou uma enorme sombra sobre toda e qualquer atuação de árbitro que seja seu filiado nos jogos do América. Lutar por valorização e profissionalização é uma coisa. Atuar colocando em xeque a ética de seus filiados foi e é uma tremenda bola fora.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

Podcast: De volta a Natal

https://www.spreaker.com:443/episode/7734444



Orlando - Miami - Recife - Natal

Demorei a contar sobre os últimos dias da viagem por causa do jetlag, aquela sensação esquisita de quando viajamos por diferentes fusos horários que neste caso me fez ter fome tarde da noite e dormir apenas às 2 da manhã nos primeiros dias.

Cabelo e pele já voltaram ao normal. Graças a Deus!

Bem, na última noite em Orlando, não resisti e voltei ao Naru. Dessa vez, fomos atendidas por uma equatoriana. Era muito simpática, porém um tanto quanto avoada. Reabasteceu meu copo de Sprite com água. Percebi a tempo.

Havia comentado que o salmon explosion era de virar o juízo. Confundi os pratos. O salmon explosion é muito bom, mas de virar o juízo mesmo é um uramaki de camarão com ovas de massago e cream cheese (nem sou fã de cream cheese) chamado roll number 2. 

Demos o último passeio na área da Orlando Eye e voltamos para o hotel.

Na manhã seguinte, hora do café da manhã mais cedo para dar tempo de fechar as malas e embalar em PVC as que seriam despachadas. O check-out do La Quinta ocorre às 12h, embora normalmente nos outros hotéis ocorra às 11h. Quando perguntei sobre isso à mais simpática recepcionista, ela ainda me perguntou se queríamos um late check out. Agradeci. Não era para tanto.

Prometi comprovar que sei fazer waffles. Olhem aí!




Malas embaladas, banho tomado, deixamos o La Quinta às 11h35. Passamos num posto na esquina da Sand Lake Road com a Universal Boulevard (WaWa). O galão de gasolina custava $ 1.66. Último dia de abastecimento e não me acostumei com o fato de que o tanque de gasolina fica do lado do motorista, ao contrário do Brasil. Resultado: ginástica para encher o tanque, pois a mangueira da bomba não tinha a capacidade elástica das anteriores. 

O gasto de combustível entre Miami e Orlando fica em torno de 3/4 do tanque do Corolla. Coloquei $ 10, que são suficientes para 5,88 galões, quase meio tanque. Com o que tinha, chegaria bem a Miami e teria menos prejuízo, já que paguei um tanque antecipado na locação junto a Alamo.

Coloquei no GPS Dolphin Mall. Não podia ir embora sem comer o Texas BBQ do Johnny Rockets e sem tomar o milk shake Dulce de Leche da Haagen Dazs.  195 milhas a cumprir de retas sem fim.

Mal tinha saído de Orlando, me deu uma vontade enorme de entrar em Kissimee. Não resisti. Mentira. O GPS apontava uma reta e eu me distraí conversando e não percebi que a reta era na verdade a saída para Kissimee; a curva (coisa rara por aqui) era a continuação da Florida's Turnpike. Um arrodeio de 5 milhas até voltar a Florida's Turnpike uma milha antes. Ainda aperreei Janaina perguntando se era para seguir reto de novo quando alcançamos o ponto em que saímos para Kissimee. 

Nas estradas americanas vi de tudo. Gente que dirigia a 70 mph lendo, filmando a estrada, falando ao celular, digitando no celular... Esse povo ziguezagueava sem constrangimento na pista. Só não se ouve buzina nem se vê corte de luz. Todo mundo pega a faixa disponível, tenha a pista duas, três, quatro, cinco ou seis faixas, e faz sua ultrapassagem. Tem hora que andam várias fileiras de carros um atrás do outro e em alta velocidade por várias milhas. Mesmo assim, ninguém se estressa.

Nessa volta, vi a polícia parando vários carros. E vi um policial com um radar móvel em ação. Valeu a pena seguir sempre o limite de velocidade.

