O título desta postagem bem poderia ser o título do filme Ataque dos Cães, que concorre, dentre outras categorias, ao Oscar de Melhor Filme, e que está disponível na Netflix.
Faroeste atualizado, posso assim dizer, o filme traz aquelas fortes imagens de paisagens com montanhas, riachos, animais e uma estória que se desenvolve entre a brutalidade e a crueldade, e também a resignação e o silêncio sutis como outra face da força de caráter.
Pequenos detalhes vão construindo e encaminhando o enredo que começa com dois irmãos absolutamente diferentes, sendo isso motivo de ressentimento e implicância do que representa o macho em figura (atuação magnífica deste ator que tanto tem me surpreendido: Benedict Cumberbatch) em relação ao que representa a civilidade e os bons modos.
O spoiler que dou é que é o macho em figura, vaqueiro típico de sua região e tempo (Montana, 1925), que vai nos levar do começo ao fim nas mais variadas nuances desta jornada de vida sofrida destilando o que sente na pele para que os outros também sintam a sua dor.
O final é surpreendente e sutil e exige que se preste atenção nos detalhes para um perfeito entendimento, já que a diretora Jane Champion fez muito bem em se manter fiel às sutilezas que envolvem não só a personagem principal, mas todas ao seu redor.
Vale ressaltar que o filme é baseado em livro de mesmo título (em inglês, The Power of the Dog) de Thomas Savage, que se inspirou em sua própria vida, segundo relato da diretora.
Assista com calma, sem pressa, a uma sucessão de grandes atuações. E ainda há um pequeno especial atrelado ao filme com a diretora contando e mostrando a experiência dos bastidores que vale muito a pena conferir.