Não é todo dia que temos disponível para assistir atuações muito acima da média em seriados, mas True Detective: Terra Noturna (quarta temporada) na HBO nos premiou com logo com duas: a da até então desconhecida para mim Kali Reis e a da intensa Jodie Foster.
Louve-se também a escrita e a direção de Issa López, que trouxe um verdadeiro requinte de show também na trilha sonora, a começar da abertura intrigante ao som de Bilie Eilish (eu nunca me atrevi a pular essa abertura), para contar sobre a investigação do desaparecimento de 8 homens de uma instalação de pesquisa na fictícia cidade de Ennis, no Alaska, bem no período de inverno, em que não há luz solar. Daí também essa quarta temporada ter sido batizada de Terra Noturna.
Para começo de conversa, as duas mulheres que vão investigar o caso não se suportam. Há um histórico de trabalho entre elas que pesa o tempo todo. O desconforto está sempre ali, em cada gesto, em cada palavra. A dupla de atrizes foi mesmo escolhida a dedo.
O próprio ambiente onde a estória se desenvolve desempenha papel importante. Há um entrelace palpitante de temas: meio ambiente, povos nativos, misoginia, politicagem, corrupção, relacionamentos estremecidos, traumas...
Cada episódio (são 6, com +/- 1 hora cada) vai nos envolvendo nas várias camadas do enredo e o final, bruto e sutil, também nos é entregue da mesma forma.
Nada mais posso dizer para não estragar a experiência requintada de ver a quarta temporada de True Detective, que bateu todos os recordes de audiência e fez com que a HBO já confirmasse a continuidade de Issa López no comando da quinta temporada.
Ah, e nem precisa assistir as 3 temporadas anteriores: cada uma delas tem sua própria estória e é totalmente independente.
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