No trecho mais perto de Miami (mais ou menos Palm Beach) o GPS indicou que deveria ficar nas faixas à direita para o pedágio, apesar de o Sun Pass ocupar as faixas centrais. O estresse de Janaina foi tão grande que entrei para as cabines de pagar pedágio. Não houve negociação com o simpático agente do pedágio: mesmo tendo o Sun Passou, tive que pagar a tarifa cheia por não ter um só recibo de onde entrei na Florida's Turnpike (não peguei recibo no abastecimento em Orlando). $ 15.40. Ele ainda me deu um panfleto para questionar a cobrança por telefone. Não tinha mais tempo para aquilo. Paguei por não seguir meu próprio conselho: não confie exclusivamente no GPS. Preste atenção nas placas e estude a geografia do local antes. Ficou a ótima experiência de conversar com o simpático e engraçado agente do pedágio.

Sem mais estresse (que estresse?), mais uma hora de viagem e nós chegamos ao Dolphin Mall. Como vínhamos de Orlando, chegamos pelo outro lado. Finalmente ficamos paradas no trânsito por causa de uma travessia escolar. É lindo como os americanos levam a sério o respeito aos pedestres, especialmente os escolares. 

Eram quase 16h quando chegamos ao Dolphin Mall. Ainda bem que tinha guardado o mapa do local - pude estacionar bem pertinho da entrada que me interessava (são 7!). 

Texas BBQ comido, milk shake tomado, hora de pegar o rumo do aeroporto, a apenas 9,5 milhas dali. 

Como já disse o aeroporto de Miami é enorme, gigantesco mesmo. Botei o endereço da Alamo no GPS, já que a entrada para o Car Rental Center era o que eu queria, sem perder muito tempo. A Alamo fica no 1.° piso do estacionamento, embora para quem vai alugar, seja preciso passar pelo nível 4 do aeroporto primeiro. Na entrega, não. Vamos direto ao estacionamento. Até ensinei português à funcionária que recebeu o veículo. Ela queria saber a pronúncia de "não deixar". 

Como tínhamos muitas malas, pedi a Janaina para buscar um carrinho. Algum tempo depois ela volta dizendo que não conseguiu retirar um. É que lá no início dos carrinhos (ela foi para o final), uma maquininha liberava o uso de um carrinho desde que se pagasse $5 em dinheiro ou cartão.  Encaixei as malas pequenas nas grandes e fomos sem carrinho mesmo. Daqui que eu achasse $5 na bolsa, nós já estaríamos no check in.

Pegamos o elevador para o 4.° andar. Fomos para o MIA mover - metrô que leva para a parte principal do aeroporto. Sem ele, levaríamos 20 minutos a pé. Com ele, 1 minuto. De lá, descemos para o nível 3, setor D. Descobrimos que era melhor descer para o 2 por causa das malas.

A American Airlines tem um setor inteiro do aeroporto para ela. Também... são muitos voos realizados por ela para todos os Estados Unidos e outros países. No setor internacional, ficamos no portão 37 (vai até 40 pelo menos). No 38, partia um para Paris (que chique!). Para voar American Airlines, você é obrigado a passar primeiro pelos totens de auto atendimento, nem que seja para receber um papel dizendo que precisa procurar um funcionário porque sua reserva não fora identificada (comprei pela TAM). Também não se reserva assento, mas a AA nos colocou nos mesmos lugares da ida.

Malas despachadas, hora de passar pelo raio x. É raio x mesmo. Todo o corpo passa por uma máquina. Não podemos estar de sapatos nem com dinheiro nos bolsos. Na vez anterior, quase morri nessa hora porque achei que a fila ia andar rápido e resolvi esvaziar uma garrafinha d'água nela. Quando enfim consegui passar, coisa de uma hora depois, disparei para o banheiro e cheguei a esquecer meu passaporte e o cartão de embarque lá. Dessa vez, tomei a água antes. Aguardei 40 minutos e fui ao banheiro. Só aí entrei na fila, que foi super rápida - uns 15 minutos. Mas se não tivesse adotado o novo procedimento, certamente teria demorado. É a lei de Murphy.

