Campeonato voltando com uma transmissão nova, pressão pelo resultado, muitas coisas aumentavam sobremaneira a expectativa para América 2x0 Globo.
A transmissão até surpreendeu. Mas as câmeras não se acertaram em muitos momentos e eu vi a hora eu ter uma crise de labirintite, mesmo sem ser acometida desse mal.
Além disso, misturar narração de rádio com TV ficou parecendo um arremedo desnecessário, mesmo Marcos Lopes sendo um grande narrador. Rádio é rádio, TV é TV. Melhor FNF e 98 FM se acertarem sobre quem leva Marcos Lopes e quem escala um substituto.
Sobre o jogo, o desempenho de ambas as equipes foi sofrível, algo de certa forma esperado para o tempo sem atividade.
Aliás, antes de falar do jogo, é preciso destacar o papel negativo da arbitragem. Impedimentos inexistentes aos montes, especialmente contra o América no 1.° tempo, a expulsão injusta de um jogador do Globo no 1.° tempo e um gol do Globo mal anulado no 2.° tempo certamente tiveram influência tanto no desempenho quanto no resultado.
Voltando ao jogo em si, é preciso destacar o sofrimento exacerbado do América, mesmo tendo já feito um jogo oficial há uns 20 dias. Mesmo quando o Globo teve um a menos ainda no 1.° tempo, o América não se encontrou em campo.
A escalação também foi uma surpresa. A saída de César Sampaio por uma febre jamais deveria ter dado lugar à entrada de Fabiano, que mal chegou ao time. Felipe Guedes foi recuado e o time ficou muito desconjuntado porque nem trabalhava bem no meio e nem com os dois laterais, cada qual disputando quem fazia a pior partida. Ou seja, aquele drama da falta de saída de bola, tão evidente contra um time da Série A, voltou a assombrar contra um time de Série D.
No 2.° tempo, uma bola bloqueada num ataque do Globo acabou sobrando certinha lá na frente para o veloz Augusto vencer os zagueiros e bater na saída de Rodrigo Carvalho: 1x0.
O gol trouxe alívio para o América e um certo alvoroço para o Globo.
Antes disso, Elias havia substituído Romarinho e Wallace Rato, Fabiano. Trocas certas, mas que só surtiram efeito mesmo após o gol de Augusto e, principalmente, a saída de André Krobel para a entrada de Felipe Cordeiro, que passou a jogar na cobertura de Wallace Rato, que, por sua vez, movimentou-se praticamente ocupando toda a faixa direita com algumas incursões pelo meio.
Também surgiu alguma coisa de melhor nível entre Lelê e Elias, este tendo finalmente aparecido num jogo a que assisti.
Depois Edimar escorou um cruzamento e deu ainda mais tranquilidade ao time.
Só que o cansaço começou a ameaçar principalmente o lado direito americano e o Globo, também cansado, entendeu que era hora de pressionar. E funcionou, mas aí a arbitragem estava num daqueles dias.
Wallace Pernambucano ainda entrou no lugar de Rômulo, mas ambos estiveram muito longe do esperado.
Nem falei de Ewerton, né? Bem, ele foi o melhor do jogo para mim (com uma menção honrosa a Wallace Rato). Seguro, providencial, e mesmo numa posição que é a que mais sente a ausência de ritmo de jogo, o goleiro mostrou, quando acionado, que continua no nível de antes da parada forçada pela pandemia.
Enfim, a sensação após o que se viu no 1.° tempo foi mesmo de grande alívio com o apito final do árbitro. E ao contrário do jogo contra o Fortaleza, esse valeu pelo resultado, que deixou o Mecão na liderança e joga a pressão para seu rival, que entra em campo amanhã contra o Santa Cruz.
Na sexta-feira, a parada é no Nogueirão, onde normalmente a técnica sofre grandes abalos. Em tempos de faca nos dentes, vencer é a ordem do dia, ainda que o desempenho esteja bem aquém do esperado.