O técnico Leandro Sena concedeu entrevista coletiva logo após América 2x0 Pouso Alegre.
Comportamento do América
Acho que a gente teve um comportamento muito positivo. A gente tentou encurralar a equipe do Pouso Alegre já desde o primeiro momento para a gente fazer a nossa vantagem aqui dentro de casa. Tivemos até algumas chances e poderia ser um placar maior já no 1.° tempo. Infelizmente, saímos só com 1x0. Mas aí a gente tentou ajustar a equipe. Descemos um pouco a linha, coisa que eu não queria, mas ainda assim conseguimos fazer o 2.° gol, o que nos dá uma tranquilidade para o 2.° jogo.
Ofensividade diminuída no 2.° tempo e substituições
Acho que foi mais circunstância do jogo. O Pouso Alegre também tentou fazer um gol de empate porque a diferença estava mínima. A questão das substituições foi mais precaução com Elvinho, Wallace também a questão do 2.° cartão amarelo, e fazer rodar o nosso elenco. O nosso elenco tem peças interessantes que podem dar um suporte quando a equipe perde um pouco dessa intensidade no decorrer do jogo. Então foi isso que a gente procurou fazer com as substituições.
Ataque x defesa
A equipe do Pouso Alegre vem com essa proposta, principalmente na bola parada de escanteio. Eles jogam muito atrás da linha da bola, duas linhas bem compacta, como você falou, uma solidez defensiva. Vinha a não sei quantos jogos sem levar gol. Mas aqui na Arena a gente sabe da nossa força ofensiva, o ritmo de jogo que a gente coloca, a intensidade que a gente coloca aqui. É muito difícil para uma defesa segurar quando a gente tem atacantes rápidos, com força e variação de jogo. Isso mostra a força do nosso ataque.
Pressão nos primeiros minutos
A gente, como de praxe, vem utilizando dentro de casa mais jogadores ofensivos, independente da característica. Eu poderia muito bem também um atacante de beirada, mas a opção foi justamente preencher o meio de campo e, graças a Deus, fomos felizes. Conseguimos nossa vantagem logo no início, poderíamos ter ampliado no 1.° tempo. Então a intenção foi justamente essa - dar esse gá inicial para a gente construir essa vantagem que conseguimos ao final do jogo.
Felipinho
Felipinho vem evoluindo bem, assim como outros jogadores. A gente procurou passar confiança para o atleta. Não é à toa. Eu venho repetindo isso toda vez que me perguntam sobre Felipinho, a questão de ter uma qualidade muito boa. Ele foi observado no campeonato da A2 de São Paulo. Então a intenção quando a gente trouxe esse jogador foi justamente ele poder preencher bem a vaga no meio de campo. Infelizmente a questão da adaptação, isso tudo influencia. Mas agora, no ritmo final do campeonato, ele vem dando sua parcela de contribuição, assim como outros tantos que a gente conseguiu recuperar.
Araújo no lugar de Elvinho
Araújo compõe bem com Allef. Ele tem uma pressão com a esquerda muito forte. A intenção foi esta: tentar fazer com que a gente recuperasse a bola já no campo ofensivo. A gente tem Elvinho com uma característica diferente, de quebrar linha no drible, na condução; Araújo é mais intenso na pressão aos volantes. Então, foi isso que a gente queria no 2.° tempo e em alguns momentos ele conseguiu executar bem; em outros, não, porque ele não vem com ritmo de jogo, mas é um jogador que tem uma liderança muito boa dentro do elenco e a gente sabe que os adversários também se preocupam.
Volta de Araújo
É uma dor de cabeça que todo treinador gostaria de ter. A gente mostra a força do nosso elenco, a gente tem como modificar a forma de jogar. Então a gente procura nos treinamentos fazer essas variações porque a gente sabe que hoje todo mundo estuda todo mundo, então a gente pode criar várias situações, mesmo com jogadores diferentes.
Cobrança estranha de Wallace
Wallace tem personalidade suficiente para bater da forma que bateu. O problema é que o goleiro deve ter estudado a forma como ele bate. Wallace em algum campeonato pernambucano bateu assim no centro do gol. Então, Edson Marden é um goleiro muito inteligente, ele observa também as partidas. Mas Walllace tem total confiança de ter a personalidade de bater da forma que ele achar conveniente. Claro que sem emoção, pelo amor de Deus porque senão, complica. Mas a gente até brincou com ele para na segunda batida ele bater mais firme, mais forte. Foi o que ele fez e conseguimos essa vantagem.
Everton e Rômulo
A gente procura dar liberdade. A gente procura jogar apoiado justamente para ter essa alternância no ataque - atacar pelo lado direito, atacar pelo lado esquerdo. Apesar de Rômulo ser zagueiro de origem, quando ele tem a bola, ele tem muita qualidade e consegue, juntamente com Iago, com Téssio aproximando, fazer as triangulações que são aquilo que a gente busca, sobretudo quando a gente está jogando com Walllace Pernambucano, que precisa dessas bolas aéreas, é um bom cabeceador. Então estão de parabéns os laterais, assim como minha linha defensiva, que vem se tornando uma linha bem sólida, tem evitado muitos gols. Bruno, Edson, Jean Pierre, a linha de 4 como um todo, e os volantes também. Então está de parabéns toda a equipe.
Jogar com vantagem
Eu acho que é até ruim se eu quiser mudar alguma coisa agora. A equipe já tem uma forma de jogar, então é muito difícil que ela não jogue igual às partidas em que ela vem atuando fora de casa. Se você pegar desde aquele 2.° tempo contra o Sousa, ela vem ganhando corpo, vem ganhando confiança. Eu acho que a partida contra o Caxias, apesar da gente ter tido essa derrota, a gente não merecia. Acredito que um empate ou uma vitória da gente era o resultado mais fiel ao que foi apresentado dentro das 4 linhas. Então a equipe está bem confiante, mas a gente sabe que vai enfrentar um adversário difícil. Talvez o piso lá, o gramado não seja nas mesmas condições da Arena das Dunas, então a gente tem que buscar uma adaptação rápida. Então é importante que a gente esteja bem concentrado. Vamos trabalhar a humildade, sobretudo, para este segundo confronto e, se Deus quiser, a gente sair vitorioso.