A premissa da série espanhola Intimidade é bem pesada: a vida de duas mulheres (uma é vice prefeita de Bilbao e a outra é trabalhadora de uma fábrica) que não se conhecem sofre abalos radicais após o mesmo tipo de crime: a divulgação de vídeos íntimos de cada uma delas. A partir daí a série vai tecendo e desfiando a trama que envolve todas as personagens.
Numa mistura quase constante de presente e passado sem muito aviso, surgem na tela todos os tipos de pessoas e atitudes tão comuns em sociedades machistas, mas sem negar a realidade de vivemos novos tempos em que tais coisas já não são mais aceitas pacificamente.
A cada episódio (são 8 de quase 50 minutos cada), é impossível não se revoltar contra a pressão sufocante, esmagadora que a sociedade ainda insiste em direcionar a vítimas deste tipo de crime.
Fica o alento de que, a cada episódio, vemos nascer e crescer a força que as mulheres somos obrigadas a forjar desde o dia em que damos o primeiro suspiro até o dia do último.
Além de tudo isso, ainda há os bastidores nada saudáveis da política. É na Espanha, mas poderia ser nos EUA, no Japão ou no Brasil. Só muda o endereço.
A série fechou bem seu arco no fim dos oitos episódios, mas deixou alguns bons panos para as mangas se houver a decisão de renovação para uma segunda temporada. Torcer para que ela venha.
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