Eis o resumo de Bahia 3x0 América. Era bobinho, ataque x defesa, olé, como você queira chamar. Mas foi jogo de um time só e 3x0 terminou ficando barato.
A verdade atual do América na Copa do Nordeste, do qual já foi campeão jogando o fino da bola em 1998 (eu vi), é uma só: quem perder ponto para ele ficará de fora da próxima fase.
É muita desqualificação técnica reunida em campo e isso não passa impunemente. O mais gritante é o lado esquerdo da defesa, agora preenchido com a dupla Alan e João Lucas, que costuma se enrolar com a bola e perdê-la de forma bisonha, ainda que a tenha reconquistado. Isso causa um desequilíbrio assustador na equipe inteira, basta ver que até o bom goleiro Renan Bragança já apresenta momentos não tão graciosos.
Tanta desgraceira em campo tem causado a ilusão de que Vitinho é a solução, quando apenas tem se mostrado um jogador que corre, dribla e entrega a bola ao adversário.
Quando da formação da SAF eu já alertava que o confronto lucro x desportividade penderia sempre para o primeiro e o resultado tem sido um desempenho absolutamente vexatório do América em campo. Transformaram uma equipe centenária num laboratório/vitrine de atletas que não teriam nem condição de passar na calçada da Rodrigues Alves, quanto mais de atuar profissionalmente. São pouquíssimas as exceções dentro do elenco. Bom mesmo está para quem originalmente investiu nos jogadores que agora vestem a camisa americana. Os investidores da SAF devem estar satisfeitos; a torcida, não, muito longe disso.
Dizem que o problema é o diretor de futebol, que parece que também é investidor. Eu digo que o problema é o critério de seleção de atletas. Não dá para trazer apenas quem vai trazer lucro para os investidores. A SAF precisa também dar lucro para ser bem sucedida. Trazer murrinhas a peso de ouro e com contratos longos é receita para falir a SAF e, de quebra, afundar o América num ostracismo não condizente com sua tradição. América não é Azuris. Série D não é louvor, ainda mais com o esforço feito para sair dela antes e que o pessoal da SAF jogou fora ao proporcionar novo rebaixamento. Estadual não é parâmetro.
Há alguns anos, quando o ABC afundava no futebol profissional, ficando temporadas sem disputar um campeonato nacional, a resposta de torcedores mais iludidos era "mas temos estádio, temos ônibus". Parece que o América vai seguir pelo mesmo caminho. É o "novo Azuris", "mas tem reforma no CT e no estádio".
Pobre América. Desrespeitar sua tradição agora é coisa de profissionais. Por quanto tempo resistirá?
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