segunda-feira, 10 de junho de 2024

Boa estória, péssima edição

Fui levada pelo burburinho a assistir Justiça 2, da Globoplay. Infelizmente, confirmei a minha velha ideia de que é melhor não confiar no que a maioria das pessoas anda acompanhando.


Para início de conversa, a série traz 4 boas (e pesadas) estórias com atrizes e atores que dão conta do recado em todas elas. Onde está o problema, então? Na edição, que é péssima.

Justiça 2 é a velha novela da Globo, focada só em 4 personagens e com apenas 28 episódios. Só que, com medo de ser chamada novela, resolveu investir numa edição maluca, enfadonha, que conta as estórias separadas por episódio (cada personagem, um episódio) mesmo dentro da mesma série.

Os cliff hangers, que são tão importantes para engajar a audiência, que mal pode esperar o capítulo seguinte para saber o que acontece, são absolutamente desperdiçados porque aquele pedaço da estória só terá continuidade dali a 4 episódios. É um tédio que dá raiva ao mesmo tempo.

Não bastasse isso, há problemas de continuidade. A ideia seria mostrar a mesma cena por outras perspectivas, mas a série é cafajeste mesmo e simplesmente apresenta um pedaço de cena deslocado para mais à frente inventarem uma outra sequência que nada tem a ver com a mostrada anteriormente. Ou seja, a edição não é feita para dar mais detalhes na sequência seguinte, e sim para descaradamente enganar a audiência. 

Se alguém se propusesse a organizar a edição de Justiça 2, cortando as mentiras e os excessos da edição original e deixando todas as estórias em todos os episódios, como a novela que ela nasceu para ser, a série certamente estaria no caminho de ser uma das melhores de todos os tempos. Com a edição atual, ela vira uma aporrinhação da qual a gente quer se livrar logo.

Eu tenho enorme raiva de quando alguém tem em mãos uma potencial obra prima com gente talentosa e simplesmente joga no lixo. Isso é o que ocorre com Justiça 2. 

Deus me livre de assistir à primeira ou a qualquer uma que venha depois! 

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