Na espera, um grupo de Recife tentava ensinar a um amigo americano frases para usar no carnaval de lá. "Xô, galinha" e "você é um canhão" garantiram boas risadas a todos que ouviam a conversa.

Como já disse sobre a ida, o embarque AA é muito prático. Eles chamam por grupos. Dessa vez estávamos no 4. 

Ao meu lado, sentou-se um senhor de Natal. Que coincidência! Conversamos numa boa parte da viagem. Pena que não nos apresentamos. Muito simpático.

Íamos decolar antes da hora - mais uma característica AA. Mas na hora do avião andar...pifou. Completamente apagado. Dava para ouvir o piloto mexendo nos botões da cabine (eu estava na fila 13 - número de azar para os americanos). O piloto tentou falar com os passageiros três vezes: "Ladies and gentlemen..." e nada. Até a turbina estava em completo silêncio. Isso só traz pensamento bom quando se está dentro de uma avião nos Estados Unidos.

Alguém disse "Ainda bem que foi em terra. Se fosse no ar...". Aí começaram as tentativas de ligar as turbinas. Sabem bateria indo embora e alguém tentando ligar um motor? Isso tudo sem ar condicionado, mas as luzes já haviam voltado. Nada de o motor funcionar cheio.

Eu me lembro de pensar: "Mas tinha de dar algo errado justo no final?" Eu já não sabia se preferia voar naquele avião mesmo ou ficar dependendo de uma remarcação no aeroporto.

Enfim, o motor funcionou e o avião começou a se mover vagarosamente na pista. O MIA (Miami International Airport) é muito movimentado. Entrar na fila de novo para receber autorização para decolar nos fez sair com 30 minutos de atraso. Resultado: chegamos na hora em Recife. Isso mesmo! A AA voa numa tranquilidade tão grande que normalmente chega antes do horário previsto. Como a saída atrasou, chegamos um minuto antes a Recife (a previsão era 7h36; chegamos às 7h35). Já o espaço para o passageiro...

Em Recife, uma luta para pegar as bagagens. A saudade dos EUA começa daí. Na hora de pegar as malas (muito tempo depois, mas nada como Guarulhos!), duas estavam completamente sem o invólucro de PVC. Corri logo para o balcão da AA para reclamar. A funcionária me disse que há um órgão americano que inspeciona bagagens e que provavelmente este teria sido o caso, uma vez que, quando há furto, normalmente a mala fica murcha. Se fosse inspeção, ao abrir a mala eu encontraria um papel com um aviso. Ela me deixou à vontade para fazer uma inspeção preliminar no aeroporto ou olhar em casa e ligar para a AA em caso de furto. Como eu preparara um inventário, abri as malas ali mesmo. Em cada uma, encontrei o aviso da TSA sobre a inspeção. Mesmo assim, conferi o conteúdo. Nunca havia passado por essa situação. Tudo OK. Por isso é bom ser prevenida. E também usar cadeados com o símbolo como o que aparece na imagem abaixo. Evita que tenham que ser arrombados. 

Ao sair da sala, Fabrício nos esperava. O coitado saiu 4h50 de Natal para nos buscar. De volta ao meu carrinho. Liguei o danadinho e quando fui passar a ré, nada dela encaixar. Pensei: "Meu Deus, a marcha quebrou". Um minuto depois de muito rodar e conferir o câmbio, percebi que estava apertando o freio para passar a ré, e não a embreagem. Resquícios de quem passou duas semanas dirigindo para cima e para baixo um carro automático. Ri muito.

Há uma buraqueira desgraçada na saída de Recife, em Abreu e Lima para ser mais exata. Nesse dia, resolveram tapar o buraco mãe de todos os outros. As três faixas viraram apenas uma. Levamos quase duas horas até sair daquele sufoco. É uma vergonha o estado da BR 101 em Pernambucano, especialmente em Abreu e Lima. 

Enfim chegamos em casa por volta das 13h. Sãs e salvas. Com o espírito totalmente renovado ante a completa ausência de estresse. E com muita saudade daqui e de lá. 

Espero ter ajudado a quem pretende programar sua própria viagem. Até a próxima!