Preferi escrever com mais detalhes alguns dias depois porque cabeças frias (tanto a minha como a dos meus queridos leitores) chegariam sem rodeios a um diagnóstico mais acurado, embora já tivesse me manifestado a respeito de o resultado não ter sido justo com o Orgulho do RN.
Em 2014, o América viveu um ano quase perfeito até um pouco além de sua metade. Na verdade, seria até visto como pessimista alguém que não admitisse a chance de acesso à Série A ante o embalo da equipe. Mas aí Chico bateu no bode e o bode bateu em Chico e o América acabou rebaixado.
Neste ano, quase não há defeitos a serem apontados. A diretoria deu praticamente nó em pingo d'água para fazer uma equipe para conquistar o título do centenário e fazer uma campanha de razoável para boa na Copa do Nordeste. Na Copa do Brasil também não há muito o que reclamar.
O técnico é o de maior identificação com o clube rubro dos últimos tempos. Também chegado a dar nó em pingo d'água. Ficou depois da reação derradeira para fugir do anunciado rebaixamento.
O elenco tem poucos senões para a realidade financeira. Ainda lamento a saída de Daniel Costa e seu poder de finalização e capacidade de transformar qualquer cobrança de falta e de escanteio em chance real de gol. Fora isso, não dava para prever o prejuízo que seria Busatto. E o resto funcionou e funciona a contento. Não há essa terra arrasada que a frustração da torcida parece anunciar.
Futebol é brinquedo do cão! A mesma equipe que venceu o Vila Nova duas vezes se engasgou com o lanterna Icasa e com o Salgueiro. Por sua vez, a equipe que se engasgou com o Águia e com o Botafogo em casa e cujo técnico esteve durante um bom tempo ameaçado de demissão venceu o América. Só maluco entende.
O que deu errado então? Se for para apontar o fatídico Confiança 1x0 América, o momento de fúria de Zé Antonio Paulista deve ser destacado. Mas é preciso lembrar que o árbitro definitivamente utilizou critérios diferentes para as duas equipes. Solar joelho era jogada para amarelo. Dar tesoura visando a bola (nítida jogada para amarelo) valeu vermelho. Talvez fosse a cor da camisa ou a posição de mandante que influenciasse a decisão. O fato é que o ridículo amarelo para Cascata já anunciava o critério do árbitro em relação ao América. Cabia a Zé não dar sopa para o azar.
Depois, o pênalti de Régis. Até o domingo passado eu clamaria por pênalti num lance daquele. Só que no domingo pela primeira vez eu parei para ver alguma coisa no chato Troca de Passes do SporTV. Era o árbitro Paulo César Oliveira explicando as novas regras da FIFA para a simulação de pênalti. Atrasar a passada para receber o contato (o famoso "cavar falta") passou finalmente a ser considerado simulação e pode até levar o espertinho a tomar amarelo. Ele mostrou várias imagens a respeito. Isso mudou minha concepção e me fez clamar pela simulação de Richardson (que aliás fez isso o jogo todo e conseguiu uma ruma de faltas assim). Pena que o árbitro não entendeu da mesma forma. Talvez nem saiba da nova instrução e nem tenha visto a verdadeira aula de Paulo César Oliveira...
Na verdade, não há erros. Competição é assim. Apenas 4 chegarão de cada grupo e, desses 8, só 4 atingirão o objetivo maior.
Além disso, embora quase impossível, a classificação ainda pode acontecer. Ruim é depender de outro resultado. Porque não tenho dúvida de que o América não decepcionará contra o Botafogo, ainda que tenha que fazer 6 gols e não levar nenhum. Angústia é torcer para que o Confiança volte a se engasgar como fez contra Águia e Botafogo, desta feita na casa do adversário.
Mas querem saber? Acho que sei o que deu errado. Em todas as lutas do América por acesso eu fiz alguma promessa. Adivinhem? Ainda não havia pensado nisso neste ano. Até recebi uma cobrança a respeito. Não vou divulgar o que vou fazer em troca por causa da malhação que isso causará nos que não me conhecem mais de perto, mas já achei minha promessa. É aguardar se terei de cumpri-la.
Faltam 3 jogos. #PraCimaMecão