Sou supersticiosa. Confesso mesmo. É até estranho para uma pessoa tão cética como eu. Eu, que acho balela essa ruma de oração e ida a igrejas e templos na tentativa de escapar do inferno... Mas é melhor nem enveredar por este caminho porque fé é como torcer por um time: não se explica, apenas se sente.
Voltando à superstição, tenho sim algumas manias, para dizer o mínimo. Por incrível que pareça, levanto sempre com o pé direito. Na maioria das vezes, isto requer uma enorme ginástica, mas e daí? Doente ou não, lá estou disposta a botar o pé direito primeiro no chão.
Também não passo embaixo de escada, não deixo sapato virado, não visto roupa pelo avesso, não gosto de ver cortejo fúnebre, e por aí vai.
No futebol, isso piora. Todo torcedor é supersticioso. É um tal de fulano é pé frio/quente, tal roupa dá sorte/azar, tal lugar também...
Bem, eu não fujo à regra. E já reparei o quanto este time do América parece com aquele de 1996. Vejamos.
Em 1996, tivemos o artilheiro do estadual, que chegou apenas no 2.º turno: Wanderley, conhecido como artilheiro de Deus. Adivinha como é conhecido o artilheiro do estadual e que chegou apenas no 2.º turno? Isso mesmo, artilheiro de Deus. André Neles.
Também temos um Wanderley, o gladiador.
Max lembra muito o estilo do Wanderley de 1996. Alto, lento, mas que deixa o seu jogo sim, jogo não.
Em 1996, o América tinha dois volantes bem diferentes: Washington Lobo e Carioca. Washigton Lobo marcava muito e acertava bons lançamentos, mas perdia alguns passes incríveis. Carioca era bom na roubada de bola e tinha habilidade para sair para o jogo. Alguma semelhança com Dudu Araxá e Val? Bom, até o cabelo de Dudu lembra o de Washington Lobo.
O goleiro de 1996 era o respeitado Jorge Pinheiro. Vinha do futebol cearense. O Paredão Fabiano acabou de deixar o Fortaleza para retornar ao Mecão.
Wálber, apesar de lateral direito, lembra Biro-Biro, meia esquerda formado nas bases do América, tanto fisicamente (baixinho, entrocado, de cabelos encaracolados) como na velocidade com que parte para o ataque. Até mesmo nas incríveis chances que perde...
Naquele ano, as partidas do América fora de Natal eram transmitidas pela TV Potengi, canal 3, retransmissora da Rede Bandeirantes. O narrador era Lourimar Neto. Agora, é a Band Natal que transmite os jogos do Mecão com narração do mesmo Lourimar Neto.
Em 1996, os grupos começavam regionalizados, passavam por dois mata-matas e o acesso era definido por um quadrangular. Desse quadrangular, apenas 2 subiam. Em 2011, grupos regionalizados desembocarão em dois quadrangulares, que darão acesso a apenas 2 clubes cada.
O grupo de 1996 era limitado financeiramente. O mesmo ocorre com o de 2011.
É perceptível que temos coincidências para todos os gostos. Dá até para comparar com 2005. É claro que também temos diferenças. A maior delas é que em 1996 a disputa era pelo acesso à Série A e agora a briga é pela Série B. Mas o que vale mesmo é ver um time tão disciplinado taticamente sob o comando de Flávio Araújo azeitando as engrenagens. E a torcida do Mecão estava mesmo precisando ver um elenco com condições de honrar a tradição americana.
O acesso está longe e ainda haverá muito luta pelo caminho para que o sonho se concretize. Por enquanto, vamos curtindo o momento vermelhando a BR 101 e a cidade de Goianinha.
#PraCimaMecao !
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