Na semana passada, recebi um convite irrecusável de uma amiga para ir ao cinema assistir a Meu Nome é Gal.
Apesar de apreciar a voz de Gal Costa, nunca soube muito a respeito dela e nem das circunstâncias de sua vida e de sua obra.
O filme com Sophie Charlotte é revelador. Vi uma Gal Costa de uma timidez nunca imaginada e numa linha muito tênue a separá-la da depressão.
Também pude entender muito melhor o ambiente onde surgiu a Tropicália e os laços que uniam tantos artistas, já que o filme abordou justamente o período da vida de Gal que coincidiu com o endurecimento da ditadura no Brasil.
A minha amiga fã de Gal reclamou que faltou muita coisa no filme. Discutimos a respeito da possibilidade de haver ali o próprio dedo da artista, ainda viva quando das filmagens, a impedir que certos fatos e detalhes viessem à tona para não tirar sossego das pessoas ali representadas ou citadas.
Talvez um dia surja uma nova versão, uma sequência com outros períodos também significativos de Gal ou até uma minissérie com mais detalhes desta obra atual na Globo ou na Globoplay, o que não seria a primeira vez a acontecer.
Mas a telona do cinema e a boa obra me trouxeram uma nova visão sobre Gal e também sobre a atriz Sophie Charlotte, que conseguiu mostrar fragilidade e força sem perder a linha da celebridade representada e demonstrando uma naturalidade incrível na transição. Não sabia que ela era capaz de tudo isso.
Definitivamente, Meu Nome é Gal é obra que vale acompanhar na telona dos cinemas.